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TEORIA GERAL DOS CONTRATOS

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LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 1 
 
 
 
 
 
1) CONCEITO 
 
 Conceitos de contrato: 
 
 Conceito clássico: negócio jurídico bilateral ou plurilateral, que 
visa à criação, modificação ou extinção de direitos e deveres 
com conteúdo patrimonial 
 
 ato jurídico lato sensu - negócio jurídico 
 
 alteridade 
 
 patrimonialidade 
 
 Conceito pós-moderno: relação jurídica subjetiva, nucleada na 
solidariedade constitucional, destinada à produção de efeitos 
jurídicos existenciais e patrimoniais, não só entre os 
titulares subjetivos da relação, como também perante 
terceiros 
 
 ato jurídico lato sensu - negócio jurídico 
 
 alteridade 
 
 possibilidade de eficácia externa: perante terceiros 
 
 valores constitucionais 
 
 contrato pode envolver conteúdo existencial (direitos da 
personalidade) 
 
Enunciado CJF 23: Art. 421: A função social do contrato, prevista no 
art. 421 do novo Código Civil, não elimina o princípio da autonomia 
contratual, mas atenua ou reduz o alcance desse princípio quando 
presentes interesses metaindividuais ou interesse individual relativo à 
dignidade da pessoa humana 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 2 
 
 Questões relativas à alteridade: 
 
 Conceito de alteridade: presença de ao menos 2 pessoas na 
formação do contrato = composição de interesses 
 
 a autocontratação perfeita: é vedada pelo sistema 
 
 o artigo 117 do CC: o mandato em causa própria = ainda está 
presente a alteridade, uma vez que a contratação é feita com 
representação 
 
Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio 
jurídico que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, 
celebrar consigo mesmo. 
Parágrafo único. Para esse efeito, tem-se como celebrado pelo representante o 
negócio realizado por aquele em quem os poderes houverem sido 
subestabelecidos. 
 
 o mandado em causa própria: é ANULÁVEL se não 
houver: 
 
 autorização do representado 
ou 
 autorização legal 
 
 prazo decadencial da anulabilidade: 2 ANOS (regra geral 
do CC, art. 179) 
 
CC, art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, 
sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois 
anos, a contar da data da conclusão do ato. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 3 
 
2) CATEGORIZAÇÃO JURÍDICA DOS CONTRATOS – AS PRINCIPAIS 
CLASSIFICAÇÕES 
 
2.1) CLASSIFICAÇÃO QUANTO AOS DIREITOS E DEVERES DAS PARTES 
CONTRATANTES 
 
 O contrato é sempre negócio jurídico bilateral ou plurilateral 
(participação). Mas o contrato, com relação aos direitos e deveres 
das partes, pode assim ser classificado: 
 
 contrato unilateral: apenas um dos contratantes assume 
deveres em face do outro 
 
 exs.: 
 
 doação pura e simples, 
 mútuo, 
 comodato 
 
 contrato bilateral: contratantes são simultaneamente e 
reciprocamente credores e devedores uns dos outros 
 
 denominação moderna: contrato sinalagmático = noção 
de proporcionalidade das prestações 
 
 contrato plurilateral: várias pessoas + direitos e deveres para 
todos os envolvidos 
 
2.2) QUANTO AO MOMENTO DO APERFEIÇOAMENTO DO CONTRATO 
 
 O contrato pode ser: 
 
 consensual: aperfeiçoamento pela simples manifestação de 
vontade 
 
 real: aperfeiçoamento com a entrega da coisa 
 
 antes da entrega da coisa: há apenas uma promessa de 
contratar 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 4 
 
2.3) QUANTO AO SACRIFÍCIO PATRIMONIAL DAS PARTES 
 
 O contrato pode ser: 
 
 oneroso: traz vantagens para ambos os contratantes 
 
 gratuito ou benéfico: onera somente uma das partes 
 
 a interpretação do contrato gratuito é restritiva 
 
CC, art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-
se estritamente. 
 
 o contrato gratuito X unilateral 
 
 regra geral: o contrato gratuito é unilateral 
 
 há exceções: o contrato de mútuo feneratício 
(sujeito a juros) 
 
 obrigação de restituir o dinheiro = 
contrato unilateral 
 
 obrigação de pagar juros = contrato 
oneroso 
 
2.4) QUANTO À PREVISÃO LEGAL 
 
 O contrato pode ser: 
 
 típico: com um estatuto legal mínimo 
 
 atípico: NÃO há previsão legal específica 
 
 regra: é lícita a criação de contratos atípicos 
 
CC, art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas 
as normas gerais fixadas neste Código. 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 5 
 
2.5) QUANTO AOS RISCOS QUE ENVOLVEM A PRESTAÇÃO 
 
 O contrato pode ser: 
 
 comutativo: as partes já sabem quais são as prestações 
 
 contrato aleatório (CC, art. 458/461): a prestação de uma das 
partes NÃO é conhecida no momento da celebração do 
contrato – pois depende da álea 
 
 contrato aleatório emptio spei: risco é relativo a própria 
existência da coisa 
 
CC, art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou 
fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes 
assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi 
prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, 
ainda que nada do avençado venha a existir. 
 
 contrato aleatório emptio rei seperatae: o risco versa 
sobre a quantidade/qualidade da coisa 
 
CC, art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, 
tomando o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer 
quantidade, terá também direito o alienante a todo o preço, desde que 
de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a 
existir em quantidade inferior à esperada. 
Parágrafo único. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não 
haverá, e o alienante restituirá o preço recebido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 6 
 
2.6) QUANTO À NEGOCIAÇÃO DO CONTEÚDO PELAS PARTES 
 
 O contrato pode ser: 
 
 contrato de adesão: uma das partes, o estipulante, impõe o 
conteúdo negocial 
 
Enunciado CJF 171: Art. 423: O contrato de adesão, mencionado nos arts. 423 
e 424 do novo Código Civil, não se confunde com o contrato de consumo 
 
 contrato de consumo: aquele que há a presença de 
fornecedor + consumidor (CDC, arts. 2º e 3º) 
 
 pode ser também um contrato de adesão 
 
 contrato paritário ou negociado: o conteúdo é discutido entre 
as partes 
 
2.7) QUANTO À PRESENÇA DE FORMALIDADES OU SOLENIDADES 
 
 O contrato pode ser: 
 
 formal: exige qualquer formalidade 
 
 formal solene: exige solenidade pública 
 
 formal não solene: exige determinada formalidade, mas 
não solenidade pública 
 
 informal: não exige qualquer formalidade 
 
CC, art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma 
especial, senão quando a lei expressamente a exigir. 
 
 regra geral do sistema 
 
 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 7 
 
2.8) QUANTO À INDEPENDÊNCIA CONTRATUAL 
 
 O contrato pode ser: 
 
 principal ou independente: existe por si só 
 
 acessório: a validade depende do contrato principal 
 
 o princípio da gravitação judicia: o acessório segue o 
principal 
 
CC, art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcialde 
um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for 
separável; a invalidade da obrigação principal implica a das obrigações 
acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal. 
 
 contratos coligados (natureza híbrida): independência relativa 
entre negócios jurídicos com efeitos interligados 
 
Enunciado CJF 421: Arts. 112 e 113: Os contratos coligados devem ser 
interpretados segundo os critérios hermenêuticos do Código Civil, em especial 
os dos arts. 112 e 113, considerada a sua conexão funcional. 
 
