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CONTESTACAO ROBERTO (1)

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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CÍVEL DA COMARCA DE 
RECIFE/PE. 
 
 
 
PROC. Nº 
 
 
ROBERTO, devidamente qualificado nos autos da AÇÃO DE 
RESCISÃO DE CONTRATO DE LOCAÇÃO DE IMÓVEL C/C TUTELA DE 
URGÊNCIA, proposta por PEDRO, através da Defensoria Pública, vem perante 
Vossa Excelência, “opportune tempore”, apresentar sua CONTESTAÇÃO, ao 
efeito, arguido para tanto os fato e fundamentos a seguir explanados: 
Inicialmente, afirma o Requerido para os fins do Art. 4º da Lei 
1.060/50, com a redação dada pela Lei 7.510/86, estar desempregado, de 
modo que não possui recursos financeiros para arcar com as custas do 
processo e honorários de advogado, sem prejuízo do próprio sustento e de sua 
família, requerendo assistência judiciária gratuita nos termos da lei. 
DOS FATOS 
Alega o Contestado em sua Peça Vestibular que o Contestante 
atrasou um mês de aluguel no valor de R$ 500,00 (Quinhentos Reais), 
acrescido de multa moratória de 10% e juros de mora de 1% ao mês, requereu 
ainda o recolhimento do IPTU atrasado, o pagamento das contas de água e 
energia devidas, bem como, multa pelo descumprimento contratual 
correspondente a 03 (três) meses de aluguéis e, como tal, a perda da caução 
depositada em poupança no ato do Contrato no valor de 04 (quatro) meses de 
aluguéis. 
 
PRELIMINARES 
Inicialmente, antes de entrar no mérito da questão, cumpre 
salientar que a presente demanda deve ser extinta, sem resolução do mérito, 
nos termos do artigo 337, II e XII do Código de Processo Civil, pelos 
seguintes motivos: 
 
