Buscar

Caderno de Economia Brasileira II 3ª Parte

Prévia do material em texto

Caderno de Economia Brasileira II
Natália Cunha – F5-501
8654-5719/natalicn@msn.com
 Incompleta - Aula 06 – 08/11/2010
Nesse tema, a proposta é apresentar a vocês a política econômica pós plano real e com isso eu estou querendo dizer que nos vamos olhar a política econômica do governo Lula. 
Tem toda uma discussão se a política do plano real realmente acabou com o governo FHC ou se essa política continuou no governo Lula, (eu acho que sim) mas também é certo que o instrumental utilizado permaneceu. Mas vai haver uma série de mudanças. Por isso que com o meu raciocínio histórico eu encerro o plano real com o governo FHC. No entanto nós vamos ver que o continuou nos termos de instrumental da política econômica.
A proposta é identificar, inicialmente, como que a oposição ganhou as eleições.
Espero que possam ao final desse tema, identificar as principais características do governo Lula, sendo a aula de hoje voltada para o período 2003-2008. Na próxima aula o período 2008-2010. Mas que sejam capazes também de fazer uma avaliação do que foi a política econômica do governo nesse período (2003-2008). O tema é importante, pela oportunidade que nos temos de lançar o olhar sobre a política econômica do atual governo, diferente de outras realidades que estamos analisando, realidades que nós não vivemos.
O que já sabemos?
Sabemos que no período de 1961 a 1989 não houve eleições diretas em nosso país. 
Falta Aula 04 – 27/10/2010
Tema: A balança comercial brasileira: Evolução e Perspectiva.
- Considerações iniciais
O plano real adotou uma infinidade de medidas, A URV, a abertura econômica, ancora cambial, ancora dos juros, ancora verde, sistema de metas para a inflação. Nesse esquema vimos que a combinação de ancora cambial e abertura econômica provocou o aumento da demanda por produtos importados. É justamente isso que está por traz do comportamento da balança comercial brasileira, depois do Plano real.
- Os números e as preocupações
Na primeira tabela
1980 – tenho um déficit na balança comercial de quase 3 bilhões de dólares, influenciado pelo valor das importações devido ao preço do petróleo, lembrando que em 1979, houve a segunda crise do petróleo.
1981 – a situação se reverte, há uma diferença de quase 4 bilhões de dólares. Mas é importante lembrar que o ano de 81 foi um ano de recessão, o que ajuda a explicar o baixo nível de atividade, a baixa demanda por importações, está associado também ao baixo consumo interno, sobrando mais para se exportar.
1982- o saldo diminui, ainda em função dessa recessão, mas 
1983 aumentam muito, mesmo sendo o ano de 83, um ano com crescimento negativo do PIB.
1984 - A partir desse ano, o valor das importações é decrescente, o que tem a ver com estabilidade do barril de petróleo, mas as exportações crescem muito, o que tem a ver com a recuperação da economia mundial, com o aumento da demanda externa, o que aumenta as exportações brasileiras por via de conseqüência.
1986 – As importações caem, e aqui já é possível se identificar a influência do plano cruzado.
1987 – As importações voltam a subir.
Na coluna do Saldo, a partir de 86 o saldo volta a subir e depois 8, 11, 19, 16. Depois vem 10, em 1990, Plano Collor, Depois 15, 13... Ou seja, em 1994 há um superávit na balança comercial de 10,4 bilhões de dólares. Mas nos anos seguintes, de 1995 a 1998, a tendência é de déficits negativos crescentes. Seis anos consecutivos, a partir do primeiro ano do plano real, foram registrados saldos negativos. Isso fez com que se começasse a levantar dúvidas, sobre essa situação. Quando os saldos negativos crescentes na balança comercial, surgiram questionamentos como: será que o déficit comercial se constituirá numa ameaça ao plano real, ou será que o país conseguirá conviver com essa situação de déficit. 
- Como pagar e como diminuir os déficits?
É possível viver com déficits na balança comercial, contanto que tenham superávits nas outras contas do balanço de pagamentos, de forma que torne esse ultimo, superavitário. Como reverter situação de déficit? Podem-se aumentar as aumenta as exportações, ou diminui as importações, ou faz uma mistura dessas duas ações. Se a decisão for de atuar sobre as duas variáveis, a outra decisão que se deve tomar é a força do impacto, ou se deseja um impacto forte ou um mais diluído no tempo. 
Na economia brasileira, para estimular as exportações, até dezembro de 1998 o governo vinha descartando categoricamente a hipótese de fazer uma desvalorização do real, pois esta melhoraria tanto as condições de exportação, como inibiriam as importações. Mas o governo preferiu escolher um caminho que estava sendo trilhado pela economia chilena, que criou capacidade para exportar. Aumentou sua produtividade, para aumentar a sua competitividade no mercado externo. No caso do Brasil, criar a capacidade para exportar, significava aumentar a produtividade, via redução de custos, o que vem a se chamar Custo Brasil. Ou seja, passava pela desburocratização da exportações pra diminuir os custos de exportação, passava pela melhoria dos transportes, do armazenamento, dos portos. Passaria pela redução da carga tributária que incide sobre os produtos de exportação, que em ultima instancia passaria pela reestruturação produtiva, como um caminho para aumentar a produtividade e a competitividade.
Para atuar sobre a redução das importações o governo também descartava a hipótese de desvalorização do real e preferiu colocar o pé no freio, diminuir o nível de atividade. Quando se diminui o nível do crescimento econômico, diminuem-se as importações, num primeiro momento, as importações que estão sendo feitas para a industria de transformação, máquinas, equipamentos. E num segundo momento terá os desdobramentos para a queda das importações no consumo final, porque se diminui o nível de atividade, posteriormente o nível de emprego, cai a massa de salários, o nível de consumo interno cai, inclusive o consumo atendido pelas importações. Ocorre que o governo deveria estar atento para não fazer como o cavalo inglês. Cavalo muito caro, com custo de manutenção muito alto. O proprietário foi diminuindo a ração, pra diminuir o custo até que o cavalo morreu. É preciso cuidado pra corda não arrebentar, mas essa alternativa de inibir o nível de atividade, poderia ser complementada por ações sobre o consumo interno diretamente, inibindo o consumo, aumentando a taxa de juros, diminuindo prazos do financiamento, enxugando a liquidez do mercado. Só que essas medidas sobre a contenção do nível de atividades e sobre a contenção do nível de consumo já haviam sendo aplicadas. Então o governo deviria pensar bem, porque essas medidas teriam que ter um limite.
Até porque essas medidas tem impacto no nível de satisfação das famílias, e isso tende a repercutir na avaliação que as pessoas fazem da eficácia do governo. 
1998 – É ano eleitoral, não é ano de abrir a caixinha de maldades.
A grave situação só não era pior porque o nível de atividade já era baixo. Quando olho para as taxas do PIB brasileiro, em 1995 cresceu 4.2%, 1996 2,7, em 1997 3,2, em 1998, 0,13%. Se essas taxas fossem muito altas, considerando o grau de abertura do país, era de se esperar que as importações fossem maiores do que as importações que estão aqui registradas. Era de se esperar um desequilíbrio maior da balança comercial.
Por força da combinação desses dois instrumentos, abertura econômica e ancora cambial, aumentou muito as importações brasileira. Houve um aumento na participação dos produtos importados com relação ao total, na industria de transformação. Apenas nos setores automotivos, no setor de tecidos sintéticos, no setor de brinquedos, houve queda do coeficiente de importação, porque esses setores sentiram muito o impacto da abertura econômica. O setor automotivo, passou a importar peças de diferentes países, e com isso a industria nacional apelou ao governo. Porque se não houvesse nenhuma, medida de proteção, elas quebrariam, e desempregariammuitos trabalhadores. O setor têxtil sofreu demais com a concorrência dos produtos chineses, aconteceu com o setor de brinquedos (Estrela, Troll) passaram a perder competitividade para os produtos chineses. E aí pressionaram o governo e conseguiram que este colocasse barreiras protecionistas. No setor automotivo a barreira foi a dos impostos sobre a importação, aumentou para 70%. No setor têxtil e de brinquedos, o governo mexeu na cota, diminuiu a cota de importações. Isso nos remete, a uma discussão que para muitos está acabada, mas que ainda não está. 
- Uma questão: abertura econômica ou protecionismo de mercado?
Deve-se ou não fazer a proteção do mercado interno.
Favoráveis: Todos os países hoje desenvolvidos, foram fortemente protecionistas. Os estados Unidos foi fortemente protecionista no século XIX, a Inglaterra foi no século XVII, a Alemanha no século XIX, XX, o Japão no século XX. E esses países foram e são protecionistas. A começar pelos Estados Unidos, que é tido como um país liberal, mas que foi extremamente protecionista. O seu crescimento no século XX está muito associado ao seu protecionismo no século XIX, mas. O caso do Japão. Este país na década de 60, protegeu sua industria automobilística. Os Estados Unidos com uma tradição na indústria automobilística, as grandes poderosas, maduras indústrias automobilísticas norte-americanas, queriam entrar no mercado japonês. O que não foi permitido pelos, japoneses, que argumentavam que sua industria automobilística não estava pronta, não tinha a mesma competitividade. Quando chega na década de 70, e acontece a crise do petróleo, o modelo padrão do automóvel americano não se enquadrava nesse contexto de crise, eram automóveis grandes, com alto consumo de combustível. Os automóveis dos japoneses já eram menores, compactos, com baixo consumo de combustível. Com isso o Japão se sentiu pronto o bastante para competir, ganhando, desta forma, boa parte do mercado internacional. O que teria acontecido com a indústria japonesa, se o mercado tivesse sido aberto? A industria norte-americana teria dominado o mercado japonês e a industria japonesa não teria sobrevivido. O caso do MERCOSUL é outro exemplo, onde se dá um tratamento diferenciado para os países membros e outro tratamento para os países que não são membros, então em última instância é possível entender o MERCOSUL como uma proteção ao mercado desta região apenas para os países que são membros. E o que se observa é que o fluxo de comercio aumentou muito entre a região desses países. 
