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DIREITO INTERNACIONAL CASOS CONCRETOS 1 A 15

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DIREITO INTERNACIONAL CASOS CONCRETOS 1 
Considerando as fontes de direito internacional público previstas no Estatuto da Corte 
Internacional de Justiça (CIJ) e as que se revelaram a posteriori, bem como a doutrina acerca 
das formas de expressão da disciplina jurídica, as convenções internacionais, que podem ser 
registradas ou não pela escrita, são consideradas, independentemente de sua denominação, 
fontes por excelência, previstas originariamente no Estatuto da CIJ. Analise a afirmativa e com 
base no aprendizado, julgue e fundamente sua resposta. (CESPE ? adaptada). 
Não. A expressão não escrita do direito das gentes conforma o costume internacional como 
prática reiterada e uniforme de conduta, que, incorporada com convicção jurídica, distingue-
se de meros usos ou mesmo de práticas de cortesia internacional. 
 
CASO CONCRETO 2 
A República de Utopia e o Reino de Lilliput são dois Estados nacionais vizinhos cuja relação 
tornou-se conflituosa nos últimos anos devido à existência de sérios indícios de que Lilliput 
estaria prestes a desenvolver tecnologia suficiente para a fabricação de armamentos 
nucleares, fato que Utopia entendia como uma ameaça direta a sua segurança. Após várias 
tentativas frustradas de fazer cessar o programa nuclear lilliputiano, a República de Utopia 
promoveu uma invasão armada a Lilliput em dezembro de 2001 e, após uma guerra que durou 
três meses, depôs o rei e promoveu a convocação da Assembleia Nacional Constituinte, que 
outorgou a Lilliput sua atual constituição. Nessa constituição, que é democrática e republicana, 
as antigas províncias foram convertidas em estados e foi instituído, no lugar do antigo Reino 
de Lilliput, a atual República Federativa Lilliputiana. 
Assim, podemos afirmar que a República Federativa Lilliputiana deve obediência aos costumes 
internacionais gerais que eram vigentes no momento em que ela adquiriu personalidade 
jurídica de direito internacional, não obstante essas regras terem sido estabelecidas antes do 
próprio surgimento desse Estado. (CESPE – adaptada). 
É certo que se o Reino de Lilliput houvesse rechaçado a invasão, a celebração da paz entre 
esses dois países não teria o condão de restaurar a vigência dos tratados bilaterais de 
cooperação comercial anteriormente firmados entre os dois países, pois a guerra acarreta a 
extinção de tratados dessa natureza, e não apenas a suspensão dos seus efeitos. 
 
CASO CONCRETO 3 
Considerando que o território da República de Benguela era parte de um país, que continua a 
existir, a referida República não deverá ficar responsável pelo pagamento de nenhuma parcela 
de dívida externa contraída pelo país predecessor, ainda que ambos os países tenham 
diversamente acordado, haja vista a existência de norma impositiva de direito internacional 
público a respeito dessa matéria. Analisando o caso e com base em seus conhecimentos, diga 
se está correta ou errada e justifique sua resposta. (CESPE – adaptada). 
Errada. Caso houvesse conflito entre a República de Benguela e o país predecessor, em 
decorrência de problemas sucessórios envolvendo, por exemplo, tratados, bens, arquivos e 
dívidas, tais litígios seriam passíveis de julgamento pela Corte Internacional de Justiça, 
situada em Haia na Holanda. Essa Corte é composta de quinze juízes, eleitos pela Assembleia 
Geral e pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, para mandatos de nove anos. 
Considerando que o território da república de Bengala é sucessora do país predecessor que 
contraiu empréstimos perante a comunidade internacional, é errado afirmar que a referida 
República de Bengala não deverá ficar responsável pelo pagamento de nenhuma parcela de 
dívida externa contraída pelo país predecessor em suas obrigações internacionais. 
 
 
O litígio se dá entre Portugal e Índia. O primeiro Estado aparelhou perante a Corte 
Internacional de Justiça procedimento judicial internacional contra o Estado indiano, relativo a 
certos direitos de passagem pelo território deste último Estado de súditos portugueses 
(militares e civis), assim como de estrangeiros autorizados por Portugal com a intenção de 
dirigir-se a pontos encravados situados perto de Damão, para acesso aos encraves de Dadra e 
Nagar-Aveli. O Estado português alega que havia um costume [internacional] local que 
concedia um direito de passagem pelo território indiano a seus nacionais e às forças armadas 
até Dadra e Nagar-Aveli. A alegação de fundo é a de que o Estado indiano quer anexar estes 
dois territórios portugueses, ferindo seus direitos soberanos sobre eles. Os indianos sustentam 
que, segundo o Tratado de Pooma, realizado em 1779 entre Portugal e o governante de 
Maratha e posteriores decretos exarados por este governante, os direitos portugueses não 
consistiam na soberania sobre os mencionados encraves, para os quais o direito de passagem 
é agora reclamado, mas apenas num "imposto sobre o rendimento". 
 
