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Transtornos Alimentares - anorexia e bulimia

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CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO SAMILO 
Curso de Enfermagem 
 
 
Camila de Oliveira Santos 
Elisa Maria das Neves Silva 
Giane Lima de Almeida 
Isabelle Djenoyom 
Larissa Roberta dos Santos Oliveira 
Marcela Aya Tenguan 
Maria Laura Muterle 
Silvia de Oliveira Santos 
 
 
 
 
 
TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS: ANOREXIA E BULEMIA 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2020 
 
 
Camila de Oliveira Santos RA: SPGR008942 
Elisa Maria das Neves Silva RA: SPGR008483 
Giane Lima de Almeida RA: SPGR006735 
Isabelle Djenoyom RA:008762 
Larissa Roberta dos Santos Oliveira RA: SPGR009530 
Marcela Aya Tenguan RA: SPGR009973 
Maria Laura Muterle SPGR009745 
Silvia de Oliveira Santos SPGR008772 
 
 
 
TRANSTORNOS ALIMENTARES: ANOREXIA E BULEMIA 
 
 
 
 
Projeto de pesquisa apresentado ao curso 
de Graduação em Enfermagem do Centro 
Universitário São Camilo, orientado pela 
Prof. Ms. Caroline Terrazas, como 
requisito parcial para a obtenção de nota / 
avaliação. 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2020 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 4 
2 OBJETIVOS ...................................................................................................... 5 
2.1 Objetivo geral ........................................................................................... 5 
2.2 Objetivos específicos .............................................................................. 5 
3 METODOLOGIA ............................................................................................... 6 
4 DESENVOLVIMENTO ...................................................................................... 7 
4.1 Transtornos alimentares ......................................................................... 7 
4.1.1 Anorexia nervosa .............................................................................. 7 
4.1.2 Sinais e sintomas .............................................................................. 9 
4.2 Bulimia nervosa ....................................................................................... 9 
4.2.1 Sinais e sintomas .............................................................................. 11 
4.3 Dados epidemiológicos ........................................................................... 12 
4.4 Tratamentos .............................................................................................. 13 
4.4.1 Psicoterapia ....................................................................................... 15 
4.4.2 Terapia nutricional ............................................................................ 15 
4.4.3 Psicofarmacoterapia ......................................................................... 16 
4.4.3.1 Psicofarmacoterapia anorexia nervosa ....................................... 16 
4.4.3.2 Psicofarmacoterapia bulimia nervosa.......................................... 17 
4.5 Prognóstico .............................................................................................. 17 
4.5.1 Prognóstico anorexia nervosa ......................................................... 17 
4.5.2 Prognóstico bulimia nervosa ........................................................... 18 
4.6 Principais diagnósticos de enfermagem ................................................ 18 
4.7 Curiosidades ............................................................................................ 21 
4.7.1 Descrição de casos .......................................................................... 21 
5 CONCLUSÃO ................................................................................................... 23 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 24 
APÊNDICE A – Cronograma de execução do projeto ..................................... 27
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
Os transtornos alimentares são doenças psiquiátricas que podem causar 
prejuízos psicológicos, biológicos e aumento da morbimortalidade. A doença acomete 
um grande número de pessoas em todo o mundo, no entanto possui maior incidência 
entre adolescentes e adultos jovens do sexo feminino. Dentre os transtornos 
alimentares mais comuns destacam-se a anorexia e bulimia nervosas (CARMO; 
PEREIRA; CANDIDO, 2014). 
 Tais doenças são influenciáveis pela imposição de padrões de beleza, sendo 
as mulheres as mais afetadas. Segundo ALMBULIM (2011) citado por Candido; 
Carmo e Pereira (2014), A incidência de Transtornos alimentares é maior no sexo 
feminino, estima-se que 0,5 a 4% das mulheres desenvolvam Anorexia Nervosa e de 
1 a 4,2% desenvolvam Bulimia Nervosa. 
A Bulimia e Anorexia embora sejam condições diferentes, estão relacionados 
pela semelhança de alguns sinais e sintomas como: distorção da imagem corporal, 
medo patológico de engordar, e preocupação excessive com o peso. Tais transtornos 
causam um impacto na autoestima, bem como sequelas psicossociais e complicações 
clínicas mediante ao comprometimento do estado nutricional e práticas indevidas 
compensatórias para o controle de peso e devido à gravidade destas doenças, é 
importante conhecer seus sinais e sintomas e complicações para que as estratégias 
de promoção sejam mais efetivas e eficazes (CARMO; PEREIRA; CANDIDO, 2014). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
2 OBJETIVOS 
2.1 Objetivo Geral 
Introduzir a temática dos transtornos alimentares e suas consequências sob 
uma perspectiva psicossocial considerando o contexto em que o sofrimento mental se 
desenvolve. Contudo, desenvolver uma visão clínica sobre os principais diagnósticos 
de enfermagem do NANDA para o paciente que sofre com a bulimia e anorexia. 
2.2 Objetivos Específicos 
• Definir o que são transtornos alimentares causados pela bulimia e anorexia. 
• Descrever os principais sinais e sintomas que ocorrem em indivíduos acometidos 
pela bulimia e anorexia. 
• Conhecer a epidemiologia relacionada aos transtornos alimentares. 
• Citar os tratamentos e prognósticos. 
• Indicar os principais diagnósticos de enfermagem para o paciente que sofre com 
bulimia e anorexia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
3 METODOLOGIA 
O presente trabalho foi elaborado por meio de revisão bibliográfica e consultas 
em livros, revistas e artigos científicos relacionados ao tema em sites de busca como 
Google acadêmico e Scielo. Trata-se de um estudo com abordagem qualitativa 
descritiva que busca introduzir a temática dos transtornos alimentares através da 
perspectiva psicossocial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
4 DESENVOLVIMENTO 
4.1 Transtornos Alimentares 
Em um cenário do mundo no qual vivemos invadidos de imagens de corpos no 
padrão estético onde associam a magreza como beleza e um degrau de sucesso na 
vida, a preocupação com o corpo deixa de ser uma preocupação no lado da saúde e 
passa a ser um objetivo a ser alcançado, principalmente por meninas adolescentes, 
jovens e até adultas. Geralmente acontece cedo, na infância já existe a preocupação 
com o corpo, juntamente com o preconceito de quem não se encaixa nesse padrão. 
Por isso considera-se uma patologia psiquiátrica que atinge as mulheres de todas as 
classes sociais. (IDA; SILVA, 2007). 
Nos manuais classificatórios são chamados de DSM-IV e CID-10 que são as 
entidades principais de patologia que se referem a Anorexia e Bulimia Nervosa. 
Segundo Dorfman, Sanchez e Jaeger a anorexia é uma grande luta onde o indivíduo 
luta contra a fome, e então ele apresenta uma perda de peso considerável e 
exageradamente devido à resistência na alimentação. Já a bulimia, é a ingestão 
extrema de alimento e logo após o arrependimento e então, o vômito, a pessoa ganha 
e perde peso de forma rápida. (IDA; SILVA, 2007). 
4.1.1 Anorexia nervosa (AN) 
A anorexia é caracterizada por uma intensa dieta rigorosa, para que a perda de 
peso sejarápida, acabando até em amenorreia de tão grande importância. William 
Gull descreveu três pacientes apresentando um quadro de anorexia sério. Esse 
quadro clínico era de emagrecimento, amenorreia, hipotermia, edema em membros 
inferiores, bradicardia, cianose periférica e obstipação. (ABREU; FILHO, 2004). 
Geralmente esses pacientes apresentam uma baixa autoestima grave, onde os 
leva a procurar dietas rígidas intercalando com jejum e uso de diuréticos e laxantes 
para ajudar no emagrecimento de forma rápida (ABREU; FILHO, 2004). 
Indivíduos que além da anorexia, apresentam também processos bulímicos, 
tem personalidades diferentes das pacientes que apresentam apenas a anorexia. 
Geralmente elas são mais obsessivas e perfeccionistas. (ABREU; FILHO, 2004). 
O que mais assola o profissional que trabalha essa patologia é a dúvida de 
como essas pacientes chegaram a nível que tornar os alimentos como seus maiores 
8 
 