Contrários: O protecionismo torna as empresas menos competitivas. Elas não competem, porque estão protegidas, por barreiras tributárias ou por cotas, então elas não procurarão competitividade. O único modelo operacional atual na economia mundial seria o modelo que contemplaria mercados abertos, moedas fortes e economias estáveis. Esse mercado preciso de uma economia aberta. O protecionismo cria outros problemas pela frente, de ordem política. Uma vez colocado, há dificuldades de removê-lo. Outro problema é que tende a inibir o investimento, elas não se sentem estimuladas a investir para obterem, produtividade, competitividade e essa situação de não investimento segundo os críticos está na contramão do mundo moderno, globalizado.
No caso brasileiro, os que são contrários a proteção do mercado afirmam que coeficiente de importação ainda é muito baixo. Os que são favoráveis, dizem baixo, mas a participação vem crescendo muito nos últimos anos.
Devemos ou não? O grande argumento contra: torna as empresas obsoletas, não estimula o investimento e a competitividade, prejudicando a sociedade, que não terá acesso a produtos em maior quantidade e qualidade. No Japão, houve proteção, mas quando a economia estava em condições de competir, ela entrou no mercado internacional. Deve sim se fazer a proteção circunstanciada. Não é a proteção indiscriminada. Qual tipo deve ser feito? A proteção as empresas mais jovens, as empresas que não tem capacidade de competir no mercado interno com empresas maduras. Não proteger essas empresas, significa submetê-las a uma concorrência muito desigual. Não Advogo uma defesa indiscriminada. Deve ser condicionada. Que haja competitividade interna, que as empresas façam investimentos, façam modernizações, busquem ganhos de produtividade. Buscar grau de proteção declinante ao longo do tempo. 
- Os investimentos externos Direto e o Eq. Da balança comercial.
O governo trabalhou com a Hipótese de que ao fazer a abertura, ao privatizar, a economia brasileira se tornar uma economia de interesse do capital externo, muitas empresas viriam para o Brasil para se instalarem, comprar empresas brasileiras, se associarem as mesmas, ou seja, essas empresas contribuiriam para aumentar a produção, assim diminuiriam a necessidade de importação. Quanto maior a produção, menor a necessidade por importação. Esperava-se também que num ponto ótimo essas empresas não só atenderiam a demanda interna como também gerariam um excedente para exportação. Então daria uma dupla contribuição para o saldo da balança comercial. Seja diminuindo as importações brasileiras ou aumentando as exportações brasileiras. O núcleo de estudos da industria e da tecnologia (UNICANP) estudou essa questão. Analisou um grande número de projetos, de capital estrangeiros, de empresas que já estavam instaladas no Brasil. Chegaram a conclusão que essa hipótese, que o governo trabalhava, não se confirmaria. Que essas empresas poderiam contribuir para a melhoria da balança comercial. Muito pelo contrário. O efeito que se esperar é o de agravar o déficit da balança comercial. Encontraremos analisando a tabela três.
1989 – do total dos investimentos, 6,9 dos investimentos iam para o setor agrícola, 71,1 para o setor industrial e 23 para o setor serviços. 
1998 – do total dos investimentos, o setor agrícola recebia 0,6 % de investimento, o setor industrial 11,9% e o setor de serviços 87,5%. Em apenas nove anos houve uma mudança drástica no perfil do investimento estrangeiro no Brasil, que deixou de priorizar o setor industrial e o setor agrícola, para priorizar o setor de serviços. Se isso é certo a capacidade desses investimentos de substituir o consumo interno de importados, tende a zero. A possibilidade de eles contribuírem para a redução das importações é zero. Por outro lado, para eles ocuparem o espaço no setor serviços, eles continuavam importando muito. Portanto o efeito desse capital é muito mais no sentido de agravar a balança comercial do que de transformar em saldos positivos. 
- Situação da Balança Comercial nos últimos anos
2002- Já se recupera o saldo de antes do lançamento do plano real. Em 1993, 13 bilhões. E a partir daí há um incremento muito grande nos saldos da balança comercial. Quando volto e vejo o que aconteceu, vejo que as importações cresceram. Com oscilações, mas cresceram. Ocorre que as exportações cresceram muito mais. O que explica essa reversão, no salda da balança comercial. 
Em parte está sendo explicado pela grande desvalorização do real frente ao dólar que aconteceu, em 1999 sob o impacto dos efeitos da crise da Rússia.
Mas outros fatores também contribuíram para a desvalorização do real. 
Em 1998 – o cambio era de 1,82, em 2002 com o acúmulo dos efeitos de várias crises, o dólar chegou a quase quatro reais. E isso claro tem o efeito direto sobre as importações como para as exportações.
Outro fato tem a ver com o mercado externo. O aumento da demanda, por algumas commodities, como açúcar, soja, café, celulose, laranja, minérios, contribuiu muito para as exportações brasileiras e até alguns manufaturados. Mas houve uma combinação de aumento da demanda com aumento de preço desses produtos, e isso também está combinado com o baixo nível de atividade, exceto em 2004, o que aumenta a quantidade exportável, disponível para a exportação. Então isso explica a reversão da balança comercial.
Isso com um certo preço para a economia interna. A medida que melhoram os preços nos mercadosexternos, essa melhoria tendem a puxar os preços no mercado interno. 
- O efeito do cambio (alta do dólar) sobre a balança comercial
Quando o cambio sobe, as importações e as exportações são afetadas. E quando ele desce? A valorização do real frente ao dólar que é a situação que estamos vivendo atualmente, ela tende a reverter a situação anterior, a importações ficam mais baratas, as viagens internacionais ficam mais baratas, essa valorização do real, prejudica bastante as pequenas empresas,porque mantido o preço, elas estarão recebendo sempre menos reais pelas suas exportações. A empresa brasileira perde competitividade. Porém, num a situação como essa o produto importado fica mais barato, inclusive tecnologia, bens de capital, maquinas, insumos básicos. Isso se constitui num ambiente favorável para que as empresas se modernizem, pra aumentar sua produtividade, e terem maior competitividade, para a seqüência do processo. Reclamam muito os exportadores brasileiros, do cambio desfavorável, mas eles ficam calados, quando há uma desvalorização do real. Porque não aproveitar esse momento?
- Os possíveis efeitos da retomada do crescimento econômico
Se Brasil seguir a tendência que vem sendo observado a parti do último semestre do ano passado, poderemos assistir a uma grande taxa de crescimento. Se isso continua, é de se esperar que haja um aumento das importações, dado nosso grau de abertura. Isso poderá desequilibrar muito a BC, dependendo do cambio, mas também poderá não desequilibrar, dependendo do aquecimento da economia mundial e das suas demandas pelos produtos que nós exportamos. A economia internacional, ainda está um pouco desaquecida, em função dos efeitos da crise de 2008, muitos países não se recuperaram. 
Aula 01 – 18/10/2010
Tema: O Plano Real.
- Tabela do Índice de Preços do Consumidor Amplo da FIPE (varejo). 
Longa série 1950-2009.
Em 1950 havia inflação de um dígito, baixa. Depois foi a 11,3%, 27,3%, 19,2%. A inflação média (50-54) foi de 16,82. 
A década de 50 sofreu uma série de mudanças, o que tornou a economia mais monopolista. E monopólio tem a ver com preços. Talvez essa mudança esteja associada a um patamar de um nível superior de inflação. Brasil se insere mais na economia internacional, numa fase superior do capitalismo (monopolista), mas tem também achatamento salarial; o governo de Juscelino que empurra para frente os combates de classe.
Em 1955 vinha a inflação de 18,4%, 26,2%, 13,7%, 22,6%, 42,7% em 59. 
Início da década de 60, a inflação continua aumentando, associado à crise econômica e política vivida nos anos de 1960. Não havia ambiente para encaminhamento do problema econômico. A situação piora. Em 64, as condições econômicas pioram durante o golpe militar, mas o capital estrangeiro aumenta sua presença, pois ele vê que o problema político está resolvido. Depois a inflação reduz em 1967. Essa queda está associada ao PAEG, tanto pelas medidas conjunturais de combate a inflação de demanda quanto às reformas do Programa.
1968-73, Milagre econômico, a inflação é moderada comparada a do período anterior. Durante o Milagre Econômico foi possível taxas de crescimento com inflação relativamente moderada. A diferença com Juscelino é que não tem normalidade democrática.
1974 – Houve aumento da inflação relacionada à crise do petróleo, inflação de custos.
1979 – outro salto na inflação, devido à segunda crise do petróleo.
1983 – a inflação passa 3 dígitos.
1985 – ano do retorno a democracia, e a inflação cai de forma significativa pela recuperação internacional.
1986, Plano Cruzado. A inflação foi tecnicamente igual a zero. No entanto nesse mesmo ano houve uma inflação muito alta, maior que a inflação de 77, 78, do período de crise pós-milagre. A inflação depois foi muito alta porque o Plano Cruzado teve vida efêmera. Com o fracasso do Plano Cruzado, Bresser, da política do Feijão com Arroz e fundamentalmente com o fracasso do Plano Verão (89) aconteceu uma verdadeira espiral inflacionária. Nesse ano, eleitoral de primeira eleição direta, houve um verdadeiro caos econômico.
1990, ano de lançamento do Plano Collor. Com o fracasso do Plano, os índices voltam a ficar altos, e a inflação volta a se acelerar.