Quando o Reino Unido se tornou soberano naquele território em lugar de Maratha, 
encontraram os portugueses ocupando as vilas e exercendo um governo exclusivo. Os 
britânicos aceitaram tal posição, não reclamando qualquer tipo de soberania, como sucessores 
de Maratha, mas não fizeram um reconhecimento expresso de tal situação ao Estado 
português. Tal soberania foi aceita de forma tácita e subseqüentemente reconhecida pelo 
Estado indiano, portanto as vilas Dadra e Nagar-Aveli foram tidas como territórios encravados 
portugueses, em território indiano. 
 
A petição portuguesa coloca a questão que o direito de passagem foi largamente utilizado 
durante a soberania britânica sobre o Estado indiano, o mesmo ocorrendo no período pós-
britânico. Os indianos alegam que mercadorias, com exceção de armas e munições, passavam 
livremente entre o Porto de Damão (território português) e ditos encraves, e que exerceram 
seu soberano poder de regulamentação impedindo qualquer tipo de passagem, desde a 
derrubada do governo português em ditos encraves. (Pereira, L. C. R. Costume Internacional: 
Gênese do Direito Internacional. Rio de Janeiro: Renova, 2002, p. 347 a 349 – Texto adaptado). 
 
Diante da situação acima e dos dados apresentados, responda: 
 
1) De acordo com entendimento da Corte Internacional de Justiça, qual a fonte de direito 
internacional Público é aplicável a fim de dar solução ao litígio? 
 
 Com o fim da Segunda Guerra Mundial, e, com a criação da ONU, as principais fontes de regras 
sobre soluções de Controvérsias Direito Internacional Público foram arroladas no artigo 38, do 
Estatuto da Corte Internacional de Justiça (CIJ), principal órgão judiciário daquela organização, 
o qual transcreve-se, juntamente com o artigo 59 
 
 “Artigo 38 
 1. A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacional as controvérsias que lhe 
forem submetidas, aplicará: 
 a) as convenções internacionais quer gerais, quer especiais, que estabeleçam regras 
expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes; 
 b) o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito; 
 c) os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas; 
 d) sob ressalva do art. 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos juristas mais qualificados das 
diferentes nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito. 
 2. A presente disposição não prejudicará a faculdade da Corte decidir uma questão ex aequo et 
bono, se as partes com isto concordarem.” 
 
2) Como ela é definida? 
costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito; 
 
3) Qual o elemento que a torna norma jurídica? 
“Artigo. 59 - A decisão da Corte só será obrigatória para as partes litigantes e a respeito do 
caso em questão.” 
 
O elemento subjetivoou a convicção de obrigatoriedade. 
 
 
 
CASO CONCRETO 4 
Ex-dirigente de federação sul-americana de futebol, após deixar o cargo que exercia em seu 
país de origem, sabedor de que existe uma investigação em curso na Colômbia, opta por fixar 
residência no Brasil, pelo fato de ser estrangeiro casado com brasileira, com a qual tem dois 
filhos pequenos. Anos depois, já tendo se naturalizado brasileiro, o governo da Colômbia pede 
a sua extradição em razão de sentença que o condenou por crime praticado quando ocupava 
cargo na federação sul-americana de futebol. Diga sobre a possibilidade de extradição e 
fundamente. (FGV – adaptada). 
Poderá ser concedida a extradição, porque o extraditando não é brasileiro nato. 
 
 
 
CASO CONCRETO 5 
Tendo em vista o interesse comum de Brasil e Paraguai em realizar o aproveitamento 
hidroelétrico dos recursos hídricos do rio Paraná, pertencentes em condomínio aos dois países 
desde e inclusive o salto Grande de Sete Quedas ou salto de Guairá até a foz do rio Iguaçu, foi 
aprovado o Tratado de Itaipu, em 26 de abril de 1973, criando a entidade binacional Itaipu, 
considerada um modelo de integração. Contudo, passados mais de trinta anos, os paraguaios 
começaram a se insurgir contra as disposições desse Tratado, alegando que há uma relação de 
exploração em favor do Brasil, que se aproveita do seu poder econômico para submeter o 
Paraguai a uma condição subalterna. A polêmica se acentuou com a eleição de Fernando Lugo 
à Presidência da República do Paraguai. Com relação a esse Tratado e às polêmicas que gera, é 
correto que As reivindicações dos paraguaios são pertinentes, uma vez que, segundo o Tratado 
de Itaipu, ao Brasil cabem 95% da energia produzida pela Itaipu e ao Paraguai os 5% restantes, 
proporcionais ao aporte financeiro realizado por cada país na construção da usina e Por ser 
uma entidade binacional, as instalações e obras realizadas em cumprimento ao Tratado de 
Itaipu conferem ao Brasil e ao Paraguai o direito de propriedade ou de jurisdição sobre o 
território um do outro. (UFPR ? adaptada). 
As reivindicações dos paraguaios não são pertinentes, uma vez que, segundo o Tratado de 
Itaipu, ao Brasil cabem 95% da energia produzida pela Itaipu e ao Paraguai os 5% restantes, 
proporcionais ao aporte financeiro realizado por cada país na construção da usina. 
É reconhecido tanto ao Brasil como ao Paraguai o direito de aquisição da energia que não 
seja utilizada pelo outro para seu consumo próprio. 
Por ser uma entidade binacional, as instalações e obras realizadas em cumprimento ao 
Tratado de Itaipu não conferem ao Brasil e ao Paraguai o direito de propriedade ou de 
jurisdição sobre o território um do outro. 
Podem prestar serviços à Itaipu os funcionários públicos, empregados de autarquias e os de 
sociedade de economia mista, brasileiros e paraguaios, sem perda do vínculo original e dos 
benefícios de aposentadoria e/ou previdência social, tendo-se em conta as respectivas 
legislações nacionais. 
 
