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Resumo Inadimplemento das Obrigações

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Estácio – Parangaba
Profa. Paula Salleh
Aluna: Juliana Dutra 
Turno: Tarde
Direito Civil – Obrigações
Resumo sobre o Inadimplemento das Obrigações – AV 2
07 de junho de 2018
Inadimplemento da obrigação e suas consequências
O que é
O não cumprimento ou inadimplemento de uma obrigação (dar, fazer ou não-fazer) acarreta na não satisfação do credor devido a não realização da prestação pelo devedor ou por terceiro quando ainda não fora extinta a obrigação. 
Todo inadimplemento gera consequências, a cláusula geral de responsabilidade contratual está prevista no art. 389/CC e declara que “Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficias regularmente estabelecidos, e honorários de advogado”. 
O não cumprimento da obrigação pode decorrer:
Do ato culposo do devedor; ou
De fato a ele não imputável. 
Nem sempre o não cumprimento da obrigação significa que não houve inadimplemento da obrigação, pois o credor pode ter dado a remissão (perdão). 
A causa do Inadimplemento
Inadimplemento decorrente de ato culposo do devedor: 
O inadimplemento é imputável ao devedor quando este age culposamente (inadimplemento culposo). A culpa deve ser entendida como “a imputação de um ato ilícito ao seu autor, traduzida no juízo segundo o qual este devia ter-se abstido desse ato”. Nesse caso, o art. 313/CC confere que o Credor tem direito de receber exatamente o bem, serviço ou valor estipulado na convenção “O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa”.
Inadimplemento decorrente de fato não imputável ao devedor: 
Trata-se de inadimplemento não culposo (ou fortuito), pelo qual, como regra, o devedor não responde (responsabilidade contratual subjetiva), vide o art. 393/CC – O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não houver por eles responsabilizado. 
Espécies
Absoluto: quando a obrigação não foi cumprida nem poderá sê-lo de forma útil ao credor. Mesmo que a possibilidade de cumprimento ainda exista, haverá inadimplemento absoluto se a prestação tornou-se inútil ao credor. Este será:
Total - quando concernir à totalidade do objeto; e
Parcial - quando a prestação compreender vários e um ou mais forem entregues, enquanto outros, por exemplo, perecerem. 
Relativo: no caso de mora do devedor (mora solvendi ou debendi), ou seja, quando há o cumprimento imperfeito da obrigação, com inobservância do tempo, lugar e forma convencionados, art. 394/CC.
Quanto às modalidades 
Inadimplemento Absoluto
Dispõe o art. 389 do Código Civil: “Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.”
O inadimplemento absoluto ou definitivo é aquele em que a prestação, realizável ao tempo da constituição da obrigação, tornou-se impossível (impossibilidade no aspecto de fato) ou deixou de ser interessante ou útil ao credor (impossibilidade no aspecto de direito). É o caso, por exemplo, da não entrega dos salgados e doces encomendados para festa de casamento. De nada adiantará a promessa da devedora de entregá-los no dia seguinte.
O Enunciado n. 162, da III Jornada de Direito Civil: a inutilidade de prestação que autoriza a recusa da prestação por parte do credor deverá ser aferida objetivando, consoante o princípio da boa-fé e a manutenção do sinalagma, e não de acordo com o mero interesse subjetivo do credor. 
Inadimplemento Culposo da Obrigação
A redação do art. 389, retrotranscrito, pressupõe o não cumprimento voluntário da obrigação, ou seja, culpa. A princípio, pois, todo inadimplemento presume -se culposo, salvo em se tratando de obrigação concernente a prestação de serviço, se esta for de meio, e não de resultado. Se a obrigação assumida no
contrato foi de meio, a responsabilidade, embora contratual, será fundada na culpa provada. Incumbe ao inadimplente, nos demais casos, elidir tal presunção, demonstrando a ocorrência do fortuito e da força maior (CC, art. 393).
O inadimplemento contratual acarreta a responsabilidade de indenizar as perdas e danos, nos termos do aludido art. 389. Quando a responsabilidade não deriva de contrato, mas de infração ao dever de conduta (dever legal) imposto genericamente no art. 927 do mesmo diploma, diz-se que ela é extracontratual ou aquiliana.
Violação Positiva da Obrigação ou do Contrato 
A boa-fé objetiva enseja também a caracterização de inadimplemento, mesmo quando não haja mora ou inadimplemento absoluto do contrato. É o que a doutrina moderna denomina Violação Positiva da Obrigação ou do Contrato. Desse modo, quando a prestação é realizada, mas o contratante deixa de cumprir alguns deveres anexos, por exemplo, esse comportamento ofende a boa-fé objetiva e, por isso, caracteriza Inadimplemento do Contrato.
