Prévia do material em texto
Uso de hemocomponentes e hemoderivados na hemoterapia moderna Uso seletivo de hemocomponentes de acordo com as indicações e necessidades dos pacientes; Possui Controle de Qualidade nas diversas etapas desde a coleta até o fracionamento dos componentes. Hemoterapia mais segura. Hemoterapia Atual 1)Realizada através da metodologia convencional(flebotomia) com obtenção do sangue total. 2)Por meio de equipamentos separadores de células(máquina de aférese) nos quais se obtém um ou mais hemocomponentes específicos. Como é feita a coleta do doador? Todo sangue doado é separado em diferentes componentes através de um processo de centrifugação em um equipamento especial(como hemácias, plaquetas, plasma e outros), e assim poderá beneficiar mais de um paciente com apenas uma doação conforme a necessidade dos pacientes. O que acontece com o sangue doado? Após serem realizados todos os procedimentos em todas as etapas de separação e realização de exames com o sangue do doador, os hemocomponentes serão liberados e distribuídos para hospitais e clínicas da cidade para atender casos de emergência, pacientes internados e pessoas de doença hematológicas. O que acontece com o sangue doado? TODO SANGUE DOADO É COLETADO E PROCESSADO EM SISTEMA FECHADO APROVADO PELA ANVISA Para garantir a anticoagulação e a conservação dos hemocomponentes eritrocitários, são utilizadas soluções preservantes e anticoagulantes. São elas: ACD (Ácido cítrico, citrato de sódio, dextrose) CPD (ácido cítrico, citrato de sódio, fosfato de sódio, dextrose): 21 dias a partir da coleta CPDA-1 (ácido cítrico, citrato de sódio, fosfato de sódio, dextrose e adenina): validade de 35 dias a partir da coleta (UTILIZADO PELA HEMOMINAS) Anticoagulantes e Substâncias aditivas mais utilizadas Soluções aditivas são utilizadas para aumentar a sobrevida das hemácias. SAG-M (soro fisiológico, adenina, glicose e manitol):permite o armazenamento das hemácias por até 42 dias. (UTILIZADO PELA HEMOMINAS) Anticoagulantes e Substâncias aditivas mais utilizadas Separação do sangue total depois da centrifugação O PROCESSAMENTO DO SANGUE TOTAL PODE PRODUZIR CONCENTRADO DE HEMÁCIAS,CONCENTRADO DE PLAQUETAS, PLASMA FRESCO CONGELADO E CRIOPRECIPITADO, BENEFICIANDO ASSIM NO MÍNIMO 4 PACIENTES. (Camada leuco- plaquetária) Extração automática da célula vermelha, buffy coat e componentes do plasma de uma unidade de sangue centrifugado Produtos gerados no serviço de hemoterapia através de processos como centrifugação e congelamento. Obtidos através do processamento do sangue total doado ou coletados em equipamentos de aférese afim de obter um hemocomponente específico (ex: aférese de plaquetas). O que são Hemocomponentes? Concentrado de hemácias (Vários Tipos) Plaquetas (Vários Tipos) Plasma: Plasma fresco congelado Plasma de 24 horas Plasma isento de crioprecipitado Crioprecipitado Concentrado de Granulócitos Quais são os Hemocomponentes? Concentrado de hemácias (CHM) Hemocomponente obtido através do fracionamento de uma bolsa de sangue total, com remoção de 200 a 250 ml de plasma. O volume final é de cerca de 250 a 300 ml e contém predominantemente hemácias (a bolsa tem hematócrito entre 50-80%, dependendo da solução anticoagulante utilizada) e ainda leucócitos, plaquetas e plasma em pequena quantidade. É conservado em geladeira específica, em temperatura de 2-6 °C. Tempo específico depende do anticoagulante utilizado e uso de aditivo que aumenta o tempo de conservação. Concentrado de Hemácias (CHM) O principal motivo para sua indicação é melhorar o aporte de oxigênio para os tecidos. É utilizado em anemias agudas como as causadas por hemorragias que ocorrem, por exemplo, em acidentes ou cirurgias com grande perda de sangue. Concentrado de Hemácias (CHM) Concentrado de hemácias Anemias Hb inferior a 7 g/dl com grande risco de hipóxia tecidual e comprometimento das funções vitais. Hb menor 10 g/dL: análise do caso Hemorragias recomendada após perda volêmica superior a 25% e 30% da volemia total. Concentrado de hemácias Contra-indicação: Para promover aumento da sensação de bem-estar. Para promover a cicatrização de feridas. Profilaticamente. Para expansão do volume vascular, quando a capacidade de transporte de O2 estiver adequada. I - Concentrado de hemácias. II - Concentrado de hemácias lavadas. III -Concentrado de hemácias com camada leuco plaquetária removida. IV-Concentrado de hemácias desleucocitado V-Concentrado e hemácias congeladas VI-Hemácias rejuvenescidas Tipos de componentes eritrocitários PLASMA FRESCO CONGELADO Hemocomponente que contém todos os fatores da coagulação inclusive os fatores lábeis(V e VIII) Plasma fresco congelado Porção acelular do sangue obtida por : centrifugação a partir de uma unidade de sangue total e transferida em circuito fechado para uma bolsa satélite aférese Congelado até 8 horas após a coleta. Volume superior a 150 ml. Validade de 12 meses(-30 °C e - 20C) e 24 meses para temperaturas inferiores a - 30 °C. Plasma fresco congelado Tratamento de pacientes com distúrbio da coagulação, particularmente naqueles em que há deficiência de múltiplos fatores. Hepatopatias com sangramento ativo Queimaduras graves CIVD com sangramento Sangramento severo por dosagem excessiva de anticoagulante oral Púrpura trombocitopênica trombótica – plasmaférese com < da taxa de mortalidade. Plasma de 24 horas Separado do sangue total por centrifugação entre 8 e 24 horas após a coleta . Congelado completamente no máximo em uma hora, atingindo temperaturas iguais ou inferiores a - 30°C . Volume aproximado de 200 a 250ml. Redução variável de alguns fatores da coagulação em relação ao PFC, principalmente fatores V e VIII Reposiçação de fatores. Plasma isento de crioprecipitado O plasma isento de crioprecipitado (PIC) qual foi retirado, em sistema fechado, o crioprecipitado é aquele do Armazenado em temperatura igual ou inferior a - 25°C Volume aproximado de 150ml a 200ml Isento de FVIII, fibrinogênio e multímeros de alto peso molecular de Fator de von Willebrand Plasma isento de crioprecipitado Seu uso clínico está restrito a reposição de líquidos na plasmaférese em pacientes com púrpura trombocitopênica trombótica. Reposição volêmica nos casos refratários ao uso de grande quantidade de cristalóides ou repositores sintéticos de plasma Crioprecipitado Componente plasmático obtido a partir do descongelamento até 4°C de uma unidade de PFC e do plasma sobrenadante e recongelado em 1 hora. Depois de descongelado, o plasma sobrenadante é removido deixando-se na bolsa as proteínas precipitadas e 10-15 ml deste plasma. Constituído de proteínas plasmáticas que não se dissolvem no plasma em temperaturas baixas e formam um precipitado de cor branca, portanto, é a fração do plasma insolúvel à frio. Crioprecipitado Bolsa de 15 mL contendo: Fator VIII Fator de Von Willebrand Fibrinogênio A principal fonte de fibrinogênio concentrado é o crioprecipitado Fator XIII Fibronectina. INDICAÇÕES: Pacientes com coagulopatias apresentando níveis baixos de fibrinogênio; Pacientes com níveis baixos de fibrinogênio(hipo e desfibrinogenemias congênitas e hereditárias); Indicado para pacientes com hemofilia clássica, doença de von Willebrand, deficiência de fator XII. Crioprecipitado É utilizado em caso de alteração da função ou diminuição do número de plaquetas desencadeadas por falência medular, leucemias e quimioterapia. Concentrado de plaquetas I- CP obtido de sangue total II- CP obtido por aférese III- CP desleucocitados IV- pool de plaquetas Tipos de Concentrados de Plaquetas Plaquetas desleucocitadas São plaquetas das quais foram retirados, por filtração, os leucócitos originalmentepresentes nos componentes. Deve conter menos que 5 x 106 leucócitos por pool ou 0,83 x 106 por unidade. Obtido a partir de 4 a 5 unidades de sangue total, por meio de centrifugação e separação da camada leucoplaquetária (buffy coat). Estas bolsas são transferidas para uma única bolsa em forma de pool e equivalem a uma dose de transfusão de plaquetas para um adulto. Pool de Plaquetas Concentrado de granulócitos Realizado por aférese de doador