CASO CONCRETO 6 
Tratados são, por excelência, normas de direito internacional público. No modelo jurídico 
brasileiro, como nas demais democracias modernas, tratados passam a integrar o direito 
interno estatal, após a verificação de seu iter de incorporação. A respeito dessa temática, uma 
vez firmados, os tratados relativos ao MERCOSUL, ainda que criem compromissos gravosos à 
União, são automaticamente incorporados visto que são aprovados por parlamento 
comunitário. Diga se está correta ou errada a afirmativa e fundamente. (CESPE – adaptada). 
Errada. Os Tratados não são automaticamente incorporados ao modelo jurídico brasileiro. 
Aprovados por decreto legislativo no Congresso Nacional, os tratados podem ser 
promulgados pelo presidente da República. 
CASO CONCRETO 7 
Presentes em todos os continentes, as organizações não governamentais (ONGs) 
desempenham importante papel na defesa de causas de interesse comum da humanidade. 
Assim, não obstante suas peculiaridades jurídicas, o Greenpeace, além de ter atuado como 
parte nas negociações do Protocolo de Quioto, firmou e ratificou o referido tratado. Julgue a 
afirmação e fundamente sua resposta. 
A afirmativa está incorreta. Não obstante sua peculiaridade jurídica, o Greenpeace, não 
firmou e nem ratificou o Protocolo de Quioto, atribuição dada aos 157 países durante a 11ª 
Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que ratificaram o Protocolo de 
Kyoto, já que conseguiram dar passos importantes na direção de reduções de emissões dos 
gases do efeito estufa após 2012. 
 
CASO CONCRETO 8 
No Direito Internacional, há necessidade de previsões normativas para os períodos pacíficos e 
para os períodos turbulentos de conflitos e litígios. A Carta das Nações Unidas e outras 
convenções internacionais procuram tratar dos mecanismos de resolução de conflitos, bem 
como disciplinam a ética dos conflitos bélicos e a efetiva proteção dos direitos humanos em 
ocasiões de conflitos externos ou internos. A ONU deve exercer papel relevante na resolução 
de conflitos, podendo, inclusive, praticar ação coercitiva para a busca da paz. Analise se 
correta ou errada e fundamente. (CESPE – adaptada). 
Errada. A ONU deve exercer papel relevante na resolução de conflitos, todavia, não há 
previsão da pratica de ação coercitiva para a busca da paz, não admitindo o litígio resolvido 
por meio de conflitos armados. 
 
CASO CONCRETO 9 
Como antecipou Joaquim Nabuco, a escravidão e o tráfico de escravos, graves violações aos 
direitos humanos, estão hoje proscritos pelo direito internacional. À luz das normas de direito 
internacional aplicáveis ao tema, o tráfico de pessoas como modalidade de crime organizado 
internacional limita-se à exploração de mão de obra escrava. Julgue e fundamente. (CESPE– 
adaptada). 
Errado. O tráfico de pessoas como modalidade de crime organizado internacional é vedada, 
em face à exploração de mão de obra escrava. 
CASO CONCRETO 10 
OEx-dirigente de federação sul-americana de futebol, após deixar o cargo que exercia em seu 
país de origem, sabedor de que existe uma investigação em curso na Colômbia, opta por fixar 
residência no Brasil, pelo fato de ser estrangeiro casado com brasileira, com a qual tem dois 
filhos pequenos. Anos depois, já tendo se naturalizado brasileiro, o governo da Colômbia pede 
a sua extradição em razão de sentença que o condenou por crime praticado quando ocupava 
cargo na federação sul-americana de futebol. Essa extradição não poderá ser concedida, 
porque o extraditando tem filhos menores sob sua dependência econômica. Analise e decida 
se correta ou errada e fundamente. (CESPE – adaptada) 
Errado. Poderá ser concedida a extradição, porque o extraditando não é brasileiro nato. 
 
CASO CONCRETO 11 
O litígio que envolve Estados e organizações internacionais podendo ser de natureza 
econômica, política ou meramente jurídica, é conceituado como controvérsia internacional. 
Acerca dos meios diplomáticos para soluções pacíficas de controvérsias internacionais, a 
conciliação é muito semelhante à mediação. Entretanto, caracteriza–se pela possibilidade de 
atuar como mediador pessoa natural, Estado ou organismo internacional. Diga se certa ou 
errada e fundamente. (FGV – adaptada). 
 Correto. Os bons ofícios caracterizam-se pela oferta espontânea de um terceiro que 
colabora com a solução de controvérsias, podendo ser um Estado, um organismo 
internacional ou uma autoridade. 
 