A conclusão n. 24 da I Jornada de Direito Civil (STJ-STF) decidiu que a responsabilidade pela reparação dos danos causados independe da culpa do devedor: “Em virtude do princípio da boa-fé, positivado no art. 422 do novo Código Civil, a violação dos deveres anexos constitui espécie de inadimplemento, independentemente de culpa”.
Quanto ao Inadimplemento Relativo ou Mora 
O que é?
A mora é o atraso, o retardamento ou a imperfeita satisfação obrigacional, havendo um inadimplemento relativo. O conceito de mora pode também ser retirado da leitura do art. 394/ CC, cujo teor é: “considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não o quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer”.
As características do inadimplemento relativo são: o descumprimento da prestação; e a possibilidade, tanto pelo aspecto fático quanto pelo de direito, de cumpri-la tardiamente.
mora credor X mora devedor 
Mora do Devedor (mora solvendi, debendi ou debitoris): esse inadimplemento estará presente nas situações em que o devedor não cumpre, por culpa sua, a prestação referente à obrigação, de acordo com o que foi pactuado. Prevê o art. 396/CC que não havendo fato ou omissão imputado ao devedor, não incorre este em mora. Assim, a doutrina tradicional sempre apontou que a culpa genérica (incluindo o dolo e a culpa estrita) é fator necessário para a sua caracterização. O descumprimento fortuito, portanto, não é considerado mora.
Subclassificação da Mora do Devedor:
Mora ex re ou mora automática – quando a obrigação for positiva (de dar ou fazer), líquida (certa quanto à existência e determinada quanto ao valor) e com data fixada para o adimplemento. A inexecução da obrigação implica na mora do devedor de forma automática, sem a necessidade de qualquer providência por parte do credor como, por exemplo, a notificação ou interpelação do devedor (art. 397, caput, do CC). Em casos assim, tem-se a aplicação da máxima dies interpellat pro homine (o dia do vencimento interpela a pessoa). 
Mora ex persona ou mora pendente – caracterizada se não houver estipulação de termo final para a execução da obrigação assumida. Desse modo, a caracterização do atraso dependerá de uma providência, do credor ou seu representante, por meio de interpelação, notificação ou protesto do credor, que pode ser judicial ou extrajudicial (art. 397, parágrafo único, do CC). A respeito da notificação extrajudicial, via Cartório de Títulos e Documentos, aprovou-seenunciado, na V Jornada de Direito Civil, no sentido de se admitir o ato fora da Comarca de domicílio do devedor (Enunciado n. 396), o que vem sendo chancelado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ, REsp 1.283.834/BA, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, 2.ª Seção, j. 29.02.2012, DJe 09.03.2012. Publicação no Informativo n. 492). A ideia e o julgado merecem aplausos, pela busca de um Direito Civil mais concreto e efetivo e menos formal e burocratizado. Assim, um devedor que está em trânsito, em outro local que não sejaa sua residência, poderá ser devidamente notificado.
Mora irregular ou presumida (conceito de Orlando Gomes) – está prevista no art. 398 do atual Código, pelo qual: “Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora, desde que o praticou”. Cite-se, que em um acidente de trânsito o agente é considerado em mora desde a prática o ato.
Mora do Credor (moa accipiendi, creditoris ou credendi): apesar de rara, se faz presente nas situações em que o credor se recusa a aceitar o adimplemento da obrigação no tempo, lugar e forma pactuados, sem ter justo motivo para tanto .
Para a sua configuração basta o mero atraso ou inadimplemento relativo do credor, não se discutindo a culpa deste. A mora do credor gera três efeitos, nos termos do art. 400 do CC:
Afastar do devedor isento de dolo a responsabilidade pela conservação da coisa, não respondendo ele por conduta culposa (imprudência, negligência ou imperícia) que gerar a perda do objeto obrigacional.
Obrigar o credor a ressarcir o devedor pelas despesas empregadas na conservação da coisa.
Sujeitar o credor a receber a coisa pela estimação mais favorável ao devedor, se o seu valor oscilar entre o tempo do contrato e o do cumprimento da obrigação.
Compensação dos atrasos: ainda sobre mora, de acordo com a doutrina, quando as moras são simultâneas (mora do devedor e do credor em uma mesma situação), uma elimina a outra, como se nenhuma das partes houvesse incorrido em mora. 
Emenda, reparação ou purgação da mora: significa afastar os efeitos decorrentes do inadimplemento parcial, principalmente do atraso no cumprimento. Em razão da função social das obrigações, a purgação da mora é regra e a impossibilidade de purgação é exceção. Nos termos do art. 401 do CC, a purgação da mora pode se dar de duas formas:
por parte do devedor, oferecendo este a prestação mais a importância dos prejuízos decorrentes do dia da oferta;
por parte do credor, oferecendo-se este a receber o pagamento e sujeitando-se aos efeitos da mora até a mesma data.
