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resumo Teoria Geral Do processo

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Victoria Finucci 
Noções Gerais 
As normas de direito material indicam os direitos que são assegurados por lei ao 
indivíduo. O titular de um direito substancial, quando o tem violado, pode ir a juízo postular 
a intervenção do Estado para que este recomponha o seu direito lesado, fazendo-o valer. 
Para que o Estado possa efetivar o direito, é necessário um processo, um meio de 
obter a solução dos conflitos de interesses e a pacificação social. Este é o direito processual. 
1. Direito processual 
O direito processual é o ramo do direito que contém as regras e princípios que tratam 
de jurisdição, isto é, da aplicação da lei aos casos concretos pelo Estado-juiz para a solução 
dos conflitos de interesse. O Estado substitui-se às partes, trazendo solução ao litígio. 
Assim, o direito processual é instrumento da jurisdição, estabelecendo as regras que 
balizarão a relação entre o Estado-juiz e as partes no processo. Por disciplinar a relação entre 
as partes e o poder estatal, normas de processo têm sempre natureza pública; é ramo do 
direito público. 
O direito processual regula a aplicação da jurisdição — capacidade do Estado de decidir 
imperativamente a fim de encontrar solução para um conflito de interesses. 
 
2. Fontes 
As fontes do Direito Brasileiro podem ser definidas de acordo com os meios 
produção, expressão e interpretação das normas jurídicas. Assim, as normas do direito 
processual emanam das fontes que inspiram este ramo do direito e podem ser classificadas 
em fontes formais e materiais. 
Nas fontes do direito (formais e materiais), encontra-se a origem das normas 
jurídicas, assim, das normas processuais. Para os juristas em geral, as fontes formais (meios 
de produção ou expressão da norma jurídica) são o que interessa, especialmente quando se 
fala em direito processual. 
A principal fonte é a lei, em sentido amplo, a Constituição Federal, as espécies 
normativas. 
 
 
 
 
Victoria Finucci 
Fontes abstratas 
As fontes abstratas são as mesmas do direito em geral, a lei e as fontes tidas como 
subsidiárias, quais são: os usos-e-costumes e o negócio jurídico, e, para alguns, a jurisprudência 
e a doutrina. 
Além disso, também podem ser fontes da norma processual: as Constituições 
estaduais (na competência que lhes é reservada), a lei complementar, a lei ordinária, a lei 
delegada, convenções e tratados internacionais. 
 
Fontes Subsidiárias 
- Analogia: É quando julgamos pela semelhança dos fatos, aplicando a um caso não 
previsto a mesma interpretação de um similar. A analogia é vista como uma forma de 
integração do ordenamento jurídico, utilizada para preencher lacunas. 
- Costumes: O costume não é legislado, ou seja, não é produzido por um legislador. 
É fruto de usos populares e avisto como necessário pelo próprio povo. 
- Princípios Gerais do Direito: Há divergência doutrinária quanto os princípios 
gerais do direito serem do direito natural ou do direito positivo. De acordo com José de 
Albuquerque, os chamados princípios gerais do direito são as normas que estabelecem as 
proposições fundamentais do ordenamento jurídico. Compõem o “espírito do sistema”, no 
sentido de princípios que inspiram todo o sistema do direito. 
- As Súmulas dos Tribunais: Desde que tenham conteúdo processual, são fontes 
formais do direito processual, já que, segundo o ordenamento jurídico brasileiro, são uma 
das formas de expressão do direito. São juridicamente obrigatórias para os tribunais que as 
elaboram nos casos de que tratem, até que sejam modificadas ou revogadas pelo mesmo 
procedimento seguido na sua constituição. 
- Jurisprudência: Conjunto de decisões concordantes sobre uma mesma questão 
jurídica, das quais se extrai a norma jurídica aplicável às questões análogas, que se 
suscitarem no futuro. Não está enumerada entre as fontes formais do direito no sistema 
jurídico brasileiro. Embora a jurisprudência não seja, juridicamente, vinculante, com 
exceção das súmulas, do ponto de vista sociológico, é fonte do direito, porque é uma 
instância a que acorrem normalmente os usuários do direito para encontrar a norma jurídica. 
- Doutrina: Também não está pautada entre as fontes formais do direito no sistema 
jurídico brasileiro. No entanto, a doutrina exerce um importante papel na aceitação das 
normas por parte dos juristas práticos. 
 
Victoria Finucci 
 
 Fontes concretas 
As fontes concretas das normas processuais se referem às fontes legislativas, já 
examinadas em abstrato, quando efetivamente atuam. Essas fontes concretas desdobram-se 
em fontes constitucionais, fontes da legislação complementar à Constituição e fontes 
ordinárias. 
A Constituição Federal, como fonte concreta da norma processual, possui: 1) as 
normas de superdireito, relativas às próprias fontes formais legislativas das normas 
processuais; 2) normas relativas à criação, organização e funcionamento dos órgãos 
jurisdicionais; 3) normas referentes aos direitos e garantias individuais atinentes ao processo, 
e 4) normas dispondo sobre remédios processuais específicos. 
 