inimigos? A dificuldade no tratamento começa a partir daí, já que a qualquer momento 
essas pacientes podem cair em “tentação” e voltar com os mesmos hábitos que já 
haviam sido deixados de lado, e voltando a se prejudicar de forma rápida e até mesmo 
perigosa. (ABREU; FILHO, 2004). 
Quando tratamos pacientes com o quadro de bulimia, podemos assegurar que 
o tratamento não irá repercutir para que ela ganhe peso. Já as que apresentam a 
anorexia, não podemos afirmar que a mesma não irá ganhar peso, já que o objetivo é 
esse, que ela fique com o peso ideal para apresentar-se saudável. Por isso a maioria 
desistem do tratamento. (ABREU; FILHO, 2004). 
Por mais difícil que seja, as pacientes apresentam duas justificativas para esse 
ocorrido. A primeira é de que elas sabem que precisam de ajuda, porém elas tem 
medo do ganho de peso e a mudança estética que isso irá causar. A segunda, é de 
que essas dietas muito restritivas acabam causando uma grande perda cognitiva, 
afetando até o discernimento dos problemas que elas estão enfrentando. Gerando 
assim mais problemas pessoais, cognitivos, físicos, emocionais e até mesmo sociais. 
(ABREU; FILHO, 2004). 
Segundo Abreu e Filho (2004), os principais problemas psicológicos que as pacientes 
apresentam são: 
• Baixa autoestima 
• Sentimentos de desesperança 
• Insatisfação com a própria identidade 
• Busca de aprovação externa 
• Grande sensibilidade a críticas 
• Conflitos relativos aos temas autonomia versus dependência 
Quando questionamos as anorexias sobre o porquê de tantas resistências ao 
tratamento oferecido, elas nos respondem com essas frases: 
“Gosto do jeito que me sinto quando estou magra”, “Sou mais 
respeitada e recebo mais elogios”, “O que todos tentam fazer, eu 
mostro que posso fazer melhor”, “Gosto da atenção que recebo”, 
“Gosto das roupas que posso/consigo usar”, “Fico melhor desse jeito”, 
“É realmente nojento ter gordura em meu corpo e agora não tenho 
mais este problema”, “Minha família e meu médico se preocupam 
comigo”, “Posso manter as pessoas a distância”, “Não preciso ficar 
menstruada”, “Sinto como se estivesse em contato com o sofrimento 
9 
 