CASO CONCRETO 12 
O MERCOSUL é um organismo internacional que visa à integração econômica de países que se 
localizam geograficamente no eixo conhecido como Cone Sul, nos termos do Tratado de 
Assunção (1991) e do Protocolo de Ouro Preto (1994).Sobre o sistema de solução de 
controvérsias do MERCOSUL, provisoriamente estabelecido no Protocolo de Brasília (1993), o 
sistema de solução de controvérsias do MERCOSUL encontra–se, atualmente, normatizado 
pelo Protocolo de Ouro Preto (1994), que estabeleceu a estrutura orgânica definitiva do bloco. 
Responda se certa ou errada e fundamente. (FGV – adaptada). 
Errado. O sistema de solução de controvérsias do MERCOSUL, atualmente normatizado nos 
termos do Protocolo de Olivos (2002), que estabeleceu como instância final judicante o 
Tribunal Permanente de Revisão. 
 
CASO CONCRETO 13 
Um jato privado, pertencente a uma empresa norte-americana, se envolve em um incidente 
que resulta na queda de uma aeronave comercial brasileira em território brasileiro, 
provocando dezenas de mortes. A família de uma das vítimas brasileiras inicia uma ação no 
Brasil contra a empresa norte-americana, pedindo danos materiais e morais. A empresa norte-
americana alega que a competência para julgar o caso é da justiça americana. Segundo o 
direito brasileiro, o juiz brasileiro tem competência concorrente porque a vítima tinha 
nacionalidade brasileira. Com base em seu conhecimento diga se correta ou errada a 
afirmativa e fundamente (FGV – adaptada). 
Correta. Segundo o direito brasileiro, o juiz brasileiro tem competência concorrente para 
julgar o caso porque o acidente envolvendo o jato privado norte-americano e a aeronave 
comercial brasileira ocorreu em território brasileiro e ainda assim, a vítima era brasileira. 
 
 
CASO CONCRETO 14 
O Estado regulamenta a convivência social em seu território por meio de legislação nacional, e 
a comunidade internacional também cria regras, que podem conflitar com as nacionais. A 
respeito das correntes doutrinárias que procuram proporcionar solução para o conflito entre 
as normas internas e as internacionais, de acordo com a corrente dualista, o direito interno e 
o direito internacional convivem em uma única ordem jurídica. Julgue e fundamente. (CESPE – 
adaptada). 
Errado. Consoante a corrente monista, o ato de ratificação de tratado gera efeitos no âmbito 
nacional. 
 
CASO CONCRETO 15 
No Brasil, a exploração de petróleo na chamada camada pré-sal vincula-se a importantes 
noções do direito do mar. O domínio marítimo de um país abrange as águas internas, o mar 
territorial, a zona contígua entre o mar territorial e o alto-mar, a zona econômica exclusiva, 
entre outros. A respeito do direito do mar, do direito internacional da navegação marítima e 
do direito internacional ambiental, segundo a Convenção de Montego Bay, Estados sem litoral 
podem usufruir do direito de acesso ao mar pelo território dos Estados vizinhos que tenham 
litoral. Julgue a afirmativa e fundamente sua resposta. (CESPE – adaptada). 
Correto. A convenção das Nações Unidas sobre o direito do mar foi adotada em Montego Bay, 
Jamaica, em 1982, entrando em vigor, internacionalmente, no dia 16 de novembro de 1994, 
tendo como fim precípuo normalizador todas as questões controversas existentes em relação 
ao direito marítimo. Montego Bay caracterizou de forma contundente o que a sociedade 
internacional tentava fazer desde o inicio do século passado com a ideia do mar territorial de 
três milhas. O Brasil firmou a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar 
juntamente com 118 países, em 22 de dezembro de 1998, veio a ratifica-lo. 
A partir de então, vislumbrou-se uma nova realidade para a exploração dos mares, mais 
específicos, os fundos marinhos, ficando dessa forma não mais adstrito ao controle de um 
grupo de Estados, mas especificamente a toda humanidade (res comnunis). “A Convenção 
declara que os recursos minerais da área internacional dos oceanos são patrimônio comum da 
humanidade e cria a Autoridade Internacional dos fundos Marinhos para organizar e controlar 
as atividades relativas ao aproveitamento desses recursos”. 
“Os fundos marinhos e oceânicos e o seu subsolo para além dos seus limites de jurisdição 
nacional, bem como os respectivos recursos são patrimônio comum da humanidade e que a 
exploração e o aproveitamento do mesmo serão feitos em benefícios da humanidade em 
geral, independente da situação geográfica do Estado”. 
A Convenção reduziu o mar litoral para 12 milhas marítimas (22 km). Em contrapartida, 
garantiu aos Estados costeiros a exploração econômica exclusiva numa aérea de 200 milhas 
marítimas. 
 