 reconhecimento jurisprudencial: compra separada de 2 
lotes, um para casa e outro para anexo de lazer – a 
nulidade de um afeta o outro, mesmo que 
independente (STJ – REsp. 337.040/AM) 
 
2.9) QUANTO AO MOMENTO DO CUMPRIMENTO 
 
 O contrato pode ser: 
 
 instantâneo ou de execução imediata: tem aperfeiçoamento e 
cumprimento imediato 
 
 execução diferida: cumprimento de uma vez no futuro 
 
 execução continuada ou trato sucessivo: cumprimento 
fracionado no tempo, de forma periódica 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 8 
 
2.10) QUANTO À PESSOALIDADE 
 
 O contrato pode ser: 
 
 pessoal ou personalíssimo: a pessoa do contratante é 
elemento determinante de sua conclusão 
 
 contrato impessoal: a pessoa do contratante não é relevante 
para a conclusão do contrato 
 
2.11) QUANTO À DEFINITIVIDADE 
 
 O contrato pode ser: 
 
 Preliminar ou pré-contrato (pactum de contrahendo): negócio 
que tende à celebração de outro futuro (CC, art. 462/466) 
 
 o contrato preliminar deverá ser levado ao registro 
competente 
 
 deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato 
a ser celebrado 
 
 exceção: quanto à FORMA 
 
 qualquer das partes terá o direito de exigir a celebração 
do definitivo, assinando prazo 
 
 exceção: se constar cláusula de arrependimento 
 
 após o prazo para cumprimento: 
 
 suprimento de vontade – se possível 
 ou 
 perdas e danos 
 
 Definitivo: não tem qualquer dependência futura 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 9 
 
 
 
 
 
 
1) INTRODUÇÃO 
 
 Fundamentos modernos do estudo dos princípios contratuais: 
 
 Diálogo das fontes CC/CDC: 
 
Enunciado CJF 167: Arts. 421 a 424: Com o advento do Código Civil de 2002, 
houve forte aproximação principiológica entre esse Código e o Código de Defesa 
do Consumidor no que respeita à regulação contratual, uma vez que ambos são 
incorporadores de uma nova teoria geral dos contratos. 
 
 Direito civil constitucional (Gustavo Tepedino): valorização da 
 
 dignidade da pessoal humana (CF, art. 1º, III) 
 
 igualdade (CF, art. 5º, caput) 
 
 solidariedade social (CF, art. 3º, I) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 10 
 
2) PRINCÍPIOS EM ESPÉCIE 
 
 
 
Princípios 
Autonomia 
privada 
Função social dos 
contratos 
Força obrigatória 
dos contratos 
Boa-fé objetiva 
Relatividade dos 
efeitos contratuais 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 11 
 
2.1) PRINCÍPIO DA AUTONOMIA PRIVADA 
 
 Conceitos básicos: 
 
 Liberdade de contratar: escolha do momento e com quem 
contratar 
 
 Liberdade contratual: escolha do conteúdo 
 
 A terminologia do princípio – doutrina moderna: 
 
 Denominação clássica: princípio da autonomia da vontade 
 
 conotação subjetiva – alheia ao dirigismo contratual 
típico do direito civil constitucional 
 
 Denominação moderna: princípio da AUTONOMIA PRIVADA 
 
 conotação objetiva: a liberdade contratual dentro dos 
limites da ordem pública – princípios sociais do 
contrato 
 
Enunciado CJF 23: Art. 421: A função social do contrato, prevista no 
art. 421 do novo Código Civil, não elimina o princípio da autonomia 
contratual, mas atenua ou reduz o alcance desse princípio quando 
presentes interesses metaindividuais ou interesse individual relativo à 
dignidade da pessoa humana. 
 
 personalização do direito civil – exemplos de 
institutos típicos relacionados: 
 
 estatuto jurídico do patrimônio mínimo 
(Luiz Edson Fachin) 
 
 Império dos contratos-modelo: onde a 
vontade passa a ter papel mínimo (Take it 
or leave it) 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 12 
 
2.2) PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DOS CONTRATOS 
 
 Teor normativo: a liberdade contratual será exercida nos limites da 
função social do contrato 
 
 Críticas ao art. 421 do CC: 
 
CC, art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da 
função social do contrato. 
 
 Substituição de “liberdade de contratar” por 
“liberdade contratual”: dando a noção de conteúdo do 
contrato 
 
 Retirada do “em razão”: a função social não é razão 
para o contrato, mas sim a autonomia privada 
 
 Dupla eficácia do princípio: 
 
 eficácia externa – aspectos: 
 
 abrangência metaindividual 
 
 tutela externa do crédito: possibilidade de o contrato 
gerar efeitos perante terceiros ou de conduta de 
terceiros repercutir nos contratos 
 
 ex.: aquele que aliciar pessoas obrigadas por 
contrato escrito a prestar serviços a outrem, 
pagará a este o correspondente a 2 anos da 
prestação de serviços 
 
CC, art. 608. Aquele que aliciar pessoas obrigadas em contrato 
escrito a prestar serviço a outrem pagará a este a importância 
que ao prestador de serviço, pelo ajuste desfeito, houvesse de 
caber durante dois anos. 
 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 13 
 
 Eficácia interna - aspectos: 
 
 proteção dos vulneráveis contratuais: 
 
 CDC, art. 47: interpretação pró-consumidor 
 
 CDC, art. 51: nulidade de cláusula de renúncia 
antecipada de direito resultante do negócio 
 
Enunciado CJF 364: Arts. 424 e 828: No contrato de fiança é 
nula a cláusula de renúncia antecipada ao benefício de ordem 
quando inserida em contrato de adesão. 
 
Enunciado CJF 433: Art. 424: A cláusula de renúncia 
antecipada ao direito de indenização e retenção por benfeitorias 
necessárias é nula em contrato de locação de imóvel urbano 
feito nos moldes do contrato de adesão. (Exceção à Súmula 335 
do STJ 
 
 cláusulas abusivas: não é matéria exclusiva de 
contrato de consumo, mas também previstas em 
contratos de adesão 
 
Enunciado CJF 172: Art. 424: As cláusulas abusivas não 
ocorrem exclusivamente nas relações jurídicas de consumo. 
Dessa forma, é possível a identificação de cláusulas abusivas 
em contratos civis comuns, como, por exemplo, aquela 
estampada no art. 424 do Código Civil de 2002. 
 
 vedação da onerosidade excessiva ou desequilíbrio 
contratual 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 14 
 
 proteção da dignidade humana e dos direitos da 
personalidade 
 
Enunciado CJF 23: Art. 421: A função social do contrato, prevista no 
art. 421 do novo Código Civil, não elimina o princípio da autonomia 
contratual, mas atenua ou reduz o alcance desse princípio quando 
presentes interesses metaindividuais ou interesse individual relativo à 
dignidade da pessoa humana. 
 
 descumprimento de contrato pode gerar dano 
moral, quando envolver direito fundamental 
 
Enunciado CJF 411: Art. 186: O descumprimento de contrato 
podegerar dano moral quando envolver valor fundamental 
protegido pela Constituição Federal de 1988. 
 
Jurisprudência: STJ, REsp. 880.035/PR 
 
 nulidade de cláusulas antissociais 
 
 função social do contrato = plano validade 
 
Enunciado CJF 431: Art. 421: A violação do art. 421 conduz à 
invalidade ou à ineficácia do contrato ou de cláusulas 
contratuais. 
 