do mundo”, “Me sinto mais saudável e com mais energia quando estou 
com pouco peso”, “Me sinto mais confiante e capaz quando estou 
magra”, “Gosto do sentimento de autocontrole”, “Me sinto mais 
poderosa quando não como”, “Quando estou magra, percebo melhor 
as coisas” , “Me sinto especial, pura e diferenciada” (ABREU; FILHO, 
2004). 
Como vemos, fica claro que elas usam essas expressões para se sentirem 
melhor e mais confortáveis, havendo assim uma “desculpa” para se restringirem ainda 
mais da comida e continuar apresentando essa patologia. E alcançando as suas 
metas, que é apresentar-se sempre mais magra (ABREU; FILHO, 2004). 
4.1.2 Sinais e sintomas 
A anorexia nervosa (AN) se dá inicialmente pela restrição alimentar, ou seja, 
em relação aos alimentos ricos em carboidratos e lipídios, comportamentos como se 
alimentar e evitar locais públicos são comuns assim como a preocupação alimentar 
dos familiares, exercícios físicos esgotantes são realizados constantemente. 
Apresentam características obsessivas compulsivas, utilizam de maneira continua 
laxantes, diuréticos, anorexígenos e induzem o vômito para compensar a quantidade 
excessiva de alimentos ingeridos ou para fazer o controle do peso (PACCOLA, 2006). 
Apresenta sinais físicos que tem como característica a desnutrição e também 
alterações bioquímicas. Podem apresentar também amenorreia (descontinuação do 
ciclo menstrual), dores abdominais, alopecia (perda de cabelo ou pelo de uma área 
específica), plenitude gástrica (ROCHA, 2018). 
4.2 Bulimia nervosa (BN) 
A bulimia se apresenta como uma grande ingestão de alimentos de forma 
rápida, vindo assim o arrependimento, e em seguida, o vômito. Considerando também 
o uso de medicamentos como os laxantes e diuréticos para ajudar ainda mais o 
processo de emagrecimento. (ABREU; FILHO, 2004). 
O conceito de bulimia que conhecemos atualmente, foi descrita por 
Russel(1979), onde ele descreve algumas mulheres com peso normal e um enorme 
medo de ganhar peso, episódios bulímicos e indução de vômitos. Como ele havia 
pesquisado que essas pacientes apresentaram anorexia no passado, ele considerou 
que a bulimia seria uma “estranha” sequela da anorexia nervosa (ABREU; FILHO, 
2004). 
10 
 
Pelas pesquisas, geralmente a ingestão de alimentos é em média de 2 a 4 mil 
calorias por dia, mas já relataram a ingesta de 20 mil calorias por dia. Algo fora da 
normalidade. Os pacientes com bulimia apresentam pensamentos alterados sobre a 
ingestão e os seus hábitos alimentares, juntamente de seu peso corporal. Essas 
pacientes apresentam uma autoestima bem flutuante, acreditando que os seus 
problemas serão resolvidos com a perca de peso que tanto almejam. Fazendo dietas 
que são impossíveis de segui-las. (ABREU; FILHO, 2004). 
Essas pacientes procuram resolver os seus problemas de forma errônea, que 
é a do emagrecimento extremo, como se você ser magra fosse lhe trazer a felicidade 
que tanto almeja. (ABREU; FILHO, 2004). 
Lembrando que mantendo-se privados da ingestão calórica acaba tornando-se 
uma batalha difícil de ser enfrentada, começando assim os problemas. Como não é 
possível manter-se em uma restrição alimentar drástica por muito tempo as alterações 
e os desequilíbrios alimentares começam a aparecer, resultando assim em uma 
próxima alimentação compulsória e assim apresentando um descontrole total que só 
pode ser compensado pelos vômitos, uso de laxantes, prática excessiva de exercícios 
e uso de laxantes (ABREU; FILHO, 2004). 
Figura 1 – Sequência de eventos caracterizada da bulimia nervosa 
 