CASO CONCRETO 16 
Após o reconhecimento de pleito formulado perante a Comissão de Delimitação de 
Plataformas Continentais da Organização das Nações Unidas, o Brasil passou a exercer, na 
plataforma continental que excede as 200 milhas náuticas, até o limite de 350 milhas náuticas, 
competências equivalentes às exercidas no mar territorial. Julgue fundamentadamente. 
(CESPE – adaptada). 
Errado. Essa questão trata daquilo que conhecemos como Amazônia Azul. 
Segundo a Convenção de Montego Bay, o Estado costeiro deve traçar o limite exterior da sua 
plataforma continental, quando esta se estender além de 200 milhas marítimas das linhas de 
base a partir das quais se mede a largura do mar territorial. Assim, verifica-se que uma 
plataforma continental cuja extensão ultrapasse as 200 milhas marítimas é situação 
excepcional. Tendo em vista a excepcionalidade da situação, esta precisa ser reconhecida pela 
ONU (Organização das Nações Unidas). 
O Brasil realizou estudos acerca da sua plataforma continental e constatou que, em diversos 
pontos de nosso literal, o bordo exterior da margem continental prolonga-se além das 200 
milhas marítimas. Já tendo apresentado à ONU a proposta de extensão da plataforma 
continental, o Brasil apenas aguarda a decisão daquela organização internacional (seu pleito 
ainda não foi reconhecido!). Caso a decisão seja positiva, o território marítimo brasileiro irá 
aumentar bastante e, com isso, as riquezas minerais sob o domínio do País. Nessa imensa área, 
estão as maiores reservas de petróleo e gás, fontes de energia imprescindíveis para o 
desenvolvimento do Brasil, além da existência de potencial pesqueiro. 
 
 
(PCECE - Delegado de Polícia - 2015) A respeito da posição hierárquica dos tratados 
internacionais, incorporados ao direito interno brasileiro, responda: 
a) Quais são as possíveis posições hierárquicas, atualmente, dos tratados internacionais de 
direitos humanos ratificados após a Emenda Constitucional número 45/2004? 
b) Qual é a posição hierárquica dos tratados internacionais de direitos humanos ratificados na 
vigência da atual Constituição Federal, mas antes da Emenda Constitucional número 45/2004? 
a) Teoria Supraconstitucional = adotada por Celso Duvivier de Albuquerque Mello, manejando 
uma teoria no Direito Internacional Público, denominada "monismo internacionalista", a qual 
afirmava ser o ordenamento jurídico internacional hierarquicamente superior ao interno de 
cada país. Nesse sentido, qualquer tratado internacional teria normatividade superior à 
própria Constituição dos países. Logo, os tratados sobre direitos humanos, nessa teoria, 
ostentariam natureza supraconstitucional, ou seja, acima da CRFB/1988. Afastada mesmo em 
Doutrina, desde a época de sua propagação. 
b) Teoria Constitucional = adotada por Flávia Piovesan é majoritária em Doutrina, e afirma 
serem os tratados internacionais sobre direitos humanos dotados de normatividade 
equivalente às normas constitucionais, valendo-se do disposto na chamada "cláusula de 
abertura" do artigo 5º, §2º da CRFB/1988, que não exclui do rol de direitos fundamentais 
constitucionais o disposto em tratados internacionais, fazendo com que estes sejam 
incorporados diretamente como se normas constitucionais fossem, ainda que não 
incorporados segundo o dispostono artigo 5º, §3º da "Lex Mater" (que prevê o mesmo 
quórum especial de 3/5 em dois turnos nas duas Casas Legislativas aplicável ás emendas 
constitucionais para os tratados que versem sobre direitos humanos, a fim de que os mesmos 
passem a ostentar o "status" de normas constitucionais). Embora majoritária em Doutrina, foi 
afastada em Jurisprudência, como se verá adiante. 
 
c) Teoria Supralegal (ou da Supralegalidade)= adotada pelo Supremo Tribunal Federal nos 
sucessivos precedentes que culminaram na edição da Súmula Vinculante 25, afirma que todos 
os tratados internacionais sobre direitos humanos incorporados ao ordenamento interno 
antes da edição da EC 45/04 sem o rito do artigo 5º, §3º da CRFB/1988 ostentam condição de 
supralegalidade, ou seja, intermediária, abaixo da CRFB/1988 e acima da legislação 
infraconstitucional. Isso permitiu ao STF editar a referida Súmula Vinculante acerca da prisão 
civil do depositário infiel, omitida na Convenção Americana de Direitos Humanos de 1969 
(conhecida como "Pacto de São José da Costa Rica"), mas prevista no artigo 5º, LXVII da 
CRFB/1988. Nesse sentido, como se trata de norma constitucional de eficácia limitada 
(carecedora de regulamentação), considera-se que o PSJCR é a norma regulamentadora, e 
como não há previsão de prisão civil por dívida decorrente de infiel depósito, o STF editou a 
referida Súmula Vinculante, promovendo a aplicabilidade total do tratado internacional objeto 
da demanda. 
 