1991, com o conjunto de medidas tomadas, a inflação caiu aproximadamente ¼, o que significa certa eficácia. Mas mesmo assim o país registrou uma inflação de quase 500%. 
1992, havia grande agitação política, saída do Collor, a inflação volta a se acelerar.
1993 a inflação mais do que dobra. Esse já é o ano do governo do Itamar Franco. 
1994, a inflação ainda é de 4 dígitos, e mesmo sendo abaixo da inflação anterior, ela era altíssima. Isso porque o plano é lançado na metade no ano. A eficácia do plano real já podia ser vista na segunda metade do ano e pode ser confirmada em 1995, que traz uma inflação de 2 dígitos.
1996, 1997, 1998 a inflação continuou sua tendência de queda, em que pese as crises pelas quais passou a economia brasileira.
1999 sucumbe essa trajetória de queda devido aos impactos dos efeitos da crise da Rússia. O impacto foi muito grande, houve uma forte desvalorização cambial, o sistema de ancora cambial foi abandonado. A trajetória rápida e acentuada de queda da inflação ajudou a eleger o FHC para um segundo mandato. 
Caiu em 2000, volta a subir em 2002, explicando a derrota do Serra naquela eleição.
A partir de 2002 entra um novo governo e comparando 2003 com 2002 a inflação volta a cair e voltando a subir em 2007 e 2008 o que tem a ver com a retomada do crescimento econômico em 2007 e a crise econômica em 2008. Mas a inflação volta a estar num patamar compatível com as metas de inflação, sistema que foi implantado em 1999.
- Outros indicadores. 
Tabela do Índice Geral de Preços de disponibilidade Interna. (IGP-DI)
É uma média de outros três indicadores (IPA-DI-FGV atacado, INPC-IBGE varejo, INCC-FGV construção civil). 
Em linhas gerais que a tendência é a mesma. 
No início da década de 1980 por força dos impactos das crises ao longo da década de 70 com a inflação alta que só vai cair em 1986 depois voltando a subir em plano cruzado e seu fracasso, depois voltando a cair em 1991 assim como no varejo e em 1993 e 1994 volta a ser inflação de 4 dígitos e a partir daí tendência de queda.
A partir do Plano Real, os índices de atacado caem rapidamente de 22,79 para 6, 8, 7. No varejo é inferior a do atacado, isso porque o grau de monopólio é menor no varejo. Em 86 o tabelamento foi feito só no nível do varejo, então o monopólio continua se mostrando. O processo de abertura econômica aumentou a competitividade no varejo, mais do que no atacado. Independente do índice que se utiliza para avaliar o impacto positivo do plano real, naquela situação todos os indicadores convergem para um nível de inflação menor. É importante escolher corretamente o índice de inflação para o propósito que se persegue. No entanto, para se falar de tendência de inflação no médio prazo, todos os índices tendem a indicar queda. 
Sobre a inflação de 1994, eu tenho os mesmo 4 indicadores, com variações mensais de preços, vão caindo. O que explica os altos números no ano de 94é o comportamento da inflação nos meses do primeiro semestre, com um comportamento defensivo, pelo medo do que seria o Plano Real.
Esquema 1 – URV
Combate a inflação inercial. É eficaz no rompimento da memória inflacionária
Esquema 2 – Âncora Verde
Importantes afras agrícolas ( aumentam a oferta de alimentos, sabendo que a demanda por alimento aumentaria (aprendizado do plano Cruzado)
Esquema 3 – Âncora Cambial
Estabilização do câmbio vinculada à estabilidade. Apreciação do real. Para formar reservas ( aumenta a entrada de capital internacional (privado, especulativo, produtivo).
Quanto maior o capital especulativo, maior a vulnerabilidade da economia.
Quando há entrada de capitais internacionais na economia ( aumenta a liquidez na economia (seja por capital especulativo ou produtivo), os formadores de preço têm liberdadepara praticar preços mais altos ( Governo vende títulos ( aumenta a dívida interna.
Esquema 4 – Abertura Econômica
Aumenta a importação ( aumenta a oferta interna ( não provoca aumento de preços.
Aumenta a importação ( aumenta a competitividade ( empresas locais buscam aumentar a produtividade
Aumenta a importação ( diminui o nível de atividade, pela modernização ( desemprego
Esquema 5 – Âncora dos juros
Para frear o consumo ( aumenta os juros ( aumenta os custos de produção (aumenta os gastos públicos (serviço da dívida), o que reforça os efeitos colaterais.
Juntando todos os esquemas
A apreciação do real combinado com a abertura econômica ( aumenta o déficit na balança comercial ( há a necessidade de se usar reservas para cobrir esse déficit ( aumenta a necessidade de entrada de capitais ( quanto mais entrar capitais ( maior a liquidez ( governo aumenta emissão de títulos ( quanto mais títulos ( maior a taxa de juros ( maior a necessidade de um ajuste fiscal. ( Afeta o nível de atividade ( afeta o emprego.
A combinação tende a repercutir em juros altos, queda no nível de atividade, queda no nível de emprego. Efeitos negativos a partir de 2002 fazem com FHC não seja eleito.
Aula 02 – 20/10/2010
Tema: A questão do emprego no Brasil num contexto de estabilidade econômica e globalização 
-Considerações Iniciais
A discussão será dada num ambiente de estabilização, ou seja, pós Plano Real e num contexto de globalização, que tem a ver com a abertura econômica.
A importância do assunto:
O Brasil já há algumas décadas vem lidando com o desemprego, que é um problema presente na economia brasileira.
No âmbito teórico, a década de 70 foi palco da ascensão de uma base teórica de referência que é o neoliberalismo e também da mudança tecnológica. Passamos a ter um ambiente econômico bastante influenciado pelos postulados neoliberais e ao mesmo tempo por tudo que significou a Terceira Revolução Industrial. O mundo passou a viver num ambiente de reestruturação produtiva e também passou a viver num ambiente no qual as funções de produção passaram a ser mais intensivas no fator capital (tecnologia) em substituição ao trabalho. 
O Plano real, ficou assentado sobre um pilar neoliberal, cujos instrumentos se mostraram extremamente eficazes no combate a inflação, mas que alguns dos instrumentos por si só e/ou combinados contribuíram para o desemprego. O país passou a conviver cada vez com mais desemprego e ainda hoje as taxas não são as melhores, ainda que com as mudanças de depois de 2002.
O desemprego está muito relacionado com a questão da previdência. Quando se fala de previdência a discussão tende a caminhar no seguinte sentido: a população está envelhecendo, a previdência é deficitária e, portanto deve haver reforma da previdência. Mas existe outra visão: Há déficit por muitos gastos ou pouca receita? Pode ser pouca receita, pois há muita gente fora do sistema (desempregados e setor informal). Pode ser muitos gastos devido o grande contingente pendurado. 
Pensando nas décadas de 50, 60, 70 havia uma pirâmide etária que se caracterizava por uma base muito larga, característica de uma alta fecundidade e a ponta com pouca gente. Hoje a situação está se invertendo, fruto da queda de fecundidade de década de 1960. Esse contingente está se estreitando. E será esse pessoal que pagara a aposentadoria de quem está entrando. Portanto haverá um contingente pequeno que estará pagando para manter um contingente muito maior, o que é impossível. Se houvesse uma incorporação do setor formal contribuindo para a previdência, haveria contribuições mais que o suficiente para garantir a aposentadoria dos que já estão aposentados e ainda sobraria um excedente que sendo aplicado poderia garantir o da geração futura.
-O desemprego no Mundo e no Brasil
O desemprego tem um efeito muito destruidor dentro da família.
Já há algum tempo o mundo fala em globalização, mas este processo foi muito intensificado a partir da década de 1970, na abertura dos mercados, na necessidade de se ampliar os mercados consumidores para dar um destino à produção que surge em função dos ajustes das economias preocupadas em diminuir os custos de produção que surgem da crise do petróleo. Aumenta o custo financeiro e o mundo passa a viver com uma nova realidade. Quanto mais se produz mais é possível ser diluído esse aumento nos custos. O aumento da produtividade foi um caminho encontrado para enfrentar essa nova realidade. Além do mais pra que se tenha continuidade é preciso consumir, portanto seria preciso um mercado consumidor ativo. É nesse contexto que a globalização se intensifica e havendo, portanto, um aumento da competitividade. Ou seja, os mercados locais passaram a ser encontrados produtos do mercado interno e externo e, além disso, de áreas mais diferentes possíveis. O resultado é que algumas empresas conseguem sobreviver e outras não. O que determina que se a empresa sobreviverá será a produtividade.
	Globalização
	Competitividade
	Produtividade
Desemprego
A empresa que ficou no mercado também contribuirá para o desemprego, pois para se ter competitividade e produtividade ela terá que investir em capital (usará cada vez mais tecnologia), em substituição a mão de obra, que acabou causando desemprego. É possível fazer uma fusão, mas esta também trará desemprego. O uso cada vez mais intenso da nova tecnologia: cada vez as economias têm que crescer a taxas mais elevadas para que possam absorver os desempregados pelo uso da tecnologia.
O organismo internacional chamado OIT (Organização Internacional do Trabalho) que se debruça sobre as questões do trabalho no mundo. Já alguns anos ela vem alertando para o problema do desemprego no mundo. 
Uma taxa de desemprego de 6% é preocupante, mas por traz desse número há uma preocupação maior porque podemos identificar uma geração que chega ao mercado de trabalho com uma média de desemprego que pode ser duas ou três vezes maior que a média nacional. 