a) DA COMPETÊNCIA RELATIVA (ART. 337, II DO CPC) 
A demanda foi proposta em foro diverso da localização do imóvel, 
objeto da ação, posto que o contrato de locação ainda que não tenha elegido o 
foro, pertence à jurisdição da Comarca de João Pessoa/PB, local também de 
residência e domicílio do demandado, portanto, trata-se de incompetência 
territorial a Comarca de Recife em razão da inviabilidade para o Réu ter 
acesso à Justiça responder aos autos do processo. 
Dessa forma, requer seja reconhecida a preliminar de 
incompetência relativa e, como consequência, a remessa dos autos ao Juízo 
competente, ou seja, Comarca de João Pessoa/PB. 
DA INDEVIDA CONCESSÃO DA JUSTIÇA GRATUITA (ART. 337, XII DO 
CPC): 
O Requerente em sua inicial pediu a concessão do benefício da 
assistência judiciária gratuita, alegando não ter condições de arcar com as 
custas processuais sem prejuízo a sua subsistência, pleito acatado por esse 
Juízo; 
 Sucede que, na verdade, o Requerente é possuidor de mais 06 
(seis) imóveis todos locados, sendo: 02 (dois) em João pessoa/PB e 04 
(quatro) em Recife/PE, portanto, é temeroso que um cidadão com tamanha 
fortuna declarar que não reúne condições para suportar as despesas 
processuais, camuflando a real situação financeira inclusive ensejando proveito 
econômico com a satisfação da tutela. 
Desta forma, PRELIMINARMENTE, requer seja REVOGADO 
o benefício da justiça gratuita concedida à parte autora, ao teor do parágrafo 
único do artigo 100, do CPC, por ser medida de justiça e de Direito e razão não 
há para ele se beneficiar do instituto em detrimento de quantos necessitados e, 
também, impedir a banalização do benefício. 
DO MÉRITO 
 Superadas as preliminares, às quais espera-se pelo acolhimento, 
passa-se a arguir o mérito da pretensão do Requerente em face do Contrato de 
Locação do Imóvel buscando pela rescisão, expedição de liminar para 
desocupação do imóvel, pleiteando a condenação do Requerido no pagamento 
do aluguel atrasado em um mês, no valor de R$ 500,00 (Quinhentos Reais), 
acrescido de multa moratória de 10% e juros de mora de 1% ao mês, como 
também, a perda da caução depositada em poupança no valor de quatro 
meses; 
 Primeiramente, necessário se faz esclarecer que o Requerido 
celebrou contrato de locação de um imóvel residencial localizado na Cidade de 
João Pessoa/PB, no prazo de 12 (doze) meses. Na época, foi exigida uma 
caução para garantia do pagamento dos aluguéis equivalente ao valor de 04 
(quatro) meses de aluguel, ou seja, R$ 2.000,00 (dois mil reais), depositados 
diretamente na conta poupança do Requerente; 
 Não obstante, referido contrato, ficou convencionado em cláusulas 
expressas de multa equivalente a três meses de aluguel caso descumprimento 
do Contrato, bem como, pagamento de juros de 1% (um por cento) ao mês e 
multa moratória de 10% (dez por cento) a cada parcela de aluguel em atraso. 
Entretanto, não existem disposições a respeito de pagamentos referentes ao 
consumo de água, luz e IPTU. 
 É intempestiva e abusiva a pretensão do Requerente para considerar 
descumprimento de contrato em razão do atraso de apenas um mês quando se 
encontra em seu favor um depósito de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a título de 
caução equivalente a quatro meses de aluguel depositado em caderneta de 
poupança para evitar a desvalorização da moeda e a sua perda em 
decorrência da inflação, assim estabelece a Lei do Inquilinato. 
 A Lei Federal nº 8.245/1991, que rege as locações urbanas, 
estabelece os instrumentos da caução, da fiança, do seguro de fiança locatícia, 
cujo objetivo nada mais é do que garantir o proprietário do imóvel de eventual 
falta de pagamento do locatário, que deve ser paga no início do contrato de 
locação e não pode ultrapassar valor equivalente a três meses de aluguel 
(artigo 38, §1º, da Lei nº 8.245/1991). 
 Ademais, o Requerido está em mora em apenas 01 (um) mês em 
razão de estar desempregado, o que não justifica sua demanda impondo 
despejo e aplicação da penalidade sobre a perda da caução. O contrato de 
validade de 12 meses e, dessa conjuntura, extrai-se que ainda tem em favor do 
inquilino dois meses e o Locador deveria, no máximo, comunicar seu 
desinteresse para renovação do contrato e estabelecer prazo para 
desocupação do imóvel. 
 Com efeito, os valores dos aluguéis se encontram à disposição do 
Requerente junto à sua própria conta poupança, de forma a isentar sua 
responsabilidade quanto ao descumprimento contratual; 
 Ressalte-se ainda, que, apesar de não haver estabelecido no referido 
contrato de locação, a presença de cláusulas estipulando possibilidade de 
indenização, ou não, de benfeitorias realizadas no imóvel pelo locador, 
entretanto, há de convir que o imóvel deve oferecer segurança e conforto ao 
inquilino, dentro das possibilidades e proporcionalidades que lhes são 
oferecidas, sejam prementes e desnecessárias a previa autorização. 
 Assim, as benfeitorias necessárias que têm como finalidade a 
conservação do imóvel, ou evitar que se deteriore, como por exemplo, o 
telhado da casa que o Requerido teve que gastar R$ 2.000 para refazer que 
estava repleto de goteiras. Razão de requerer seja considerado para incluir na 
dívida contida no aluguel do imóvel, pelo que apresenta nos autos o recibo 
para comprovação do alegado. 
 A leitura do Art. 396 do Novo Código Civil espanca qualquer dúvida: 
“não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este 
em mora”. 
Nesse sentido, é o entendimento do Egrégio Segundo 
Tribunal de Alçada Civil do Estado de São Paulo. 
DESPEJO - Falta de pagamento - Mora - Culpa inexistente do locatário 
- Descaracterização. No despejo por falta de pagamento, a mora não 
se caracteriza quando o inquilino não perfaz o pagamento por desvio 
de procedimento ou por culpa de terceiros. (2º TAC-SP - Sétima Câm. - 
Apel. c/ Rev. nº 313-479-8-00 - j. de 05.02.92 - v.u. - Rel. Juiz Guerrieri 
Rezende - JTA 136/271). 
Vale notar que a pretensão deduzida na inicial é a extinção da 
relação contratual locatícia existente entre o Requerente e o Requerido. 
Contudo, a inicial não está instruída com o contrato de locação. 
DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS FINAIS 
 Isto posto, requer seja declarado por Vossa Excelência, 
incompetência relativa, nos termosdo art. 337,II, em razão da localização do 
imóvel ser diversa ao da jurisdição dessa Comarca, o que dificulta o acesso à 
Justiça do Requerido, pelo que requer a remessa dos autos para a Comarca 
de João Pessoa/PB, local de residência e domicílio do Requerido; ou não 
sendo esse vosso entendimento, requer sejam julgados improcedentes os 
pedidos de rescisão de contrato de locação e cobrança de aluguel, bem como 
pagamento de consumo de água, luz e IPTU. 
 
 O Requerido, fundamentado no § 3º do art. 343 do Código de 
Processo Civil, se habilita para propositura de RECONVENÇÃO em face do 
Autor da presente demanda, para requerer que: 
 Seja o Requerente compelido a considerar os gastos realizados pelo 
Requerido no valor de R$ 2.000 para refazer o telhado que estava repleto de 
goteiras, por se tratar de benfeitoria necessária, conforme recibos em anexo; 
 Seja, ainda, o Requerente compelido a apresentar o débito do 
inquilino e apresentar extrato da conta poupança referente à caução 
depositada para dar quitação da dívida e, no fim do termo contratual, 
estabelecer prazo razoável para o inquilino desocupar o imóvel. 
 Provará o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, 
especialmente pelo depoimento pessoal do requerente, oitiva de testemunhas 
oportunamente arroladas, juntada de documentos, perícias, etc. Protesta por 
outras provas. 
 
 
Nesses termos, 
pede deferimento. 
 
Local e data 
ADVOGADO 
OAB

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