Enunciado CJF 432: Art. 422: Em contratos de financiamento 
bancário, são abusivas cláusulas contratuais de repasse de 
custos administrativos (como análise do crédito, abertura de 
cadastro, emissão de fichas de compensação bancária, etc.), 
seja por estarem intrinsecamente vinculadas ao exercício da 
atividade econômica, seja por violarem o princípio da boa-fé 
objetiva. 
 
 tendência de conservação contratual 
 
Enunciado CJF 22: Art. 421: A função social do contrato, prevista no 
art. 421 do novo Código Civil, constitui cláusula geral que reforça o 
princípio de conservação do contrato, assegurando trocas úteis e justas. 
 
STJ, REsp 1.073.595/MG: continuidade de seguro de vida estabelecido 
por longo prazo 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 15 
 
 O art. 2.035, parágrafo único: norma primordial da função social do 
contrato no CC: 
 
Art. 2.035. (...) Parágrafo único. Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos 
de ordem pública, tais como os estabelecidos por este Código para assegurar a função 
social da propriedade e dos contratos. 
 
 Aspectos: 
 
 função social dos contratos = preceito de ordem 
pública 
 
 Cabe intervenção do MP 
 
 fundamento para a crítica da Súmula 381 do 
STJ: que proíbe o conhecimento de ofício da 
abusividade de cláusula em contrato bancário 
 
STJ, Súmula 381 - Nos contratos bancários, é vedado ao 
julgador conhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas 
 
 função social do contrato está ao lado da função social 
da propriedade: dando fundamento constitucional ao 
mesmo 
 
 retroatividade motivada ou justificada da função social 
do contrato 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 16 
 
2.3) PRINCÍPIO DA FORÇA OBRIGATÓRIA DO CONTRATO (pacta sunt 
servanda) 
 
 Visão clássica: o contrato faz lei entre as partes 
 
 Visão moderna - o princípio da força obrigatório tende a 
desaparecer e se substituir por: 
 
 princípio da conservação dos contratos 
 
 princípio da boa-fé objetiva 
 
 princípio da função social do contrato: princípio relativizador 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 17 
 
2.4) PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA 
 
 Conceito: exigência de conduta leal das partes contratantes 
 
Enunciado CJF 27: Art. 422: Na interpretação da cláusula geral da boa-fé, deve-se levar em 
conta o sistema do Código Civil e as conexões sistemáticas com outros estatutos normativos e 
fatores metajurídicos. 
 
 Deveres anexos: 
 
 cuidado 
 respeito 
 informação 
 lealdade e probidade 
 cooperação 
 razoabilidade 
 
 quebra dos deveres anexos: = violação positiva do 
contrato 
 
Enunciado CJF 24: Art. 422: Em virtude do princípio da boa-fé, 
positivado no art. 422 do novo Código Civil, a violação dos deveres 
anexos constitui espécie de inadimplemento, independentemente de 
culpa. 
 
 Responsabilidade OBJETIVA 
 
 boa-fé objetiva: é preceito de ordem pública 
 
Enunciado CJF 363: Art. 422: Os princípios da probidade e da 
confiança são de ordem pública, sendo obrigação da parte lesada 
apenas demonstrar a existência da violação 
 
 
 
 
 
 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 18 
 
 As funções da boa-fé objetiva no CC/02: 
 
 Função interpretativa 
 
CC, art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e 
os usos do lugar de sua celebração. 
 
 Função de controle 
 
CC, art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-
lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, 
pela boa-fé ou pelos bons costumes. 
 
 responsabilidade civil por abuso de direito: é objetiva 
 
Enunciado CJF 37: Art. 187: A responsabilidade civil decorrente do 
abuso do direito independe de culpa e fundamenta-se somente no 
critério objetivo-finalístico. 
 
 Função de integração 
 
CC, art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do 
contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. 
 
 a boa-fé em todas as fases contratuais 
 
 enunciado dirigido ao Juiz 
 
Enunciado CJF 25: Art. 422: O art. 422 do Código Civil não 
inviabiliza a aplicação pelo julgador do princípio da boa-fé nas 
fases pré-contratual e pós-contratual. 
 
 enunciado dirigido às partes contratantes 
 
Enunciado CJF 170: Art. 422: A boa-fé objetiva deve ser 
observada pelas partes na fase de negociações preliminares e 
após a execução do contrato, quando tal exigência decorrer da 
natureza do contrato. 
 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 19 
 
 A aplicação da boa-fé nas várias fases do contrato – questões práticas: 
 
 Fase pré-contratual: 
 
 leading case (TJRS – Embargos Infringentes n.º 
591083357): “o caso dos tomates”: a CICA fornecia 
sementes prometendo compra futura da plantação de 
tomates. A inexistência de compra gerou responsabilidade 
civil 
 
 Fase contratual: 
 
 a súmula 308 do STJ: 
 
STJ, Súmula 308: A hipoteca firmada entre a construtora e o agente 
financeiro, anterior ou posterior à celebração da promessa de compra e 
venda, não tem eficácia perante os adquirentes do imóvel. 
 
 fase pós-contratual: dever de retirada do nome do devedor do 
cadastro de inadimplentes após pagamento (pos factum finitum) 
 
 Conceitos parcelares da boa-fé objetiva: 
 
Enunciado CJF 26: Art. 422: A cláusula geral contida no art. 422 do novo Código Civil 
impõe ao juiz interpretar e, quando necessário, suprir e corrigir o contrato segundo a 
boa-fé objetiva, entendida como a exigência de comportamento leal dos contratantes. 
 
 Supressio (Verwirkung): supressão, por renúncia tácita, de um 
direito ou de uma posição jurídica. 
 
 Ex.: pagamento reiterado em outro local presume 
renúncia do credor ao previsto no contrato (CC, art. 330) 
 
 Surrectio (Erwirkung): surgimento de um direito diante de 
práticas, usos e costumes. 
 
 Ex.: aluguel a preço inferior gera direito a estabilização 
da situação consolidada (TJMG, Acórdão 
1.0024.03.163299-5/001) 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 20 
 
 
 Tu quoque: contratante que viola uma norma jurídica não 
poderá aproveitar-se dessa situação jurídica 
 
 Ex.: exceção de contrato não cumprido não pode ser 
alegada por aquele que está inadimplente (TJMG, AI 
1.0024.09.732895-9/0011) 
 
 Exceptio doli: a defesa do réu contra ações dolosas, 
contrárias, contrárias a boa-fé 
 
 Ex.: excepcio non adimpleti contractus (CC, art. 476) 
 
 Venire contra factum proprium: determinada pessoa não 
pode exercer um direito próprio contrariando um 
comportamento anterior (tese dos atos próprios) 
 
Enunciado CJF 362: Art. 422: A vedação do comportamento contraditório 
(venirecontra factum proprium) funda-se na proteção da confiança, tal como se 
extrai dos arts. 187 e 422 do Código Civil. 
 
 
 duty to mitigate the loss: dever imposto ao credor de mitigar 
suas perdas 
 
Enunciado CJF 169: Art. 422: O princípio da boa-fé objetiva deve levar o credor 
a evitar o agravamento do próprio prejuízo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 21 
 
2.5) PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE DOS EFEITOS CONTRATUAIS 
 
 Regra: o contrato gera efeitos inter partes 
 
 Exceções: 
 
 Estipulação em favor de terceiro (CC, arts. 436/438) 
 
 podem exigir o cumprimento do contrato: 
 
 o estipulante 
 o terceiro beneficiado 
 
 o estipulante NÃO pode exonerar o devedor - se deixou 
ao terceiro beneficiado o direito de exigir o 
cumprimento 
 
 o estipulante pode reservar o direito de substituir o 
terceiro beneficiado 
 
 Promessa de fato de terceiro (CC, arts. 439/440) 
 
 aquele que prometer responde pelo inadimplemento do 
terceiro 
 
 Contrato com pessoa a declarar ou com cláusula pro amico 
eligendo (CC, arts. 467/471) 
 
 pode uma das partes reservar-se a faculdade de indicar 
a pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as 
obrigações dele decorrentes. 
 