No caso Brasileiro em 1994, ano de lançamento do plano real, a taxa de desemprego foi de 5,1. Cai em 95, associada a eficácia do plano real, na medida que houve uma queda abrupta na inflação, o que repercutir no aumento de poder aquisitivo das pessoas, que aumentou o poder de consumo das pessoas, que aumentou o nível de produção, que aumento o nível de mão de obra empregada, o que contribuir para a redução do desemprego. 
É possível aumentar o número de pessoas empregadas e a taxa de pessoas de desempregadas ao mesmo tempo. A taxa de desemprego leva em consideração quem procurou emprego e quem não procurou. Pode estar aumentando o número de pessoas empregadas, mas pode aumentar muito mais o número de pessoas procurando, daí a taxa de desemprego aumenta. 
Quando o governo começa a ficar preocupado com o nível de consumo usa a ancora dos juros, e com isso começam os problemas. A taxa de desemprego de 96 supera o do primeiro ano do plano real, e a parti daí se tem um aumento constante do desemprego. Até chegar a taxa de 7,6%, que significa quase 50% maior que a taxa 94. O desemprego será um subproduto das medidas adotadas no plano real.
	Taxas de desemprego aberto (IBGE)
	Anos
	Taxas (%)
	1994
	5,1
	1995
	4,6
	1996
	5,4
	1997
	5,7
	1998
	7,6
	1999
	7,6
-Desemprego Conjuntural x Estrutural
O desemprego conjuntural oscila com o nível de atividade econômica, a relação é inversa. 
O desemprego estrutural está relacionado à estrutura produtiva, a forma como as unidades produtivas juntam os fatores de produção para gerar o bem final, ou seja, está relacionado ao uso intensivo de tecnologia, a substituição do trabalho com tecnologia. É possível aumentar o nível de produtividade ao mesmo tempo em que se aumenta o desemprego estrutural. No Brasil o desemprego estrutural ainda está abaixo dos níveis observados nos níveis mais desenvolvidos, de uso mais intensivo em tecnologia. Porém é uma realidade o fato de quevem crescendo o desemprego estrutural no Brasil. Alguns setores produtivos em que é muito evidente esse crescimento. Como por exemplo, a indústria automobilista, as linhas de montagem. Embora não tenhamos os mesmos níveis de desemprego estrutural dos outros países, este vem crescendo no Brasil. Ficam evidentes as dificuldades de se utilizar o crescimento econômico, que é a principal arma para diminuir o desemprego, porque cada vez a estrutura produtiva média nacional é intensiva em capital. O que significa que com o passar do tempo as taxas de crescimento tem que ser cada vez maiores para a geração de emprego dos momentos anteriores, onde as funções de produção eram menos intensivas em tecnologia.
-Produção, produtividade e salário
No início da década de 70, onde o Brasil aproveitava o milagre econômico, havia crescimento da produtividade, mas também havia crescimento do emprego. Produzia-se mais, com mais pessoas empregadas. Isso ajudou a explicar o milagre. Esse crescimento do emprego que permitiu a inserção de novos membros da família no mercado de trabalho, esse aumento da massa de salários combinado ao aumento do credito, viabilizou o aumento do consumo interno, que foi importante para o milagre econômico. A partir de 80, vem sendo possível aumentar o número de empresas, a produção, a produtividade, mas o número de empregos vem diminuindo. Em função dessa combinação (trilogia) há muito desemprego no mundo e no Brasil. Porém essa situação de desemprego é mais preocupante pelo fato de existir desemprego estrutural pelos outros problemas que são graves e que desencadeiam outros problemas.
-Os grandes problemas que acompanham o desemprego
-Rotatividade da Mão de obra
É a entrada e saída do trabalhador na condição de ocupado. É um problema pro trabalhador, pro empregador e pra sociedade como um todo. 
Pro trabalhador é de ordem econômica e psicológica. Quando ele sai da condição de empregado há uma interrupção no seu fluxo de renda. 
Mas também é ao patrão, porque cada vez passa a ser mais importante o treinamento do seu funcionário, que está relacionado aos ganhos de produtividade. Quando ele sai, a produtividade vai embora. Quando o empregador contrata um homem sem treinamento, ele tem produtividade menor. E isso leva prejuízo à sociedade como um todo. O trabalhador bem treinado poderia estar contribuindo para novos ganhos de produtividade, se for do interesse da empresa, ela pode transferir parte dessa produtividade para o produto, barateando os preços, vendendo mais unidades do produto, com isso a sociedade é beneficiada. Havendo rotatividade não haverá essa contribuição. A rotatividade tem uma tendência de diminuição nas grandes empresas, porque essas tendem a investir em qualificação da sua força de trabalho, por ser muito volumoso esse investimento, faz com que a empresa, mesmo em momento de crise, não dispense o trabalhador. Quanto mais a empresa investe em qualificação, menos ela tende a ser sensível aos impactos da crise conjuntural, repercutindo na despensa desse trabalhador altamente qualificado. Mas também é certo que essa rotatividade continua alta nas pequenas e microempresas. O problema é que essas empresas são as que mais empregam.
-Precarização das condições de trabalho
Pode ser entendida como a deterioração das condições de trabalho. Isso ocorre nos trabalhos temporários, biscates, bicos, trabalhos eventuais. Trabalho sem renda fixa. O grande indicador é o trabalho sem carteira assinada. Existe um grande número de trabalhadores nessa situação. Isso porque o patrão não quer assinar a carteira. Isso implica em não estar amparado pela legislação trabalhista, que assiste ao de carteira assinada. Não tem direito a férias, a 13º salário, licença médica, licença maternidade, PIS, licença paternidade, indenizações, a nada que está previsto na legislação trabalhista. 
-Aumento da exploração
Dado que existe desemprego, os que contratam a força de trabalho se sentem confiantes para explorar os seguintes segmentos:
-Do trabalho feminino
(na aula 3)
-Do trabalho infanto-juvenil
(na aula 3)
-Do estagiário
Sabendo que a taxa de desemprego é alta e olhando os anúncios de emprego, que se pede experiência, ele corre atrás do estágio. Só que o contratante, sabe que pela legislação do estágio, sua mão de obra é de baixa remuneração e ele pega uma mão de obra pura, sem maldade, sem vícios, uma mão de obra que sabe que ele fez um processo de seleção e tinha vários candidatos e o candidato sabe que pode ser mandado embora a qualquer momento devido aos muitos que tem lá. Esse candidato normalmente tem 12 anos de estudo e o mercado tende a pagar mais por cada ano de estudo. É vendido ao estagiário 2 ideias:
1 a de experiência. 
2 a empresa vai ficar com ele. E quando ficam elas farão o treinamento, às vezes nem é porque é economista. Na maior parte das vezes essas empresas promovem a deformação do profissional e não a formação, isso porque ela tira o aluno de sala de aula. 
Aula 03 – 25/10/2010
Tema: A Questão do Emprego no Brasil.
É possível compreender o desemprego no mundo e no Brasil a partir da relação globalização, competitividade e produtividade. Tem-se a existência de desemprego no mundo, que está associado a essa relação e a de que o mundo a partir de 70, com a crise do petróleo, com a alta brutal dos custos de produção puxados não só pela elevação dos preços do petróleo, mas pelos seus desdobramentos. Portanto o mundo foi buscar na terceira revolução industrial, uma forma de diminuir os custos unitários de produção. Então o mundo passou a estar sob a influência da Terceira Revolução Industrial (microeletrônica, informática e desenvolvimento de novos materiais), mas também sob a influência do arcabouço teórico neoliberal, que é o que está por trás das taxas de desemprego. Essas taxas tendem a ser bem maiores de acordo com o recorte que se faz. Como por exemplo: as taxas de desemprego tende a ser maior entre as mulheres; ou entre os que tem menos anos de estudo; para mulheres negras é maior ainda.
Quanto maior for a presença do desemprego estrutural maiores terão que ser as taxas de crescimento econômico para viabilizar a diminuição do desemprego, porque quanto mais as funções de produção forem intensivas em tecnologia menor o efeito em termos de aumento emprego a partir do crescimento da produção. O desemprego é um problema grave, pois estão associados a níveis mais baixos de consumo, a desagregação familiar, a necessidade do estado prover mais saúde, educação à sociedade, pois quando as famílias tem menos renda, elas tendem a buscar esses serviços no sistema público. Outros problemas associados aos desempregos: rotatividade; precarização das condições do trabalho (quanto menor o número de trabalhadores com carteira assinada maior a precarização); exploração do trabalho estagiário, infanto-juvenil e das mulheres.
-A mulher no mercado de trabalho
Pelas estatísticas é cada vez mais forte a presença da mulher no mercado de trabalho. Na década de 60 a participação feminina era inferior a 20%. Hoje ela é muito superior a 50%.
Por que vem aumentando a participação feminina no mercado de trabalho?
Desconfianças não-excludentes:
- Vitória Feminista: relacionada aos movimentos feministas dos anos 60, 70, 80, que passaram a organizar e sistematizar as lutas, reivindicando o direito de uma maior presença da mulher no mercado de trabalho.
- A vitória do Capital: os capitalistas passaram a entender que eles podiam se beneficiar da maior presença feminina no mercado de trabalho. Ao viabilizar uma maior oferta de emprego às mulheres, eles estariam estimulando a oferta desse tipo de mão de obra. Tal postura dos capitalistas lhes renderia dois ganhos: - aumentaria o exercito industrial de reservas, antes formados só por homem. E quanto maior o exercito industrial de reservas menor é o salário, mais o patrão poderá escolher dentro todos os melhores. O Capital poderia também ter acessoa uma mão de obra com características muitos favoráveis: mais fácil de ser conduzida, mais dócil, que tende a ser mais qualificada, ou seja, poderia pagar menos por mais que essas mulheres tivessem mais predicados. As mulheres são cada vez mais educadas, tem mais anos de estudo, estão mais presentes na sala de aula. 