Fonte: FAIRBURN; MARCUS; WILSON,1993 apud ABREU; FILHO, 2004. 
Provavelmente, uma das causas dessa patologia é a própria desorganização 
pessoal. Alguns pesquisadores acreditam que a tentativa da restrição alimentar seja 
11 
 
para obter ordenação e estabilidade. É por isso que algumas intervenções para o 
tratamento psicológico são baseados em estratégias de resolução de problemas, 
transmitindo uma base forte para a mudança (ABREU; FILHO, 2004). 
Devido a essa auto rejeição a vida amorosa dessas pacientes acaba sendo 
prejudicado, por elas acharem que são sempre ruins para o seu companheiro. Se 
sentindo gorda e sem merecimento daquele relacionamento. Devido a isso, não é de 
se surpreender imaginar que essas pacientes estão procurando algo que nem elas 
mesmos sabem o que é. (ABREU; FILHO, 2004). 
Essas pacientes estão sempre buscando a perfeição, a magreza e a estética 
perfeita exigida pelas mídias. Sendo assim, elas tornam-se instáveis em vários 
parâmetros pessoais e sociais. Que acaba se apresentado uma mulher de identidade 
incompleta. (ABREU; FILHO, 2004). 
Alguns fatores ligados a arquitetura emocional são importantes de serem 
ressaltados: 
a) baixa autoestima; 
b) pensamento do tipo “tudo ou nada” (ou seja, funciona através dos valores 
opostos);c) ansiedade alta; 
d) perfeccionismo; 
e) incapacidade de encontrar formas de prazer e satisfação; 
f) busca de problemas nas coisas; 
g) exigência alta; 
h) incapacidade de “ser feliz” (ABREU; FILHO, 2004). 
 
4.2.1 Sinais e sintomas 
Na bulimia nervosa (BN) é utilizado esforços para controlar o peso com 
exercício físico excessivo e dietas rigorosas, é utilizada a provocação de vômitos e 
abuso de diuréticos, laxantes e anorexígenos. Apresentam alterações físicas e 
bioquímicas geralmente causadas pela provocação de vômitos, como por exemplo, 
dentes gastos, hipertrofia de glândulas salivares, cicatrizes no dorso das mãos, e 
hipopotassemia (PACCOLA, 2006). 
12 
 
Possui também os efeitos oro-dentais dentro dessas situações que podem ser 
classificados como intra oral e extra oral. No intra oral são incluídos perimólise, lesões 
nas áreas de tecido mole, xerostomia, doença carie, doença periodontal, perda de 
dimensão vertical. Já na extra oral ocorre o aumento da glândula periodontal, lanugo, 
perda de cabelo, surgimento de lipoma. Tanto na anorexia quanto na bulimia as 
pessoas que têm esse transtorno apresentam baixa autoestima, sentimento de culpa, 
vergonha, ansiedade e depressão. (ROCHA, 2018). 
4.3 Dados epidemiológicos 
Segundo Borges et.al. (2006) citado por Candido; Carmo e Pereira (2014), a 
etiologia dos transtornos alimentares é determinado por uma diversidade de fatores, 
biológicos, genéticos, psicológicos, socioculturais e familiares. No entanto segundo 
Nielsen (2001) citado por Candido; Carmo e Pereira (2014), a incidência de transtorno 
alimentar é maior no sexo feminino, sendo a incidência de anorexia nervosa de 
aproximadamente 8 por 100 mil indivíduos. Em homens, estima-se que seja menos 
de 0,5 por 100 mil indivíduos por ano. 
Estes dados representam um grave problema de Saúde pública e um grande 
impacto social, devido a sua relação direta com transtornos psiquiátricas. As taxas 
de Mortalidade deixa claro a necessidade e a importância de investigar e compreender 
causas, bem como as características associadas (CANDIDO; CARMO; PEREIRA, 
2014). 
São considerados fatores predisponentes: sexo feminino; baixa auto-
estima; traços obsessivos e perfeccionistas (AN) ouimpulsividade e 
instabilidade afetiva (BN); dificuldade em expressar emoções;história 
de transtornos psiquiátricos como depressão, transtornos da 
ansiedade (AN) ou dependência de substâncias (BN); tendência à 
obesidade; alterações da neurotransmissão; abuso sexual; agregação 
familiar; hereditariedade; histórico familiar de TA; padrões de interação 
familiar como rigidez, intrusividade e evitação de conflitos (AN) ou 
desorganização e falta de cuidados (BN); além dos fatores sócio-
culturais como por exemplo o ideal cultural de magreza (MORGAN et 
al., 2002; BORGES et al., 2006 apud CANDIDO; CARMO; PEREIRA, 
2014). 
 
 
 
13 
 
Tabela 1 – Óbitos por Transtornos da Alimentação por Região Brasileira no 
período de 2014 a 2018. 
 
Fonte: DATASUS 
Os dados apresentados pelo DATAUS do Ministério da saúde referente aos 
anos de 2014 a 2018, mostram a quantidade de óbitos por transtornos alimentares 
nas cinco regiões Brasileiras. Dentre elas a doença tem maior incidência na Região 
Sudeste. 
Conforme ao site MedicinaNet, da editora Artmed Panamericana, o CID 10 que 
se encaixaria com os transtornos alimentares é o F 50- Transtornos da alimentação, 
e em suas especificações temos (CID... 2020): 
Quadro 1 – CID 10 Transtornos da alimentação 
 
