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TRABALHO SOBRE ABORTO

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FAESB - FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR SANTA BÁRBARA
CURSO DE GRADUAÇÃO BACHARELADO DE DIREITO
TRABALHO
ABORTO 
TATUÍ - SP
2017
MICHEL LEME WERNECK
TRABALHO
ABORTO
Trabalho Extraordinário do Curso de Graduação Bacharelado em Direito da Faculdade de Ensino Superior Santa Bárbara– FAESB, sob a orientação da Prof. Oscar Junior.
TATUÍ – SP
2017
Aborto no direito brasileiro.
Hoje no Brasil temos 3 casos aonde o aborto é legalizado, que são os casos de estupro, risco a vida da mãe e recentemente aos anencefálicos, casos esses que ainda continuam em discussão pela sociedade, recentemente foi apresentado uma nova hipótese que seria nos casos de microcefalias ocasionados pelo vírus do “mosquito da dengue”.
Como nosso pais tem uma grande influência católica, mesmo se postulando um pais laico, aonde não deveríamos se sujeitar a interferências religiosas para poder legislar sobre assuntos que sejam polêmicos ao entendimento religioso, dessa forma o Estado tem dificuldade de se opor à religião que opera e traz desde o início da vida o direito moral e costumes como a maneira mais eficiente de seguir e de aplicar o direito.
Há alguns pontos controvertidos entre nosso ordenamento jurídico, a religião e a biologia, não há pacificidade entre eles sobre o início da vida, pois a religião prega que desde que a penetração do embrião ao ovulo já será o início da vida e que não temos direito sobre de tira-la, a biologia enfatiza que só a vida como o sistema nervoso formado, pois sabemos que mesmo que todos os órgãos estejam em pleno funcionamento e até mesmo o coração esteja batendo, mas o celebro parado não há mais vida, sendo assim podendo ser disponível os órgão em pleno funcionamento a doação, e nosso ordenamento jurídico dá direito a vida intrauterina desde a nidação, momento em que o ovulo gruda na parede do útero, garantindo a plenitude dos seus direitos a partir do nascimento com vida mesmo que sendo por algumas horas e até mesmo minutos.
Vejamos um artigo disponibilizado por Daniel Sarmento, sobre LEGALIZAÇÃO DO ABORTO E A CONSTITUIÇÃO.
A tese que aqui se defenderá é a de que a vida humana intra-uterina também é protegida pela Constituição, mas com intensidade substancialmente menor do que a vida de alguém já nascido. Sustentar-se-á, por outro lado, que a proteção conferida à vida do nascituro não é uniforme durante toda a gestação. Pelo contrário, está tutela vai aumentando progressivamente na medida em que o embrião se desenvolve, tornando-se um feto e depois adquirindo viabilidade extra-uterina. O tempo de gestação é, portanto, um fator de extrema relevância na mensuração do nível de proteção constitucional atribuído à vida pré-natal. 
Desse modo, ele conclui o seguinte:
 Portanto, é possível concluir que a ordem constitucional brasileira protege a vida intra-uterina, mas que esta proteção é menos intensa do que a assegurada à vida das pessoas nascidas, podendo ceder, mediante uma ponderação de interesses, diante de direitos fundamentais da gestante. E pode-se também afirmar que a tutela da vida do nascituro é mais intensa no final do que no início da gestação, tendo em vista o estágio de desenvolvimento fetal correspondente, sendo certo que tal fator deve ter especial relevo na definição do regime jurídico do aborto.
Diante disso, a discussão sobre o início da vida é infrutífera, uma vez que jamais se chegará a um consenso. A partir do momento em que a prática de aborto é criminalizada, salvos as exceções apresentadas, são ignoradas as outras posições que acreditam que a vida não começa com a fecundação, por exemplo, além do direito das mulheres à liberdade e à disposição do próprio corpo. Há controvérsia também sobre até que ponto o direito à vida é um bem absoluto. Os que defendem que tal direito é absoluto e, portanto, preponderante sobre todos os outros.