 Tutela externa do crédito ou eficácia externa da função social 
do contrato (CC, art. 421) 
 
Enunciado CJF 21: Art. 421: A função social do contrato, prevista no art. 421 
do novo Código Civil, constitui cláusula geral a impor a revisão do princípio da 
relatividade dos efeitos do contrato em relação a terceiros, implicando a tutela 
externa do crédito. 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fases da formação dos 
contratos 
Negociações preliminares 
ou puntuação 
Proposta, policitação ou 
oblação 
Contrato preliminar 
Contrato definitivo ou 
conclusão do contrato 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 23 
 
1) FASE DE NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES OU PUNTUAÇÃO 
 
 Conceito: debates prévios sobre o contrato preliminar ou definitivo 
 
 Regras: 
 
 a puntuação NÃO vincula as partes quanto a formação do 
contrato 
 
 é possível responsabilização com base na boa-fé objetiva 
 
2) FASE DE PROPOSTA, POLICITAÇÃO OU OBLAÇÃO 
 
 Conceito: fase onde há a declaração de vontade unilateral receptiva 
= manifestação de vontade de contratar + a solicitação de aceitação 
da outra parte 
 
 Fase vinculativa - a proposta VINCULA o proponente: gera 
obrigação de contratar, sob pena de perdas e danos 
 
 Denominação das partes: 
 
 policitante, proponente ou solicitante: formula a proposta 
 
 policitado, oblato ou solicitado: recebe a proposta e, se a 
acatar, torna-se aceitante 
 
 A receptividade e a proposta ao público 
 
CC, art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, 
salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos. (...)Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta 
pela mesma via de sua divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada. 
 
 regra: é vinculativa se conter os requisitos essenciais do 
contrato 
 
 revogação da proposta: mesmos meios de publicidade da 
proposta + ressalva da possibilidade de revogação na 
proposta 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 24 
 
 O encontro de vontades: 
 
 proposta: séria, clara, precisa e definitiva 
 
CC, art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não 
resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do 
caso. 
 
 aceitação: pura e simples 
 
CC, art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou 
modificações, importará nova proposta. 
 
 aceitação com ressalvas: é considerado nova proposta 
(contraproposta) 
 
CC, art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou 
modificações, importará nova proposta. 
 
 aceitação tácita: contratos cujo costume não seja a 
aceitação expressa 
 
CC, art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a 
aceitação expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á 
concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa. 
 
 exceção à regra geral do artigo 111: segundo o 
qual quem cala NÃO consente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 25 
 
 Hipóteses em que a proposta deixa de ser obrigatória (CC, art. 428): 
 
CC, art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta: 
I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também 
presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante; 
II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta 
ao conhecimento do proponente; 
III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado; 
IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do 
proponente. 
 
 contrato com declaração consecutiva: feita sem prazo a 
pessoa presente + não foi imediatamente aceita. 
 
 Considera-se presente: a pessoa que contrata por 
telefone ou por meio de comunicação semelhante; 
 
 contrato com declaração intervalada: feita sem prazo a 
pessoa ausente + 
 
 tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta 
ao conhecimento do proponente; 
 
 NÃO tiver sido expedida a resposta dentro do prazo 
dado; 
 
 antes ou juntamente com a aceitação chegar ao 
conhecimento da outra parte a retratação do 
proponente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 26 
 
 A formação do contrato – o encontro de vontades: 
 
 Contrato entre presentes: 
 
 se NÃO houver prazo para aceitação: deverá ser aceito 
imediatamente 
 
 se houver prazo para aceitação: aceitação deve ser feita 
no termo 
 
 Contrato entre ausentes (epistolar): 
 
 regra - TEORIA DA AGNIÇÃO, SUBTEORIA DA 
EXPEDIÇÃO: concluído no momento em que a 
aceitação for EXPEDIDA 
 
Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a 
aceitação é expedida (...) 
 
 exceções – TEORIA DA AGNIÇÃO, SUBTEORIA DA 
RECEPÇÃO: 
 
CC, art. 434. (...) I - no caso do artigo antecedente; II - se o proponente 
se houver comprometido a esperar resposta; III - se ela não chegar no 
prazo convencionado. 
 
 antes ou junto com a aceitação chegar a 
retratação 
 
 proponente se comprometer a esperar a resposta 
(convenção pela subteoria da recepção) 
 
 resposta não chegar no prazo estipulado 
 
 contrato eletrônico (doutrina) 
 
Enunciado CJF 173: Art. 434: A formação dos contratos 
realizados entre pessoas ausentes, por meio eletrônico, 
completa-se com a recepção da aceitação pelo proponente. 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 27 
 
 Lugar da formação do contrato: 
 
 Nos contratos nacionais: lugar da proposta 
 
CC, art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto. 
 
 Nos contratos internacionais: lugar de residência do 
proponente 
 
LINDB, Art. 9o (...) § 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se 
constituida no lugarem que residir o proponente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 28 
 
3) FASE DE CONTRATO PRELIMINAR 
 
 Conceito: conjunção de vontades com assunção de obrigação de 
realizar o contrato definitivo 
 
 Fase facultativa na formação do contrato 
 
 Requisitos do pré-contrato: as mesmas do contrato definitivo, 
EXCETO a FORMA 
 
CC, art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os 
requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado. 
 
 Espécies de contratos preliminares: 
 
 Compromisso unilateral de contrato ou contrato de opção: 
apenas uma das partes assume a obrigação de realizar o 
contrato definitivo 
 
CC, art. 466. Se a promessa de contrato for unilateral, o credor, sob pena de 
ficar a mesma sem efeito, deverá manifestar-se no prazo nela previsto, ou, 
inexistindo este, no que lhe for razoavelmente assinado pelo devedor. 
 
 Compromisso bilateral de contrato: as duas partes assumem 
a obrigação de celebrar o contrato definitivo 
 
 qualquer das partes pode exigir a realização do 
contrato definitivo – salvo se houver cláusula de 
arrependimento 
 
CC, art. 463. Concluído o contrato preliminar, com observância do 
disposto no artigo antecedente, e desde que dele não conste cláusula de 
arrependimento, qualquer das partes terá o direito de exigir a 
celebração do definitivo, assinando prazo à outra para que o efetive. 
 