Fonte: MedicinaNet 
4.4 Tratamentos 
O tratamento dos transtornos alimentares costuma ser quase sempre um 
processo desafiador e bem complexo, pois o paciente e até mesmo a família acabam 
14 
 
entrando em uma situação de confusão e desespero. Existem diversas formas de 
tratamento, dentre elas estão a terapia nutricional, que se baseia em uma orientação 
e reeducação alimentar, a psicofarmacoterapia caso haja alguma comorbidade 
psiquiátrica e a psicoterapia que pode ser de forma individual ou com um grupo familiar 
(RIBEIRO; SANTOS, P.C.M; SANTOS J.E, 1998). 
O manejo terapêutico tanto da anorexia nervosa quanto da bulimia nervosa são 
desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar, composta por atendimento base com 
médico psiquiatra, psicólogo e nutricionista, visto que diversos fatores contribuem para 
o desenvolvimento e manutenção dos transtornos alimentares, em casos de 
comorbidade psiquiátrica a abordagem feita é psicofarmacológica (BORGES et al, 
2006). 
Por conta de uma etiologia com múltiplos fatores, a anorexia nervosa (AN) é 
considera uma condição com difícil tratamento. Uma constituição multidisciplinar é a 
parte fundamental para o sucesso terapêutico, pois os profissionais envolvidos 
trabalham de forma conjunta para melhor evolução do paciente em questão 
(APPOLINÁRIO; CLAUDINO, 2000). 
O caso de internação hospitalar deve ser considerado em pacientes cujo peso 
corporal esteja abaixo de 75% do mínimo ideal, quando estão perdendo peso de forma 
acelerada ou quando é necessário uma monitorização contínua das suas condições 
clínicas. Deve ser indicado o tratamento ambulatorial, nas situações em que o 
paciente dispõe de um bom suporte social, não apresenta perda de peso rapidamente, 
o estado metabólico permanece estável e não apresenta os critérios de gravidade 
descritos anteriormente e que indicam a necessidade de uma internação. 
(APPOLINÁRIO; CLAUDINO, 2000). 
A necessidade de internação hospitalar em casos de bulimia nervosa (BN) está 
relacionada com o aparecimento de complicações médico-psiquiátricas, de ciclos não 
reprimidos de compulsão alimentar e vômitos, do abuso de laxantes ou outras drogas 
e de outros comportamentos de risco. Na maior parte dos casos o tratamento é feito 
em ambiente extra-hospitalar, no início são testadas abordagens como a psicoterapia 
cognitivo-comportamental, instrução e aconselhamento nutricional e em último caso 
considera a utilização de antidepressivos como por exemplo a fluoxetina que auxilia 
no controle dos episódios de compulsão alimentar, porém psicoterapia em suas 
15 
 
diversas modalidades ainda é um dos pilares centrais para o tratamento 
(APPOLINÁRIO; CLAUDINO, 2000). 
4.4.1 Psicoterapia 
Existe uma grande variedade nos modelos de psicoterapia considerados 
psicodinâmicos, fazendo com que a padronização para o tratamento psicoterápico 
seja difícil. A psicoterapia psicodinâmica tem recomendação quando os outros 
tratamentos mais breves acabam sendo insuficientes. Porém não há evidência de que 
uma forma específica de psicoterapia seja adequada para o perfil de todos os 
pacientes (GORGATI; HOLCBERG; OLIVEIRA, 2002). 
A terapia cognitivo-comportamental para os transtornos alimentares 
desenvolveu-se a partir de uma análise sistemática das perturbações 
emocionais, cognitivas e comportamentais características. Os 
programas de tratamento baseiam-se, amplamente, nas técnicas 
básicas para a redução da ansiedade, auto manejo do comportamento 
e modificações de cognições mal adaptativas (CHANNON; WARDLE, 
1994 apud FARIA; SHINOHARA, 1998). 
A psicoterapia pode ser conduzida de forma individual ou em grupo, 
dependendo da situação do paciente. Essa modalidade de tratamento tem como 
objetivo contribuir na melhora dos sintomas e na prevenção das recaídas, mas ela 
acaba sendo insuficiente como um tratamento exclusivo, necessitando de outras 
abordagens ao mesmo tempo (GORGATI; HOLCBERG; OLIVEIRA, 2002). 
4.4.2 Terapia nutricional 
A terapia nutricional tem grande importância no tratamento dos transtornos 
alimentares, ela é dividida em duas fases: educacional e a experimental. A fase 
educacional tem como objetivos a coleta e o compartilhamento de informações sobre 
a história de alimentação do paciente, o processo de estabelecimento de uma relação 
para colaboração, definição dos conceitos sobre os alimentos, apresentação dos 
padrões de fome e do consumo alimentar e a orientaçãobásica para a família 
ALVARENGA; LARINO, 2002). 
Na fase experimental, os objetivos são mais terapêuticos como: separar o 
comportamento relacionado ao alimento e o peso, de sentimentos e questões 
psicológicas; incrementação das mudanças de comportamento alimentar; o aumento 
a diminuição do peso de forma gradual; a orientação da manutenção de um peso 
16 
 
adequado e o comportamento com o alimento em situações sociais ALVARENGA; 
LARINO, 2002). 
A terapia nutricional deve ajudar o paciente a entender suas 
necessidades nutricionais, bem como ajudar a iniciar uma escolha 
alimentar por meio de um aumento da variedade na dieta e da prática 
de comportamentos adequados. Uma técnica efetiva envolve 
mudança das crenças errôneas e ajuda o paciente a ter percepções e 
interpretações mais adequadas de dieta, nutrição e relação entre 
inanição e sintomas físicos (ALVARENGA; LARINO, 2002). 
 