Descriminalização do aborto
A no que tange a descriminalização do aborto alguns fatores vão além do direito moral e ético que grande maioria acredita, a maior preocupação que demos observar é a questão de saúde pública, é explicito que o aborto existe de forma obscura pois a sociedade condena o ato e tratam as pessoas que já praticaram o aborto como pessoas sem qualidades de mulher, sem moral, sem ética nenhuma com a sociedade e seu próprio corpo e as excluem do círculo de pessoas que “entendem ser pessoas do bem”. Fato é que o aborto existe de forma pior que as próprias pessoas que julgam ser errado pensam.
Hoje é de conhecimento geral que as clinicas clandestinas efetuam muitos abortos, sem ao menos ter um profissional devidamente qualificado, dessa forma entramos na questão da saúde pública que por não dar a devida atenção a pessoas que querem abortar por algum motivo pessoal ou por condições financeiras preferem abortar pois em seu entendimento será melhor que continuar com a gestação, desta forma as pessoas que menos pode financeiros procuram clinicas clandestinas aonde o procedimento é efetuado de qualquer forma sem zelar pela saúde da mulher, que muitas das vezes saem dali com graves sequelas e até mesmo em óbito, muitos casos o óbito pode ocorrer depois de algum tempo devido a complicações que o correram no momento do aborto.
Voltando a falar sobre saúde pública podemos notar que não há profissionais que acompanhem casos de aborto até mesmo porque seguem costumes pessoais, deixando assim de exercer seu profissionalismo e deixando se levar por uma imposição da sociedade.
A proibição do aborto descrita nos arts. 124 a 128 do CP., não inibe a vontade e coragem de abortar que as gestantes que não querem a gravides naquele momento de sua vida tem de abortar, e sim por outro lado leva às pessoas que tem saúde plena até então muita das vezes ter sequelas em sua saúde o resto de suas vidas ou até mesmo levando-a a morte, pois procuram a clandestinidade como o medo da “crucificação” da sociedade da responsabilidade criminal inserida no código penal como crime.
Dessa forma a melhor maneira de garantimos a vida seria um política de saúde pública eficiente, tendo o acompanhamento de pessoas que queiram abortar, dando assim um suporte medico de qualidade antes, durante e depois o aborto, deixando claro que a opção do aborto é única e exclusivamente da gestante e não por ser um ato licito, pois se houver a conscientização e o acompanhamento após o aborto será garantido saúde plena a pessoa, saúde essa que hoje não pode ser garantida pois a clandestinidade não dá o devido suporte a quem a procura.
Outro grande empasse que vejo é os tratos internacionais que o Brasil é signatário, como o PACTO DE SAN JOSÉ DA COSTA RICA, vejamos o que o mesmo relata;
Artigo 4º - Direito à vida
Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente.
Nossa constituição em seu art. 5º, garante proteção à vida que se trará de um bem jurídico indisponível e inviolável.
Assim se deparamos com mais um impasse nessa corrente de descriminalização do aborto pois além de infringimos um pacto que firmamos, também teríamos que alterar a constituição de forma não banalizar o direito à vida.
Diante do exposto nos encontramos em um entrave entre mudanças nos costumes, na forma de legislar sobre um assunto de grande importância que é a vida e da garantia de saúde pública que também é uma da clausula de nossa constituição, dessa forma se não descriminalizarmos continuaremos a omitir e deixar de zelar pela vida e saúde pública que tanto falamos e acreditamos que devem ser mantidos intactos.
Referencias
http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestudos/bibliotecavirtual/instrumentos/sanjose.htm
http://pfdc.pgr.mpf.mp.br/atuacao-e-conteudos-de-apoio/publicacoes/direitos-sexuais-e-reprodutivos/aborto/legalizacao_do_aborto_e_constituicao_daniel_sarmento.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htmhttps://www.youtube.com/watch?v=AS3nfpYJ0Pg

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