 
 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 29 
 
3.1) O COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA 
 
 Conceito: espécie de contrato preliminar por meio do qual o promitente 
se compromete a vender o seu bem ao promissário após o pagamento 
integral do preço 
 
 Forma: instrumento público ou particular 
 
 Retratabilidade: 
 
 regra: retratável 
 
 exceção: cláusula em sentido oposto 
 
 O pré-contrato de venda de bens imóveis (compromisso de compra e venda) 
 
 compromisso + registro na matrícula do imóvel: há direito REAL de 
aquisição 
 
CC, art. 1.225. São direitos reais: (...) VII - o direito do promitente comprador do imóvel; 
Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou 
arrependimento, celebrada por instrumento público ou particular, e registrada no 
Cartório de Registro de Imóveis, adquire o promitente comprador direito real à aquisição 
do imóvel. 
 
 não é propriamente um compromisso de compra e venda 
 
 o parágrafo único do art. 463: o “deverá” diz respeito 
exclusivamente a efetividade perante terceiros 
 
Enunciado CJF 30: Art. 463: A disposição do parágrafo único do art. 463 do 
novo Código Civil deve ser interpretada como fator de eficácia perante terceiros. 
 
Art. 463. (...) Parágrafo único. O contrato preliminar deverá ser levado ao 
registro competente. 
 
 opção do credor: adjudicação compulsória 
 
 prazo da ação de adjudicação: NÃO há1 
 
 
 
1
 STJ. 4ª Turma. REsp 1.216.568-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 3/9/2015 
(Info 570). 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 30 
 
 Compromisso de compra e venda NÃO registrado: o 
compromissário terá 3 opções 
 
 tutela específica de obrigação de fazer (CPC, art. 461) 
 
 suprimento de vontade - adjudicação compulsória (CC, 
art. 464) 
 
 quando exercida perante o promitente, não é 
necessário o registro na matrícula do imóvel 
 
Enunciado CJF 95: Art. 1.418: O direito à adjudicação 
compulsória (art. 1.418 do novo Código Civil), quando exercido 
em face do promitente vendedor, não se condiciona ao registro 
da promessa de compra e venda no cartório de registro 
imobiliário (Súmula n. 239 do STJ). 
 
 perdas e danos 
 
CC, art. 465. Se o estipulante não der execução ao contrato preliminar, 
poderá a outra parte considerá-lo desfeito, e pedir perdas e danos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 31 
 
 O contrato com pessoa a declarar – cláusula pro amico eligendo 
 
 A cláusula pro amico eligendo: uma das partes pode se 
reservar a faculdade de indicar outra pessoa que deve assumir 
as obrigações e adquirir os direitos 
 
CC, art. 467. No momento da conclusão do contrato, pode uma das partes reservar-se a 
faculdade de indicar a pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as obrigações dele 
decorrentes. 
 
 Requisitos de efeito da indicação: 
 
 comunicação em 5 dias da conclusão do negócio 
definitivo 
 
CC, art. 468. Essa indicação deve ser comunicada à outra parte no prazo de 
cinco dias da conclusão do contrato, se outro não tiver sido estipulado. 
 
 aceitação: MESMA FORMA do contrato 
 
Art. 468. (...) Parágrafo único. A aceitação da pessoa nomeada não será eficaz se 
não se revestir da mesma forma que as partes usaram para o contrato. 
 
 NÃO terá efeito a cláusula pro amico eligendo nos seguintes 
casos: 
 
Art. 470. O contrato será eficaz somente entre os contratantes originários: 
I - se não houver indicação de pessoa, ou se o nomeado se recusar a aceitá-la; 
II - se a pessoa nomeada era insolvente, e a outra pessoa o desconhecia no momento da 
indicação. 
 
 NÃO houver indicação da pessoa 
 
 a pessoa indicada se negar a aceitar a indicação 
 
 pessoa nomeada for insolvente ou incapaz 
 
CC, art. 471. Se a pessoa a nomear era incapaz ou insolvente no momento da 
nomeação, o contrato produzirá seus efeitos entre os contratantes originários. 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 32 
 
4) FASE DO CONTRATO DEFINITIVO 
 
 Conceito: encontro de vontades 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 33 
 
 
 
 
 
 
 
1) INTRODUÇÃO 
 
 Princípios regentes: 
 
 princípio da conservação dos contratos 
 
 a extinção do contrato é a ultima ratio 
 
Enunciado CJF 22: Art. 421: A função social do contrato, prevista no 
art. 421 do novo Código Civil, constitui cláusula geral que reforça o 
princípio de conservação do contrato, assegurando trocas úteis e 
justas. 
 
 princípio da função social do contrato 
 
 boa fé objetiva 
 
 
2) A REVISÃO DO CONTRATO NO SISTEMA BRASILEIRO – SISTEMA 
DE DUALIDADE NORMATIVA 
 
 
 
 
 
 
Os sistemas de 
revisão contratual 
no Direito brasileiro 
Revisao no CC/02 
Revisão no CDC 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 34 
 
2.1) REVISÃO DO CONTRATO POR FATO SUPERVENIENTE NO CÓDIGO 
CIVIL 
 
 Previsão normativa: CC, arts. 317 e 478 
 
CC, art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor 
da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da 
parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação. 
 
CC, Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das 
partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de 
acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resoluçãodo contrato. 
Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação. 
 
 art. 317: próprio da revisão de contratos 
 
 art. 478: próprio da extinção dos contratos (resolução) 
 
 Doutrina: o art. 418 deve ser interpretado de forma a 
possibilitar também a revisão = princípio da 
conservação dos contratos 
 
Enunciado CJF 176 - Art. 478: Em atenção ao princípio da conservação 
dos negócios jurídicos, o art. 478 do Código Civil de 2002 deverá 
conduzir, sempre que possível, à revisão judicial dos contratos e não à 
resolução contratual. 
 
 
 A teoria adotada pelo Código Civil: 
 
 1ª corrente (majoritário): teoria da imprevisão 
 
 2ª corrente: teoria da onerosidade excessiva 
 
 
 
 
 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 35 
 
 Requisitos para a REVISÃO - quanto ao contrato e quanto ao motivo 
 
 contrato deve ser: 
 
 bilateral ou sinalagmático 
 
 oneroso 
 
 comuntativo ou não-aleatório* 
 
 parte da doutrina entende ser possível a revisão 
de contratos aleatórios na sua parte comutativa 
 
Enunciado CJF 440 - Art. 478: É possível a revisão ou 
resolução por excessiva onerosidade em contratos aleatórios, 
desde que o evento superveniente, extraordinário e imprevisível 
não se relacione com a álea assumida no contrato. 
 
 de execução diferida ou de trato sucessivo 
 
 STJ prevê a possibilidade de revisão de contrato 
instantâneo2 na Súmula 286 
 
STJ, Súmula 286: A renegociação de contrato bancário ou a 
confissão da dívida não impede a possibilidade de discussão 
sobre eventuais ilegalidades dos contratos anteriores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2
 Nesse mesmo sentido: CESPE - 2014 - TJ-DF - Juiz de Direito Substituto 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 36 
 
 Motivo imprevisível 
 
 crítica da doutrina: hoje pouca coisa pode ser tida como 
totalmente imprevisível 
 
 portanto, a imprevisibilidade pode ser também das 
consequências do motivo 
 
Enunciado CJF 17: Art. 317: A interpretação da expressão “motivos 
imprevisíveis” constante do art. 317 do novo Código Civil deve abarcar 
tanto causas de desproporção não-previsíveis como também causas 
previsíveis, mas de resultados imprevisíveis. 
 