3. Princípios 
 
Devido Processo Legal 
O princípio do devido processo legal é o basilar dos demais princípios do processo 
civil, dele se originam os demais princípios. Um processo justo em Estado Democrático de 
Direito é aquele que é norteado por leis que surgem da vontade popular. O princípio em tela 
reza que os procedimentos devem observar a lei e restringir a ela. 
Esse princípio é aplicado sobre duas óticas: 
 
Devido processo procedimental ou formal, que afirma que todo o processo civil 
deve ater-se as leis processuais. 
 
Devido Processo legal substancial ou material, sobre esse ponto de vista o 
processo deve atender ao princípio da razoabilidade. 
Nesse passo, o processo tem como um dos seus fundamentos de validade a 
razoabilidade, devendo, portanto, assegurar que as aplicações das normas sejam razoáveis e 
proporcionais, buscando sempre uma tutela jurisdicional efetiva para o caso concreto. 
Essa ótica deve ser observada principalmente pelo legislador na sua atividade 
legiferandi, para que norma processual seja eficaz para as situações fáticas. 
 
 
Victoria Finucci 
 
Princípio do Contraditório 
Diferentemente da ampla defesa (utilização de todos os meios permitidos em direitos 
para defender-se), o princípio do contraditório versa sobre o direito das partes de irem contra 
argumentos apresentados pela a parte adversária. O princípio do contraditório tem dois 
pontos cumulativos para sua aplicação: o primeiro é o direito a contestar os argumentos da 
parte adversária, o segundo o direito da análise de seus argumentos, mesmo que não 
deferidos. 
 
Princípio da Ampla Defesa 
Nesse princípio, quando a parte for utilizar do contraditório, ela terá o direito da 
utilização de todos os meios de prova e defesas permitidos em lei. 
 
Princípio da Efetividade do Processo 
No processo civil a aplicação da norma e dos procedimentos objetivam a efetividade 
processual, ou seja, atingir os melhores resultados da forma mais célere e com o menor custo 
possível. Tal princípio está no texto constitucionalem seu art. 5º, LXXVIII – Duração 
razoável do processo. 
 
Princípio do Dispositivo (Inércia) 
O processo não nasce de ofício, ou seja, o magistrado não pode por si só começar um 
processo. O Estado é provocado pelas partes, surgindo o processo. Contudo, uma vez 
iniciado o processo terá o impulso oficial (princípio da oficialidade). 
 
Princípio da Instrumentalidade das Formas 
O magistrado, em nome do princípio da efetividade, deve evitar a decretação de 
nulidade de um ato processual. Assim sendo, quando um ato for praticado de forma diversasem causar prejuízo ao processo ou as partes o juiz deve considerar em sua forma correta, 
fazendo a clara aplicação do art. 154 do Código de Processo Civil (CPC), desde que o ato 
atinja sua finalidade (art. 244CPC). 
Na fase recursal a aplicação desse princípio é feita através de seu subprincípio da 
fungibilidade recursal, que legitima a interposição do recurso errado com alteração de sua 
forma para o correto. 
Victoria Finucci 
4. Jurisdição: Jurisdição é o poder que o Estado detém para aplicar o direito a um 
determinado caso, com o objetivo de solucionar conflitos de interesses e com 
isso resguardar a ordem jurídica e a autoridade da lei. (poder de dizer o direito) 
5. Competência: competência nada mais é do que a fixação das atribuições de 
cada um dos órgãos jurisdicionais, isto é, a demarcação dos limites dentro dos 
quais podem eles exercer a jurisdição. Neste sentido, “juiz competente” é aquele 
que, segundo limites fixados pela Lei, tem o poder para decidir certo e 
determinado litígio (art. 86, CPC). 
6. Ação: Ação significa o direito que cada pessoa (natural ou jurídica) tem de obter 
uma resposta do Poder Judiciário. É um direito incondicionado. 
7. Processo: Processo é o meio pelo qual uma parte lesada busca a efetivação do 
seu direito. No entanto, esta busca pode acontecer de várias formas diferentes, 
a estas formas, nomeiam-se procedimentos. 
 
Processo de conhecimento: Conhecimento é a fase processual em que o Juiz tomará 
conhecimento de todo o conflito da Lide, uma vez que ele não o sabia anteriormente. É 
justamente por isso que o Juiz é imparcial. 
 
Processo cautelar: O processo cautelar é uma das formas de medidas de urgência. 
Como o próprio nome sugere, alguma solução judicial precisa ser muito ágil, sob pena de se 
perder o direito material 
8. Partes: São partes integrantes do processo o autor (polo ativo), o réu (polo 
passivo) e o juiz. (pode haver os assistentes processuais.)

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