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Direito Civil P2 Obrigações Solidárias – art. 264, CC. Fica claro que a obrigação é solidária. Não depende se o objeto é divisível ou indivisível. Fica claro que é solidária. Caracteriza-se a obrigação solidária pela multiplicidade de credores ou devedores, tendo cada credor direito a totalidade da prestação como se fosse único. Características: Pluralidade de sujeitos – mais de um credor ou devedor / não há solidariedade sozinho. Multiplicidade de vínculos. Unidade de prestação. Corresponsabilidade dos interessados – se um não pagar, o outro terá que responder. “In solidum”. Diferenças entre: Solidariedade Indivisibilidade Um dos devedores poderá pagar a dívida sozinho Cada devedor deve a sua quota parte Não deixa de ser solidária caso se resolva em perdas e danos Deixa de ser indivisível Advém da lei ou do contrato Resulta da natureza da coisa Tem a função de reforçar o direito do credor – menor probabilidade de o credor não receber Tem a função de tornar possível a realização unitária da coisa Princípios da Solidariedade 1. Inexistência da solidariedade presumida (art. 942 § único e Sum. 492 STF). Lei/contrato 2. Possibilidade de a solidariedade não ser igual para a pluralidade de sujeitos (266). Contratual/extracontratual – continua solidária. Espécies de Solidariedade Ativa ou de credores (268). Passiva ou de devedores Recíproca ou mista Solidariedade Ativa: Cada credor pode individualmente, cobrar a dívida toda (267). O devedor comum pode pagar a qualquer credor (268). a) Exceção: litisconsórcio ativo e ação de cobrança. Falecimento de um dos credores solidários deixando herdeiros (art. 2019, CC) Exceto: - Um herdeiro - Agirem conjuntamente - Prestação indivisível Conversão da prestação em perdas e danos (271) Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade. Direito de Regresso (272) O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba. Solidariedade passiva: Não precisa de autorização do outro; Devedores; a) Relação dos devedores com o credor (275; 277). b) Relação dos devedores entre si (283). Efeito da morte de um dos devedores (276, 1792 1ª): Herdeiro só responde quando houver herança. Consequência do pagamento parcial e da remissão (277, 284, 272). Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada. Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente. Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba. Renúncia da solidariedade (282,283) a) Absoluta b) Relativa c) Expressa d) Tácita Renúncia ≠ Remissão Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores. Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais. Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores. Impossibilidade da prestação (279) Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado. Responsabilidade pelos juros (280) Incidência de juros Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida. Relação dos co-devedores entre eles (283) Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores. Insolvência (284) Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente. Obrigação Natural Obrigação imperfeita; desprovida de exigibilidade jurídica. Casos de obrigação natural: a) Dívidas prescritas (882) Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente inexigível. b) Dívidas de jogo (814) Art. 814. As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas não se pode recobrar a quantia, que voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha por dolo, ou se o perdente é menor ou interdito. Principais Efeitos Validade do pagamento Irrepetibilidade do pagamento Obrigação do meio, de resultado e de garantia: Meio: o profissional não garante o resultado, mas faz o possível; só o profissional não pode garantir sozinho o resultado; Resultado: precisa garantir o resultado; ex: cirurgião, engenheiro; Garantia: banco / instituições financeiras / garante a devolução do bem independente do que aconteça. Obrigação de execução instantânea, deferida e de execução continuada: Instantânea: se cumpre num único ato (pagamento a vista); nasce e morre num único ato; Deferida: ocorre num único ato, mas a entrega se dá em tempo diverso; Continuada: se prolonga no tempo; ex: fornecimento de um produto por um ano. Obrigações condicionais: Art. 121, CC. Suspensiva/resolutiva; Obrigação a termo: Subordina o exercício a evento futuro e incerto. Inicial / Final. Obrigações modais ou com encargo: Pode ser uma condição suspensiva/ subordina a eficácia. Pode ser um encargo – ex.: doar e exigir algo em troca. Obrigações líquidas e ilíquidas: Líquidas: valor certo, específico. Ilíquida: não tem valor específico; precisa atribuir/liquidar valor para cumprir; Obrigações principais e acessórias: Principal: Existe por conta própria; Acessória: Só existe se houver a principal; Transmissão das obrigações Alteração na relação obrigacional – na figura