Enunciado CJF 175: Art. 478: A menção à imprevisibilidade e à 
extraordinariedade, insertas no art. 478 do Código Civil, deve ser 
interpretada não somente em relação ao fato que gere o desequilíbrio, 
mas também em relação às conseqüências que ele produz. 
 
 Onerosidade excessiva = quebra do sinalágma 
 
Enunciado CJF 365: Art. 478. A extrema vantagem do art. 478 deve ser interpretada 
como elemento acidental da alteração das circunstâncias, que comporta a incidência da 
resolução ou revisão do negócio por onerosidade excessiva, independentemente de sua 
demonstração plena. 
 
Enunciado CJF 366: Art. 478: O fato extraordinário e imprevisível causador de 
onerosidade excessiva é aquele que não está coberto objetivamente pelos riscos próprios 
da contratação. 
 
 ausência ou não de mora 
 
 1ª corrente (minoritário): havendo mora não seria possível a 
pretensão de revisão de contrato 
 
 2ª corrente (majoritário): a mora é irrelevante para o pedido 
de revisão contratual 
 
Enunciado CJF 354: Arts. 395, 396 e 408: A cobrança de encargos e parcelas 
indevidas ou abusivas impede a caracterização da mora do devedor. 
 X 
STJ, Súmula 380: A simples propositura da ação de revisão de contrato não 
inibe a caracterização da mora do autor. 
 
 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 37 
 
2.2) REVISÃO CONTRATUAL POR FATO SUPERVENIENTE NO CÓDIGO DE 
DEFESA DO CONSUMIDOR 
 
 Previsão normativa: 
 
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou 
sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas; 
 
 Teoria adotado pelo CDC: teoria da BASE OBJETIVA DO NEGÓCIO 
JURÍDICO ou TEORIA DA EQUIDADE CONTRATUAL 
 
 Requisito: basta a demonstração da onerosidade excessiva 
 
 
 
 
Requisitos da revisão no CC 
Quanto ao contrato 
bilateral ou sinalagmático 
oneroso 
doutrina: é possível no contrato 
aleatório - na parte alheia ao 
risco intrinseco do contrato 
comutativo ou não-aleatório 
doutrina: é possível a revisão da 
parte comutativa do contrato 
aleatório 
de execução diferida ou trato 
sucessivo 
Motivo imprevisível ou que gere 
consequencias imprevisiveis 
Onerosidade excessiva 
Requisitos da revisão no CDC Onerosidade excessiva 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 38 
 
 
 
 
 
 
 
1) INTRODUÇÃO 
 
 Conceito de vícios redibitórios: defeitos que desvalorizam a coisa 
ou a torna imprópria para o uso 
 
 o contrato deve ser: 
 
 bilateral, oneroso e comutativo 
ou 
 doação onerosa: remuneratória ou modal 
 
CC, art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode 
ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao 
uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor. 
 
 Previsão normativa: CC, arts. 441/446 
 
 Vício redibitório X erro 
 
VÍCIO REDIBITÓRIO ERRO 
Vício do objeto do negócio Vício de vontade 
Plano da eficácia = resolução ou 
abatimento do preço 
Plano da validade = anulabilidade 
 
 A aplicação do princípio da conservação dos contratos: a resolução 
é o último caminho 
 
 vícios sem grandes repercussões à utilidade da coisa: NÃO 
cabe ação rescisória, mas apenas quanti minoris 
 
 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 39 
 
 A responsabilidade do alienante persiste mesmo se a coisa perecer 
em poder do adquirente, em razão do vício redibitório 
 
CC, art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em 
poder do alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição. 
 
 
 Ações edilícias: 
 
 Espécies: 
 
 quanti minoris ou estimatória: pretensão de 
abatimento proporcional do preço 
 
 ação redibitória: resolução do contrato + perdas e 
danos (se houver má-fé) 
 
CC, art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, 
restituirá o que recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão-
somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato. 
 
 Natureza das ações edilícias: constitutivas negativas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 40 
 
 Prazos das ações edilícias: 
 
 prazos decadenciais (CC, 445 e Enunciado CJF 28): 
 
 vício perceptível de imediato: 
 
 bem móvel: 30 dias 
 
contado da entrega da coisa 
 
 bem imóvel: 1 ano 
 
 se já estava na posse da coisa: o prazo 
conta da alienação e pela metade 
 
 vício NÃO-verificável de imediato: 
 
 bem móvel: 180 dias 
 
 contado da ciência do vício 
 
 bem imóvel: 1 ano 
 
 a divergência doutrinária relativa ao art. 445, § 1º: 
 
 1ª corrente: a pretensão nos prazos de 30 dias e 1 ano 
(CC, art. 445, caput) para vícios ocultos não verificáveis 
de imediato somente acontece se o vício aparecer nos 
180 dias ou 1 ano (CC, art. 445, §1º) 
 
Enunciado CJF 174:Art. 445: Em se tratando de vício oculto, o 
adquirente tem os prazos do caput do art. 445 para obter redibição ou 
abatimento de preço, desde que os vícios se revelem nos prazos 
estabelecidos no § 1º, fluindo, entretanto, a partir do conhecimento do 
defeito. 
 
 2ª corrente (Tartuce): não importa quando o vício se 
tornou conhecido, é a partir daí que se inicia os prazos 
de 180 dias ou 1 ano 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 41 
 
 Jurisprudência sobre prazo: 
 
 Prazo no vício oculto em bem móvel: prazo máximo de 180 
dias para perceber o vício (§ 1º do art. 445) = se o notar neste 
período, tem o prazo de decadência de 30 dias (a partir da 
verificação do vício) para ajuizar a ação redibitória.3 
 
 Regras especiais: 
 
 venda de animais - ordem de preferência normativa para os 
prazos das ações edilícias: 
 
CC, art. 445. (...) 
§ 2o Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos 
serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, 
aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não houver regras 
disciplinando a matéria. 
 
 
 Legislação especial 
 Usos e costumes 
 Código Civil 
 
 a cláusula de garantia obsta a contagem do prazo decadencial 
– desde que o adquirente denuncie o defeito em 30 dias do 
conhecimento do vício 
 
CC, art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de 
cláusula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante 
nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência. 
 
 a não informação no prazo de 30 dias gera: perda do 
direito de garantia – e não de ação edilícia 
 
 
 
 
 
 
3
 STJ - REsp 1.095.882-SP, Info 554/15 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 42 
 
 
 
 
 
 
 
1) INTRODUÇÃO 
 
 Conceito de evicção: perda da coisa diante de uma decisão judicial 
ou de um ato administrativo que a atribui a um terceiro 
 
 Denominação das partes: 
 
 alienante: aquele que transfere a coisa viciada 
 
 evicto ou adquirente: aquele que perde a coisa viciada 
 
 evictor ou terceiro: aquele que tem a decisão judicial ou ato 
administrativo a seu favor 
 
 A autonomia privada e a responsabilidade pela evicção: 
 
CC, art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a 
responsabilidade pela evicção. 
 
 reforço da evicção: até o limite do dobro do valor da coisa 
 
 exclusão da evicção (cláusula non praestaenda evictione): 
 
 cláusula expressa de exclusão + conhecimento do risco 
da evicção = isenção de toda responsabilidade 
 
 cláusula expressa de exclusão + não conhecimento do 
risco = alienante responde pelo preço da coisa 
 
CC, art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a 
evicção, se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço que pagou 
pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele informado, 
não o assumiu. 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 43 
 