OBS: Não se pode confundir a purgação da mora com a cessação da mora. As diferenças entre os dois institutos são muito bem demonstradas por Maria Helena Diniz. Para a Professora Titular da PUCSP, ocorre a purgação da mora por meio de ato espontâneo do sujeito obrigacional em atraso, que visa remediar a situação a que deu causa, evitando os seus efeitos decorrentes e reconduzindo a obrigação à situação de normalidade. A purgação ou emenda da mora somente produz efeitos para o futuro (ex nunc), não destruindo os efeitos danosos produzidos desde o dia da incidência em mora. Por outra via, a cessação da mora, “ocorrerá por um fato extintivo de efeitos pretéritos e futuros, como sucede quando a obrigação se extingue com a novação, remissão dedívidas ou renúncia do credor”.
Perdas e Danos
Nas hipóteses de não cumprimento da obrigação (inadimplemento absoluto) e de cumprimento imperfeito, com inobservância do modo e do tempo convencionados (mora), a consequência é a mesma: o nascimento da obrigação de indenizar o prejuízo causado ao credor.
As perdas e danos, segundo dispõe o art. 402 do Código Civil, abrangem, salvo as exceções expressamente previstas em lei, “além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar”.
Os danos patrimoniais podem ser de duas espécies:
Danos emergentes (damnum emergens): aquilo que o credor efetivamente perdeu; e
Lucros cessantes (lucrum cessans): que correspondem aquilo que o credor razoavelmente deixou de lucrar.
A perda de uma chance: é uma teoria surgida na França do séc. XIX (perte d’um chance) que
Responsabilidade Patrimonial
A responsabilidade civil é patrimonial. Dispõe, com efeito, o art. 391 do Código Civil: “Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor.”
Obtida a condenação do devedor ao pagamento das perdas e danos e não satisfeito o pagamento, cabe a execução forçada, recaindo a penhora sobre os bens que integram o patrimônio do devedor, pois, a responsabilidade civil é patrimonial: é o patrimônio do devedor que responde por suas obrigações. Ninguém pode ser preso por dívida civil, exceto o devedor de pensão oriunda do direito de família.
Contrato benefícios e onerosos
Estatui o art. 392 do Código Civil: “Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratos onerosos, responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas em lei.” 
Contratos benéficos ou gratuitos são aqueles em que apenas um dos contratantes aufere benefício ou vantagem, enquanto para o outro há só obrigação, sacrifício (doações puras, p. ex.). Aquele responde por simples culpa, sendo corrente que a culpa, mesmo levíssima, obriga a indenizar. O outro, a quem o contrato não beneficia, mas somente impõe deveres, só responde por dolo.
Como a culpa grave ao dolo se equipara (culpa lata dolus aequiparatur, propre dolum est), pode-se afirmar que responde apenas por dolo ou culpa grave aquele a quem o contrato não favorece e até por culpa leve ou levíssima o que é por ele beneficiado. Assim, o comodatário, por exemplo, beneficiado pelo contrato, responde por perdas e danos se não conservar, em razão de culpa leve ou levíssima, a coisa emprestada como se sua própria fora (CC, art. 582).
Nos contratos onerosos, em que ambos obtêm proveito e ao qual corresponde um sacrifício,
respondem os contratantes tanto por dolo como por culpa, em igualdade de condições, “salvo as exceções previstas em lei” (art. 392, segunda parte). Sendo recíprocas as prestações, respondem os contraentes, tanto por dolo como por culpa, em pé de igual.
Juros legais
Os juros são acessórios do capital. Trata-se de espécie de frutos civis ou rendimentos que correspondem à remuneração devida pela utilização de capital alheio ou à consequência pelo inadimplemento de uma obrigação.
a) Quanto à origem:
Juros convencionais – decorrem de acordo entre as partes.
 Juros legais – decorrem da norma jurídica.
b) Quanto à relação com o inadimplemento: 
Juros moratórios – Constituem um ressarcimento imputado ao devedor pelo descumprimento parcial da obrigação. Como regra geral, os juros moratórios são devidos desde a constituição em mora e independem da alegação e prova do prejuízo suportado (art. 407 do CC). 
Juros compensatórios ou remuneratórios – São aqueles que decorrem de uma utilização consentida do capital alheio, como nos casos de inadimplemento total da obrigação.
Cláusula Penal
A cláusula penal (stipulatio poenae), também chamada de multa contratual ou pena convencional, é “um pacto acessório, pelo qual as próprias partes contratantes estipulam, de antemão, pena pecuniária ou não, contra a parte infringente da obrigação, como consequência de sua inexecução completa culposa ou a de alguma cláusula especial ou de seu retardamento (art. 408, CC), fixando, assim, o valor das perdas e danos e garantindo o exato cumprimento da obrigação principal (art. 409, CC). 