- O custo de oportunidade de ficar em casa cuidando das tarefas domésticas e não ir pro mercado é muito alto. O custo de oportunidade entre ficar em casa e ir pro mercado, favorece a segunda opção (mercado), quando ela vai, libera uma vaga no trabalho doméstico.
- A queda da renda familiar. Hoje há uma sociedade de consumo e pra isso é preciso uma renda maior. A renda familiar não se mostrando suficiente para atender o consumo daquela família tende a levar novos membros da família para o mercado de trabalho (um desses membros é a mulher). Em momentos de crise conjuntural, onde o marido perde o emprego, é importante a ida da mulher para o mercado.
Hoje se assiste uma mudança no perfil da população ocupada por gênero, até pouco tempo atrás, algumas funções eram exclusivas ou da mulher ou do homem. Mas algumas funções que antigamente eram apenas realizadas por homem (Construção Civil, Condução de transporte público) hoje já são desempenhadas pelas mulheres. Algumas atividades que antes também eram exclusivamente femininas hoje podem ser identificadas no trabalho masculino, como o trabalho doméstico por exemplo. 
Talvez possa ser extremamente positivo o fato da mulher estar mais presente no mercado de trabalho. Positivo porque a mulher se torna menos dependente da renda do marido, torna-se economicamente independente do marido e isso vai permitir a mulher ter maior independência em função da vida social, na definição de suas vontades e isso permitirá que as mulheres sejam chefes de família (ou porque o casamento acabou, ficou viúva, ou porque a mulher ganha mais mesmo).
Porém esses aspectos positivos se faz acompanhar de outros negativos: 
- a mulher está cada vez mais presente no mercado de trabalho, mas isso não tem tirado da mulher a responsabilidade com o trabalho doméstico. Ou seja, a mulher continua com a dupla jornada. “O mais dos explorados dos trabalhadores explora sua mulher dentro da própria casa”. Além de desempenhar suas atividades no mercado de trabalho, assim como o homem, ao retornar para casa ela ainda tem que fazer suas atividades domésticas. Muitas vão passar, lavar, arrumar, fazer todas as tarefas que não fez durante a semana porque estava no trabalho. Mesmo aquelas que têm empregadas, vão caber a elas a administração da casa, ela vai checar se as ordens foram cumpridas, se as crianças foram pra escola, se as crianças fizeram o dever de casa, fará a lista de tarefas pro dia seguinte. Ou seja, a mulher continua com a dupla jornada.
- as mulheres recebem menos que os homens. Embora se saiba que a mulher tende a ser mais qualificada, as estatísticas confirmam que as mulheres tendem a estar mais propensas ao risco de deterioração da saúde, causado por estresse, alcoolismo, tabagismo. Esse grupo seleto que ganha mais, tende a ter mais problemas de saúde também.
(As mulheres são discriminadas também pela nossa cultura. Vivemos numa sociedade racista e machista)
- As mulheres são vítimas de constrangimentos, seja no transporte coletivo ou de seus superiores. 
Esses problemas da dupla jornada e dos constrangimentos também já foram identificados afetando a mão de obra masculina. Vem crescendo a participação masculina nas atividades domésticas, seja buscando o filho no colégio, adiantando o jantar pra esposa, pagando uma conta. Isso pode ser uma conseqüência da diminuição do machismo como pode ser também um arranjo econômico. O homem prefere fazer, a ter que gastar algo a mais para pagar outra pessoa fazer, a fim de exercer outro consumo. O homem está cada vez menos isento da questão do assédio. Nossa sociedade está cada vez mais permissiva e liberal, então o assédio sexual está longe de ser exclusividade das mulheres, os homens também sofrem, seja por mulheres ou homens. E aí vem uma grande punição do machismo. Ou seja, a condição de trabalho dos homens também está piorando.
A mulher além da dupla jornada vai levando pro mercado qualificações que a diferenciam em seu favor em relação ao homem, mas na hora da remuneração ela ganha menos. Além dos trabalhos domésticos ela tem o trabalho para com a educação dos filhos. Socialmente a mulher tem alguns papeis que ficam mais sob sua responsabilidade. Algumas explicações possíveis para que as mulheres ganhem menos:
- O próprio machismo que discrimina e paga menos mesmo.
- A sociedade atribui alguns papeis a mulher e por força disso ela tende a ter uma taxa de absenteísmo (falta) maior que a do homem. Ela é que tendo a estar menos presente no mercado de trabalho. Além dos papeis que a sociedade impõe ela tem papeis que a biologia também impõe. A procriação tira a mulher do mercado de trabalho por determinados meses, amparada pela legislação, por cada parturição. Cabe a mulher não só cuidar da educação do filho como também cuidar dos pais. 
-Do trabalho infanto-juvenil
A legislação Mundial, a convenção 138 da OIT (Organização Internacional do Trabalho) é de 1973, ela proibia o trabalho infantil. No Brasil temos o ECA, que condena o trabalho infantil. Isso não impede que exista exploração do trabalho infantil, no mundo. No caso brasileiro, essa exploração está muito associada ao desemprego, à baixa remuneração dos adultos, do trabalho informal dos adultos. Com isso o trabalho infantil se torna uma complementação da renda do trabalho adulto, da família. O trabalho infantil é usado em boa medida como meio de sobrevivência das famílias que não tem renda suficiente para satisfazer suas necessidades mínimas. E o pior é que esse desemprego do adulto, que ajuda a explicar o trabalho infantil, e às vezes essas crianças são submetidas a condições absurdas. 
Números sobre desemprego: (Folha número 3). A tabela vai de 1983 à 2002. 
Tabela 1
Desemprego aberto: na data de referência da pesquisa, o entrevistado responder que procurou trabalho na semana anterior, ele considerado desempregado. Caso contrário é voluntário.
83: alta. Efeitos da crise dos anos 70 e a não superação desta. 
85: cai significativamente, pela melhoria dos preços externos, pela recuperação das economias mundiais, que demandam importações.
86: cai mais ainda, pelo plano real.
90: aumenta, o que tem a ver com o Plano Collor, que enxugou a liquidez e com isso as taxas de desemprego são crescentes.
93, 94, 95: cai, o que tem a ver com o Plano Real. O primeiro momento do plano real.
A partir de 95: as taxas vão aumentando, tem a ver com a utilização da âncora dos juros.
Por setor de atividade: as taxas tendem a ser maiores no setor industrial, tem relação com a modernização da tecnologia.
Tabela 2
Variação das taxas: tem como origem as regiões metropolitanas.
As menores taxas são em média: Porto Alegre e Rio de Janeiro
As maiores taxas: Salvador e Recife
Tabela 3
Distribuição dos postos de trabalhos.
Ao longo do tempo, aumenta o percentual relativo a ocupação da área de serviços e diminui sensivelmente a ocupação na industria e aumenta um pouco no comercio e diminui na construção civil. Daí sai os novos postos de trabalho. Tivemos um primeiro momento onde a maioria dos ocupados estava no setor agrícola, no modelo primário exportador, depois vem a segunda fase de migração rural urbana, onde o setor dinâmico está no setor industrial.
Tabela 4
Distribuição de pessoas ocupadas segundo a posição no mercado de trabalho.
Ao longo do tempo vai caindo o número de pessoas com carteira assinada.
Tabela 5
Taxas de desemprego aberto no mês.
Há aumento das taxas de desemprego maiores e menores.
Maiores: após fevereiro/março
Menores: dezembro
Obs.: pode acontecer de estar aumentado os postos de trabalho, pessoas ocupadas e a taxa de desemprego aumentar. A taxa é a relação que tem nãotrabalhou, mas procurou emprego. A demanda não atendida relacionada com a população, há desemprego. O contrário também é verdadeiro.
Tabela 6
Taxas de desemprego segundo IBGE e DIEESE
As taxas do IBGE estão a esquerda. E as há as do DIEESE, que é de São Paulo. 
O total de São Paulo é sempre muito maior do que o total do Brasil. Mas o que acontece aí é que as metodologias são diferentes.
Dados de 2009, retirado do jornal O Globo 24/10/2010
	Taxas de desemprego no Mundo
	Local
	Total
	Jovens
	Zona do Euro
	10,1
	19,8
	EU
	9,6
	20,2
	Alemanha
	6,8
	8,8
	Irlanda
	13,9
	28,8
	Espanha
	20,5
	41,6
	Itália
	8,2
	25,9
	França
	10,1
	24,4
	Portugal
	10,7
	20,3
São taxas elevadíssimas. Se olharmos para o seguimento dos jovens.
-Formas de diminuir o desemprego
O melhor caminho para combater o desemprego é o crescimento econômico. Parte desse desemprego pode ser explicada pelos efeitos da crise de 2008. Alguns países ainda não conseguiram se recuperar da crise. Diferente de nós que, é provável que expressemos uma taxa de crescimento considerável, só mesmo abaixo das taxas de crescimento do milagre econômico, o que será possível diminuir as taxas de desemprego. E no Brasil temos criados mais postos de trabalho, como temos melhorado a qualidade do emprego. Quanto maior o desemprego estrutural, maior terá que ser as taxas de crescimento para criar novos postos de trabalho, a ponto de se diminuir o desemprego aberto.
No entanto, olhando pra realidade brasileira, podemos pensar em caminhos complementares, somadas ao crescimento econômico. Como por exemplo, a cooperação entre capital e trabalho. O que se observa, é que capital e trabalho vem se olhando com freqüência numa perspectiva de curto prazo. Ou seja, o patrão pede trabalhador com experiência, ele não tem experiência, mas se oferece. Mas o patrão aceita o trabalhador com um salário bem baixo, que é aceito pelo trabalhador. Seria muito saudável que se mudasse essa perspectiva, que passassem a se olhar numa perspectiva de longo prazo. 