único. Volume aproximado entre 200 e 300mL Mínimo de 1,0 x 1010 granulócitos 20mL de hemácias Presença de plasma , outros leucócitos e plaquetas Transfundidos logo após a coleta Armazenamento: máximo de 24h entre 20 e 24 °C sob repouso. Utilização de fator estimulador de colônias de granulócitos (G-CSF) para doadores. Concentrado de granulócitos Indicações: Pacientes sépticos Doença granulomatosa crônica Contra-indicações: Pacientes aloimunizados para os antígenos HLA e/ou de neutrófilos (HNA), quando não for possível a obtenção de granulócitos compatíveis. Presença de graves anormalidades respiratórias Concentrado de hemácias (CHM):Validade:35 dias CPDA-1 ou 42 dias em SAG-M, armazenado em geladeira na temperatura de 2 a 6°C. Concentrado de plaquetas (CP): Validade: 5 dias sendo armazenado na temperatura de 22°C sob agitação constante. Validade e Armazenamento dos hemocomponentes Plasma fresco congelado (PFC): Validade: 12 meses sendo armazenado em freezer a -30 °C e - 20°C e 24 meses para temperaturas inferiores a - 30 °C. Crioprecipitado: Validade: 12 meses sendo armazenado em freezer a -30 °C e - 20°C e 24 meses para temperaturas inferiores a - 30 °C. Validade e Armazenamento dos hemocomponentes Processo que consiste na obtenção de determinado componente sanguíneo de doador único utilizando, equipamento específico(máquina de aférese), com retorno de hemocomponentes remanescentes à corrente sanguínea. Esse processo se repete em ciclos até que se obtenha a quantidade desejada do produto. Exemplo: Concentrado de plaquetas por aférese O que é Aférese? Tipo de concentrado de plaquetas especial obtido através de coleta por máquina de aférese. A bolsa coletada equivale a 6-8 unidades de concentrado de plaquetas comuns ou 1 bolsa de pool de concentrado de plaquetas. É um concentrado de plaquetas de melhor qualidade, pois na maioria das vezes já vem desleucocitado, é proveniente de 1 único doador (menor risco de eventos adversos transfusionais) e pode ter volume de infusão final menor, em uma transfusão para adulto. Plaquetas por Aférese Os hemocomponentes, como hemácias e plaquetas, podem sofrer procedimentos especiais com o objetivo de garantir ao receptor maior segurança transfusional em certas indicações específicas. PLAQUETAS: desleucocitação, irradiação HEMÁCIAS: desleucocitação, irradiação, lavagem ou fenotipagem para vários antígenos. PROCEDIMENTOS ESPECIAIS Remoção de leucócitos da bolsa de concentrado de hemácias ou plaquetas utilizando-se filtros específicos com redução de 99% dos leucócitos do produto inicial . Os leucócitos são considerados contaminantes pois não tem função ativa e podem promover efeitos adversos na transfusão. Redução no risco de aloimunização contra antígenos leucocitários (HLA e HNA) associados à transfusão e consequente isoimunização contra antígenos eritrocitários e plaquetários. Desleucocitação Pode ser feita com uso de filtro ou em aparelho de aférese.(ex: plaquetas obtidas por aférese.) Indicação: Prevenção da reação transfusional febril não hemolítica, profilaxia de aloimunização em pacientes a serem politransfundidos, prevenção da infecção pelo Citomegalovírus(CMV é um agente intracelular),RN prematuros, pacientes transplantados ou candidatos a transplante, pacientes em quimioterapia ou radioterapia. Desleucocitação Submeter o concentrado de hemácias ou plaquetas a irradiação gama impossibilitando a atuação dos linfócitos do doador em receptores específicos no receptor. Objetivo: Prevenir a Doença do Enxerto Contra Hospedeiro Associada a Transfusão em pacientes imuno comprometidos como: pacientes que fazem terapia imunossupressora, transplantados, RN prematuros, anemia aplástica, inunodeficiências congênitas parentes de primeiro grau para doações dirigidas, transfusão intrauterina. Irradiação Lavagem das hemácias com solução isotônica de cloreto de sódio estéril Realizado em câmera de fluxo laminar Utilizado em 24h Prevenção de reação alérgica a proteínas do plasma Pacientes portadores de deficiência de IgA Lavagem de hemácias com solução salina(procedimento especial) Identificação de antígenos de outros grupos sanguíneos além do ABO e RH.