Logo, a resposta para a questão encontra-se na terceira teoria apresentada, que afirma serem 
os tratados internacionais sobre direitos humanos incorporados (e não simplesmente 
"ratificados", por erro material do próprio enunciado) ao ordenamento jurídico brasileiro 
detentores de "status" supralegal. Caso sejam posteriormente submetidos ao quórum especial 
do artigo 5º, §3º da CRFB/1988, terão natureza jurídica constitucional. O mesmo se aplica aos 
tratados sobre direitos humanos pós-EC 45/04 que não foram internalizados segundo o 
quórum das emendas constitucionais (embora desde a EC 45/04 os tratados internacionais 
sobre direitos humanos tenham sido regularmente submetidos ao quórum especial, como 
ocorreu com a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos dos Deficientes). 
QUESTIONÁRIO 
 
1ª) Em razão de sua natureza descentralizada, o Direito Internacional Público 
desenvolveu-se no sentido de admitir fontes de direito diferentes daquelas admitias 
no direito interno. Que fonte, entre as listadas a seguir, não pode ser considerada 
fonte do Direito Internacional? 
A) Tratado 
B) Decisões de tribunais constitucionais dos Estados 
C) Costume 
D) Princípios gerais do direito 
 
2ª) Com relação à nacionalidade, assinale a opção INCORRETA. 
A) A EC nº 3/1994 admite a possibilidade de aquisição de nacionalidade por filhos 
de brasileiro(s), nascidos no exterior, sem que um dos pais esteja a serviço do 
Brasil, desde que venham a residir no Brasil e optem, a qualquer tempo, pela 
nacionalidade brasileira. 
B) A opção de nacionalidade é um ato de jurisdição voluntária de 
competência da justiça estadual. 
C) A naturalização é a única forma de aquisição de nacionalidade por via derivada, 
segundo a Constituição brasileira. 
D) A nacionalidade é um direito fundamental, assim reconhecido pelo Direito 
Internacional, que exorta aos Estados que facilitem a sua aquisição pelos indivíduos 
e que não a retirem arbitrariamente. 
3ª) (CESPE/ TRF5 / JUIZ/ 2006) Julgue os itens seguintes quanto aos tratados 
internacionais e ao respectivo processo de elaboração, vigência e efeitos em relação 
a terceiros. 
(V) Para que uma convenção sobre direitos humanos seja equivalente às emendas 
constitucionais, é necessário que seja aprovada, em cada casa do Congresso 
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros. 
(V) Antes do início da negociação de qualquer tratado bilateral, o ministro das 
Relações Exteriores do Brasil deve apresentar carta de plenos poderes, perante o 
governo copactuante, para habilitá-lo a participar dessa fase e, posteriormente, a 
assinar o tratado em caráter definitivo. 
(F) Durante uma negociação multilateral, se determinado Estado aceitar, 
expressamente e por escrito, o encargo de depositário, mas acabar por não ratificar 
o tratado em questão, mesmo assim, esse Estado permanecerá vinculado à 
obrigação contraída, na condição de terceiro. 
(V) Os efeitos do tratado celebrado entre dois Estados fronteiriços, que modifica o 
curso da linha limítrofe que os separa, não repercutem sobre os demais Estados, 
por tratar-se de uma nova situação jurídica de interesse apenas desses dois 
Estados fronteiriços. 
(V) No Brasil, a vigência interna de um tratado não coincide, necessariamente, com 
a sua entrada em vigor no plano do direito internacional. 
 
4ª) Com relação aos tratados internacionais, assinale a opção correta à luz da 
Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados, de 1969. 
A) Reserva constitui uma declaração bilateral feita pelos Estados ao assinarem um 
tratado. 
B) Uma parte não pode invocar as disposições de seu direito interno para 
justificar o inadimplemento de um tratado. 
C) Ainda que a existência de relações diplomáticas ou consulares seja indispensável 
à aplicação de um tratado, o rompimento dessas relações, em um mesmo tratado, 
não afetará as relações jurídicas estabelecidas entre as partes. 
D) Apenas o chefe de Estado pode celebrar tratado internacional. 
 
5ª) A regra básica que rege a Organização das Nações Unidas é conhecida como: 
A) Estatuto da Corte Internacional de Justiça. 
B) Carta de São Francisco. 
C) Carta das Nações Internacionais. 
D) Estatuto da Liga das Nações. 
E) Estatuto das Nações Unidas e Corte Internacional de Justiça. 
 
