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Livro Residuos Solidos 2012


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Este primeiro número de EM PAUTA, publicação do Centro de Estudos e Referência em Resíduos Sólidos – CERES, da CONDER, elegeu o tema dos Resíduos Sólidos e sua Destinação Final e atende o objetivo de prestar uma homenagem póstuma ao 
engenheiro Osvaldo Mendes Filho, da equipe da Empresa, que atuou intensamente nessa área, 
com inúmeros estudos e projetos, com especial dedicação ao Aterro Metropolitano Centro.
O Centro de Estudos e Referência em Resíduos Sólidos da CONDER foi criado em 2008 
com o objetivo de fundamentar as ações de planejamento para o gerenciamento de resíduos 
sólidos no Estado, tendo como base estruturante o Sistema de Informações Geográficas 
Urbanas – INFORMS –, fornecendo as ferramentas necessárias para a formatação de sua 
base. A consolidação do CERES teve início com o levantamento do acervo da produção técnica 
existente na CONDER e da atualização e sistematização dessa produção na forma de banco de 
dados georeferenciado, como ferramenta essencial para definição de estratégias adequadas ao 
processo de gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos do Estado.
Organizar uma coletânea com os trabalhos desenvolvidos por profissionais que 
trabalharam ou trabalham na CONDER foi uma experiência empolgante: buscar informações 
preciosas, identificar parcerias, analisar relatórios e discutir com a equipe as estratégias 
para tornar público um importante acervo de conhecimentos acumulados ao longo dos 
anos. O homenageado, em razão de sua atuação na CONDER – como técnico especialista em 
projetos, obras e operação de aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos –, abriu para nós a 
possibilidade de desenvolver uma experiência que nos tornou referencia no assunto.
Tornar público o relatório Análise da Operação do Aterro Metropolitano Centro, no 
Período de Setembro/98 a Outubro/99, no bojo desta publicação, tem um significado especial, 
por representar a vontade expressa do colega Osvaldo, que ressaltava a importância de mostrar 
para os estudiosos da matéria o esforço empreendido para garantir as condições adequadas 
de funcionamento deste importante equipamento para a cidade de Salvador e dos municípios 
que o compartilham. Na visão dele, o documento traz para o meio acadêmico, entre outras, a 
possibilidade de aprofundamento do tema, em seus inúmeros aspectos, nos estudos de pós-
graduação, mestrado e doutorado.
É importante ressaltar que o material gráfico e fotográfico aqui utilizado não apresenta 
a qualidade desejada – não dispusemos dos seus originais. No entanto, dada a importância das 
ilustrações para a identificação das questões relevantes, optamos por utilizar o material disponível, 
mesmo que apenas em xerox, dando-lhe tratamento digital adequado para assegurar, nessas 
imagens, o destaque dado pelo autor. As referências de obras e citações foram outra de nossas 
preocupações e foram obtidas por ampla pesquisa que empreendemos por compartilharmos da 
intenção do homenageado que, ao escrever, queria deixar o registro mais completo da experiência 
que lhe proporcionou o trabalho no Aterro Sanitário Metropolitano Centro.
Os demais textos foram desenvolvidos pelos autores nos períodos em que atuaram 
na CONDER e foram apresentados em seminários, congressos, simpósios; publicados em 
revistas técnicas, nas áreas de Engenharia Ambiental, Saneamento Básico e Resíduos Sólidos, 
e se constituem temas inseridos no conjunto de problemas que surgem nas áreas urbanas, 
em consequência do acelerado processo de urbanização, repercutindo no empobrecimento e 
fragilização das cidades. Pela primeira vez a CONDER faz uma breve revisão destes trabalhos e 
os publica na certeza de que a área acadêmica será enriquecida com a contribuição técnica de 
um profissional que construiu a sua história e se mantém presente na vida de todos aqueles que 
tiveram o privilégio de compartilhar de suas experiências e vida.
Carmelita Bizerra de Aguiar
Organizadora
Técnicos de várias especialidades – da engenharia, arquitetura, áreas sociais e administração, – foram convocados, há cerca de vinte anos, para dar início a um projeto audacioso e de certo modo pioneiro: o Projeto Metropolitano. Esse projeto, de fato 
um programa, deveria ser um marco na gestão de “resíduos” no Estado da Bahia, e o Projeto 
Metropolitano foi historicamente o mais ambicioso dos projetos de destinação de resíduos do 
Estado, pelos recursos envolvidos e, sobretudo, pela abrangência pretendida – um projeto na 
Região Metropolitana de Salvador, fato que deveria desencadear uma sucessão de programas 
similares no Estado, o que de fato aconteceu.
Fui um dos técnicos convocados e Oswaldo – a quem eu já conhecia do CEPED – dos 
primeiros a integrar a equipe. Não tínhamos de fato grande experiência no assunto. Eu tinha 
uma base teórica e Oswaldo, que vinha da área de geotecnologia, logo identificada com das mais 
importantes para o que viria a ser o desfecho do projeto: os aterros sanitários. De nada valeria 
todos os esforços de gestão envolvendo reuso, reciclagem, compostagem, sistemas otimizados 
de coleta etc., se, no final, o às vezes tão imerecidamente criticado mas sempre necessário aterro 
não estivesse presente e operando de modo satisfatório.
Pseudoespecialistas vindos do sul do país chegaram trazendo soluções mirabolantes e 
faltava a alguns de nós a coragem de confrontá-los, conscientes da nossa pouca experiência e 
até pela costumeira submissão tecnológica ao que vinha de outros centros “mais avançados”. 
Nessa hora, Oswaldo, que por méritos já era o responsável pela engenharia do nosso maior 
aterro, o Aterro Metropolitano Centro, manifestava suas dúvidas quanto à metodologia de 
drenagem de base do aterro que vinha sendo usada no Brasil – a punção exercida pelos drenos 
de gás na geomembrana – e outros problemas a respeito dos quais ele questionava ao mesmo 
tempo em que apresentava soluções. Essas, contudo, não eram fáceis! Temos, aqui na Bahia, 
características peculiares de solo e temperatura, e havíamos, ainda, desenvolvido uma dúvida 
a respeito da operação adequada dos equipamentos, no futuro, que poderia não ocorrer à 
contento. Precisávamos nos livrar de vários tabus, que, a bem da verdade, ainda persistem hoje, 
na engenharia de resíduos. Oswaldo, contudo, não cedia no rigor técnico com que desenvolvia 
os projetos. Ele fazia o fiel da balança que de um lado pesava a pressa exigida na execução das 
obras, subjugadas a prazos e cronogramas, e do outro o zelo (de Oswaldo) e a pesquisa rigorosa 
das melhores soluções.
Oswaldo nos deixou muito cedo! Esse livro, embora técnico, tem, e muito, a intenção 
da homenagem ao colega, à sua personalidade e ao seu jeito peculiar de trabalhar, sempre 
inspirador para o grupo. Convido os leitores a tentar encontrar nas entrelinhas dos textos o 
“dedo” de Oswaldo. Seremos, de qualquer sorte, mais técnicos, mas, sobretudo mais humanos.
Eng. José Maurício Souza Fiúza
Neste número:
O PROJETO EXECUTIVO DO ATERRO METROPOLITANO CENTRO 
ANÁLISE DA OPERAÇÃO DO ATERRO METROPOLITANO CENTRO, NO PERÍODO DE 
SETEMBRO/98 A OUTUBRO/99
O PROJETO E A IMPLANTAÇÃO DE UM ATERRO SANITÁRIO METROPOLITANO
IMPLANTAÇÃO, PRÉ-OPERAÇÃO E MONITORAMENTODO ATERRO METROPOLITANO 
CENTRO – AMC
MONITORAMENTO DO CHORUME DO ATERRO METROPOLITANO CENTRO DE SALVADOR
O SISTEMA DE DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA O 
SANEAMENTO AMBIENTAL DA BAÍA DE TODOS OS SANTOS
DISPOSIÇÃO DE ANIMAIS MORTOS EM ATERROS SANITÁRIOS: PROBLEMAS E SOLUÇÕES
REDEFININDO O CONCEITO DE LIXO
O MAIOR DOS DESAFIOS DO LIXO: DESTINAÇÃO FINAL, GESTÃO DE ATERROS SANITÁRIOS 
SIMPLIFICADOS – UMA CONTRIBUIÇÃO AO PROBLEMA NO ESTADO DA BAHIA
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS DE ATERRO SANITÁRIO
POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS: CONTRIBUIÇÃO À ANÁLISE DAS LIMITAÇÕES 
A SUA IMPLEMENTAÇÃO
NOVA TENDÊNCIA DE DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO ESTADODA BAHIA: 
ATERRO SANITÁRIO SIMPLIFICADO
ESTRATÉGIAS DESENVOLVIDAS PARA A PROMOÇÃO DA PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA NAS 
AÇÕES DE LIMPEZA URBANA
RESÍDUOS SÓLIDOS: AS POLÍTICAS PÚBLICAS E O PAPEL DO ESTADO REGULADOR
CAPACITAÇÃO DE MULTIPLICADORES DO RECÔNCAVO BAIANO EM EDUCAÇÃO 
AMBIENTAL PELO PROGRAMA BAHIA AZUL
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E O LIXO: UMA PROPOSTA INTERDISCIPLINAR. ESTUDO DE CASO 
EM UMA ESCOLA DE 1ª À 4ª SÉRIE DO 1º GRAU NO MUNICÍPIO DE SANTO AMARO - BA
METODOLOGIA DIDÁTICO-PEDAGÓGICA DA CONDER NO PROCESSO DE EDUCAÇÃO 
AMBIENTAL
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Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia – CONDER
Avenida Edgard Santos, 936 CEP 41192-005 Salvador BA
Fone (71) 3117 7400 www.conder.ba.gov.br
Centro de Estudos e Referência em Resíduos Sólidos – CERES
ceres@conder.ba.gov.br
capa com orelha.indd 1 27/2/2012 11:11:18
Este primeiro número de EM PAUTA, publicação do Centro de Estudos e Referência em Resíduos Sólidos – CERES, da CONDER, elegeu o tema dos Resíduos Sólidos e sua Destinação Final e atende o objetivo de prestar uma homenagem póstuma ao 
engenheiro Osvaldo Mendes Filho, da equipe da Empresa, que atuou intensamente nessa área, 
com inúmeros estudos e projetos, com especial dedicação ao Aterro Metropolitano Centro.