Também poderia haver uma maior solidariedade do setor público. Como tem muitos desempregados e parte deles se deve ao desemprego estrutural. Significa que parte deles não tem a menor chance de se inserirem no mercado de trabalho na sua profissão, em muitos casos porque esta acabou. A requalificação é dever do setor público. Tem o FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). 
Aula 05 – 03/11/2010
Tema: Aspectos da pobreza e da distribuição de renda e riqueza no Brasil.
Nós fomos até a aula passada olhando o texto, os gráficos e vimos no último gráfico que analisamos (gráfico 3) que seria perfeitamente possível para o caso brasileiro diminuir a pobreza se decidíssemos diminuir a concentração de renda. O 
Tabela 4: 4 indicadores de desigualdade, entre eles o Coeficiente de Gini que varia entre 0 e 1. Uns o chamam de coeficiente , por vezes aparece o índice de Gini, que é o coeficiente multiplicado por . Aqui na tabela, o Coeficiente de Gini e o Índice de Theil variam entre 0 e 1, sendo 1 significando de maior concentração. Observamos que o coeficiente de Gini está sempre muito próximo de 60. O Índice de Theil já mostra oscilações maiores, mas também muito em torno de 60 e poucos. Observar a constância dos índices e que a desigualdade ainda é grande.
Gráfico 4: os três primeiros países, vieram de blocos socialistas. Dentre os ranqueados, o Brasil está entre os 3 de pior distribuição de renda.
Gráfico 5: pelo indicador do grau de desigualdade de renda segundo a “razão entre a renda dos 10% mais ricos e a renda dos 40% mais pobres”, é explicito que o Brasil tem uma relação acima de 25, mostrando que os 10% ricos se apropriam de uma renda quase 30 vezes maior do que a renda dos 40% mais pobres. 
Gráfico 6: o Brasil também lidera o ranking, que mostra a relação 20%/20%.
Tabela 5: mostra o percentual da renda apropriada por grupos de pessoas. Há uma perversa assimetria entre a distribuição de renda.
Gráfico 8: faz uma simulação dos efeitos que o crescimento e que a redução da desigualdade têm sobre a pobreza. Para se diminuir a pobreza, pode-se usar o crescimento econômico ou a distribuição de renda. Ou as duas coisas. O que o gráfico mostra é que se usar um, o quanto equivaleria do outro. Por exemplo, no Brasil, se eu quiser tem um percentual de pobres igual do México eu posso trilhar dois caminhos, eu posso diminuir a desigualdade, passando a ter uma desigualdade semelhante a do México, ou seja, reduzir meu índice de Gini de 0,60 para 0,51. Mas se eu quiser o caminho da distribuição de renda, eu posso optar pelo caminho do crescimento econômico. Para reduzir o coeficiente de Gini de 0,60 para 0,51 corresponderia a um crescimento econômico de 2,75% por 10 anos consecutivos, contínuos. Sabemos, pela história do Brasil, o quanto é difícil manter taxas elevadas de crescimento. O que o gráfico nos mostra aqui é que a redução da pobreza via distribuição de renda tende a ser mais eficiente do que a do crescimento econômico. 
Gráfico 9: mostra a contribuição do crescimento econômico e/ou da distribuição da renda para a redução da pobreza. 
Quando reduziu a pobreza no Brasil, o que foi usado? Crescimento econômico ou distribuição de renda? Em linhas gerais, a estratégia do Brasil para reduzir a pobreza foi sempre à do crescimento econômico. A história do Delfim Neto, de primeiro fazer crescer o bolo para depois o distribuir. O que é mais eficiente para diminuir a pobreza é a distribuição de renda, mas no Brasil, sempre foi usada a via do crescimento econômico, predominantemente. Essa estratégia é chamada de anti-estratégia, uma vez que ela não é eficiente. Esse primeiro estudo, nos mostra uma situação muito perversa em que a concentração de renda além de ser muito elevada, ela é constante no tempo. Mostra também que o Brasil tem muitos pobres apesar de ter muita riqueza. Os pobres são subproduto da concentração de renda. A situação do Brasil é cruel porque desde 1500 que tem desigualdade no nosso país. Essa desigualdade persiste ao longo do tempo, e o pior é constatar que essa desigualdade persistiu ao longo do tempo apesar de mudanças estruturais. Apesar de mudanças conjunturais também. Apesar dos diferentes regimes políticos, diferentes planos econômicos, apesar de crises. 
Os estudos que foram surgindo posteriormente, foram permitindo darmos conta de que a distribuição de renda no Brasil passou a melhorar, ainda com um ritmo muito lento, muito distante do que precisaríamos alcançar para sermos um país mais justo, porém é certo que a distribuição de renda foi melhorada, e é isso que mostra o outro texto, que fala da queda recente da desigualdade no Brasil. 
Antes disso: existiria uma relação entre o desempenho escolar e a pobreza? Ao que parece sim. Nós já sabemos que a distribuição de renda afeta a pobreza. E a pobreza afeta o desempenho escolar, pela definição de pobreza: dado que não tem renda suficiente para adquirir uma cesta de produtos para suprir suas necessidades básicas, essa pessoa vai acumulando deficiências. Então a pobreza afeta o desempenho escolar. Isso sem discutir que tipo de ensino tem o pobre. Podemos admitir que a distribuição de renda afeta a pobreza, determina o grau de pobreza em boa medida. Já a pobreza afeta o desempenho escolar. O desempenho escolar afeta a ocupação, a inserção da pessoa no mercado de trabalho. Então esse desempenho, a má formação, a deficiência na formação escolar, educacional, afeta a inserção, e afetando a inserção, vai afetar a remuneração. Essa remuneração menor afeta a pobreza, ou seja, quem não tem, não se qualifica, não tem anos de estudo, vai se inserir no mercado de trabalho com uma mão de obra simples, a remuneração que vai ter não vai lhe garantir superar a linha da pobreza. A educação de qualidade, a educação pode ser uma porta para romper com esse ciclo vicioso. Não só o compromisso para com a educação de qualidade, mas mais do que isso, o compromissocom a educação de qualidade pra todos que queiram. Porque é isso que vai garantir a oportunidade de inserção e romper com esse ciclo malvado.
Nesse segundo texto, a proposta dos autores é mostrar que as reduções no grau de desigualdade também representam instrumentos efetivos no combate a pobreza. Mesmo quando o crescimento econômico é pouco ou nenhum. Estamos caminhando para desvendar caminhos novos no que diz respeito a redução da pobreza no Brasil. A partir de 2001 a pobreza no Brasil começou a diminuir muito mais devido a distribuição de renda do que ao crescimento econômico. 
Como os autores abordam o tema? Mostrar a eficiência da distribuição de renda na redução da pobreza mesmo quando o crescimento econômico é ausente ou pequeno. Vai investigar a evolução da renda dos mais pobres, no período 2001-2005 e sua relação na desigualdade. Em que medida o fato dos pobres se apropriarem mais da renda gerada contribuiu, em que grau, contribuiu para a redução da desigualdade. E faz a decomposição da taxa de crescimento da renda dos mais pobres, procurando identificar se isso se deveu a contribuição do crescimento econômico, ou as mudanças no grau de desigualdade. Por quê? Porque os mais pobres podem aumentar a sua renda, mesmo que não haja melhoria na distribuição de renda. Um crescimento muito forte pode aumentar a renda de todos, inclusive a dos mais pobres. Então, eles querem saber o que contribuiu para o aumento da renda dos mais pobres. A melhoria da distribuição. 
Então não há duvida, que reduzir a pobreza, tem que haver crescimento da renda dos mais pobres, pelo próprio conceito. E pobre por quê? Porque tem uma renda insuficiente para satisfazer suas necessidades básicas. Para tirar dessa situação, tem que dar mais renda, pode ser pelo crescimento econômico, pode ser pela distribuição. Como eu faço então pra diminuir a pobreza? Os caminhos nós já sabemos, são esses dois. E o ideal é poder contar tanto com o crescimento econômico (que aumente a renda de todos) como também com mecanismos que diminuam a diferença entre os mais ricos e os mais pobres. Pra isso, os mais pobres terão que receber mais do que os mais ricos. Então a situação ideal é ter crescimento econômico e distribuição de renda. Até para agir politicamente é mais fácil. Por quê? Eu tenderei a reclamar pouco, ou menos, [se eu que sou rico ganho mais e você que é pobre gasta menos. 
Então, o ideal seria poder contar com esses dois caminhos. Ou seja, quando se precisa aumentar a renda do pobre, para diminuir a pobreza, isso significa que se faz a opção, quando se faz a opção por mais igualdade, a única garantia que se tem é que a renda dos mais pobres tende a aumentar. Mas não necessariamente haverá crescimento da renda dos mais ricos, ou meso aumento da renda da classe media. Isso leva a discussão de uma das ‘verdades’ do chamado Ótimo de Pareto. Os autores dizem o seguinte em relação a ‘verdade’ contida na definição do ótimo de Pareto (que são melhorias na eficiência econômica que melhoram o bem estar de alguns agentes econômicos, sem piorar o bem estar de nenhum outro agente econômico.) os autores dizem que isso somente sob o véu da ignorância é possível aceitar que melhorias de Pareto e reduções na desigualdade. Não dá pra ter essas duas coisas ao meso tempo sem que haja mudanças que comprometam alguém. Pra aumentar a renda do mais pobre, sem que haja crescimento econômico, não tem jeito, tem que diminuir de alguém. 