6ª) O Conselho de segurança da Organização das Nações Unidas: 
A) É o principal órgão judicial da Organização das Nações Unidas e se encontra 
localizado em Haia, na Holanda. A sede da ONU fica em Nova Iorque. A Corte 
Internacional de Justiça é a banca judicial da ONU, localizada em Haia, na 
Holanda. 
B) Foi criado para ser o principal órgão das Nações Unidas, é composto por 
dez membros não permanentes e cinco membros permanentes. 
C) É composto de cinquenta e quarto membros das Nações Unidas, eleitos para um 
período de três anos, detendo como atribuição primeira a de realizar estudos e 
apresentar relatórios acerca de assuntos internacionais de caráter econômico, 
social, cultural, educacional, sanitário e conexos. 
D) É composto por todos os membros da organização, cabendo a cada Estado-
Membro apenas um voto e podendo ser representado por, no máximo, cinco 
representantes. 
E) É órgão administrativo, compreendendo um secretário geral, que o dirige e é 
auxiliado por pessoal escolhido mediante o mais amplo critério geográfico possível. 
 
 
O Conselho de Segurança é o mais poderoso órgão da ONU, responsável por 
manter a paz internacional e por restaurá-la quando surgem conflitos. O Conselho 
possui 15 membros, cinco dos quais detêm lugares permanentes: os Estados 
Unidos, o Reino Unido, a França, a Rússia e a China. A Assembleia elege os 10 
outros países para servirem um mandato de dois anos. As decisões do Conselho 
exigem nove votos para entrar em vigor, mas qualquer um dos membros 
permanentes pode vetar uma decisão. 
 
 
7ª) Disserte sobre as funções do Direito Internacional em suas duas vertentes. 
 
 
 
 
 
 
 
8ª) Esclareça a distinção entre nacionalidade e cidadania, indicando quais os 
critérios adotados pela Constituição Federal para a qualificação do brasileiro nato. 
 
A nacionalidade está relacionada ao pertencimento de determinada pessoa auma 
nação. Ou seja, significa que essa pessoa compartilha uma série de vínculos 
históricos e culturais com um grupo de pessoas. Esse grupo pode não ter um 
território próprio e, por consequência, não formar um país reconhecido 
internacionalmente, mas ainda assim ser uma nação. O maior exemplo atual são os 
curdos, que vivem em uma região do Oriente Médio pertencente a diferentes 
Estados, mas que formam uma nação à parte. Os requisitos para definir a 
nacionalidade dependem da lei de cada país, e em geral se dividem por local de 
nascimento — o “jus solis”, que atrela o território à nacionalidade — ou por 
descendência — o “jus sanguinis”, que atrela o “sangue” à nacionalidade, ou seja, 
não importa onde a pessoa nasceu, mas de quem é filha. É o caso do presidente da 
Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), nascido no Chile, mas filho de pai 
brasileiro. 
 
 
A cidadania Uma pessoa pode ser nacional de um país, mas não cidadã daquele 
país. Isso porque a cidadania, ao contrário da nacionalidade, é um vínculo político 
entre uma pessoa física e uma pessoa jurídica do direito internacional, o Estado. A 
ideia é que uma nação se junta e cria um Estado, que irá governá-la, protegê-la e 
representá-la perante outras nações do mundo, também, em sua maioria, 
organizadas em Estados. Esse Estado só existe porque um grupo nacional se juntou 
e formou seu corpo político fundador. Caso uma nação não tenha um Estado que a 
represente, não consegue se relacionar com as outras nações no mesmo nível 
político. Os curdos, por exemplo, não contam com esse reconhecimento e são 
excluídos da arena internacional. Uma pessoa, portanto, é parte de uma nação ao 
nascer. Esse é seu direito e ninguém pode tirar isso dela a não ser ela mesma, ao 
renunciar uma nacionalidade. Mas ela não necessariamente nasce sendo parte do 
corpo político que forma e legitima a existência do Estado. Ao ser cidadã, a pessoa 
passa a ter direitos políticos — como o voto, por exemplo — e deveres — como o 
alistamento militar obrigatório para homens no Brasil. O México é um bom exemplo 
dessa diferenciação. Lá, um nacional só se torna cidadão depois dos 18 anos. Por 
isso obter uma segunda nacionalidade é diferente de obter uma segunda cidadania. 
O primeiro caso é um reconhecimento de pertencimento a uma nação. O segundo, 
é a concessão de direitos, ou seja, a permissão, por parte de um Estado, que uma 
nova pessoa se integre ao sistema político do país. 
 
 
Art. 12. São brasileiros: 
 
 
 I - natos: 
 
 a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais 
estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; 
 
 b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde 
que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; 
 
 c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde 
que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na 
República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a 
maioridade, pela nacionalidade brasileira; 
 
 II - naturalizados: 
 
 a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas 
aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano 
ininterrupto e idoneidade moral; 
 
 b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na República 
Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, 
desde que requeiram a nacionalidade brasileira. 
 
 § 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver 
reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao 
brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. 
 
 § 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e 
naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. 
 