O tratamento nutricional deve envolver também o uso do diário alimentar 
(Tabela 1), onde o paciente faz o registo da data, hora, local das refeições, da 
qualidade e quantidade ingerida e se houve ou não episódios de compulsão alimentar 
e compensações. Essa é uma técnica comportamental de automonitorização, sendo 
uma prática recomendada e de bons resultados no tratamento (ALVARENGA; 
LARINO, 2002). 
Tabela 2 – Modelo de diário alimentar 
 
Fonte: ALVARENGA; LARINO, 2002. 
4.4.3 Psicofarmacoterapia 
4.4 .3.1 Psicofarmacoterapia anorexia nervosa (AN) 
Alguns medicamentos têm sido estudados para serem usados no tratamento 
da anorexia, mas a grande maioria é realizado na fase aguda e o principal foco é o 
ganho de peso. No início muitos medicamentos após os estudos se mostraram 
promissores (APPOLINARIO; BACALTCHUK, 2002) 
Até o momento foram estudados os antidepressivos (clomipramina, amitriptilina 
e fluoxetina), os antipsicóticos(pimozida, sulpirida), e outros como(cipro-heptadina, 
lítio, tetra-hidro-canabiol, clonidina, natrexona, hormônio do crescimento, zinco e 
cisaprida) (APPOLINARIO; BACALTCHUK, 2002) 
17 
 
4.4.3.2 Psicofarmacoterapia bulimia nervosa (BN) 
Muitos medicamentos foram avaliados na bulimia nervosa como por exemplo: 
naltrexona, lítio, d-fenfluramina, difenil-hidantoína, Ltriptofano. Mas as mais usadas 
para o tratamento são os antidepressivos. Recentemente alguns estudos também 
incluíram o Ondansetrona e o topimarato como medicamentos para o tratamento 
(APPOLINARIO; BACALTCHUK, 2002) 
4.5 Prognóstico 
O conhecimento dos indicadores de bom e mau prognóstico dos transtornos 
alimentares oferece a possibilidade de determinação para uma precisão de tempo, 
intensidade e tipo de tratamento, principalmente nessas doenças em que o tempo de 
duração é longo (PINZON; NOGUEIRA, 2004). 
4.5.1 Prognóstico anorexia nervosa (AN) 
Estudos apontam que pacientes com AN tem pior prognóstico quando o início 
do transtorno acabando sendo tardio, duração da doença prolongada (antes do 
tratamento ou por intervenções mal sucedidas), peso inicial muito abaixo do ideal, 
relações familiares conturbadas antes do transtorno familiar, baixo peso na alta 
hospitalar, abuso ou dependência de álcool e doença afetiva durante o período da AN 
(HERZOG et al., 2000; KEEL et al., 2003 apud PINZON; NOGUEIRA, 2004). 
Este transtorno alimentar, pode comprometer os órgãos vitais como o coração 
e o cérebro, devido a desnutrição resultante. O resultado da amenorreia é causado 
pois, o organismo tende a se defender reduzindo a sua atividade com isso a 
menstruarão é interrompida, assim como também reduz a frequência respiratória, o 
pulso e até a pressão arterial (FARIA; SHINOHARA, 1998). 
A tireoide, que é responsável pelo controle do metabolismo também tem sua 
atividade reduzida, percebe-se que as unhas e cabelos se tornam mais frágeis e 
quebradiços, além disso a pele se torna ressecada e com a tonalidade amarelada. O 
fato de a anorexia ser acompanhada de outras doenças psíquicas não é incomum. 
Em alguns casos a depressão clínica pode ser diagnosticada nos pacientes com 
anorexia nervosa (FARIA; SHINOHARA, 1998). 
 