(D). Os antígenos mais imunogênicos devem obrigatoriamente ser fenotipados. São eles: Sistema Rh, Kell, Duffy, Kidd e MNS. Fenotipagem de hemácias(procedimento especial) Produtos produzidos em escala industrial a partir do fracionamento do plasma por processos físico-químicos ou biotecnológicos. Através desse processo são obtidos concentrados de fatores da coagulação , albumina e globulina. Hemoderivados Hemoderivados Albumina Utilizada no tratamento de queimados, pessoas com cirrose, pacientes de terapia intensiva, entre outros. Cola de fibrina Cola biológica usada para reduzir ou deter hemorragias em diversos tipos de cirurgia e em pessoas com problemas de coagulação. Complexo protrombínico O Complexo Protrombínico é um derivado do plasma liofilizado e industrializado que contém os fatores II, VII, IX, X da coagulação. É indicado para pacientes com hemofilias A e B, para o tratamento de hemorragias em pessoas que utilizam medicamentos anticoagulantes e também para cirrose hepática. Fator IX Coagulante utilizado no tratamento de pessoas com hemofilia B. Fator VIII Coagulante utilizado no tratamento de pessoas com hemofilia A. Fator VIII recombinante Produto obtido por meio de engenharia genética, ou seja, que dispensa o uso do plasma sanguíneo como matéria-prima. Possui a mesma eficácia do fator VIII plasmático e, como ele, é voltado para o tratamento da hemofilia tipo A. Fator de von Willebrand Proteína de coagulação usada no tratamento da doença de Von Willebrand, tipo de enfermidade que, como na hemofilia, o paciente tem dificuldade para coagular o sangue. Imunoglobulina Hemoderivado de maior consumo no mundo, é usado para o tratamento de pessoas com AIDS e outras deficiências imunológicas, doenças autoimunes e infecciosas. Hemoderivados O sangue é rotulado de forma a permitir sua rastreabilidade (possibilidade de identificar a origem do sangue doado, em caso de reações adversas no receptor), porém, preservando o sigilo do doador, conforme determina a legislação brasileira. Rastreabilidade Somente após a liberação dos testes laboratoriais, os hemocomponentes, devidamente estocados, são distribuídos aos hospitais e clínicas conveniados. Liberação dos hemocomponentes Separação manual de plasma A bolsa de sangue total é colocada numa caçapa da centrífuga para que seja centrifugada A caçapa é pesada juntamente com a bolsa de sangue para balancear a centrífuga Sempre se deve balancear o peso das caçapas na centrífuga Distribuindo-se o peso uniformemente A centrífuga deve ser programada dependendo da rotina (tempo, velocidade e temperatura) A bolsa de sangue total já centrifugada é retirada de dentro da centrífuga e depois de dentro da caçapa cuidadosamente Sendo imediatamente colocada no extrator Atenção ao extrator de sangue,às bolsas satélite Esta pinça é utilizada sempre que queremos parar a passagem de f luido após termos aberto o lacre das bolsas O plasma é completamente retirado do conc de hemácias. O SAG-M (preservante ) é adicionado à bolsa de concentrado de hemácias A bolsa de conc de hemácias é separada da bolsa de plasma rico em plaquetas Bolsa de conc de hemácias vai ser armazenada na geladeira de sangues Plasma rico em plaquetas vai parauma segunda centrifugação, ou para congelamento, dependendo da rotina . Para obtermos plaquetas, este plasma rico em plaquetas deve ser novamente centrifugado Para isto pesamos e balanceamos novamente as caçapas A bolsa de plasma rico em plaquetas e a bolsa satélite são retiradas da caçapa e colocadas no extrator O plasma não é retirado completamente Cerca de 50 a 60 ml de plasma devem ficar na bolsa de plaquetas que deve pesar cerca de 75 g no final As plaquetas devem ficar descansando cerca de 90min depois de estarem prontas As bolsas de plasma devem ser embaladas em saco plástico e depois, submersas em uma solução de álcool e gelo seco. Ou então devem ser levadas ao freezer para congelar Onde devem permanecer até que tenham congelado cerca de 15 minutos