Aula 08 – 17/11/2010
A crise não nasceu em 2008. Seguem abaixo as origens mais remotas:
- Ataque de 11 de setembro, que gerou incertezas econômicas e políticas no mundo.
- (2001-2002) Escândalos contábeis de empresas internacionais (Parmalat), gerando incerteza e desconfiança para o mercado.
- Crise das empresas “.com”, pela queda do valor das ações, quebra da bolsa Nasdaq, que comercializa ações desse tipo de empresa, o que gerou incerteza e desconfiança nesse segmento.
A combinação desses fatos levou a um ambiente de insegurança que é tudo que o capital não gosta. Desse ele capital se protege. O comandante do FED, para estimular os investimentos produtivos, diminui as taxas de juros. Com isso o custo do dinheiro fica mais baixo tanto para o consumo quanto para o investimento. O que se queria era aquecer a economia norte-americana e afastar o fantasma da recessão que se construiu a partir desses três aspectos citados anteriormente.
O setor imobiliário norte-americano se aproveita dessa queda das taxas de juros e começa a atrair compradores para os imóveis, a demanda passou a ser maior que a oferta, e a resultante disso foi o aumento do preço dos imóveis. Configurou-se um ambiente muito favorável, tanto para o comprador quanto para o vendedor, o ambiente foi de segurança. 
_______________
Ex.: Fulano não tinha dinheiro e queria comprar um imóvel. Ele pegava um $ emprestado e hipotecava o imóvel. Se Fulano não conseguir pagar, ele poderia vender o imóvel, quitar a dívida e ainda ficaria com uma diferença. Ele venderia por um preço maior do que o preço que ela comprou, porque o mercado estava aquecido. A empresa hipotecária que estava fazendo o empréstimo pra ele estava tranqüila, porque se ele não pagasse, ela tomaria o imóvel dele, venderia e pagaria. A empresa já ganha nas taxas de juros, então não poderia correr o risco de perder o imóvel”.
__________________
Algumas pessoas com mais tino comercial, viram que poderiam comprar um imóvel, vender, faturar uma grana e se dedicou a outra atividade econômica. Atitude favorecida pelo aquecimento do mercado.
Na busca por mais lucros, vendiam imóveis para pessoas que não conseguiam comprovar renda, a uma taxa de juros mais alta (Mercado Sub-Prime, de maior risco). Para piorar, as empresas começaram a negociar no mercado essas hipotecas.
__________________
Ex.: Fulano deseja comprar um imóvel, uma empresa vai financiar. A empresa negocia notas promissórias com Fulano. A empresa negocia essas notas promissórias no mercado e pega esse dinheiro. A empresa ganha 20% para isso e negocia a 15%, perdendo 5%. Mas essa empresa tem capital e negocia outro imóvel no Sub-Prime, cobrando por exemplo 30% ou 35%.
Com isso o mercado passa a ter um volume maior que nas primeiras operações diretas. Outras empresas começam a entrar nesse mercado, inclusive empresas internacionais. O mercado foi se aquecendo até que chegou o momento de boom que foi em 2005.
Em 2004 o FED passa a aumentar gradualmente as taxas de juros, pois o fantasma da recessão já não se fazia mais presente naquela economia. Com isso os custos financeiros aumentam, cai a demanda por financiamento de imóveis, cai a demanda por imóveis, cai o preço dos imóveis. Com juros maiores as pessoas tem dificuldade para honrar seus compromissos junto aos bancos e também junto as empresas hipotecárias. Aqueles que compraram títulos dessas empresas acumularam perdas, porque não receberam os ganhos esperados. A partir do momentos que o aumento das taxas de juros venham a provocam queda na demanda, queda no preço do imóvel e inadimplência está deslanchado o processo de crise que repercutirá em todos aqueles que tivessem posições em títulos sub-prime. Quando isso acontece uma crise que nasce no setor imobiliário dos estados unidos, contamina toda a economia do país. 
A construção civil tem essa característica. Tem essa facilidade de reverberar muito rapidamente os efeitos positivos, então quando há um aquecimento do setor imobiliário, há um aquecimento na demanda por trabalho qualificado ou não, aquece a demanda por uma gama enorme de insumos. O contrário também é verdadeiro. Essa crise de desconfiança imputa perdas para o setor imobiliário, gera incertezas, os investimentos se contraem, as perdas significam menos lucratividade e isso contribui para a queda do nível de atividade de setores específicos, mas também na cadeia produtiva e isso tende a contaminar toda a economia pela incerteza gerada.
Devido a globalizaçãoa crise dos Estados Unidos repercute na economia mundial. As empresas internacionais também entram nessa bolha para auferir ganhos, mas o mesmo movimento que fez com que eles entrassem nesse mercado vai levá-los ao prejuízo.
Em agosto de 2007 – foi aceso pelo PNP? (banco francês de investimento) faz um congelamento de recurso da ordem de 2 bilhões de dólares. Isso porque o banco avaliou que dificilmente receberia o pagamento dos créditos de sub-prime que eles tinham dos EUA. Então eles perceberam que iam perder, e com isso já fizeram uma reserva.
A partir de 2007 vários bancos começaram a dar problemas, como os dos EUA. E muitos tiveram que receber ajuda do governo americano. E o Lemon Brothers, que não recebeu ajuda, decretou concordata. Com isso a crise estava espalhada pelo mundo. 
Em agosto de 2008 – vários bancos em cadeia mostram que não tem capacidade de ficar no mercado, tanto nos EUA quanto no mundo. Eles estavam muito mais carregados que os bancos pelo mundo afora.
Essa crise chegou ao Brasil, mas nem de forma tão forte nem com tanta rapidez. Na medida em que os impactos foram chegando a equipe econômica foi tomando as medidas para barrar esses efeitos da crise. 
A crise chegou por vários canais
Via Bolsa de valores: A bolsa no Brasil foi afetada porque a crise mundial gera insegurança e afasta os investidores. Essas pessoas tendem a recuar nos investimentos de mais alto risco. Eles tendem a procurar as ações quando o ambiente é mais estável. As ações no Brasil caíram muito não porque houvesse desconfiança com os pilares da economia brasileira, e sim porque os investidores mais avessos ao risco, nesses momentos mesmo numa economia mais sólida, saem por motivos de segurança. Procuram aumentar suas posições em títulos do tesouro. Mas alguns saíram da bolsa de valores para realizar os lucros e cobrir prejuízos em função do sub-prime.
Valorização do dólar em relação ao real: nos momentos de crise os investidores tendem a aumentar suas posições por dólar, e aumentando a demanda, os preços sobem. O dólar, um título do governo americano é considerado um ativo com risco zero. Além disso muito capital estava investido no Brasil (especulativo) vai sair do Brasil pra cobrir os buracos lá da matriz. As empresas vão ao BC e trocam os reais por dólares, o que aumenta a demanda por dólares. O câmbio em agosto de 2008 era de 1,57. Em outubro de 2008 era de 2,40. Esse aumento tende a aumentar os preços dos produtos importados, que tendem a ficar mais caros. Estima-se que 1/3 dos produtos dos IPCA, usados no sistema de metas para a inflação sejam influenciados pelo câmbio. Então ao aumentar o dólar, via preço dos produtos importados, isso também tem efeito na inflação. O aumento do câmbio também tem efeito sobre as empresas privadas, pois as que tinham feito um empréstimo no exterior, ou que tinham feito uma compra pra pagamento futuros em dólares. Essas empresas gastarão mais reais para realizarem seus pagamentos. Mas isso terá o efeito positivo para os exportadores, pois estes estarão recebendo mais reais, mas esse efeito será contra restado pela queda da demanda internacional. 
Reservas Cambiais: Embora o Brasil já possuísse reservas enormes, que funcionava como um escudo da economia brasileira contra ataques especulativos. Mas a Economia brasileira não sofreu ataques especulativos. Sofreu em 98-99. Agora o capital especulativo não sai por desconfiança dos pilares da economia brasileira e sim por motivos de necessidade ou por filosofia de aumentar seus investimentos em ativos de menor risco. Mas certo é que quando sai mais capital internacional do que entra isso tem impacto nas reservas. A crise afetou nossas reservas.
Exportações. Em setembro de 2008 as exportações foram da ordem de 20 bilhões de dólares. Em fevereiro de 2009, era de menos de 9.5 bilhões. Com a crise caem os investimentos internacionais, cai o consumo, cai a demanda por produtos exportados, pelo brasil. 
O efeito combinado da crise, com todas essas incertezas tende a empurrar o nível de atividade para baixo, tende a diminuir o nível de Crédito, queda na produção. Quando os consumidores acham que está na hora de frear seu consumo, dadas a incertezas do amanhã, e o produtor que está na hora de frear sua produção dadas as incertezas do amanhã, as condições para uma recessão estão dadas.
Alguns setores se mostraram muito mais sensíveis à crise: automobilístico, imobiliário, bens de capital, acusaram rapidamente os efeitos da crise, isso por que esses são setores que dependem muito de financiamento. A crise está justamente no problema do financiamento e o que houve foi justamente um colapso no crédito.
Diante desses impactos, o governo brasileiro se posicionou para neutralizar os efeitos dessa crise externa na economia brasileira. O governo fez a opção de tomar medidas graduais “medidas homeopáticas”. Isso porque pacotes econômicos tinham resultados insatisfatórios. A equipe econômica queria evitar que os impactos da crise fossem menores do que deveriam ser. Por isso Lula, veio com a palavra “Marolinha”. Lula queria desarmar a sociedade como um todo. O que está compatível com tomar medidas suaves, graduais. A economia brasileira entes de falar de “marolinha” falava em espetáculo do crescimento, isso porque ela herdou um pacote também de heranças benditas e agora o pais estava preparada para o espetáculo do crescimento. Portanto o mercado interno brasileiro estava aquecido. O mercado aquecido pode se caracterizar em ambientes mais favoráveis a inflação. O governo tinha duas opções: uma de frear a inflação renunciando o crescimento. A outra seria a de evitar que a recessão se espalhasse no país, ou seja, dar continuidade ao crescimento econômico mesmo com o risco de mais inflação. Ao que parece o governo fez a opção de fuga pra frente. 
