Buscar

Resenha do filme escritores da liberdade

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Resenha do filme “Escritores da Liberdade
RICHARD. Lagravenese. Freedom writers. EUA/Alemanha, 2007. Duração: 123 min. Gênero: Drama. 
 Amanda de Sousa Vieira
Richard lagravenese nasceu em 30 de Outubro de 1959, no Brooklyn. Se formou em artes plásticas na universidade de Nova York, em 1980. Ocupa cargos de diretor e de roteirista de cinema. Produziu vários filmes como: 	“O rei pescador”, no qual ganhou um Oscar; “P.S Eu te amo” e “Escritores da liberdade”, que foi baseado em fatos reais.
O filme “Escritores da liberdade” se passa por volta de 1992, quando há vários distúrbios na cidade de Los Angeles, tendo como consequência conflitos raciais, violência policial, violência urbana. É em meio a esses distúrbios que a Senhora Erin Grunwell (chamada pela turma de Sra.G), assume sua primeira sala de aula na escola Woodrom Wilson, localizada em Long Beach, California. Seu papel era lecionar a língua Inglesa e literatura para sala 203, composta por adolescentes na faixa etária de 14 aos 15 anos, incluídos em um programa de integração voluntária. Estes alunos eram de diferentes “tribos”, de condições socioeconômicas escassas, e prescritos pelos docentes da escola como problemáticos, pois, a maioria atuava em gangues e alguns haviam passado pelo reformatório juvenil. Sendo assim, a escola categorizava as salas, algumas eram destinadas aos alunos considerados, pela escola, inteligentes, conhecidos por serem “alunos especiais”, e outras para os alunos considerados menos inteligentes e problemáticos.
 No início, a Sra. G enfrenta dificuldades em seu método de ensino com os alunos, pela ausência de participação nas atividades e de respeito com ela e com os colegas, presenciando brigas, porte de arma de um dos alunos, entre outros problemas. A Sra. G também enfrentava problemas por parte da coordenação e professores da escola, que a todo momento duvidavam de suas capacidades e lhe incentivavam a conduzir a turma de uma maneira pouco engajada. Apesar de inúmeras frustrações, ela persiste em conquistar seus alunos. Tal conquista começa a ser desencadeada por meio de uma brincadeira ofensiva por parte dos alunos, com o objetivo de ofender um colega, quando a Sra. G percebe esse ato, ela repreende a turma, mencionando o holocausto nazista, nesse momento a professora é questionada sobre o que ela compreende da vida de gangues e seus alunos dão a abertura para ela os conhece-los, mencionam seus medos, suas angustias, aquilo que acreditam e mencionam o legado de “defender os seus” que ficará após a morte deles, a professora menciona que há melhores legados, que esse poucos irão lembrar. Esse acontecimento suscita o interesse dos alunos pelos “holocaustos”.
A Senhora G começa a conquista-los quando tenta participar de forma mais próxima do mundo deles e isso se deu através de métodos pedagógicos ativos, tais como: a dinâmica da linha, onde ela pôde ter um breve conhecimento da vida de seus alunos e onde eles puderam quebrar essas barreiras raciais, éticas e sociais. Ao perceber que está progredindo com esse novo método, ela cria um projeto para incentivar a leitura, inicialmente com o livro “O diário de Anne Frank”, e, a partir daí, procura livros em que os seus alunos possam se identificar. Quando não consegue o apoio da coordenação da escola, a professora procura outros empregos para suprir a falta de verba escolar.
Apesar das ações negativas da escola, de não querer oferecer a mesma educação para todos os alunos, atuando como opressores, a professora vai contra o sistema e não desiste do seu projeto, ela oferece diários para que os alunos possam escrever relatos de suas vidas, poemas, qualquer coisa que o identificam, esse mesmo acontecimento o autor Jacques Delors, cita em sua obra “Educação: Um tesouro a se descobrir”, onde ele fala sobre a necessidade de uma aprendizagem ao longo da vida (lifelong learning), fundada em quatro pilares, no qual um deles cita o desenvolvimento integral do indivíduo, e que para isso não se deve negligenciar as potencialidades dos alunos. Ela também possibilitou um “novo horizonte” através de uma aula-passeio, onde visitaram o museu do holocausto, fazendo-os “enxergar” não só as causas do holocausto, das gangues, mas o efeito delas, ajudando a desenvolver um pensamento crítico em seus alunos. 
O sucesso da sala 203 não se deu somente pelos novos métodos aplicados pela senhora G, como Paulo Freire intitula um dos capítulos do seu “Pedagogia do Oprimido”, “Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: os homens se libertam em comunhão.” Quando seus alunos saem do estado de marginalidade de oprimidos, passam a lutar por novos ideais, pelas suas conquistas, passando assim a adquirir uma nova conduta, não mais com o uso da violência, mas, com o uso do conhecimento. O sucesso da sala 203 também se deu ao mostrar que para obter-se uma educação, não é necessário ser um ditador, mas sim um mediador. 
Além de ser um excepcional filme que retrata alguns efeitos das desigualdades sociais e raciais, da desestruturação das famílias, da violência, da falta de interesse das políticas públicas, o filme tem com mensagem principal: “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades de sua própria produção ou construção.” (FREIRE, 2003, p. 47).
 
Referências:
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2003.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005, 42.ª edição.
DELORS, Jacques. Educação um tesouro a se descobrir. Relatório para a UNESCO da Comissão Interncional sobre Educação para o século XXI. São Paulo: Cortez, 1998.

Continue navegando