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FACULDADE ESTÁCIO DE ALAGOAS – Curso de Fisioterapia AULA 9 – Mecanismo de lesão e cicatrização das lesões musculares e o papel do Fisioterapeuta Esportivo no processo de reabilitação. Prof. Esp. Kíldare Cardoso INTRODUÇÃO • O movimento do corpo ou de qualquer uma de suas partes implica em considerável atividade muscular dos músculos diretamente envolvidos. • É o único tecido biológico capaz de gerar tensão de forma ativa. • Funções: manutenção da postura corporal ereta, movimento das partes corporais e absorção de choques. (Dutton, 2010). PROPRIEDADES BIOMECÂNICAS • O músculo esquelético humano possui quatro propriedades biomecânicas: • Extensibilidade, é a capacidade de ser alongado ou de aumentar o comprimento). • Elasticidade, trata-se da capacidade de retornar ao comprimento normal de repouso após um alongamento. PROPRIEDADES BIOMECÂNICAS • Irritabilidade, é a capacidade de responder a estímulos. Em relação aos músculos esqueléticos, esse estimulo é fornecido de maneira eletroquímica. • Desenvolver tensão, a tensão desenvolvida em um músculo esquelético ocorre passiva (alongamento) ou ativamente (contração)). NO ESPORTE... • No esporte, as lesões musculares ocupam um espaço de destaque, são as lesões mais frequentes, decorrentes da atividade física competitiva, variando de contusões por trauma direto com evolução natural para cura até rupturas musculotendíneas graves que, mesmo após tratamento específico cirúrgico ou não, podem evoluir com seqüelas importantes e até a interrupção precoce e da atividade atlética. NO ESPORTE... • A sobrecarga de atividade física tem sido considerada o principal fator de lesão em atletas competitivos, seja por falta de tempo de afastamento para cura das lesões, seja por tratamento inadequado das lesões prévias e também por falta de uma boa flexibilidade muscular. • Tem sido postulado que a musculatura excêntrica é a que está sujeita a lesões . (Kirkendall e Garrett, 2002) CARACTERÍSTICAS • A unidade muscular consta de origem- tendão- músculo- tendão-inserção, para a maior parte dos músculos. Em alguns, com porcentagem tendínea mínima ou quase inexistente; em outros, com longos tendões e baixa quantidade de músculo propriamente dito. LESÕES MUSCULARES • No meio esportivo existem basicamente quatro tipos de lesões musculares: • Ferida: as feridas devem ser tratadas como tal, com a devida e perfeita sutura. • Necrose: A necrose é uma lesão grave que, uma vez verificada, leva à necessidade quase absoluta de exérese do tecido necrosado. LESÕES MUSCULARES • Contusão: verdadeiro esmagamento do corpo muscular, caracteriza-se por micro ou macrorrupturas, acrescidas de abundante sangramento e edema • Ruptura: separação parcial ou total de fibras musculares ou tendíneas LESÃO MUSCULAR • A fase inicial é de uma lesão é a inflamação que se caracteriza pela presença de edema, calor, rubor, dor e deficiência ou perda da função. • Estes são os sinais de inflamação – indicadores de que o processo inflamatório está ocorrendo – e não a resposta inflamatória. • Tanto clínica quanto patologicamente, dois tipo principais de inflamação são distinguidos: aguda e crônica. Podendo ser uma seqüela de uma inflamação aguda não resolvida, ou pode se desenvolver como tal, desde o início. REPARAÇÃO MUSCULAR • Para entender todo este processo, é preciso à resposta inflamatória. Inflamação, ou resposta inflamatória, é a reação local do organismo, no nível tecidual, a um fator irritante. • A inflamação tem três objetivos: • 1- defender o organismo contra substâncias estranhas. • 2- remover o tecido morto ou necrosado, de modo que a cicatrização possa acontecer • 3- promover a regeneração do tecido normal. CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES • As lesões musculares podem ser classificadas de diversas maneiras: • Quanto