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Parasitologia: Giardia, Balantidium e Trichomonas

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AULA 05: GIARDIA, BALANTIDIUM E TRICHOMONAS 
Parasitologia 
PARASITOLOGIA 
Aula 05: Giardia, Balantidium e Trichomonas 
AULA 05: GIARDIA, BALANTIDIUM E TRICHOMONAS 
Parasitologia 
Temas/objetivos desta aula 
1. Giardia, Balantidium e Trichomonas; 
2. Ciclo biológico dos parasitos; 
3. Patogenia; 
4. Sinais clínicos das doenças; 
5. Medidas profiláticas. 
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Giardia sp. - Morfologia 
 TROFOZOÍTO 
 Face dorsal lisa e convexa; 
 Face ventral côncava, 
apresentando um disco 
ventral (ou disco adesivo ― 
semelhante a uma ventosa); 
 Morfologia marcante: forma 
de pera, 2 núcleos, 8 
flagelos, 2 corpos medianos 
(forma de vírgula). 
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Giardia lamblia - Morfologia 
 CISTOS 
 Oval; 
 Apresenta uma membrana 
envolvendo o citoplasma, 2-4 
núcleos, várias fibrilas e corpos 
escuros no seu interior; 
 Forma de resistência; 
 Podem ficar viáveis por 2-3 
meses no ambiente. 
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Giardia lamblia – Ciclo biológico 
 Infecção: ingestão de cistos (A); 
 Desencistamento: meio ácido do 
estômago, duodeno e jejuno (B); 
 Colonização: divisão binária (C); 
 Ceco: encistamento (D); 
 Contaminação do ambiente, alimentos 
e água (E). 
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Giardíase - Patogenia 
 O disco ventral é uma importante 
estrutura para a adesão do parasito à 
mucosa; 
 Essa adesão ocorre por meio da 
combinação de forças, além de 
proteínas contráteis que “modelam” o 
disco através de movimentos de 
contração e relaxamento  lembram 
uma “ventosa”. 
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Giardíase – Manifestações clínicas 
 O quadro clínico depende do número de cistos de Giardia ingeridos, cepa do parasito, deficiência 
imunológica e estado nutricional do paciente; 
 Os indivíduos podem apresentar-se assintomáticos ou desenvolverem quadros de: 
 DIARREIA AUTOLIMITANTE: diarreia aquosa, explosiva, de odor fétido, acompanhada de gases que 
provocam distensão abdominal, o que provoca dores abdominais são comuns; 
 DIARREIA CRÔNICA: irritabilidade, perda de apetite, esteatorreia e emagrecimento são os sintomas 
mais comuns. 
 