do credor ou devedor. Cessão de crédito; Cedente – Cessionário – Cedido Passar o direito de receber o crédito a outra pessoa. Requisitos: Objetivo Capacidade Legitimação Espécies: Convencional – houve um acordo de vontade entre as partes. Legal – a cessão de crédito foi estabelecida pela lei. Art. 283. Judicial – o juiz determina que seja realizada a cessão de crédito. Responsabilidade do cedente em relação ao cedido: Pro soluto: significa que o cedente só garante a existência da dívida, não respondendo, no caso de insolvência do cedido. Pro solvendo: significa dizer que o cedente, além de garantir a existência da obrigação, ele responde pela insolvência do cedido. Notificação da cessão de crédito (290): É preciso notificar ao cedido (seu devedor) a quem deve pagar. Expressa: fica claro (de forma escrita ou falada) para o devedor a quem ele deve pagar; Presumida: o cedido tomou ciência espontaneamente; Judicial: no curso do processo; Extrajudicial: notificação expressa, na qual a parte interessada da ciência na cessão. Assunção da dívida ou cessão de débito (299 a 303): Cedente: quem está passando a dívida ao devedor; Cessionário:terceiro, quem recebe a dívida; Cedido: credor; Característica: Concordância expressa do credor. Espécies: Contrato entre terceiro e credor – expromissão: a) Contato direto entre cedente e o credor. b) Efeito liberatório, desta forma o cedente não tem mais obrigação. Contrato entre terceiro e devedor – delegação: a) Efeito cumulativo b) Gera obrigação entre cedente e cessionário (devedor e terceiro). Cessão de contrato: Cedente (contratante que está transferindo sua posição contratual); Cessionário (terceiro, que está assumindo a posição). Cedido (o outro contratante). Necessidade de concordância do cedido. Adimplemento e extinção das obrigações Pagamento Espécies: Modo normal: Ajustado / sem alteração na estrutura da obrigação. a) Direto – entregar sem alterar b) Indireto – se ocorrer consignação em pagamento ou dação em pagamento. Dação em pagamento – troca de um objeto pelo valor equivalente. Caso o credor coloque algum obstáculo ao pagamento. Modo anormal: a) Impossibilidade de pagamento sem culpa – não houve pagamento, mas ainda sim extingue a obrigação e o devedor é considerado adimplente, ainda que não tenha ocorrido o cumprimento da obrigação. b) Prescrição. c) Novação ou compensação – (renovar a dívida – novação). Poderá ser efetuado: a) Voluntariamente b) Por execução forçada – via judicial Requisitos: a) Existência de um vínculo – existir de fato um débito b) Intenção de solve-lo – efetuar o pagamento. Pagamento efetuado por pessoa interessada (304): Interesse jurídico no pagamento. Pagamento efetuado por 3º não interessado (304, § único, 305, 306) Para efetuar em nome próprio – consignar. Elidir – evitar. Validade do pagamento (art. 308, 2ª parte) Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito. Pagamento ao credor putativo (309): Tinha aparência de credor, mas não é. Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor. Prova do pagamento: Quitação (319) – recibo. Art. 319. O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o pagamento, enquanto não lhe seja dada. Requisitos (320). Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante. Parágrafo único. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá a quitação, se de seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a dívida. Presunção de pagamento 1ª. (324). A entrega do título ao devedor firma a presunção do pagamento. 2ª. (322). A quitação da última estabelece a presunção de estarem solvidas as anteriores. 3ª. (323). Se receber sem o ajuste de juros, não pode cobrar somente os juros depois. Lugar do pagamento (322): Convenção das partes a) Quérable (quesível) – solicitado domicílio do devedor, a dívida será paga no domicílio do devedor. b) Portable (portável) – domicilio do credor. Determinação da lei (328) – a lei sempre dirá o lugar, em relação a tributos. Existência de mais de um lugar – quem escolhe é o credor. Tempo do pagamento (331, 332, 333) a) Pode o credor exigir pagamento imediato, se a data não foi ajustada. b) Condição – data do implemento da condição. Pagamento em consignação (334, 335) Depósito do valor judicialmente para não ficar inadimplente. Dação em pagamento (356 a 359) Troca do objeto. Novação (360 a 367) Renovar a dívida. Espécies: a) Objetiva – acaba com a anterior e cria uma nova – I. Objeto principal – muda o objeto. II. Natureza – Pode alterar a natureza. Ex.: Passa a ser obrigação de fazer o que antes era obrigação de dar. b) Subjetiva – extingue a anterior, cria a nova, alterando os sujeitos. Pode ocorrer em duas hipóteses: cessão de crédito e débito. c) Mista – Muda o objeto, natureza e sujeitos. Compensação (art. 368). Total ou parcial; Se em dinheiro ultrapassar 50%, não é compensação.
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