O Centro de Estudos e Referência em Resíduos Sólidos da CONDER foi criado em 2008 
com o objetivo de fundamentar as ações de planejamento para o gerenciamento de resíduos 
sólidos no Estado, tendo como base estruturante o Sistema de Informações Geográficas 
Urbanas – INFORMS –, fornecendo as ferramentas necessárias para a formatação de sua 
base. A consolidação do CERES teve início com o levantamento do acervo da produção técnica 
existente na CONDER e da atualização e sistematização dessa produção na forma de banco de 
dados georeferenciado, como ferramenta essencial para definição de estratégias adequadas ao 
processo de gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos do Estado.
Organizar uma coletânea com os trabalhos desenvolvidos por profissionais que 
trabalharam ou trabalham na CONDER foi uma experiência empolgante: buscar informações 
preciosas, identificar parcerias, analisar relatórios e discutir com a equipe as estratégias 
para tornar público um importante acervo de conhecimentos acumulados ao longo dos 
anos. O homenageado, em razão de sua atuação na CONDER – como técnico especialista em 
projetos, obras e operação de aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos –, abriu para nós a 
possibilidade de desenvolver uma experiência que nos tornou referencia no assunto.
Tornar público o relatório Análise da Operação do Aterro Metropolitano Centro, no 
Período de Setembro/98 a Outubro/99, no bojo desta publicação, tem um significado especial, 
por representar a vontade expressa do colega Osvaldo, que ressaltava a importância de mostrar 
para os estudiosos da matéria o esforço empreendido para garantir as condições adequadas 
de funcionamento deste importante equipamento para a cidade de Salvador e dos municípios 
que o compartilham. Na visão dele, o documento traz para o meio acadêmico, entre outras, a 
possibilidade de aprofundamento do tema, em seus inúmeros aspectos, nos estudos de pós-
graduação, mestrado e doutorado.
É importante ressaltar que o material gráfico e fotográfico aqui utilizado não apresenta 
a qualidade desejada – não dispusemos dos seus originais. No entanto, dada a importância das 
ilustrações para a identificação das questões relevantes, optamos por utilizar o material disponível, 
mesmo que apenas em xerox, dando-lhe tratamento digital adequado para assegurar, nessas 
imagens, o destaque dado pelo autor. As referências de obras e citações foram outra de nossas 
preocupações e foram obtidas por ampla pesquisa que empreendemos por compartilharmos da 
intenção do homenageado que, ao escrever, queria deixar o registro mais completo da experiência 
que lhe proporcionou o trabalho no Aterro Sanitário Metropolitano Centro.
Os demais textos foram desenvolvidos pelos autores nos períodos em que atuaram 
na CONDER e foram apresentados em seminários, congressos, simpósios; publicados em 
revistas técnicas, nas áreas de Engenharia Ambiental, Saneamento Básico e Resíduos Sólidos, 
e se constituem temas inseridos no conjunto de problemas que surgem nas áreas urbanas, 
em consequência do acelerado processo de urbanização, repercutindo no empobrecimento e 
fragilização das cidades. Pela primeira vez a CONDER faz uma breve revisão destes trabalhos e 
os publica na certeza de que a área acadêmica será enriquecida com a contribuição técnica de 
um profissional que construiu a sua história e se mantém presente na vida de todos aqueles que 
tiveram o privilégio de compartilhar de suas experiências e vida.
Carmelita Bizerra de Aguiar
Organizadora
Técnicos de várias especialidades – da engenharia, arquitetura, áreas sociais e administração, – foram convocados, há cerca de vinte anos, para dar início a um projeto audacioso e de certo modo pioneiro: o Projeto Metropolitano. Esse projeto, de fato 
um programa, deveria ser um marco na gestão de “resíduos” no Estado da Bahia, e o Projeto 
Metropolitano foi historicamente o mais ambicioso dos projetos de destinação de resíduos do 
Estado, pelos recursos envolvidos e, sobretudo, pela abrangência pretendida – um projeto na 
Região Metropolitana de Salvador, fato que deveria desencadear uma sucessão de programas 
similares no Estado, o que de fato aconteceu.
Fui um dos técnicos convocados e Oswaldo – a quem eu já conhecia do CEPED – dos 
primeiros a integrar a equipe. Não tínhamos de fato grande experiência no assunto. Eu tinha 
uma base teórica e Oswaldo, que vinha da área de geotecnologia, logo identificada com das mais 
importantes para o que viria a ser o desfecho do projeto: os aterros sanitários. De nada valeria 
todos os esforços de gestão envolvendo reuso, reciclagem, compostagem, sistemas otimizados 
de coleta etc., se, no final, o às vezes tão imerecidamente criticado mas sempre necessário aterro 
não estivesse presente e operando de modo satisfatório.
Pseudoespecialistas vindos do sul do país chegaram trazendo soluções mirabolantes e 
faltava a alguns de nós a coragem de confrontá-los, conscientes da nossa pouca experiência e 
até pela costumeira submissão tecnológica ao que vinha de outros centros “mais avançados”. 
Nessa hora, Oswaldo, que por méritos já era o responsável pela engenharia do nosso maior 
aterro, o Aterro Metropolitano Centro, manifestava suas dúvidas quanto à metodologia de 
drenagem de base do aterro que vinha sendo usada no Brasil – a punção exercida pelos drenos 
de gás na geomembrana – e outros problemas a respeito dos quais ele questionava ao mesmo 
tempo em que apresentava soluções. Essas, contudo, não eram fáceis! Temos, aqui na Bahia, 
características peculiares de solo e temperatura, e havíamos, ainda, desenvolvido uma dúvida 
a respeito da operação adequada dos equipamentos, no futuro, que poderia não ocorrer à 
contento. Precisávamos nos livrar de vários tabus, que, a bem da verdade, ainda persistem hoje, 
na engenharia de resíduos. Oswaldo, contudo, não cedia no rigor técnico com que desenvolvia 
os projetos. Ele fazia o fiel da balança que de um lado pesava a pressa exigida na execução das 
obras, subjugadas a prazos e cronogramas, e do outro o zelo (de Oswaldo) e a pesquisa rigorosa 
das melhores soluções.
Oswaldo nos deixou muito cedo! Esse livro, embora técnico, tem, e muito, a intenção 
da homenagem ao colega, à sua personalidade e ao seu jeito peculiar de trabalhar, sempre 
inspirador para o grupo.Convido os leitores a tentar encontrar nas entrelinhas dos textos o 
“dedo” de Oswaldo. Seremos, de qualquer sorte, mais técnicos, mas, sobretudo mais humanos.
Eng. José Maurício Souza Fiúza
Neste número:
O PROJETO EXECUTIVO DO ATERRO METROPOLITANO CENTRO 
ANÁLISE DA OPERAÇÃO DO ATERRO METROPOLITANO CENTRO, NO PERÍODO DE 
SETEMBRO/98 A OUTUBRO/99
O PROJETO E A IMPLANTAÇÃO DE UM ATERRO SANITÁRIO METROPOLITANO
IMPLANTAÇÃO, PRÉ-OPERAÇÃO E MONITORAMENTODO ATERRO METROPOLITANO 
CENTRO – AMC
MONITORAMENTO DO CHORUME DO ATERRO METROPOLITANO CENTRO DE SALVADOR
O SISTEMA DE DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA O 
SANEAMENTO AMBIENTAL DA BAÍA DE TODOS OS SANTOS
DISPOSIÇÃO DE ANIMAIS MORTOS EM ATERROS SANITÁRIOS: PROBLEMAS E SOLUÇÕES
REDEFININDO O CONCEITO DE LIXO
O MAIOR DOS DESAFIOS DO LIXO: DESTINAÇÃO FINAL, GESTÃO DE ATERROS SANITÁRIOS 
SIMPLIFICADOS – UMA CONTRIBUIÇÃO AO PROBLEMA NO ESTADO DA BAHIA
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS DE ATERRO SANITÁRIO
POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS: CONTRIBUIÇÃO À ANÁLISE DAS LIMITAÇÕES 
A SUA IMPLEMENTAÇÃO
NOVA TENDÊNCIA DE DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO ESTADO DA BAHIA: 
ATERRO SANITÁRIO SIMPLIFICADO
ESTRATÉGIAS DESENVOLVIDAS PARA A PROMOÇÃO DA PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA NAS 
AÇÕES DE LIMPEZA URBANA
RESÍDUOS SÓLIDOS: AS POLÍTICAS PÚBLICAS E O PAPEL DO ESTADO REGULADOR
CAPACITAÇÃO DE MULTIPLICADORES DO RECÔNCAVO BAIANO EM EDUCAÇÃO 
AMBIENTAL PELO PROGRAMA BAHIA AZUL
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E O LIXO: UMA PROPOSTA INTERDISCIPLINAR. ESTUDO DE CASO 
EM UMA ESCOLA DE 1ª À 4ª SÉRIE DO 1º GRAU NO MUNICÍPIO DE SANTO AMARO - BA
METODOLOGIA DIDÁTICO-PEDAGÓGICA DA CONDER NO PROCESSO DE EDUCAÇÃO 
AMBIENTAL
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Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia – CONDER
Avenida Edgard Santos, 936 CEP 41192-005 Salvador BA
Fone (71) 3117 7400 www.conder.ba.gov.br
Centro de Estudos e Referência em Resíduos Sólidos – CERES
ceres@conder.ba.gov.br
capa com orelha.indd 1 27/2/2012 11:11:18
EM PAUTA
Resíduos Sólidos e sua Destinação Final
Companhia de desenvolvimento Urbano
do estado da bahia – Conder
OrganizadOra
Carmelita Bizerra de Aguiar
EM PAUTA 
Resíduos Sólidos e sua Destinação Final
autOres
Alzira Maria Celino Ribeiro Mota
Ana Cristina da Purificação
Carmelita Bizerra de Aguiar 
Carmem Maria Alves Santana
Carolina Torres Menezes
Cristiane Santana Cruz 
Denise Maria de Jesus Santos
Gardênia Oliveira David de Azevedo
Isaías de Almeida Lima Neto
José Maurício Souza Fiúza
João Carlos Pinheiro de Araújo
Lícia Rodrigues da Silveira
Luiz Roberto Santos Moraes
Márcia Jurema de Magalhães Trocoli
Maria Thereza Fontes 
Maria de Fátima Torreão Espinheira
Nelson Magalhães Torreão
Osvaldo Mendes Filho
Teresa Rosana Orrico Batista
Vitoria Régia Leal
nOvembrO de 2011
gOvernO dO estadO da bahia
Jaques Wagner
Governador
secretaria de desenvOlvimentO urbanO dO estadO da bahia – sedur
Cícero de Carvalho Monteiro
Secretário
cOmpanhia de desenvOlvimentO urbanO dO estadO da bahia – cOnder
Milton de Aragão Bulcão Villas-Bôas
Diretor-Presidente
BAHIA. CONDER. Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia.