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Giardíase - Diagnóstico 
 CLÍNICO – anamnese do paciente (não 
patognomônicos); 
 EXAME DE FEZES (3 amostras coletadas em 
fixador com intervalos de 2-3 dias entre cada 
coleta): Fezes diarreicas (cistos + trofozoítos) 
X Fezes formadas (cistos); 
 IMUNOLÓGICO: teste rápido detecta o 
antígeno da giárdia em fezes humanas em 5 
minutos. 
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Giardíase – Fatores de risco 
 Áreas tropicais e subtropicais fornecem condições de manutenção dos cistos no ambiente; 
 Assintomáticos são o grande problema  disseminam o parasito; 
 Regiões sem tratamento de esgoto; 
 Deficiência no tratamento da água potável; 
 Creches e escolas (disseminação rápida do parasito devido à falta de higiene das crianças); 
 Atividade sexual (rota fecal-oral); 
 Ambientes coletivos hospitalares (contato direto pessoa-pessoa é favorecido e medidas de higiene 
são difíceis de serem controladas). 
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Giardíase – Controle e profilaxia 
 A infecção acontece através da ingestão dos cistos pessoa-pessoa, no ambiente, na água, alimentos); 
 Assim, o controle da doença é dado através de medidas simples, tais como: 
 Identificação dos doentes e tratamento; 
 Higiene pessoal; 
 Proteção de alimentos (veiculação de cistos por insetos); 
 Tratamento da água; 
 Saneamento básico. 
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Giardíase – Tratamento 
 Bases medicamentosas: Metronidazol, Furazolidona, Secnidazol. 
 Considerações sobre o tratamento: 
 Esses medicamentos possuem gosto desagradável e, por isso, as crianças são resistentes 
a aceitarem a medicação; 
 Não é aconselhado ingerir bebidas alcoólicas durante o tratamento; 
 Pacientes podem apresentar sintomas gastrointestinais (vômitos). 
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Balantidium coli - Morfologia 
 TROFOZOÍTO 
 Tem forma ovoide e a superfície 
revestida de cílios com os quais se 
move rapidamente; 
 Na extremidade anterior, encontra-se 
o citóstoma, pelo qual se alimenta; 
 Possui também 2 vacúolos pulsáteis. 
https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=3093336 e 
https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=1863162 
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Balantidium coli – Ciclo biológico 
 Semelhante ao de Entamoeba sp; 
 Infecta o intestino grosso, mas sobretudo o ceco e o sigmoide, podendo ser causa de diarreias 
ou de disenteria, como na amebíase; 
 Os cistos, muito abundantes nas fezes, asseguram a transmissão da infecção; 
 Não há relatos que destaquem o papel de animais domésticos no ciclo de transmissão. 
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Balantidíase - Patogenia 
 Balantidium pode permanecer como um simples habitante da luz intestinal ou pode invadir a 
mucosa produzindo quadros patológicos agudos ou crônicos; 
 No caso de invadir a mucosa, esta assume aparência hiperemiada (inflamação), podendo haver a 
formação de úlceras (semelhantes à amebíase) em todo o intestino grosso, podendo levar à 
gangrena; 
 Casos de infecção extraintestinais são raras e descritas apenas em pacientes imunodeprimidos. 
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Balantidíase - Manifestações clínicas e diagnóstico 
 CLÍNICO – assintomático mas, em alguns casos, indivíduos infectados podem apresentar diarreia 
intensa com sangue e muco, desidratação e febre; 
 LABORATORIAL – encontro de cistos (em fezes formadas ou diarreicas) e trofozoítos (em fezes 
diarreicas) nas fezes frescas ou após coloração. 
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Balantidíase - Tratamento 
 Assintomáticos  evoluem para autocura; 
 Formas graves são tratadas com antibioticoterapia (tetraciclina) e acompanhamento médico 
intensivo (para evitar complicações do quadro). 
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Trichomonas vaginalis - Morfologia 
 TROFOZOÍTO 
 Célula polimorfa em hospedeiros: 
podem ser elipsoides ou esféricas; 
 Emitem pseudópodes para 
alimentação; 
 Locomovem-se através dos seus 
quatro flagelos; 
 Não encistam; 
 Reprodução por fissão binária 
longitudinal.https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=739102 e morfologia de T. vaginalis 
- FONTE: Rey, L. Parasitologia Médica. 3ª ed. 
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Trichomonas vaginalis - Morfologia 
 TROFOZOÍTO 
 Condições de crescimento: 
 Desenvolvimento em pH 5,0 e 7,5 (pH vaginal = 3,5-4,5); 
 Temperatura entre 20 a 40 °C; 
 Anaeróbio facultativo; 
 Utilização de glicose, maltose e galactose presentes na secreção vaginal para produção 
de energia (o parasito não possui mitocôndria); 
 Armazenam glicogênio (reserva energética). 
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Trichomonas vaginalis – Ciclo biológico 
 A transmissão de T. vaginalis ocorre através da relação sexual ou outras fontes úmidas (ex. toalhas 
de banho molhadas, peças íntimas úmidas, fômites etc.); 
 O parasito infecta o aparelho geniturinário do homem (uretra, próstata e vesículas seminais) e a 
vagina de mulheres; 
 Nesses locais, T. vaginalis reproduz-se por divisão binária; 
 Não sobrevive fora do aparelho geniturinário e não resiste a dessecação; 
 Não se instala na cavidade bucal, nem no intestino. 
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Tricomoníase - Patogenia 
 No homem: a colonização do aparelho geniturinário é assintomática. 
 Nas mulheres: 
 A infecção da vagina é facilitada por alterações do meio vaginal, como: diminuição da 
quantidade de glicogênio nas células epiteliais; aumento da descamação da mucosa; 
diminuição da acidez vaginal; e, modificações da flora bacteriana (especialmente os bacilos 
de Dördelein); 
 A colonização (que pode chegar até a cérvix) leva a erosão da mucosa genital, com 
infiltrado inflamatório, que manifesta-se através de corrimento vaginal; 
 A flora bacteriana associada pode modificar o aspecto do corrimento quanto a cheiro, cor, 
viscosidade ou caráter espumoso; 
 A irritação da pele do períneo chega a torná-lo inflamado e edemaciado. 
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Tricomoníase - Manifestações clínicas 
 No homem: assintomático, mas pode ocorrer quadro de uretrite com fluxo leitoso ou purulento – 
corrimento claro, viscoso e pouco abundante antes da primeira micção da manhã, além da 
sensação de leve sensação de prurido na uretra e ardência ao urinar. 
 
