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Inadimplemento das obrigações resumo

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Inadimplemento das obrigações. 
O inadimplemento de uma obrigação é o não cumprimento da mesma, seja voluntário ou involuntário dos deveres de prestar, por aquele que estava adstrito a fazê-lo. 
O inadimplemento da obrigação é circunstância que caracteriza infração contratual (pelo descumprimento de obrigação voluntariamente assumida), ou infração de obrigação extracontratual (pelo descumprimento de obrigação a que a parte legalmente se viu submetido). A consequência disso é a de se sujeitar-se o devedor inadimplente à contingência de sofrer os efeitos do contrato não cumprido, ou os efeitos do descumprimento da obrigação, que deriva da lei: “A infração de dever legal ou de dever contratual poderá levar ao desfazimento da relação jurídica originada pelo contrato. A conseqüência normal para o inadimplemento é responder o inadimplente por perda e danos. 
O inadimplemento pode-se apresentar de maneira irreversível (por virtude de a prestação já não poder ser cumprida, por sua inutilidade – parágrafo único do art. 395, CC/02), ou reversível (por virtude de o inadimplemento consistir em mero atraso no cumprimento da obrigação que, entretanto, pode vir a ser, depois, corretamente cumprida, agora com acréscimos capazes de compensar o credor pelo atraso, conforme o disposto no caput do artigo supracitado. 
Para o inadimplemento irreversível, dá-se o nome de 
inadimplemento absoluto; para o inadimplemento em que a mora no cumprimento da obrigação pode ser purgada, ou em que a obrigação pode ser, ainda, finalmente cumprida, pela utilidade da prestação, dá-se o nome de inadimplemento relativo. 
Verifica-se o inadimplemento absoluto da obrigação, quando já não for possível ao devedor o cumprimento da mesma, com prestação útil de seu objeto. Havendo inadimplemento absoluto da obrigação, o credor poderá enjeitar a prestação e pedir perdas e danos, vide art. 402, CC, capaz de compensar-lhe os efeitos do inadimplemento (art. 395, parágrafo único). 
Ocorre o inadimplemento relativo quando o devedor ainda puder, de alguma maneira, cumprir a obrigação mesmo que extemporaneamente. Assim sendo, são espécies do inadimplemento relativo: a mora (art. 394, CC) e a violação positiva da obrigação ou do contrato. 
A mora do devedor ocorre quando o devedor retarda culposamente o cumprimento de uma obrigação, respondendo este somente pelo seu atraso se restar comprovado que agiu com culpa. A responsabilidade do devedor depende da análise da culpa em sentido amplo (negligência, imprudência, imperícia ou dolo), já a violação positiva do contrato, configura hipótese de descumprimento da obrigação, não caracterizado pela decorrente impossibilidade do cumprimento da obrigação (inadimplemento absoluto), nem pelo atraso no cumprimento da obrigação (mora). Para que se possa dizer caracterizada a violação positiva do contrato ou da obrigação extracontratual, são necessários os seguintes elementos: 
que tenha o devedor se desincumbido de uma prestação a que reputa a virtude de servir como adimplemento da obrigação (visão aparente de que tenha havido adimplemento); 
em que o cumprimento da mesma tenha sido realizado de maneira defeituosa, em desconformidade entre o prestado e o que deveria sê-lo (imperfeição no cumprimento da obrigação). 
que não haja regulamentação para a hipótese em questão, para o cumprimento defeituoso da prestação, à luz das regras postas sobre os vícios dos atos e negócios jurídicos; 
que do inadimplemento derivem danos que lhe sejam típicos, ou seja, não comuns à outras hipóteses, de mora e impossibilidade da prestação. 
Concorrendo esses quatro elementos acima elencados, dar-se-á hipótese de violação positiva da obrigação ou do contrato, que dará ensejo à rescisão do contrato ou à movimentação do sistema de responsabilidade civil, para a reparação dos danos decorrentes desse inadimplemento. 
Pode-se apontar como exemplo de violação positiva do contrato a hipótese de a obrigação ter sido cumprida parcialmente, ou de forma defeituosa, fato que dá ensejo à argüição da exceptio non rite adimpleti contractus (execeção do contrato cumprido de forma defeituosa). O art. 476, CC, abrange, também, a situação de cumprimento defeituoso do contrato, que poderá significar violação positiva do mesmo. 
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� Nery, Rosa Maria de Andrade�Manual de direito civil: obrigações – 1. Ed – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2014.

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