 A prescrição: NÃO corre prescrição pendendo ação de evicção 
 
CC, art. 199. Não corre igualmente a prescrição: 
III - pendendo ação de evicção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 44 
 
 A garantia legal contra a evicção: para contratos onerosos (mesmo 
que em hasta pública) 
 
CC, art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia 
ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública. 
 
 no caso de evicção TOTAL: 
 
CC, art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição 
integral do preço ou das quantias que pagou: 
I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir; 
II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente 
resultarem da evicção; 
III - às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído. 
Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do valor da coisa, na 
época em que se evenceu, e proporcional ao desfalque sofrido, no caso de evicção parcial. 
 
 restituição integral do preço pago – valor da coisa à 
época em que se perdeu 
 
 indenização de frutos que foram restituídos ao evictor 
 
 indenização por prejuízos advindos da evicção 
 
 custas judiciais e honorários de advogado 
 
 valor das benfeitorias úteis e necessárias não abonadas 
pelo evictor 
 
 se forem abonadas: o valor destas deverá ser 
levado em conta na restituição devida 
 
 evicção parcial: 
 
CC, art. 455. Se parcial, mas considerável, for a evicção, poderá o evicto optar entre a 
rescisão do contrato e a restituição da parte do preço correspondente ao desfalque 
sofrido. Se não for considerável, caberá somente direito a indenização. 
 
 evicção parcial considerável: opção pela rescisão do 
contrato ou restituição da parte do preço (perdas e danos) 
 
 evicção parcial não considerável: perdas e danos 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 45 
 
 A deterioração da coisa: permanece a responsabilidade do 
alienante, salvo dolo do evicto 
 
CC, art. 451. Subsiste para o alienante esta obrigação, ainda que a coisa alienada esteja 
deteriorada, exceto havendo dolo do adquirente. 
 
 Se o evicto tiver vantagem com a deterioração e não tiver 
sido condenado a indenizar o evictor: o valor da vantagem 
será descontado do pedido de indenização em face do 
alienante 
 
CC, art. 452. Se o adquirente tiver auferido vantagens das deteriorações, e não tiver sido 
condenado a indenizá-las, o valor das vantagens será deduzido da quantia que lhe houver 
de dar o alienante. 
 
 Questões processuais: 
 
 a denunciação da lide na ação de evicção: NÃO é obrigatória 
 
Enunciado CJF 434: Art. 456: A ausência de denunciação da lide ao alienante, na 
evicção, não impede o exercício de pretensão reparatória por meio de via autônoma. 
 
 é possível a denunciação por salto – de qualquer dos 
responsáveis pelo vício 
 
Enunciado CJF 29: Art. 456: A interpretação do art. 456 do novo Código Civil permite ao 
evicto a denunciação direta de qualquer dos responsáveis pelo vício. 
CC, Art. 456. Para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o adquirente 
notificará do litígio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e como lhe 
determinarem as leis do processo. 
 
 exemplo típico de eficácia externa dos contratos 
 
 sendo manifesta a evicção – pode o adquirente deixar de 
oferecer defesa (exceção ao art. 75, II, do CPC) 
 
CC, art. 456. (...) Parágrafo único. Não atendendo o alienante à denunciação da lide, e 
sendo manifesta a procedência da evicção, pode o adquirente deixar de oferecer 
contestação, ou usar de recursos. 
CPC, art. 75. Feita a denunciação pelo réu: (...) II - se o denunciado for revel, ou 
comparecer apenas para negar a qualidade que Ihe foi atribuída, cumprirá ao 
denunciante prosseguir na defesa até final; 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 46 
 
 
 
 
Formas de extinção 
do contrato 
extinção normal do 
contrato 
cumprimento da 
obrigação 
termo 
por fatos anteriores 
à celebração 
invalidade 
contratualcláusula de 
arrependimento 
cláusula resolutiva 
expressa 
por fatos 
posteriores à 
celebração 
resolução - 
inadimplemento 
inexecução 
voluntária 
inexecução 
involuntária 
onerosidade 
excessiva 
cláusua resolutiva 
tácita 
resilição - direito 
potestativo 
resilição bilateral 
resilição unilateral 
por morte 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 47 
 
1) EXTINÇÃO NORMAL DOS CONTRATOS 
 
 A extinção normal: 
 
 cumprimento 
 
 verificado o termo do negócio 
 
 Consequências da extinção normal do contrato 
 
 regra: extingue-se as obrigações entre as partes contratantes 
 
 exceção – deveres anexos 
 
 responsabilidade civil pós-contratual 
 
 post factum finitum 
 
CC, art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na 
conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de 
probidade e boa-fé. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 48 
 
2) EXTINÇÃO POR FATOS ANTERIORES À CELEBRAÇÃO DO 
CONTRATO 
 
2.1) INVALIDADES CONTRATAUAIS 
 
 Casos de invalidade 
 
 Nulidade 
 
CC, art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: 
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; 
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; 
III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; 
IV - não revestir a forma prescrita em lei; 
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua 
validade; 
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa; 
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar 
sanção. 
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se 
dissimulou, se válido for na substância e na forma. 
 
 Anulabilidade 
 
CC, art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o 
negócio jurídico: 
I - por incapacidade relativa do agente; 
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude 
contra credores. 
 
 
2.2) CLÁUSULA DE ARREPENDIMENTO 
 
 Conceito: estipulação contratual de que este pode ser extinto 
mediante declaração unilateral de vontade (direito potestativo) 
 
 
 
 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 49 
 
2.3) CLÁUSULA RESOLUTIVA EXPRESSA 
 
 Conceito: previsão de que um evento futuro e incerto (condição) 
acarrete a extinção do contrato 
 
CC, art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de 
interpelação judicial. 
 
 extinção do contrato: independe de pronunciamento judicial 
na cláusula resolutiva expressa 
 
Enunciado CJF 436: Art. 474: A cláusula resolutiva expressa produz efeitos 
extintivos independentemente de pronunciamento judicial 
 
 a mora: necessário notificação para a constituição em mora 
 
STJ, Súmula 369: No contrato de arrendamento mercantil (leasing), ainda que 
haja cláusula resolutiva expressa, é necessária a notificação prévia do 
arrendatário para constituí-lo em mora. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 50 
 
3) EXTINÇÃO POR FATOS POSTERIORES À CELEBRAÇÃO 
 
 Conceitos básicos: 
 
 rescisão (plano da eficácia): extinção por fatos posteriores ao 
contrato – pode ser: 
 
 resolução: extinção por descumprimento 
 
 resilição: extinção por vontade bilateral ou unilateral 
(quando permitido em lei) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 51 
 
3.1) RESOLUÇÃO – O INADIMPLEMENTO CONTRATUAL 
 
3.1.1) A INEXECUÇÃO VOLUNTÁRIA 
 
 Conceito: impossibilidade da prestação por culpa ou dolo do 
devedor 
 
 Efeitos: 
 
Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir 
exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos. 
 
 Perdas e danos: 
 
 danos emergentes 
 lucros cessantes 
 danos morais 
 danos estéticos 
 outros danos imateriais 
 
Enunciado CJF 31: Art. 475: As perdas e danos mencionados no art. 475 do 
novo Código Civil dependem da imputabilidade da causa da possível resolução. 
 