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Tricomoníase - Manifestações clínicas 
 Nas mulheres: infecções assintomáticas são comuns, mas sinais clínicos podem começar a 
aparecer 20 dias após a infecção. 
 A principal manifestação é um corrimento vaginal fluido abundante, branco, bolhoso, sem 
sangue e com odor fétido (especialmente no período pós-menstrual); 
 Não causa corrimento endocervical purulento (exceto quando há infecções bacterianas 
associadas); 
 A mulher apresenta dor durante as relações sexuais, desconforto genital, dor ao urinar e 
frequência miccional aumentada; 
 Vagina: hiperemia, prurido, irritação local e mau odor; 
 Vulva: são observadas secreção branca-acinzentada. 
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Tricomoníase - Manifestações clínicas 
 Complicações na gravidez 
 A resposta inflamatória gerada pela infecção por T. vaginalis pode provocar: 
 Alterações na membrana placentária, com a ruptura prematura da mesma; 
 Baixo peso de recém-nascido ; 
 Endometrite; 
 Natimorto e morte neonatal. 
 Complicações na fertilidade 
 A infecção do trato urinário superior ocasiona a destruição da estrutura tubária danificando as 
células ciliadas, o que ocasiona a inibição da passagem dos espermatozoides e/ou óvulos. 
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Tricomoníase - Fatores de risco 
 Relação sexual desprotegida (sem preservativo); 
 Parasito sobrevive por uma semana sobre prepúcio do homem sadio; 
 Podem ser levados à vagina através da ejaculação; 
 Sobrevive em ambientes úmidos, inclusive em roupas íntimas, toalhas e outros objetos pessoais: 
 Toalhas (roupas) úmidas: 24 horas; 
 Urina coletada: 3 horas; 
 Sêmen ejaculado: 6 horas; 
 
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Tricomoníase - Diagnóstico 
 Homens: 
 O parasito é melhor encontrado no sêmen do que na urina ou esfregaços uretrais; 
 Não realizar higienização e não urinar antes da coleta; 
 Secreção uretral e material subprepucial: “swab” umedecido em solução isotônica seguido 
de centrifugação e análise do sedimento. 
 Mulheres: 
 Suspender o uso de medicação ou anticoncepcionais um ou dois dias antes do exame, que 
deve ser feito logo após a menstruação (maior concentração de parasitos); 
 Não realizar higienização matinal de 18 a 24 h antes da coleta; 
 Coleta de material através de swab. 
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Tricomoníase - Diagnóstico 
 Exame direto de esfregaços a fresco: 
 Visualização da motilidade do 
parasito: análise imediata do 
material ; 
 Corados ou não: laranja de acridina, 
Giemsa, Leishman, Gram e 
hematoxilina férrica; 
 Cultura em meios específicos 
contendo penicilina e 
estreptomicina. 
 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Trichomonas_vaginalis_01.jpg?uselang=pt-br 
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Saiba mais 
• Artigos sobre tricomoníase e saúde da mulher 
 
 Acesse o artigo de revisão intitulado “Prevalência e fatores de risco independentes à 
tricomoníase em mulheres assistidas na atenção básica”, de Lima et al. (2013). O artigo 
está em português e disponível em: 
http://www2.unifesp.br/acta/pdf/v26/n4/v26n4a6.pdf 
 
 O artigo “Tricomoníase: assistência de enfermagem na prevenção e controle”, de 
Machado e Souza (2012), traz uma revisão de literatura sobre a doença e a saúde da 
mulher infectada. O artigo está em português e disponível em: 
http://www.pgsskroton.com.br/seer/index.php/ensaioeciencia/article/view/2782/2638 
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Referências bibliográficas 
Todas as informações apresentadas podem ser consultadas e conferidas nas obras referência: 
 
NEVES, David Pereira; MELO, Alan L. de; GENARO, Odair; LINARDI, Pedro M. Parasitologia Humana. 
11. ed. Rio de Janeiro: Atheneu. 
 
REY, Luís. Parasitologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. 
 
A fontes da imagem que ilustram o Trofozoíto de Trichomonas é do livro texto de Parasitologia 
Médica (REY, 2008). As demais estão referenciadas em cada slide e podem ser conferidas em 
https://commons.wikimedia.org/. 
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VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? 
 
 
Características morfológicas de 
Leishmania sp; 
 
Ciclo biológico do parasito; 
 
Medidas profiláticas para a quebra 
do ciclo do parasito; 
 
Patogenias causadas pelo 
protozoário Leishmania sp. 
AVANCE PARA FINALIZAR 
A APRESENTAÇÃO.

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