18 
 
4.5.2 Prognóstico bulimia nervosa (BN) 
No caso de BN indicam pior evolução da doença em situação de sintomatologia 
mais severa, alta frequência de vômitos no início do quadro clínico, oscilações 
extremas do peso corporal, episódios e impulsividade, baixa autoestima, atitudes 
suicidas e uso de substâncias no início da doença (GUIDELINE, 2000; HERZOG et 
al., 1996; KEEL et al., 1999 apud PINZON; NOGUEIRA, 2004). 
Com o fato de comer compulsivamente e logo em seguida provocar o vômito, 
pode acabar comprometendo o organismo seriamente, pois o ácido clorídrico que está 
presente no estômago e também no vômito pode desgastar o esmalte dos dentes, 
provocar inflamações no esôfago e até mesmo lesões nos dedos que são introduzidos 
na garganta para a provocação da ação de expelir os alimentos presentes no 
estômago (FARIA; SHINOHARA, 1998). 
4.6 Principais diagnósticos de enfermagem 
O cuidado de enfermagem para pacientes com anorexia nervosa ou bulimia 
nervosa deve ser baseado em uma avaliação abrangente, incluindo histórico médico, 
estado mental, tratamento, e os sintomas do transtorno alimentar central. Tendo em 
vista que, a equipe de enfermagem é a que mais tem contato com o paciente, e, por 
isso, os responsáveis por manter relações que sejam benéficas para a adesão ao 
tratamento (OLIVEIRA, 2014). 
Sendo assim, a relação terapêutica entre o enfermeiro e o paciente auxilia na 
implementação do processo de enfermagem. E para isso é utilizada uma linguagem 
padronizada, estabelecendo os principais diagnósticos de enfermagem do paciente 
através do North American Nursing Diagnosis Association – NANDA (OLIVEIRA, 
2014). 
Aos pacientes com anorexia ou bulimia, foram definidos os seguintes diagnósticos: 
a) Distúrbio da Imagem Corporal 
Definição: Confusão na imagem mental do eu físico. 
Características definidoras: 
• Alteração na estrutura corporal 
• Alteração na visão do próprio corpo 
19 
 
• Esconder parte do corpo 
• Sentimento negative em relação ao corpo 
• Mudança no envolvimento social 
 
b) Baixa autoestima crônica 
Definição: Avaliação e/ou sentimentos negativos sobre as próprias capacidades, com 
duração de pelo menos 3 meses. 
Características definidoras: 
• Culpa 
• Depende de opinião dos outros 
• Exagera no feedback negativo de si mesmo 
• Vergonha 
• Rejeita feedback positivo 
 
c) Nutrição desequilibrada: menor do que as necessidades corporais 
Definição: Ingestão de nutrientes insuficiente para satisfazer às necessidades 
metabólicas. 
Características definidoras: 
• Aversão ao alimento 
• Ingestão de alimentos menor que a ingestão diária recomendada (IDR) 
• Membranas e mucosas pálidas 
• Peso corporal 20% ou mais baixo do ideal 
• Tônus muscular insuficiente 
 
d) Volume de líquidos deficiente 
Definição: Diminuição do líquido intravascular, intersticial e/ou intracelular. Refere-se 
à desidratação, perda de água apenas, sem mudança no sódio. 
Características definidoras: 
• Alteração no estado mental 
• Alterações no turgor da pele 
20 
 
• Sede 
• Perda súbita de peso 
• Fraqueza 
 
e) Risco de desequilíbrio Eletrolítico 
Definição: Suscetibilidade a mudanças nos níveis de eletrólitos séricos que pode 
comprometer a Saúde. 
Características definidoras: 
• Volume de líquidos deficientes 
• Diarreia 
• Vômito 
 
f) Ansiedade 
Definição: Sentimento vago e incômodo de desconforto ou temor, acompanhado por 
resposta autonômica ( a fonte é frequentemente não específica ou desconhecida para 
o indivíduo); sentimento de apreensão causado pela antecipação de perigo. É um sinal 
de alerta que chama a atenção para um perigo iminente e permite ao indivíduo tomar 
medidas para lidar com a ameaça. 
Características definidoras: 
• Insônia 
• Medo 
• Irritabilidade 
• Tremores 
• Anorexia 
• Fraqueza 
• Desmaio 
• Confusãog) Risco de Infecção 
Definição: Suscetibilidade a invasão e multiplicação de organismos patogênicos que 
pode comprometer a Saúde. 
21 
 
Características definidoras: 
• Alteração na integridade da pele 
• Desnutrição 
Além disso, os cuidados devem ser tanto físicos, quanto psíquicos e sociais, 
para que melhore o quadro clínico. Tendo como objetivos específicos: o aumento do 
peso corporal do paciente, tratamento dos múltiplos sintomas psiquiátricos 
associados, orientação e tratamento familiar, para que saibam como lidar com o 
paciente caso esteja fazendo o tratamento em casa (TOLEDO; RAMOS; WOPEREIS, 
2011). 
4.7 Curiosidades 
Sabe-se que as doenças pertencentes ao grupo dos transtornos alimentares 
costumam afetar especialmente adolescentes e adultos jovens do sexo feminino, 
levando a marcantes prejuízos psicológicos, sociais e aumento de morbidade e 
mortalidade (FARAH; MATE, 2015). 
Você pode encontrar ainda uso de Annas e Mias que são termos utilizados 
como uma alusão à anorexia e à bulimia, bem como uma identidade coletiva 
constituída por jovens (FARAH; MATE, 2015). 
4.7.1 Descrição de casos 
“Chegar a Anna” é chegar num estado natural do corpo. Um 
mecanismo natural de defesa para épocas de escassez. Ser Anna é 
viver com o mínimo e não com nada. Pois sem nada, o único lugar a 
se chegar não é a perfeição e sim, a morte. Ser Anna é encontrar um 
equilíbrio entre a vida, a magreza e a beleza (FARAH; MATE, 2015). 
Neste relato pode-se ver o lado de pessoas que vem a anorexia como uma 
procura de um equilíbrio, uma ideia não de que viver dessa forma levará a morte e 
sim uma busca pela perfeição. 
O desejo de morte alimenta-se do silêncio entre um texto e outro pois, 
que se nutre da falta, é um desejo anoréxico. Alimenta-se também de 
muitos outros vazios, dos detalhes do dia a dia que apenas configuram 
num imenso mar de nada. Ainda cuido para me retalhar mais e 
sempre, porque ainda preciso mostrar algo só desenhando no corpo 
(CREPAUDI, 2015). 
Nesse paragrafo pode-se entender a dor das pessoas que apresentam um 
quadro de anorexia ou bulimia, o quanto muitas vezes o que antes para elas poderia 
22 
 