O problema é que a crise de 2008 foi uma crise de crédito e foi nesse sentido que ele atuou: aumentando a liquidez na economia, de aumentar a disponibilidade de financeiramente, aumentar o consumo, para que isso repercutisse positivamente sobre a produção. Várias vezes Lula dizia que os países não deveriam combater a crise fechando seus mercados, porque isso já havia sido feito antes e deu errado. As empresas que estavam com dificuldades para pagar seus compromissos em dólares, o governo começa a fazer leilões de dólares e com compromisso de recompra (swaps cambiais). Vendeu reservas cambiais no mercado, regulamentou via CMN para que o BC pudesse atuar em dólar as empresas que precisassem, ou em reais se precisassem. Editou uma MP para que o BB e a CEF comprassem as empresas do setor financeiro que estivessem com problema. Prorrogou taxa de recolhimento dos tributos federais; reduziu o compulsório bancário; reduziu impostos pagos pelas montadoras; reduziu o IPI sobre automóveis, eletrodomésticos, materiais de construção; reduziu o IOF; zerou o IOF para operações no mercado de capitais; abriu novas linhas de crédito para taxistas; liberou recursos do fundo garantidor de crédito, para financiar instituições que estivessem com problemas; abriu linha de crédito para exportadores, produtores rurais, pequenas e médias empresas; abriu linha de crédito para o setor agroexportador; reduziu as taxas de juros na economia, e o interessante é que algumas medidas foram seguidas pelos governos estaduais, MG e SP.
Comparação das crises.
1929x2008
Semelhanças: 
- origens externas à economia brasileira; 
- impactos econômicos, a ponto de trocar o modelo primário exportador; 
- interrupção do processo de retomada do crescimento econômico. 
Diferenças: 
- em 29 os EUA não vendia mais (mundo real) e em 2008 a crise era de especulação vinda do setor imobiliário; 
- a crise de 29 leva tempo para chegar até o Brasil e sua intensidade é muito grande, diferentemente de 2008 onde a crise chegou mais rapidamente mas também mais suave. 
- os efeitos sobre o desemprego foram muito maiores em 29 (25%) do que em 2008 (7%). A saída da crise foi com a segunda guerra(lenta), já em 2008, algumas economias já apresentavam sinais de melhora, um ano depois. 
- Em 29 não existiam instituições financeiras que funcionassem como estabilizadoras do sistema, já em 2008 elas existem, como por exemplo, a OMC, FMI, que ajudavam nesse processo de recuperação. 
- O comportamento dos correntistas também mudou. Na crise de 29, todos fizeram saques, já em 2008 não. 
- Com relação ao setor agrícola, a crise de 29 foi devastadora, o que levou ao governo dos EUA a tomarem medidas para protegerem a renda de pessoas que dependiam disso. O setor agrícola não foi tão afetado em 2008 quanto em 29.
1999x2008 (a partir da crise russa)
Semelhanças: 
- origens externas à economia brasileira; 
- impactos econômicos: abalou nossas reservas quase zeraram, o Brasil abandonou o sistema de ancora cambial, adotou sistema de metas para a inflação. Houve uma fortíssima valorização da moeda nacional. Em ambos os casos houve uma queda na bolsa de valores. 
Diferenças: 
- em 99 o Brasil sofreu uma taque especulativo, já em 2008 não. 
Surgimento de uma bolha: quando um setor está crescendo muito, isto é uma bolha especulativa, e essa tende a se auto alimentar pela especulação porque ali tem operações lucrativas. Ela pode ser vista, como se por exemplo uma economia cresce a 7 %, com uma inflação de 4%. Se houver alguma atividade crescente a 25% no mesmo tempo, ali tem bolha que atrai especuladores. 
Recessão: queda significativa no PIB para 2 trimestres consecutivos.
Depressão: quando a queda é por mais de dois trimestres.
Dentro da América latina, o Brasil foi o que menos sentiu os efeitos da crise. Devidos a alguns motivos:
- O crescimento do Brasil e da América Latina, depende tanto do mercado externo, devido às commodities. Em função da crise as exportações tenderiam a diminuir, mas o crescimento interno do Brasil dependia muito do mercado interno, que passou a sofrer com a recessão e passou a sofrer com maior desemprego devido à recessão. Com a menor entrada de capital externo no setor produtivo, com menores taxas de crescimento do PIB, menor arrecadação fiscal. Porem, o Brasil foi um país que foi pego pela crise com:
- contas externas totalmente equilibradas; 
- grande quantidade de reservas, o que lhe permitia claramente atender o aumento da demanda por dólares e adotar outras medidas como adotou; 
- aproximadamente 35% da renda dos brasileiros não foi afetada pela crise, como por exemplo os funcionários públicos, aposentados e pensionistas e até aqueles assistidos pela rede de proteção social, então o mercado consumidor interno pelo menos para este segmento estava garantido. 
- o governo reduziu a taxa Selic, com isso deixou de gastar muito com juros, o que aumentou o caixa do governo para que ele continuasse a cumprindo com seus compromissos e medidas; os países que sairão da crise mais rapidamente, foram aqueles que puderam usar o caminho do fortalecimento do mercado interno (China, Brasil, México).
Dólar valorizou muito: O dólar subiu por uma combinação de forças, porque entra menos dólares passa a sair mais, porque no momento de insegurança, as pessoas mais avessas ao risco preferem rendimento baixo com risco baixo, por isso aumentam suas reservas em dólar. Mas também porque muitas empresas, ficaram com medo do dólar subir mais ainda e passam a comprar hoje dólares para fazer uma reserva para lhe garantir um pagamento em dólar que por ventura terão que pagar daqui a uns meses, como medida de segurança, dessa forma aumentando a demanda. Não há especulação. O dólar alto afeta as empresas no país positiva e negativamente. Negativamente, afeta as empresas que tem que fazer pagamentos em dólar, que dependem de compra de insumos em dólares. Positivamente, aquelas empresas que exportam, recebendo mais reais pela quantidade de dólar que exporta.
 O governo continuou com o cambio flutuante, ou seja, o governo não interferiu no cambio. Na prática não é assim por que para evitar oscilações muito bruscas o governo vai lá em compra ou vende ao mercado. O governo não interveio fortemente, para mostrar a solidez da economia brasileira e outra que o Brasil tinha reservas que ajudavam a dar uma blindada na economia. O governo fazia pequenas intervenções no mercado no início do processo.
Grandes oscilações da Bolsa: em 89-90 a bolsa caiu por causa da crise cerca de 70% e em 91 teve alta de 200%. Essa grande concentração dos negócios da bolsa de valores em algumas empresas. Quando há uma venda/compra muito forte de ações dessas empresas (Vale, Petrobrás) que representam quase 40% do total do mercado de ações, isso influencia numa grande oscilação da bolsa. Outra explicação é a concentração de empresas com atividades em commodities. A terceira tem a ver com os capitais externos, pois há uma presença muito grande dos capitais externos. Quando acontecem fatos que justifiquem a saída/entrada em massa desse capital isso provoca uma oscilação muito grande. 
Setor Financeiro: Porque os bancos não foram afetados? Porque os bancos não entraram na bolha, portanto não tinham posição nos títulos sub-prime. Mas algumas empresas brasileiras sofreram muito como a Sadia, Aracruz, Votorantin, isso porque o cambio é uma variável de risco dessas empresas, porque elas variavam muito. Hedge. Como se você fizesse o seguro de seu carro. Você quer receber o seguro do seu carro? Não, tudo que você que é não receber. Porque se você receber o seguro é sinal de que seu carro pegou fogo ou foi roubado. Mas você paga o seguro. Vamos supor que seu carro valha $100.000. O seguro que você vai pagar 50mil, vai pagar menos, o prêmio que você vai pagar é menor, mas se roubarem o carro, você vai receber só 50 mil. Mas se não roubarem o carro você vai ganhar aquilo que você deixou de pagar ao seguro. O Hedge é a mesma coisa, as empresas fazem um seguro para suas receitas. 
Especulador: faz parte do processo, da lógica capitalista. E se não fossem eles os negócios seriam bem menores do que são. Porque o que te leva a comprar as ações de uma empresa é acreditar que ela renderá bons dividendos. A capacidade de compra dessas ações é muito pequena. O especulador não vê isso, e sim a bolha e injeta uma boa quantidade de dinheiro, muito maior do que a do que espera pela rentabilidade. Porque não se combate o especulador? Porque ele tem grande poder de influência governamental, tem muita capacidade de pressão e também pelo fato de que depois que acaba a crise, cai a fixa de que eles fazem parte do processo. São eles quem dinamizam o sistema. 
O Brasil já superou totalmente os impactos da crise. O mesmo não acontece com EUA, FRAN, ESP, PORT... A economia brasileira até como uma conseqüência dos impactos da crise em 2009, não foi imensamente afetada pela crise. Para 2010 o crescimento deverá ser uns dos maiores dos últimos anos. A próxima presidente navegará em mares revoltos e portanto não há razões para a creditar que a política econômica mudará sua posição, isso para sinalizar a ideia de continuidade. Se isso acontecer as expectativas é que chegaremos ao mercado de trabalho menos sofrido, com a competitividade característica de nossa época, mas com certeza numa perspectiva de crescimento.

Continue navegando