 
 
9ª) No que tange às relações entre o direito internacional e o direito interno, percebem-se 
duas orientações divergentes quanto aos doutrinadores. Neste contexto, pergunta-se: 
A) Quais são essas orientações? Como elas se diferem? 
a) O monismo com primazia do direito interno tem as suas raízes no hegelianismo, que 
considera o Estado como tendo uma soberania absoluta, não estando, em consequência, 
sujeito a nenhum sistema jurídico que não tenha emanado de sua própria vontade. O próprio 
fundamento do Direito Internacional é a autolimitação do Estado, na formulação definitiva 
desta teoria feita por JELLINEK. 
b) O monismo com primazia do Direito Internacional defendida por Hans Kelsen, ao formular 
a Teoria Pura do Direito, na qual estabeleceu a conhecida pirâmide de normas, que tem a sua 
origem e tira a sua obrigatoriedade da norma que lhe é imediatamente superior; e, a norma 
primeira é denominada de Grundnorm. Essa concepção fora denominada, na sua primeira 
fase, de Teoria da Livre Escolha. 
 
B) Qual delas é adotada pelo Brasil? Como isso influencia na inserção de tratados no 
ordenamento nacional? 
A Teoria Dualista é a adotada no Brasil. o direito internacional regularia as relações entre os 
Estados, enquanto o direito interno destinar-se-ia-a a regulação da conduta do Estado com os 
indivíduos, sem haver conflito de interesses, ou seja, um tratado internacional não poderia, em 
nenhuma hipótese, regular uma questão interna sem antes ter sido incorporado a este 
ordenamento por um procedimento receptivo que o transforme em lei nacional (lei interna). 
Nesta concepção, o Estado recusa, pois, a aplicação imediata ao direito internacional. Esta 
concepção dualista de que o direito internacional e o direito interno são ordens distintas e 
independentes uma da outra emana do entendimento que os tratados internacionais 
representam apenas compromissos exteriores do Estado, assumidos por Governos na sua 
representação, sem influir no ordenamento jurídico interno desse Estado, gerando conflitos 
insolúveis dentro deles. Para os dualistas, esses compromissos internacionalmente assumidos 
não podem gerar efeitos automáticos na ordem jurídica interna, se todo o pactuado não se 
materializar na forma de diploma normativo típico do direito interno, como uma lei, um 
decreto, um regulamento ou algo do tipo. É dizer, a norma internacional só vale quando 
recebida pelo direito interno, não operando a simples ratificação dessa transformação. 
Dualismo: Segundo a doutrina dualista, para que uma norma internacional seja aplicada na 
ordem interna de um Estado, este deve primeiramente transformá-la em norma de direito 
interno, incorporando-a ao seu ordenamento jurídico doméstico. Esta doutrina costuma ser 
chamada de teoria da incorporação. 
A CF de 1988 tem vários artigos que ora nos posicionam como monistas com primazia do 
Direito Internacional radicais (ex.: art. 7.º do ADCT e § 2.º do art. 5.º da CF de 1988), ora como 
moderados (ex.: art. 105, III, “a”, da CRFB/88). Por este último artigo, o tratado tem natureza 
de lei ordinária federal e, portanto, está abaixo da CF de 1988. Também nos posicionamos 
como dualistas, porque os tratados assinados pelo Brasil devem passar pelo crivo do 
Congresso Nacional para serem ratificados (art. 84, VIII, da CF de 1988) e depois serão 
transformados em uma espécie normativa interna (decreto legislativo, decreto etc.). 
 
10ª) Disserte, em até 10 linhas, sobre a composição da sociedade internacional 
contemporânea, bem como sobre as controvérsias doutrinárias que envolvem as 
organizações não governamentais (ONGs) e empresas transnacionais como atores 
de direito internacional público. 
 
 
AVALIANDO O APRENDIZAD 
São Fontes do Direito InternacionalPúblico aquelas estabelecidas a fim de produzir 
as normas que ordenarão o cenário jurídico internacional. Em outras palavras, é a 
fonte que faz nascer a norma. O Direito Internacional Público tem suas fontes 
sistematizadas no artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça, o 
principal órgão judiciário da ONU, sediado em Haia, nos Países Baixos. 
Recentemente, alguns especialistas entendem que outras figuras têm servido como 
fonte de direito internacional, como por exemplo os atos unilaterais dos estados, 
mas prevalece o entendimento de que os dispositivos contidos no artigo citado 
acima ainda são predominantes e suficientes na criação do direito no plano 
internacional. Importante frisar que não existe hierarquia entre as fontes. O fato de 
uma ser mais utilizada que a outra em determinada época depende do momento e 
das preferências entre estados e organizações internacionais. De acordo com o art. 
38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça, são fontes do Direito Internacional 
as convenções internacionais, 
a) Todas as afirmativas estão incompletas. 
b) O costume internacional, os princípios gerais do direito, as decisões 
judiciais e a doutrina, de forma auxiliar, admitindo, ainda, a 
possibilidade de a Corte decidir ex aequo et bono, se as partes 
concordarem. 
c) O costume, os atos unilaterais e a doutrina e a jurisprudência, de forma 
auxiliar. 
d) O costume internacional, os princípios gerais do direito, os atos unilaterais e 
as resoluções das organizações internacionais. 
e) O costume, princípios gerais do direito, atos unilaterais, resoluções das 
organizações internacionais, decisões judiciais e a doutrina.

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