ser uma forma de “escapar” da dor, ou da realidade em que vivem, se torna algo que 
sai do controle e precisam de ajuda para se recuperar não só do seu quadro físico ou 
nutricional, mais principalmente o emocional. 
A única coisa que ainda faço por mim mesma é ficar sem comer. Eu 
não quero fazer o que os outros querem e parece que emagrecer é a 
única coisa que eu ainda consigo fazer por mim mesma, se eu não 
conseguir é como se eu fracassasse (AMARAL, FERREIRA, 2008). 
Aqui neste relato pode-se entender o lado de pessoas que são perfeccionista e 
“se cobram” muitas vezes além do que podem fazer, e como se ficar magra fosse a 
única coisa que ela domina em sua vida. 
Sou igual a um hamster, na gaiola só girando naquela rodinha sem 
conseguir sair. Nem estou sentindo mais dor, estou sofrendo. Quando 
a gente sente dor, dá uma casquinha, só que agora não tem jeito de 
dar casquinha, a ferida é muito funda. É preciso que eu abandone todo 
mundo, antes que todo mundo me abandone. Não quero amar 
ninguém (AMARAL, FERREIRA 2008). 
Nesse paragrafo pode-se entender a dor das pessoas que apresentam um 
quadro de anorexia ou bulimia, o quanto muitas vezes o que antes para elas poderia 
ser uma forma de “escapar” da dor, ou da realidade em que vivem, se torna algo que 
sai do controle e precisam de ajuda para se recuperar não só do seu quadro físico ou 
nutricional, mais principalmente o emocional. 
Quando passei no vestibular e vim para cá, parei o esporte e ganhei 
peso. Como compulsivamente até acabar o que tem no armário e na 
geladeira, ou então quando percebo a presença de alguém em casa. 
Sinto uma culpa enorme e choro ao mesmo tempo, fico pensando no 
que a minha mãe vai dizer: - Você não tem vergonha na cara. Não 
emagrece porque não quer. É como se eu tivesse que corresponder, 
tivesse que ser forte (AMARAL, FERREIRA 2008). 
Nesse paragrafo pode-se entender a dor das pessoas que apresentam um 
quadro de anorexia ou bulimia, o quanto muitas vezes o que antes para elas poderia 
ser uma forma de “escapar” da dor, ou da realidade em que vivem, se torna algo que 
sai do controle e precisam de ajuda para se recuperar não só do seu quadro físico ou 
nutricional, mais principalmente o emocional. 
 
 
 
 
23 
 
5 CONCLUSÃO 
Levando-se em conta o que foi observado, percebemos que o trabalho que o 
profissional de saúde com o paciente que apresenta algum desses transtornos 
alimentares apresentados acima é intenso e repleto de desafios. A abordagem 
juntamente da assistência completa e bem desenvolvida para com esse paciente faz 
uma enorme diferença na resposta do indivíduo ao tratamento proposto. Já que esse 
paciente está passando por transtornos mentais difíceis de lidar que, no caso, a 
anorexia e bulimia, onde causam um estresse intenso, baixa autoestima, autonegação 
entre outros problemas psicológicos. Nos quais podem desenvolver-se dificuldades 
até nas relações sociais que esse indivíduo faz parte, já que ele sempre se sente 
inferior ao próximo. 
Todavia, mesmo com um prognóstico não tão bom, se o profissional que tratar 
desse paciente estiver preparado tecnicamente e obter embasamento para suas 
ações podemos reverter o quadro de forma satisfatória. Um diagnóstico precoce e 
uma abordagem terapêutica de resposta rápida são de profunda importância para um 
manejo clínico. Esperamos também que haja um diálogo multidisciplinar para que 
esse paciente seja observado por diversos olhares diferentes para que se monte um 
plano de cuidados clínicos para o mesmo. 
Infelizmente a mídia ainda acaba influenciando cada vez mais esses jovens 
sobre o que devemos ou não ser, o que vestir, o que comer e como ser e isso, 
agravando patologias graves entre outros. Os dados que temos sobre os problemas 
psicológicos que as pessoas apresentam devido esse padrão estético são alarmantes 
e preocupantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
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APÊNDICE A – Cronograma de execução do projeto

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