 Direito potestativo de 
 
 resolução 
 
 exigir cumprimento da outra parte 
 
 A teoria do adimplemento substancial 
(substantial performance): quando o contrato tiver 
cumprimento substancial não caberá sua 
extinção, mas apenas outros efeitos jurídicos 
 
Enunciado CJF 361: Arts. 421, 422 e 475: O adimplemento substancial 
decorre dos princípios gerais contratuais, de modo a fazer preponderar 
a função social do contrato e o princípio da boa-fé objetiva, balizando a 
aplicação do art. 475. 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 52 
 
3.1.2) INEXECUÇÃO INVOLUNTÁRIA 
 
 Conceito: descumprimento contratual por fato alheio à vontade das 
partes = caso fortuito e força maior 
 
 Efeitos jurídicos: 
 
 regra: resolução sem perdas e danos 
 
 exceção – responsabilidade mesmo em caso fortuito ou força 
maior: 
 
 devedor estiver em MORA – salvo se provar que a perda 
ocorreria mesmo não havendo mora 
 
CC, art. 399. O devedor em mora responde pela impossibilidade da 
prestação, embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de 
força maior, se estes ocorrerem durante o atraso; salvo se provar 
isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação 
fosse oportunamente desempenhada. 
 
 cláusula de assunção convencional 
 
CC, art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de 
caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles 
responsabilizado 
 
 demais casos expressamente previstos em lei. 
 
Exemplo: CC, art. 583. Se, correndo risco o objeto do comodato 
juntamente com outros do comodatário, antepuser este a salvação dos 
seus abandonando o do comodante, responderá pelo dano ocorrido, 
ainda que se possa atribuir a caso fortuito, ou força maior. 
 
 
 
 
 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 53 
 
3.1.3) RESOLUÇÃO POR ONEROSIDADE EXCESSIVA 
 
 A resolução do art. 478: onerosidade excessiva + imprevisibilidade 
e extraordinariedade 
 
CC, art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma 
das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em 
virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a 
resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da 
citação. 
 
 Enunciados do CJF: 
 
 imprevisibilidade e extraordinariedade: do motivo E DE SUAS 
CONSEQUÊNCIAS 
 
Enunciado CJF 175: Art. 478: A menção à imprevisibilidade e à 
extraordinariedade, insertas no art. 478 do Código Civil, deve ser interpretada 
não somente em relação ao fato que gere o desequilíbrio, mas também em 
relação às conseqüências que ele produz. 
 
Enunciado CJF 17: Art. 317: A interpretação da expressão “motivos 
imprevisíveis” constante do art. 317 do novo Código Civil deve abarcar tanto 
causas de desproporção não-previsíveis como também causas previsíveis,mas 
de resultados imprevisíveis. 
 
 fato extraordinário e imprevisível: é aquele não coberto pelos 
riscos próprios da contratação 
 
Enunciado CJF 366: Art. 478: O fato extraordinário e imprevisível causador de 
onerosidade excessiva é aquele que não está coberto objetivamente pelos riscos 
próprios da contratação. 
 
 
 dispensa-se a prova da vantagem para a incidência do art. 
478 
 
Enunciado CJF 365: Art. 478. A extrema vantagem do art. 478 deve ser 
interpretada como elemento acidental da alteração das circunstâncias, que 
comporta a incidência da resolução ou revisão do negócio por onerosidade 
excessiva, independentemente de sua demonstração plena. 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 54 
 
 A possibilidade de revisão contratual 
 
Enunciado CJF 176: Art. 478: Em atenção ao princípio da conservação dos negócios 
jurídicos, o art. 478 do Código Civil de 2002 deverá conduzir, sempre que possível, à 
revisão judicial dos contratos e não à resolução contratual. 
 
 o juiz NÃO pode impor a revisão do contrato ex ofício 
 
Enunciado CJF 367: Art. 479: Em observância ao princípio da conservação do 
contrato, nas ações que tenham por objeto a resolução do pacto por excessiva 
onerosidade, pode o juiz modificá-lo eqüitativamente, desde que ouvida a parte 
autora, respeitada sua vontade e observado o contraditório. 
 
 o réu pode, em defesa, se oferecer à revisão do contrato: 
nova forma de pedido contraposto 
 
CC, art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar 
eqüitativamente as condições do contrato. 
 
 a possibilidade de revisão de contratos que envolvem 
negócios unilaterais 
 
CC, art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, 
poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de 
executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 55 
 
3.1.4) A CLÁUSULA RESOLUTIVA TÁCITA (LEGAL) 
 
 Conceito: previsão normativa de resolução do contrato diante do 
acontecimento de algum fato 
 
 é necessária a interpelação judicial 
 
CC, art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita 
depende de interpelação judicial. 
 
 A exceção de contrato não cumprido como cláusula resolutiva 
tácita 
 
 o descumprimento total: antes de cumprida sua obrigação 
não se pode exigir a do outro 
 
 é possível a alegação da exceptio non adimplenti 
contractus em sede de petição inicial: objetivo de 
resolução do contrato 
 
CC, art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes 
de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro. 
 
 o descumprimento parcial ou o descumprimento antecipado: 
diminuição patrimonial que torna duvidoso o cumprimento 
do contrato = pode a outra parte recusar-se a cumprir sua 
prestação até o cumprimento da outra ou de oferecimento de 
garantia 
 
Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes 
diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação 
pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que 
aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la. 
Enunciado CJF 437: Art. 475: A resolução da relação jurídica contratual também pode 
decorrer do inadimplemento antecipado. 
Enunciado CJF 438: Art. 477: A exceção de inseguridade, prevista no art. 477, também 
pode ser oposta à parte cuja conduta põe, manifestamente em risco, a execução do 
programa contratual. 
 
 a cláusula que exclui o direito de exceção de contrato 
não cumprido é ilegal 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 56 
 
3.2) RESILIÇÃO 
 
3.2.1) RESILIÇÃO BILATERAL OU DISTRATO 
 
 Conceito: novo negócio em que ambas as partes põem fim ao anterior 
 
 distrato: MESMA FORMA do contrato 
 
CC, art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato. 
 
3.2.2) A RESILIÇÃO UNILATERAL 
 
 Conceito: dissolução pela simples vontade (direito potestativo) de uma 
das partes 
 
 requisito: previsão legal 
 
CC, art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera mediante 
denúncia notificada à outra parte. 
 
 denúncia vazia: na lei de locações 
 
 revogação e renúncia: nos contratos baseados na confiança 
 
 exoneração por ato unilateral: na fiança por prazo 
indeterminado 
 
Art. 835. O fiador poderá exonerar-se da fiança que tiver assinado sem limitação de tempo, 
sempre que lhe convier, ficando obrigado por todos os efeitos da fiança, durante sessenta 
dias após a notificação do credor. 
 
 a fiança por prazo certo – é possível previsão de 
prorrogação automática no contrato4 
 
 resilição unilateral e a realização de investimentos: somente 
poderá ser feita após o prazo compatível com a natureza e vulto 
dos investimentos 
 
Art. 473. (...) Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito 
investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de 
transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos. 
 
 
 
4
 STJ. 2ª Seção. REsp 1.253.411-CE, julgado em 24/6/2015 (Info 565). 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO – Teoria Geral dos Contratos Página 57 
 
4) EXTINÇÃO POR MORTE DE UM DOS CONTRATANTES 
 
 Extinção por morte: somente no caso de obrigação personalíssima

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