Características gerais:
Voluntariedade: a cláusula penal decorre da vontade das partes e seu cumprimento fica a critério das partes, pode ser fixada tanto em pecúnia quanto em outro bem.
As multas fixadas em decisões judiciais (astreintes), embora também apresentem caráter inibitório, não são cláusulas penais, pois a multa funciona como uma coerção, para intimidar o devedor a cumprir a obrigação principal, sob pena de ter que arcar com essa obrigação acessória (meio de coerção, com caráter punitivo). Além disso, tem função de ressarcimento, prefixando as perdas e danos no caso de inadimplemento absoluto da obrigação (caráter de estimação).
Princípio da gravitação jurídica: a obrigação acessória segue a obrigação principal. Se
a obrigação principal for declarada nula, nula também será a cláusula penal. A cláusula penal pode ser estabelecida concomitantemente à obrigação principal ou em momento posterior, no mesmo instrumento ou em separado (art.409/CC, primeira parte).
Decorre do inadimplemento culposo da obrigação: o devedor não poderá ser compelido a pagar multa se não agiu com culpa em sentido amplo (art. 408/CC). Daí porque se diz que a cláusula penal está sujeita à condição suspensiva, qual seja o inadimplemento da obrigação, que é evento futuro e incerto.
Dupla função: visa tanto inibir o descumprimento do contrato ou de algum(ns) de seus dever(es) (função compulsória), quanto antever os possíveis prejuízos e já estabelecer o valor da indenização, reforçando o vínculo obrigacional (função indenizatória).
Modalidades:
Cláusula penal compensatória: é aquela que predetermina o quantum indenizatório das perdas e danos na hipótese de descumprimento da obrigação, esta se converterá em alternativa a benefício do credor, que poderá exigir a cláusula penal ou as perdas e danos, havendo uma faculdade disjuntiva (art. 410/CC). A exigibilidade da multa ocorre de pleno direito, independentemente da comprovação do efetivo prejuízo (art. 416, caput, CC). Trata-se, em verdade, de presunção absoluta (juris et de jure) de prejuízo.
Multa compensatória = obrigação principal ou multa
Cláusula penal moratória: A cláusula penal moratória é estabelecida, como o próprio nome sugere, para punir o devedor que retarda o cumprimento da obrigação ou em garantia a outra cláusula determinada. Diferentemente da cláusula penal compensatória, a cláusula penal moratória encerra obrigação cumulativa, podendo o devedor exigir tanto o cumprimento da obrigação principal (ou, se for o caso, a sua resolução em perdas e danos), como a multa (art. 411/CC ).
Multa moratória = obrigação principal + multa
Arras ou Sinal
Nas palavras de Flávio Tartuce: as arras ou sinal podem ser conceituados como sendo o sinal, o valor dado em dinheiro ou o bem móvel entregue por uma parte à outra, quando do contrato preliminar, visando a trazer a presunção de celebração do contrato definitivo. As arras ou sinal são normalmente previstos em compromissos de compra e venda de imóvel. 
Podem ser:
Confirmatórias: quando servem para demonstrar a finalização do contrato (artigos 417-419/CC), tendo por função demonstrar a conclusão do contrato, servindo ainda para assegurar que será cumprido. Se aquele que deu as arras deixar de executar o pactuado, poderá o outro contratante ter o contrato por desfeito, retendo-as. Se a inexecução partiu daquele que recebeu as arras, deverá devolvê-las em dobro, igualmente podendo o outro contratante considerar desfeito o vínculo (art. 418/CC).
Penitenciais: permitem que qualquer das partes se arrependa do vínculo, quando as perderá ou pagará em dobro, dependendo de sua posição contratual (art. 420/CC), têm ainda, natureza de pré-liquidação dos prejuízos. Ao contrário das arras confirmatórias, permitem a qualquer dos contratantes desistirem do vínculo contratual. Se o desistente as deu, perder-las-á em benefício da outra parte. Se quem desiste as recebeu, deverá devolvê-las em dobro. Nas duas situações, descaberá indenização suplementar.
Nos termos do Enunciado n. 165, da III Jornada de Direito Civil, CJF: Em caso de penalidade, aplica-se a regra do art. 413 ao sinal, sejam as arras confirmatórias ou penitenciais. O art. 413, CC, permite ao magistrado a redução equitativa da penalidade se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo em vista a natureza e a finalidade do negócio. Em que pese referir-se à figura da cláusula penal, antes estudada, sua ratio aplica-se às arras, confirmatórias ou penitenciais.
Fontes: 
Apostila Estácio
Manual de Direito Civil, Flávio Tartuce – 2015
Direito Civil Esquematizado, Pedro Lenza – 2016