Resíduos sólidos e sua destinação final./Carmelita Bizerra de Aguiar (Organizadora)/Ana Cristina 
da Purificação et al (equipe técnica) e Zeo Antonelli (design gráfico e editoração). In: Em Pauta, ano I, n.1. 
Salvador: CONDER/DIURB/Centro de Estudos e Referência em Resíduos Sólidos, 2011.
 216p.: il. Color. Fotos. Tabelas. Gráficos.
1. Resíduos Sólidos – destinação final. I. AGUIAR, Carmelita Bizerra (Organizadora) II. MOTA, Alzira Maria 
Celino Ribeiro et al. III. Título.
CDU: 628.4(81)
ISBN: 978-85-87034-05-2
diretOria de equipamentOs e qualificaçãO 
urbanística – diurb
Lívia Maria Gabrielli de Azevedo
Diretora
superintendência de resíduOs sólidOs – sures
Márcia Jurema de Magalhães Trocoli
Superintendente
OrganizaçãO da publicaçãO
Carmelita Bizerra de Aguiar
cOlabOradOres
Ângela Bahia Accioly Lins 
Jacó da Silva Andrade
Lerísia Septímio de Carvalho
prOjetO gráficO e editOraçãO
2Designers Ltda.
Beto Cerqueira e Zeo Antonelli
nOrmalizaçãO de nOtas e referências
Aparecida Nóbrega
revisãO de textOs
Aparecida Nóbrega
Carmelita Bizerra de Aguiar
traduçãO
José Aloir Carneiro de Araújo Neto
Luísa B. Aguiar Tavares da Silva
Lerísia Septímio de Carvalho
Essa publicação inaugura a série EM PAUTA, que é uma produção do Centro de Estudos e Referência em 
Resíduos Sólidos da CONDER.
As fotografias e algumas ilustrações apresentadas nesta publicação não foram reproduzidas dos originais 
da época, mas extraídas do único exemplar impresso existente, daí a qualidade às vezes precária das 
mesmas. Foram, ainda assim, mantidas, pois são registros importantes do trabalho aqui apresentado. 
Ficha catalográfica elaborada por Denise Mascarenhas - CRB 5/531
Autores
Alzira Maria Celino Ribeiro Mota 
Pedagoga com habilitação em Supervisão pela UCSAL (1993); Coordenadora de Grupos 
Operativos/Agente Social de Mudança pelo Núcleo de Psicologia Social da Bahia; Monitora 
do Projeto de Educação Ambiental do Programa Bahia Azul; trabalhou na CONDER como 
Consultora em Educação Ambiental de 1999 a 2005.
Ana Cristina da Purificação
Pedagoga pela UNEB (1993); Mestre em Políticas Públicas/Área de Desenvolvimento 
Sustentável pela UnB/CDS; Especialista em Gestão Ambiental pela UEFS; Especialista em 
Metodologia do Ensino, Pesquisa e Extensão em Educação pela UNEB; trabalha na CONDER 
com Educação Ambiental e com resíduos sólidos desde 1994.
Carmelita Bizerra de Aguiar
Arquiteta pela UFBA (1973), com Pós-graduação em Engenharia de Sistemas Urbanos pela 
ENSUR, do IBAM (1975) e em Engenharia de Avaliações e Perícias pela FTC (2007). Gestora 
Imobiliária pela UNIFACS (2006); Técnica da CONDER desde 1974.
Carmem Maria Alves Santana
Pedagoga, trabalhou na CONDER como Consultora em Educação Ambiental de 1999 a 2005.
Carolina Torres Menezes 
Estudante de Engenharia Sanitária e Ambiental da Escola Politécnica da UFBA; trabalhou 
como Estagiária na CONDER em 2000.
Denise Maria de Jesus Santos
Estudante de Geografia da UFBA. Trabalhou como Estagiária na CONDER em 2000. 
Cristiane Santana Cruz 
Estudante de Engenharia Sanitária e Ambiental da Escola Politécnica da UFBA; trabalhou 
como Estagiária na CONDER em 2002.
Gardênia Oliveira David de Azevedo
Arquiteta e MSc em Engenharia Ambiental Urbana pela Escola Politécnica da UFBA, com Pós-
graduação em Planejamento Urbano pela UFBA/SUDENE e em Consultoria Organizacional 
pela UCSAL/CESEC e Especialização e Extensão em Tratamento de Lixo pela UNICAMP/SP e 
em Resíduos Sólidos Urbanos pela CETESB/SP; Técnica da CONDER desde 1974.
Isaías de Almeida Lima Neto
Geólogo com Especialização em Geociências pelo IGEO e Engenheiro Civil pela Escola 
Politécnica da UFBA; trabalhou na CONDER de 1994 a 2006.
João Carlos Pinheiro de Araújo
Economista pela UFBA, com Pós-graduação em Políticas Públicas pelo Instituto de Economia 
da UNICAMP/SP e Análise Espacial pelo IGEO da UFBA; Curso de Extensão em Tratamento 
de Lixo pela UNICAMP/SP e Gerenciamento de Sistema de Limpeza Urbana pela ABES – 
Seção Bahia e Ramo Saneamento Ambiental; técnico da CONDER desde 1975.
José Maurício Souza Fiúza 
Engenheiro Civil pela UFBA (1976) e MSc em Engenharia Ambiental pela University of Arkansas, 
EUA (1978); Professor Adjunto e Chefe do Departamento de Engenharia Ambiental da Escola 
Politécnicada UFBA. Atua na área de Engenharia Sanitária, com ênfase em Qualidade do Ar, 
das Águas e do Solo; trabalhou na CONDER em Resíduos Sólidos de 1995 a 2007.
Lícia Rodrigues da Silveira
Administradora de Empresas pela UCSAL (1991) e MSc em Engenharia Ambiental Urbana 
pela Escola Politécnica da UFBA, com Pós-graduação em Gerência de Cidades pelo CETEAD 
(2006) e em Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos pela UFBA (2008); trabalhou na 
CONDER em Resíduos Sólidos de 1995 a 2011.
Luiz Roberto Santos Moraes
Engenheiro Civil pela Escola Politécnica da UFBA (1973), com Especialização em Engenharia 
Sanitária e em Engenharia de Segurança do Trabalho pela FSP da USP (1974); MSc em 
Engenharia Sanitária pela Delft University of Technology, EUA (1977) e PhD em Saúde 
Ambiental pela University of London, UK (1996); fez estágio Pós-doutorado em Gestão 
de Saneamento Básico na Universidade do Minho, PT (2005); Professor Titular do 
Departamento de Engenharia Ambiental, do Mestrado em Engenharia Ambiental Urbana 
da Escola Politécnica da UFBA e do Mestrado em Saúde, Ambiente e Trabalho da Faculdade 
de Medicina da UFBA.
Maria de Fátima Torreão Espinheira
Assistente Social pela UCSAL; Mestre em Administração Pública pela Escola de 
Administração da UFBA; Especialista em Planejamento Governamental, com Pós-graduação 
em Demografia pela UFBA; Curso de Extensão em Tratamento de Lixo pela UNICAMP/SP; 
Técnica da CONDER desde 1979.
Maria Thereza Fontes
Engenheira Sanitarista e Ambiental e MSc em Engenharia Ambiental Urbana pela Escola 
Politécnica da UFBA, com Pós-graduação em Gestão Ambiental pela UEFS e Produção mais 
Limpa (SENAI-CETIND); Especialização e Extensão em Tratamento de Lixo pela UNICAMP/SP 
e em Resíduos Sólidos Urbanos pela CETESB/SP; trabalhou na CONDER de 2002 a 2007.
Márcia Jurema de Magalhães Trocoli
Arquiteta pela Faculdade de Arquitetura da UFBA (1979) e MSc em Engenharia Ambiental 
Urbana pela Escola Politécnica da UFBA (1997-1999); Especialização e extensão em 
Tratamento de Lixo pela UNICAMP/SP e em Resíduos Sólidos Urbanos pela CETESB/SP. 
Técnica da CONDER desde 1981.
Nelson Magalhães Torreão (in memorian)
Físico com Especialização em Gestão Ambiental, com Pós-graduação em Metodologia 
do Ensino Superior; Professor Adjunto da UFBA; Consultor na área de meio ambiente e 
participação comunitária em projetos de saneamento.
Osvaldo Mendes Filho (in memorian: j 23/01/1957 - † 24/06/2006)
Engenheiro Civil pela UFJF/MG, com Especialização em Geotecnia no Laboratório Nacional 
de Engenharia Civil de Lisboa, PT, e em Pavimentação Rodoviária no Laboratoire Central 
des Ponts et Chaussées, Paris, França. Trabalhou na CONDER, de 1994 a 2006, em Resíduos 
Sólidos.