à gravidade em: leve ( grau I), moderada (grau II) e grave (grau III). Mesmo não existindo na literatura, podemos dividir na prática as lesões dependendo de cada caso em grau I para II e II para III e a laceração muscular. CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES • A laceração muscular é rara no esporte, sendo mais comum em acidentes automobilístico, causada por lesões penetrantes que seccionam o músculo. A cicatrização acontece por fibrose não funcional. O segmento muscular fica isolado da placa motora perdendo a sua inervação, perdendo a sua capacidade de contração. (Video basquete) REGENERAÇÃO MUSCULAR • O músculo tem uma alta capacidade de se regenerar. É geralmente aceito que os mecanismos envolvidos na cicatrização do músculo esquelético incluem a regeneração e reparo por meio da formação da cicatriz. REGENERAÇÃO MUSCULAR • A capacidade para regeneração é determinada geneticamente, mas o sucesso da regeneração é determinado principalmente pelo tipo e pela extensão da lesão. Os processos celulares proliferativos nos quais ocorre formação de novas células musculares com grande atividade na síntese de proteínas como miofibrilas. LESÃO MUSCULAR EM CAMPO • No meio esportivo, o quadro clínico dos atletas com lesão músculotendínea se caracteriza por dor, edema, calor, rubor, perda da solução de continuidade e perda da função. • Subjetivamente o atleta pode referir a sensação como “levei uma pedrada na barriga da perna” ou levei um pontapé por trás, que são rotina na anamnese dos atletas com ruptura muscular RETORNO • Quando o atleta se lesiona, devemos ter em mente que o seu retorno aos treinamentos e as competições devam ocorrer de forma rápida, no entanto, não devemos nos esquecer que a saúde do atleta vem em primeiro lugar, e entender que mesmo a lesão muscular tem o seu tempo dependendo da gravidade. TRATAMENTO • Para qualquer lesão ou condição, o processo de reabilitação pode ser dividido em três fases. • Cada fase tem objetivos específicos e, apesar de haver período de tempo para cada fase, o avanço de uma fase para outra deve ser baseado no paciente, alcançando-se os objetivos prescritos, em vez de uma certa quantidade de tempo passado. TRATAMENTO • O fisioterapeuta esportivo deve ter em mente que ele deve estar disposto a adaptar e modificar cada programa de exercício baseado na disposição clínica do atleta. Existe uma variedade de técnicas para se alcançar os objetivos clínicos e cinéticos funcionais. FASE 1 • Na primeira fase da reabilitação: • Controle da dor e dos sinais inflamatórios das estruturas do tecido moles envolvidas. O controle da dor e dos sinais inflamatórios permitirá ao atleta ser mais capaz de executar os exercícios de reabilitação. • A restauração da ADM e da ADMA. O ganho precoce da ADM e ADMA permitirá ao atleta começar os exercícios de reabilitação isolados e funcionais. FASE 2 • Na fase dois da reabilitação, uma vez que a dor e os sinais inflamatórios estejam controlados e ADM esteja normal, devemos: • Focar no avanço da flexibilidade e do fortalecimento muscular. Além disso, não devemos esquecer do condicionamento cardiovascular e do treinamento proprioceptivo que devem ser incorporados nesta fase. • Ainda nesta fase o atleta deve iniciar levemente o treinamento funcional, específico do esporte. FASE 3 • A fase três é a fase do retorno ao esporte. Além disso, os exercícios avançados específicos do esporte devem ser implementado durante esta fase, com atenção especial à mecânica da atividade. CIÊNCIA EM PROL DO ESPORTE • Com o avanço da terapia genética, os profissionais que lidam com esporte, mais especificamente com atletas de alto rendimento, não poderiam ficar alheios aos avanços e a contribuição que as novas pesquisas possam trazer para recuperar mais rápidos os atletas lesionados, principalmente quando se tratade lesão musculotendínea.