Teresa Rosana Orrico Batista
Engenheira Sanitarista pela UFBA (1987), com Pós-graduação em Planejamento e Gestão 
Ambiental pela UESC (1993); Consultora em Resíduos Sólidos do Programa Bahia Azul, em 
Projetos de Aterros Sanitários, em Estudos de Impacto Ambiental e PDLU. Trabalhou na 
CONDER de 1996 a 2000.
Vitória Régia Leal
Assistente Social, trabalha na CONDER como Consultora em Educação Ambiental desde 1993.
Experiência Profissional do 
Homenageado
Nome: Osvaldo Mendes Filho
Profissão: Engenheiro Civil
Crea: 17.226 D – 5ª Região.
Alguns cursos/estágios complementares da formação profissional
Estágio de especialização em mecânica dos solos, durante 15 meses, no Laboratório Nacional de 
Engenharia Civil de Lisboa-Portugal.
Estágio de Especialização em Geotecnia Rodoviária, Manutenção e Reforço de Pavimentos, 
durante 5 meses, no Laboratoire des Ponts et Chaussées, em Paris, França.
Curso de Especialização em Problemas Brasileiros de Transportes, pela UFMG.
Diversas cadeiras do Curso de Especialização em Garantia da Qualidade, ministrado pelo CETEAD – 
Centro Educacional de Tecnologia em Administração – da Universidade Federal da Bahia.
 
Atividades e serviços de engenharia desenvolvidos
Atuou como Gerente e Coordenador de serviços relativos à fiscalização da implantação de obras; na 
elaboração de novos projetos e de projetos de recuperação/restauração de empreendimentos, 
tais como: rodovias, barragens e perímetros de irrigação, aterros sanitários, e vias urbanas; na 
Elaboração de Estudos de Avaliação de Passivos Ambientais e na Elaboração do PRAD – Plano 
de Recuperação de Áreas Degradadas – de diversas rodovias etc.
Gerenciamento da construção de uma barragem de médio porte.
Dentre os principais serviços, relacionam-se:
Como Consultor
Coordenação geral e elaboração dos projetos de recuperação ambiental e ampliação do Aterro 
Sanitário de Camaçari e Dias D’Ávila com a elaboração dos projetos de terraplenagem, sistemas 
de impermeabilização , drenagem de percolados e pluvial, vias de acesso etc., no qual se realiza 
a codisposição de resíduos urbanos e industriais (do Pólo Petroquímico de Camaçari), com 
capacidade de 1.500.000m3, 300t/dia para a LIMPEC – Limpeza Pública de Camaçari.
Coordenação geral e elaboração dos anteprojetos de terraplenagem, sistemas de imper-
meabilização e drenagem de percolados e das unidades de reciclagem e estocagem 
temporária de resíduos da Central de Resíduos Sólidos de Itabira (MG), para a CVRD – 
Companhia Vale do Rio Doce.
Coordenação geral e elaboração dos projetos executivos (terraplenagem/impermeabilização e 
drenagem dos percolados) de aterro industrial para a disposição de resíduos de Classe I e II 
da indústria de calçados, para a empresa Azaléia.
Elaboração dos trabalhos de pesquisa no desenvolvimento de novos materiais de construção para 
a AVIBRÁS – Indústria Aeroespacial S/A – , localizada em Jacareí (SP), a seguir relacionados:
“Análise Comparativa das Soluções de Impermeabilização das Lagoas de Estabilização com 
Mantas de Polietileno de Alta Densidade (PEAD) e Poliuretano”.
“Impermeabilização de Tabuleiros de Pontes Rodoviárias”. Descrições dos principais mecanismos 
de deterioração, principais tecnologias existentes; aplicação de manta em poliuretano e 
proposição de uma “Especificação de Execução dos Serviços”.
Coordenador da Proposta Técnica classificada em 1º lugar na licitação pública promovida 
pelo Instituto de Pesquisas Rodoviárias do DNER – Ministério dos Transportes –, para 
desenvolvimento das pesquisas sobre “Utilização de Rejeitos Industriais e Minerários na 
Construção Rodoviária.
Coordenação do trabalho de Avaliação do Passivo Ambiental de 8 rodovias federais (420Km), a 
serem privatizadas dentro do PER-Plano de Exploração de Rodovias do Estado da Bahia, para 
a empresa CAB-Consultores Associados Brasileiros.
Coordenação do PRAD – Plano de Recuperação de Áreas Degradadas no projeto da Rodovia 
Prado-Cumuruxatiba/BA, para a empresa COPAVEL.
Coordenação do Plano de Gestão da Limpeza Pública do Município de Lagarto, Sergipe, para a 
empresa Aquino Consultores Associados Ltda.
Coordenação do estudo de viabilidade técnica para a implantação de uma Central de Resíduos 
Sólidos para cidades do Vale do Aço, em Minas Gerais (com sede em Itabira), para a CETREL 
Protecão Ambiental S.A. e C.V.R.D.
Coordenação da proposta técnica para os Sistemas de Tratamento e Destinação Final dos 
Resíduos para os dois lotes da licitação da Concessão para a Operação do Sistema de Limpeza 
Publica da cidade de São Paulo, na qual o consórcio proponente foi um dos ganhadores da 
licitação para a empresa CETREL.
Pela ConDER – Companhia de Desenvolvimento Urbano da Bahia
Coordenador do Projeto Executivo Final (readequado) da 1ª, 2ª e 3ª etapas do Aterro Sanitário 
Metropolitano Centro de Salvador (BA), com capacidade total de 9.500.000m3 de resíduos, e 
recebimento em torno de 2.500 t/dia, acompanhando, ainda, o desenvolvimento das obras 
de implantação deste empreendimento. 
Responsável pela pré-operaçãodo Aterro Sanitário Metropolitano Centro de Salvador (BA), 
durante um período de 11 meses.
Participação nos trabalhos relativos à implantação do Plano de Gerenciamento de Resíduos 
Sólidos dos municípios de Eunápolis (BA) e Valença (BA).
Acompanhamento da elaboração dos projetos executivos dos diversos aterros sanitários do 
interior da Bahia (mais de 30), elaborando, ainda, relatórios para readequação de projetos 
desenvolvidos anteriormente por empresas de consultoria.
Pelo CEPED – Centro de Pesquisas e Desenvolvimento do Estado da Bahia
Coordenador do Serviço de Fiscalização, Detalhamento do Projeto, Controle Tecnológico dos 
Materiais e Serviços e Instrumentação das Obras Civis do Aproveitamento Pedra do Cavalo 
(barragem, adutoras, rodovias, pontes etc.). Contratante: DESENVALE – Companhia de 
Desenvolvimento do Vale do Paraguaçu.
Gerente de Construção e Montagem do Projeto de Irrigação “Formoso A”. Readequação dos 
projetos, supervisão técnica e fiscalização das obras. Contratante: CODEVASF – Companhia 
de Desenvolvimento do Vale do São Francisco.
Coordenador do Projeto, da Fiscalização e do Gerenciamento da Construção da Barragem de 
Jacobina. Contratante: EMBASA – Empresa Baiana de Águas e Saneamento.
Coordenador da Equipe de Controle Tecnológico das Obras Civis de Recuperação da Barragem Joanes 
II e Coordenador do Projeto de Recuperação da Barragem de Mundo Novo. Contratante: EMBASA.
Coordenador dos serviços de “Consultoria e Assessoria Técnica na Área de Garantia da Qualidade 
dos Materiais e Serviços dos Sistemas Integrados de Abastecimento de Água (SIAA’s)” das cidades 
de Barreiras, Livramento do Brumado, Itamarajú, Teixeira de Freitas, Ubaíra, Tancredo Neves, Santa 
Inês-Cravolândia, Lajedo do Tabocal e diversos outros município. Contratante: EMBASA.
Pela TRAnSCon – Consultoria Brasileira de Transportes S/A
Chefe da equipe de Geotecnia nos projetos:
Ferrovia Tougourt/Hassi Messaoud/Ghardaia, com 450km de extensão, no Deserto do Sahara-
Argélia. Contratante: Société Nationale des Chemins de Fer Algeriens.
Ferrovia Rio-São Paulo – contorno de Volta Redonda e Variante. Contratante: Rede Ferroviária 
Federal.
Coordenador Geral do Projeto Final de Engenharia da Rodovia BR-262, no Pantanal Sul-
Matogrossense, trecho Aquidauana-Corumbá, com 262km de extensão. Contratante: 
Comissão de Estradas de Rodagens nº 03, do Ministério do Exército.
Pela LASA Engenharia e Prospecções S/A
Chefe de equipe de Geotecnia e de elaboração do projeto de Restauração da Rodovia BR-101, 
trecho entre a BR-324 e Santo Antonio de Jesus (BA), com extensão de 90km.
Pelo Consórcio Consol ESPA (Belo Horizonte-Mg)
Engenheiro Sênior para Estudos Geotécnicos no Projeto Final de Engenharia da Rodovia BR391/
RO, trecho Porto Velho-Rio Madeira (Abunã), com extensão de 225,7km.
Estudos Geotécnicos, Avaliação Estrutural de Pavimento e Projeto de Reforço de Pavimento da 
Rodovia Rio-Bahia (BR 116), trecho Jequié-Divisa MG/BA, com extensão de 257km.
Estudo de medidas especiais a serem adotadas na conservação das seguintes rodovias: 
Manaus-Porto Velho (BR-319), com extensão de 900km; Belém-Brasília, com extensão de 
153km; Muzambinho-Gaxupé (MG-028), com extensão de 29km.
Pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de Minas gerais (DER-Mg)
Pelo Grupo de Projetos IV, no Setor de Estudos Geotécnicos e de Projetos da Pavimentação, responsável 
pela Fiscalização de Projetos Finais de Engenharia, elaborados por firmas de consultoria contratadas 
pelo referido Departamento. Nove projetos, com extensão total de 786km.
Pelo Grupo de Projeto II, desenvolveu os seguintes trabalhos:
Via Expressa Norte-Sul, trecho Venda Nova-Pedro Leopoldo: Estudos Geotécnicos, Projeto de 
Pavimentação e elaboração das “Especificações Especiais para Terraplenagem” desta estrada, 
revestida com pavimento de concreto de cimento, com extensão de 28km.
Entroncamento da Rodovia MG-01-Lagoa Santa: estudos geotécnicos, com extensão de 18km.
Patrocínio-Ibiá (BR-262): estudos geotécnicos e projetos de pavimentação, com extensão de 102km).
Estudos geotécnicos referentes à estabilidade de aterros e cortes das seguintes rodovias: 
Juatuba-Itaúna (MG-7), com extensão de 30km; Varginha-Três Pontas (MG-28), com extensão 
de 28km; Lavras-Nepomuceno; com extensão de 24km; Poços de Caldas-Andradas (MG-28), 
com extensão de 41km.
Trabalhos Publicados
“An Metropolitan Project Landfill and Implementation”. SIDISA 2000 - International Symposium 
on Sanitary and Enviromental Enginering. Trento, Itália/2000.
“Solid Waste Final Disposal: a contribution to the enviromental sanitation program of Todos 
os Santos Bay”. SIDISA 2000 – International Symposium on Sanitary and Enviromental 
Enginering. Trento, Itália/2000. 
“Disposição de Animais Mortos em Aterros Sanitários: problemas e soluções”. Co-autor – IX 
SILUBESA – Simpósio Luso-Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental – Porto Seguro 
(BA)/2000.
“Implantação, Pré-operação e Monitoramento do Aterro Metropolitano Centro”. Coautor – IX 
SILUBESA – Simpósio Luso-Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental – Porto Seguro 
(BA)/2000.
“Aterros Sanitários: procedimentos para aumentar a vida útil”. II Seminário Internacional 
sobre Destinação Final de Resíduos Sólidos. CONDER – Companhia de Desenvolvimento da 
Região Metropolitana de Salvador. Salvador (BA)/1998.
“Solos Colapsíveis: soluções adotadas no caso do projeto “Formoso A”. Coautor. IV Seminário 
de Gerenciamento da CODEVASF – Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco. 
Bom Jesus da Lapa (BA)/1989.
“Materiais Betuminosos e Revestimentos Asfálticos de Baixo Custo”. PETROBRAS – Centro de 
Treinamento. Catu (BA)/1989.
“Estudos dos Defeitos Observados no Pavimento da BR-116”. Coautor. DESENVALE – Companhia 
de Desenvolvimento do Vale do Paraguaçu. Feira de Santana (BA)/1983.
“Introdução à Mecânica dos Solos”. Curso para técnicos de nível médio, ministrado no canteiro 
de obras do Aproveitamento de Pedra do Cavalo. CEPE. Cachoeira (BA)/1981.
“Ensaios de Carga sobre Placa Executados no Núcleo da Barragem de Pedra do Cavalo”. CEPED. 
Cachoeira (BA)/1980.
“Um Caso de Aplicação de Cal na Estabilização de um Solo Fino Aluvionar Contendo Matéria 
Orgânica”. Revista do Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais. Belo Horizonte 
(MG)/1976.
“Reforço de Pavimento Flexível: um cotejamento entre dois critérios de avaliação”. Coautor. 
Seminário sobre Avaliação e Reforço de Pavimentos Rodoviários. DNER – Departamento 
Nacional de Estradas e Rodagem e IPR – Instituto de Pesquisas Rodoviárias. Curitiba (PR)/1975.
“Super-Estrutura das Estradas de Ferro e de Rodagem”. Diretório Acadêmico da Escola de 
Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte (MG)/1974.
“Estabilização de Solos com Aditivos Químicos”. Seminário Interno no Laboratório Nacional de 
Engenharia Civil de Lisboa. Lisboa, Portugal, 1972.
“Mistura Solo-Cal: estudo da aplicação da cal na estabilização de um solo argiloso contendo 
um apreciável teor em matéria orgânica”. Laboratório Nacional de Engenharia Civil de 
Lisboa, Portugal, 1972.
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ABES - Agência Brasileira de Engenharia 
Sanitária e Ambiental
ABNT - Associação Brasileira de Normas 
Técnicas
AGRU - Kunststofftechnik GmbH., indústria 
de origem austríaca de alta tecnologia de 
plástico, com links em todo o mundo
ALC - América Latina e Caribe 
AMC - Aterro Metropolitano Centro
BDI - Bônus de Despesas Indiretas
BID - Banco Interamericano de 
Desenvolvimento
BIRD - Bank for International Reconstruction 
and Development (Banco para 
Reconstrução e Desenvolvimento 
Internacional)
BNB - Banco do Nordeste do Brasil
BTS - Programa de Saneamento Ambiental 
da Baía de Todos os Santos 
CAPES- Coordenação de Aperfeiçoamento de 
Pessoal de Nível Superior
CDS - Conselho de Desenvolvimento 
Sustentável 
CEE - Comunidade Econômica Europeia 
CEF - Caixa Econômica Federal
CEMPRE - Compromisso Empresarial para 
Reciclagem 
CEPED - Centro de Pesquisa e 
Desenvolvimento do Polo Petroquímico de 
Camaçari
CEPRAM - Conselho Estadual de Proteção 
Ambiental 
CER - Certificados de Emissões Reduzidas
CESEC - Centro de Estudos de Engenharia 
Civil
CETESB - Central de Tecnologia e 
Saneamento Ambiental de São Paulo
CETIND - Centro de Tecnologia Industrial 
Pedro Ribeiro Mariani
CETREL - Central de Efluentes Líquidos do 
Polo Petroquímico de Camaçari
CIA - Complexo Industrial de Aratu 
CIMGC - Comissão Interministerial de 
Mudança Global do Clima
CODEVASF - Companhia de Desenvolvimento 
do Vale de São Francisco 
COELBA - Companhia de Eletricidade do 
Estado da Bahia
CONAMA - Conselho Nacional de Meio 
Ambiente
CONDER - Companhia de Desenvolvimento 
Urbano do Estado da Bahia
COPEC - Complexo Petroquímico de Camaçari 
CRA - Centro de Recursos Ambientais, atual 
Instituto de Meio Ambiente-IMA
CRE - Certificado de Redução de Emissões
DAFA - Digestor Anaeróbio de Fluxo 
Ascendente 
DBO - Demanda Biológica de Oxigênio
DESENVALE - Companhia de 
Desenvolvimento do Vale do Paraguaçu
DNER - Departamento Nacional de Estradas 
de Rodagem, atual 
DNIT - Departamento Nacional de 
Infraestrutura e Transportes
DQO - Demanda Química de Oxigênio
EA - Educação Ambiental
EMBASA - Empresa Baiana de Saneamento 
Ambiental 
ENTERPA - Empresa de Engenharia
ENSUR - Escola Nacional de Serviços Urbanos 
do IBAM
EP - Escola Politécnica da UFBA
EPA - Environmental Protection Agency 
(Agência de Proteção Ambiental dos 
Estados Unidos) 
ETE - Estação de Tratamento de Esgoto
FSP - Faculdade de Saúde Pública da 
Universidade de São Paulo
FTC - Faculdade de Tecnologia e Ciências da 
Bahia
GEE - Gases de Efeito Estufa 
IBAM - Instituto Brasileiro de Administração 
Municipal
IGEO - Instituto de Geociências da UFBA
IMA - Instituto de Meio Ambiente, antigo CRA 
IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas de 
São Paulo
LCRS - Leachate Colletion and Removal 
Systems (Sistemas de Coleta e Remoção de 
Chorume)
LIMPURB - Empresa de Limpeza Urbana de 
Salvador
MDL - Mecanismo de Desenvolvimento 
Limpo
OECD - Organisation for Economic 
Cooperation and Development 
(Organização para a Cooperação e o 
Desenvolvimento Econômico)
OMS - Organização Mundial de Saúde
ONG - Organização Não Governamental
ONU - Organização das Nações Unidas
OPAS - Organização Panamericana de Saúde
PAC - Programa de Aceleração do 
Crescimento 
PEAD - Polietileno de Alta Densidade
PEDS - Planejamento Estratégico para o 
Desenvolvimento Sustentável
PEV - Ponto de Entrega Voluntária
PDLU - Plano Diretor de Limpeza Urbana
PNEA - Política Nacional de Educação 
Ambiental
PNUD - Programa das Nações Unidas de 
Desenvolvimento 
PL - Projeto de Lei
PRODETUR - Programa de Desenvolvimento 
do Turismo da Bahia
PRODUR - Programa de Desenvolvimento 
Urbano
PRONAF - Programa Nacional de 
Fortalecimento da Agricultura Familiar
PROSANEAR - Programa de Saneamento 
Básico para População de Baixa Renda
RCS - Reator Aeróbio de Ciclos Sequenciais
RNs - Referência de Níveis
RSU - Resíduos Sólidos Urbanos 
SENAI - Serviço Nacional da Indústria
SEPLANTEC - Secretaria do Planejamento, 
Ciência e Tecnologia, atual Secretaria de 
Planejamento 
SISNAMA - Sistema Nacional do Meio 
Ambiente
SISNARES - Sistema Nacional de Resíduos 
Sólidos 
SUDENE - Superintendência de 
Desenvolvimento do Nordeste 
SURES - Superintendência de Resíduos 
Sólidos
UCSAL - Universidade Católica de Salvador
UASB - Reator Anaeróbio de Fluxo 
Ascendente
UE - Unidade Escola
UEE - Unidades Escolares Estaduais
UESC - Universidade Estadual de Santa Cruz, 
em Ilhéus
UFBA - Universidade Federal da Bahia
UFFS - Universidade Federal de Feira de 
Santana
UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora
UnB - Universidade de Brasília
UNEB - Universidade do Estado da Bahia
UNICAMP - Universidade Estadual de 
Campinas
UNIFACS - Universidade Salvador
VOCS - Volatile Organic Compounds 
(Componentes Orgânicos Voláteis)
Sumário 
17 Apresentação
18 Introdução 
21 O PROJETO EXECUTIVO DO ATERRO METROPOLITANO CENTRO 
 Osvaldo Mendes Filho
26 ANÁLISE DA OPERAÇÃO DO ATERRO METROPOLITANO CENTRO, 
NO PERÍODO DE SETEMBRO/98 A OUTUBRO/99
 Osvaldo Mendes Filho
125 O PROJETO E A IMPLANTAÇÃO DE UM ATERRO 
SANITÁRIO METROPOLITANO
 Maria de Fátima Torreão Espinheira, Osvaldo Mendes Filho
133 IMPLANTAÇÃO, PRÉ-OPERAÇÃO E MONITORAMENTO 
DO ATERRO METROPOLITANO CENTRO – AMC
 Osvaldo Mendes Filho, José Maurício Souza Fiúza, Teresa Orrico Batista
137 MONITORAMENTO DO CHORUME DO ATERRO METROPOLITANO 
CENTRO DE SALVADOR
 José Maurício Souza Fiúza, Denise Maria de Jesus Santos, 
Carmelita Bizerra de Aguiar, Carolina Torres Menezes
142 O SISTEMA DE DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS: 
UMA CONTRIBUIÇÃO PARA O SANEAMENTO AMBIENTAL 
DA BAÍA DE TODOS OS SANTOS
 Gardênia Oliveira David de Azevedo, Osvaldo Mendes Filho, 
Teresa Orrico Batista
149 DISPOSIÇÃO DE ANIMAIS MORTOS EM ATERROS SANITÁRIOS: 
PROBLEMAS E SOLUÇÕES
 José Maurício Souza Fiúza, Osvaldo Mendes Filho
152 REDEFININDO O CONCEITO DE LIXO
 Lícia Rodrigues da Silveira, Luiz Roberto Santos Moraes
160 O MAIOR DOS DESAFIOS DO LIXO: DESTINAÇÃO FINAL, 
GESTÃO DE ATERROS SANITÁRIOS SIMPLIFICADOS - UMA 
CONTRIBUIÇÃO AO PROBLEMA NO ESTADO DA BAHIA
 Lícia Rodrigues da Silveira 
167 DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS 
DE ATERRO SANITÁRIO
 Gardênia Oliveira David de Azevedo, Isaías de Almeida Lima Neto
177 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS: CONTRIBUIÇÃO 
À ANÁLISE DAS LIMITAÇÕES A SUA IMPLEMENTAÇÃO 
Luiz Roberto Santos Moraes, Márcia Jurema de Magalhães Trocoli
187 NOVA TENDÊNCIA DE DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS 
NO ESTADO DA BAHIA: ATERRO SANITÁRIO SIMPLIFICADO
 José Maurício Souza Fiúza, Maria Thereza Fontes, Cristiane Santana Cruz
193 ESTRATÉGIAS DESENVOLVIDAS PARA A PROMOÇÃO DA PARTICIPAÇÃO 
COMUNITÁRIA NAS AÇÕES DE LIMPEZA URBANA
 Gardênia Oliveira David de Azevedo, João Carlos Pinheiro de Araújo, 
Teresa Rosana Orrico Batista 
200 RESÍDUOS SÓLIDOS: AS POLÍTICAS PÚBLICAS E O PAPEL
 DO ESTADO REGULADOR
 Márcia Jurema de Magalhães Trocoli
205 CAPACITAÇÃO DE MULTIPLICADORES DO RECÔNCAVO BAIANO 
EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL PELO PROGRAMA BAHIA AZUL
 Alzira Maria Celino Ribeiro Mota, Ana Cristina da Purificação
211 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E O LIXO: UMA PROPOSTA INTERDISCIPLINAR. 
ESTUDO DE CASO EM UMA ESCOLA DE 1ª À 4ª SÉRIE DO 1º GRAU 
NO MUNICÍPIO DE SANTO AMARO - BA
 Ana Cristina da Purificação, Nelson Magalhães Torreão
214 METODOLOGIA DIDÁTICO-PEDAGÓGICA DA CONDER 
NO PROCESSO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
 Ana Cristina da Purificação, Alzira Maria Celino Ribeiro Mota, 
Carmem Maria Alves Santana,Vitória Régia Leal
resídUos sólidos e sUa destinação Final 1717
Apresentação
A CONDER tem sido, através dos anos, um centro de produções técnicas em diversas áreas, atendendo, de forma rápida, à demanda de intervenções sociais importantes para os graves problemas oriundos do acelerado processo de 
urbanização e que, geralmente, têm como consequência a pauperização e fragilização 
das cidades. No que diz respeito a resíduos sólidos, a CONDER tem desenvolvido estudos 
importantes, buscando dar apoio aos municípios no enfrentamento dessa questão. 
Embora muitos esforços já tenham sido feitos, a demanda é crescente e as soluções, em 
alguns casos, dependem da participação dos diversos segmentos da sociedade.
A iniciativa de publicação destestextos técnicos – que testemunham o esforço de 
análise e trato da questão pela CONDER – foi motivada pelo desejo de homenagear 
postumamente o engenheiro Osvaldo Mendes Filho, da sua equipe de Resíduos 
Sólidos. Profissional dedicado e de inquestionável competência, que contribuiu com 
estudos e projetos dedicados especialmente ao Aterro Metropolitano Centro.
Mesmo com a velocidade com que circulam as informações nos dias atuais, as 
ocorrências, quando registradas, em livro ou outro tipo de publicação, se perpetuam 
e asseguram a multiplicação do aprendizado.
Reunir numa coletânea os trabalhos desenvolvidos por profissionais que 
trabalharam ou trabalham na CONDER, e de Osvaldo Mendes, nosso homenageado, 
em particular, foi, neste período de preparo, uma experiência entusiasmante porque 
nos fez perceber a dimensão e a importância do seu trabalho rigoroso na busca de 
informações, na identificação de parcerias, na análise de relatórios, na discussão de 
estratégias, nas soluções apontadas. E confirmou nossa convicção da importância de 
tornar público um conhecimento, acumulado em 12 anos de estudos e prática, como 
técnico especialista em obra e operação de aterro.
Osvaldo Mendes Filho foi, conforme afirmam muitos dos que com ele conviveram, 
um colega preparado, atento e generoso na partilha de conhecimentos e aprendizado. 
Essa competência e generosidade os levaram a desejar a homenagem que nesta 
publicação se concretiza em forma de um registro de sua trajetória profissional na 
CONDER, com o compromisso de perpetuar seus ensinamentos e reconhecer a sua 
contribuição relevante para as questões que envolvem o tema. 
A publicação Em Pauta – em seu número inaugural –, Resíduos Sólidos e sua 
Destinação Final, trás para os apaixonados pelo tema e os admiradores do profissional, 
a partilha de informações valiosa, obtidas na experiência da construção e operação de 
aterros sanitários, especialmente do Aterro Sanitário Centro, na Região Metropolitana 
de Salvador (RMS).
Os dezoito artigos aqui publicados, de autoria ou coautoria do Eng. Osvaldo Mendes 
Filho e outros colaboradores, que atuaram ou atuam na CONDER, foram selecionados 
e editados de forma cuidadosa, valorizando o conteúdo que a pauta sugere. Apesar 
de alguns terem sido produzidos há algum tempo, eles remetem a um tema atual e 
que sempre estará em evidência por sua importância para a qualidade de vida das 
populações de nossas cidades.
Milton de Aragão Bulcão Villas-Bôas
18 Companhia de desenvolvimento Urbano do estado da bahia – Conder
Introdução
A ideia de que resíduos sólidos são bens inservíveis já saiu do nosso cotidiano para entrar, gradualmente, no consciente coletivo. Todos nós, ao realizarmos as nossas atividades diárias, descartamos coisas por as considerarmos não 
mais utilizáveis. Ao mesmo tempo em que classificamos as coisas que descartamos 
como sem aproveitamento, muitas pessoas têm um olhar diferenciado sobre os 
mesmos objetos e, assim, permitem que esses mesmos resíduos, rejeitados em algum 
momento, estendam a sua vida útil, seja para uso próprio ou para alimentar a cadeia 
produtiva da indústria, num processo de transformação.
O estímulo ao consumo, provocado pelo capitalismo neoliberal, não considerou – 
ou se considerou não apontou soluções – as consequências drásticas do acúmulo de 
embalagens e de outros descartes ocasionados pela falta de uma política sustentável 
de acompanhamento do processo produtivo e de reversibilidade de tudo que foi 
produzido e que não possui, do ponto de vista da utilização, um destino adequado. 
O acúmulo dos resíduos constitui um comportamento da sociedade “moderna”, 
imposta por fabricantes que também lucram, e muito, com o uso das embalagens. 
A condição de reverter esse quadro, que se agrava a cada dia, é acompanhada pelo 
movimento da sociedade que se mobiliza e clama por normas, para minimizar os 
efeitos negativos dos resíduos no meio ambiente, que tanto sofre com a transformação 
das suas características. O que podemos assistir é uma série de rios poluídos, 
desmatamentos e o ar com um acúmulo de gases tóxicos prejudiciais à saúde.
Recentemente, a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, a Lei 
nº 12.305, de 02/08/10, estabeleceu um marco fundamental para regular as 
questões que envolvem resíduos sólidos, com quatro premissas básicas, a saber: (I) 
responsabilidade compartilhada; (II) logística reversa; (III) acordos setoriais; e (IV) 
ações de educação ambiental. Esses enfoques deverão ser capazes de chamar à 
responsabilidade todos os setores da sociedade, principalmente os que produzem 
embalagens em larga escala, e focar no reconhecimento aos “catadores” que, no 
instinto de buscar a sua sobrevivência, correm, antes do poder público, para recolher 
centenas de milhares de materiais recicláveis das ruas das cidades, em condições 
de insalubridade e de riscos iminentes de acidentes. O Decreto nº 7.405 de 23/12/10, 
institui o Programa Pró-Catador, com a finalidade de integrar e articular as ações 
do Governo Federal voltadas ao apoio e ao fomento à organização produtiva dos 
catadores para a melhoria de suas condições de trabalho.
Não existe mais motivo para que o tema “resíduos sólidos e sua destinação final” 
não seja tema das pautas dos governantes, na esfera municipal, como na estadual 
e federal, porque todos os caminhos levam à ampla participação da sociedade com 
formas de compartilhamento responsável. Nesta condição, as resistências para incluir 
o assunto no rol das prioridades governamentais, que vão desde as justificativas não 
muito convincentes até as de que o assunto é apenas tratado no âmbito municipal, 
não podem mais existir, uma vez que envolvem todos os segmentos da sociedade. 
Mesmo entendendo que a sociedade se sente pouco envolvida, os gestores 
não podem se eximir da responsabilidade de mobilizar, integrar, conscientizar e 
resídUos sólidos e sUa destinação Final 19
articular as pessoas para darem sua parcela de contribuição em todas as etapas do 
processo, que vai desde o consumo até a forma de descarte. A expressão “pensar 
resíduos” deve se constituir em uma atitude permanente de todos os cidadãos e 
principalmente do gestor que deve promover a coleta responsável, com separação na 
fonte e de forma coletiva, e dotar o sistema de limpeza urbana de recursos humanos 
capacitados e materiais compatíveis, fornecendo as condições adequadas para uma 
operação contínua da destinação final, com maquinário apropriado e controles 
formatados na condição de monitorar o espaço, tomando conhecimento de toda a 
sua movimentação. 
O processo de beneficiamento, ainda configurado como iniciativas tímidas de 
inserção social de muitos grupos que se organizam, deve ser considerado um mote 
para a obtenção de um reaproveitamento em massa, que pode ser feito, inclusive, 
pelo próprio consumidor, no momento em que identifica as destinações adequadas 
para cada resíduo gerado. 
A implementação de uma destinação final com extrema responsabilidade 
de gestão, com a instalação de células adequadamente impermeabilizadas com 
previsão de recobrimento em camadas e com drenagem do percolado para lagoas 
de tratamento ou estabilização – os chamados aterros sanitários –, consiste num 
modelo tecnológico adequado para minimizar os efeitos da colocação de resíduos 
aleatoriamente no solo, comprometendo sobremaneira os lençóis freáticos e as 
nascentes. A manutenção desses sistemas requer uma fonte de recurso assegurada 
para não deixar que, em pouco tempo, o equipamento, não operado adequadamente, 
se transforme num lixão.
Assim se encontra o Aterro Metropolitano Centro – AMC –, operado de forma 
planejada e com resultados satisfatórios com relação a sua implementação, para 
satisfação dos que participaram e viram a sua construção e com reverência ao nosso 
homenageado – Osvaldo Mendes Filho–, que tanto fez por aquele espaço e que 
conseguiu registrar todos os passos da sua instalação, desde a escolha do local até a 
operação corrente. 
resídUos sólidos e sUa destinação Final 21
O PROJETO EXECUTIVO DO ATERRO 
METROPOLITANO CENTRO – AMC
Osvaldo Mendes Filho
Texto baseado no Relatório Técnico apresentado à CONDER, em 1999, sobre a 
“Análise da Operação do Aterro Metropolitano Centro”, referente ao período entre 
setembro/98 a outubro/99 (1° ano após a entrega do equipamento à LIMPURB).
1. introdUção
No início da década de 1980, órgãos públicos estaduais (CONDER e CEPED) deram 
início aos estudos para a resolução do problema de limpeza pública nos municípios 
integrantes da Região Metropolitana de Salvador.
No caso da destinação final dos resíduos sólidos urbanos, em 1983, após o 
estudo de diversas alternativas tecnológicas, concluiu-se que a principal opção 
seria a disposição desses resíduos em aterros sanitários, reservando, no entanto, 
tratamento particular aos resíduos orgânicos de feiras e podas; aos entulhos; aos 
resíduos de estabelecimentos de saúde e aos materiais recicláveis provenientes da 
coleta seletiva.
O sistema integrado previsto se revelou perfeitamente compatível com a condição 
socioeconômica e financeira dos municípios envolvidos, permitindo maximizar o 
aproveitamento dos recursos disponíveis ao mesmo tempo em que garantiria uma 
disposição final segura e com o menor impacto nas comunidades locais e no meio 
ambiente.
Dentro do programa estabelecido, foi elaborado, em 1983, o primeiro projeto do 
Aterro Sanitário Metropolitano Centro – AMC –, que objetivava resolver o problema 
final do lixo de Salvador, Lauro de Freitas e Simões Filho.
Apesar da consistência dos estudos, o projeto sofreu atrasos na sua aprovação, por 
motivos diversos, só vindo a ser iniciada a sua real implantação no ano de 1995, ou 
seja, 12 anos após ter sido aprovado.
2. estUdos iniCiais
2.1. O PLANO DIRETOR DE LIMPEZA URBANA – PDLU
O PDLU, dentre outras diretrizes e recomendações, definiu o aterro sanitário 
como solução privilegiada por ser este o método mais adequado para as realidades 
22 Companhia de desenvolvimento Urbano do estado da bahia – Conder
estudadas, seja pela possibilidade de conjugar baixos custos, eficiência e facilidade 
operacional, seja pelo fato de garantir a preservação ambiental e permitir, com o uso 
de novas tecnologias, a melhor integração da área ao meio urbano.
Este PDLU adotou o compartilhamento do Aterro entre três municípios (Salvador, 
Lauro de Freitas e Simões Filho), visando à minimização dos custos da região de 
interesse.
2.2. A PRÉ-SELEÇÃO DA ÁREA
Na pré-seleção da área, de um estudo inicial de 18 áreas, foram selecionadas cinco, 
sobre as quais se realizou um estudo mais aprofundado, que, no final, definiu como a 
mais indicada para a implantação do aterro sanitário, a ÁREA NORTE, local onde esse 
equipamento foi implantado.
2.3. ESTUDOS DE IMPACTO AMBIENTAL – EIA 
E RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL – RIMA
Os Estudos de Impacto Ambiental – EIA – e o Relatório de Impacto Ambiental – 
RIMA –, foram desenvolvidos com base nos seguintes procedimentos metodológicos:
• análise aprofundada da questão locacional e tecnológica, avaliando todas as 
alternativas de execução do empreendimento;
• análise aprofundada dos impactos decorrentes da não execução do projeto, 
considerando a inadequada disposição dos resíduos sólidos;
• análise aprofundada das medidas mitigadoras do impacto ambiental do 
aterro sanitário, qualificando e quantificando as ações necessárias para a sua 
implantação.
3. o proJeto do aterro sanitÁrio metropolitano Centro – amC
No projeto conceitual do AMC, foram consideradas como premissas básicas:
• área cercada com acesso restrito;
• layout com implantação por etapas (módulos);
• aterramento em células subdivididas em setores;
• sistema de contenção, coleta e tratamento dos percolados (chorume);
• sistema de contenção, coleta e queima de gases (com possível aproveitamento 
energético no futuro);
• Sistema de monitoramento ambiental (Recursos naturais: águas superficiais e 
profundas; Processo de operação: líquidos percolados, gases, sólidos (lixo), nível 
da manta líquida, recalques etc.);
• acessos e infraestrutura básica (administração, oficina, balanças, portaria, suprimento 
de água e energia elétrica, dispositivos de controle meteorológico etc.);
• sistema de controle operacional, de segurança no trabalho etc.
resídUos sólidos e sUa destinação Final 23
Dentre esses aspectos, usuais em aterros sanitários, merecerão comentários por 
apresentarem certas particularidades, apenas os seguintes:
3.1. LAyOUT E ETAPAS DE IMPLANTAÇÃO
O layout do AMC é mostrado na Figura 1. Como se vê, além das unidades de apoio 
(administração, oficina, balança etc.), o Aterro será desenvolvido em três etapas 
ou módulos. Para cada etapa se prevê a implantação de quatro grandes células 
e um conjunto de unidades para o tratamento do chorume. Previu-se ainda no 
empreendimento uma unidade de segregação do lixo velho (após a reabertura da célula 
e “mineração” do lixo degradado); incinerador para os resíduos de estabelecimentos 
de saúde; duas centrais de podas e de compostagem e duas centrais de entulhos.
O layout da célula foi definido objetivando: melhor aproveitamento da topografia 
local; maior distância entre a base da célula e o lençol freático; melhor manejo/controle 
das águas das chuvas e dos percolados, o que neste caso é de fundamental importância 
em função da condição climática prevalecente; maior facilidade para o contínuo acesso 
ao local de disposição do lixo; tratamento do lixo com diferentes idades (através da 
recirculação do chorume), facilitando ainda a posterior reabertura da célula para 
reaproveitamento do lixo degradado como material energético ou a sua recompactação, 
com grande redução do volume, em uma área restrita da célula reaberta. 
Previu-se ainda a relocação da próxima unidade de tratamento de chorume, de 
forma que no futuro o escoamento deste efluente fosse feito sempre por gravidade, 
eliminando-se a necessidade de bombeamento do mesmo.
No caso da reabertura da célula não se concretizar, o sistema previsto após 
a readequação do projeto permitirá a interligação entre as células e, ainda, um 
Figura 1. Layout geral do AMC
24 Companhia de desenvolvimento Urbano do estado da bahia – Conder
alteamento do aterro, o que conjugado com os recalques esperados, garantiriam um 
prolongamento da sua vida útil. 
3.2. SISTEMA DE CONTENÇÃO, COLETA E TRATAMENTO DOS PERCOLADOS E DE 
MONITORAMENTO AMBIENTAL
O chorume é o principal veículo impactante de um aterro sanitário e seu 
tratamento, além de oneroso e complexo, pode se prolongar por muitos anos se 
medidas especiais de manejo/controle não forem adotadas. No caso deste aterro, 
este aspecto assume especial importância, em função da existência de um balanço 
hídrico local muito desfavorável, que apresenta historicamente, um excesso hídrico 
de 600 a 700mm/ano. Objetivando minimizar a produção desse efluente, foram 
preconizadas as seguintes medidas preventivas não usuais nos aterros municipais 
de nosso país:
• O desenvolvimento das operações em áreas estreitas e tão altas quanto possível 
(setores), que possibilitasse a redução da infiltração das águas de chuvas; a 
redução da emissão de poeira, a redução dos odores, o tratamento dos taludes 
com a execução da gramagem e drenagem superficial nas camadas já construídas 
no setor; a ocorrência dos recalques antes da execução da última camada, o que 
permitiria colocar mais lixo no setor, etc.
• A implantação de um sistema de drenagem que permitisse coletar e drenar, 
separadamente, no interior da célula, águas contaminadas (chorume) e não 
contaminadas.• A execução das camadas do lixo com declividade tal que permitisse, sem causar 
erosão, o rápido escoamento superficial das águas das chuvas, reduzindo sua 
infiltração, e assegurando ainda melhores condições de trafegabilidade para os 
veículos de transporte, prática esta não usual em aterros sanitários no país, mas 
de fundamental importância durante a execução do aterro e, principalmente, 
após o fechamento de célula, já que minimiza o grave problema de surgência de 
chorume nos taludes, como se verá adiante.
• O uso, na estação chuvosa, de coberturas provisórias com mantas sintéticas 
especiais (antifogo e de grandes dimensões para evitar as junções), o que também 
reduz, substancialmente, a infiltração das águas das chuvas, evitando ainda a 
emanação descontrolada de gases formados em função da decomposição do 
lixo.
• Construção de uma Bacia Emergencial para Armazenamento do Chorume 
proveniente das células em operação, garantindo assim um melhor controle 
desse efluente.
• Instalação de válvulas de controle de vazão nas tubulações de saída das células, 
possibilitando acumular eventualmente o líquido percolado no interior da 
própria célula, reforçando o sistema de controle dos efluentes, citado no parágrafo 
anterior. É importante ressaltar que esta deve ser uma operação eventual, no caso 
de necessidade, pois a experiência internacional não recomenda, principalmente 
no caso de aterros de resíduos sólidos municipais, a manutenção no interior 
da célula, por longos períodos, de uma manta líquida espessa, em função, 
entre outros problemas, da possibilidade da rápida colmatação do sistema de 
resídUos sólidos e sUa destinação Final 25
drenagem interno, bem como do aumento da infiltração de chorume pelos 
pontos inevitáveis de falhas do sistema impermeabilizante.
• Implantação de um sistema de recirculação do chorume que permitisse recircular 
esse efluente nas células, acelerando a degradação do lixo e, consequentemente 
reduzindo o volume e/ou simplificando o tratamento dos líquidos percolados. 
Após as primeiras fases do tratamento, este sistema possibilitará ainda a irrigação 
do topo e taludes das células já fechadas com o efluente tratado, induzindo um 
acréscimo na evapotranspiração deste efluente acarretando, por conseguinte, 
uma outra importante redução do seu volume.
• A construção de um sistema de drenagem de chorume na base da célula, com 
tubos flexíveis perfurados de alto desempenho (em polietileno de alta densidade) 
e caixas de passagem que permitissem a introdução de dispositivos destinados 
a desobstruir os drenos principais quando detectados os primeiros sinais de sua 
colmatação físico-química e/ou biológica; fenômeno este muito comum em 
aterros sanitários, principalmente em aterros que funcionam como verdadeiros 
“reatores biológicos”, como se preconiza para este caso.
• Em complementação às medidas relacionadas, previu-se a implantação de 
sistemas de controle e monitoramento da área de disposição e do seu entorno, 
através de piezômetros, poços de monitoramento das águas subterrâneas, placas 
de recalque, pluviômetro, termopares para medição de temperatura no interior 
da célula e medidas de vazão de chorume.
• Para a implantação do sistema de contenção de líquidos no interior da própria 
célula, realizou-se a impermeabilização da sua base e taludes com solo argiloso 
(e=0,50m) e uma geomembrana de polietileno de alta densidade (e=1,5mm 
ou 2,0mm). Esse sistema composto foi adotado pelo fato de os solos locais não 
atenderem ao critério de permeabilidade especificado. Foram ainda sobrepostas 
à manta em PEAD, camadas protetoras em solo, na base da célula; e em solo-
cimento ou/em geotêxtil pesado, nos seus taludes.
Para o tratamento do chorume, além da etapa de fundamental importância que 
é a recirculação na própria célula, a qual funcionaria como um “reator biológico”, 
como já citado anteriormente, está previsto o seu tratamento através de um 
Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente - UASB, submetendo-o, logo depois, ao 
Reator Aeróbio de Ciclos Sequenciais - RCS, após o que poderá ser lançado numa 
lagoa aeróbia (Lago 2) ou utilizado, na época de verão, na irrigação das camadas de 
cobertura das células já fechadas. Caso os índices requeridos na redução da carga 
poluidora não sejam alcançados, o que é pouco provável, o volume remanescente 
(bem reduzido) poderá ser transportado para tratamento final na CETREL, do Polo 
Petroquímico de Camaçari.
26 Companhia de desenvolvimento Urbano do estado da bahia – Conder
ANÁLISE DA OPERAÇÃO DO ATERRO 
METROPOLITANO CENTRO, NO PERÍODO 
DE SETEMBRO/98 A OUTUBRO/99
Osvaldo Mendes Filho
Relatório Técnico apresentado à CONDER em 1999, sobre a “Análise da Operação do 
Aterro Metropolitano Centro”, referente ao período entre setembro/98 a outubro/99 
(1° ano após a entrega do equipamento à LIMPURB).
RESUMO 
O Relatório se restringe aos aspectos operacionais/ambientais da operação do Aterro 
Sanitário Metropolitano Centro – AMC –, observados no decorrer do 1º ano após a entrega 
do equipamento à LIMPURB, atividades essas definidas como de competência da CONDER, 
no item Monitoramento, constante do Convênio firmado entre a Prefeitura Municipal do 
Salvador e a CONDER. As ponderações apresentadas no Relatório objetivam contribuir para 
o bom equacionamento dos problemas enfrentados e alertar para os reflexos que, a médio 
prazo, algumas das práticas operacionais atualmente utilizadas poderão ter, com prejuízos 
ao meio ambiente, custos na recuperação das estruturas afetando, consequentemente, a 
excelente imagem que a CONDER construiu no Estado e no país, o mesmo acontecendo com 
a LIMPURB. Para facilitar a leitura deste relatório e a compreensão dos problemas enfocados, 
procurar-se-á relacionar, sinteticamente, cada um deles, apresentando, posteriormente, nos 
respectivos subitens, relatos um pouco mais pormenorizados, ilustrados com fotos, figuras, 
desenhos, gráficos etc., bem como uma descrição da experiência nacional e internacional 
sobre o assunto. 
PALAVRAS-CHAVE: Aterro Sanitário, Resíduos, Geomembrana.
1. introdUção
Após observação da operação do AMC no período de setembro/98 a outubro/99 
(1º ano após a entrega do equipamento à LIMPURB), quando se constatou a adoção 
de procedimentos operacionais não condizentes com o previsto em projeto e com 
consequências ambientais negativas, que têm inclusive merecido críticas de diversos 
setores da sociedade, sugeriu-se que a CONDER e a LIMPURB adotassem providências 
visando a melhorar o padrão operacional do AMC, tendo sido feitas considerações sobre 
a filosofia do projeto implantado, descrevendo-se, em seguida, os problemas detectados 
e apresentando, no final do relatório, algumas sugestões para sua resolução.
resídUos sólidos e sUa destinação Final 27
Dentre os problemas observados, o que tem tido maior repercussão é o referente 
aos maus odores verificados na área. Com relação à questão levantada, algumas 
vezes imputando o problema à falha do projeto, pode-se dizer que, apesar de 
o mesmo apresentar algumas falhas que merecem aperfeiçoamentos, ele é de 
bom nível, conforme registro por escrito de renomados especialistas nacionais 
e estrangeiros que o visitaram no período em que a CONDER realizou a sua pré-
operação. As eventuais falhas do projeto não justificam os problemas verificados 
nesta estação chuvosa.
Pode-se ainda dizer que as condições ali existentes são privilegiadas quando 
comparadas com qualquer outro aterro sanitário municipal do país, desde o aspecto 
de acesso à área da célula, com larga pista dotada de pavimento de excelente 
qualidade, até o formato da célula tipo trincheira, que permitiria, caso se adotasse a 
estratégia indicada em projeto e adiante reapresentada, dispor o lixo em camadas em 
nível superior ao da pista deacesso, no mesmo nível ou em nível inferior, a depender 
da condição climática prevalecente no momento, etc.
Compreende-se que os principais problemas ocorreram por não ter sido 
seguido o plano de operação da Célula 1B. Tal plano certamente poderia receber 
aperfeiçoamentos, o que com certeza garantiria melhores condições operacionais 
que a estratégia adotada.
Pode-se tirar esta conclusão comparando-se estes resultados com os obtidos no 
período em que a CONDER realizou a pré-operação do AMC, para constatar que os 
indicadores da qualidade da operação, naquela ocasião, foram muito mais positivos, 
desde a relação precipitação/geração de chorume até a qualidade do ar, eficiência de 
compactação, a não ocorrência de urubus, etc.
Adiante são apresentadas algumas fotos que permitem fazer esta avaliação.
Figura 2. Sistema Viário Interno 
e Disposição das Células 01 
(subdividida em 1A, 1B e 1C), 02, 
03 e 04. 
28 Companhia de desenvolvimento Urbano do estado da bahia – Conder
Foto 1, de 03/05/1999.
Talude da 3ª camada da Célula 
1A, intensamente erodida, em 
função da inadequabilidade da 
drenagem superficial na área, 
que permanecia ainda com a 
tubulação para a drenagem 
provisória.
Foto 2, de 03/06/1999.
Vê-se parte da tubulação 
provisória e o estado de 
degradação da camada de 
proteção vegetal da Célula 
1A, que teve o solo orgânico 
erodido pelas chuvas, o mesmo 
acontecendo com as gramíneas.
Fotos 3 e 4, de 15/08/99.
Na Via Mogno, adjacente à 
Central de Podas, vista do talude 
da Célula 1C, com outros pontos 
de surgência de chorume, 
vendo-se lixo exposto no fundo 
da erosão (pequena espessura 
da camada de cobertura); solo 
vegetal de pequena espessura 
e sofrendo intenso processo de 
erosão, com chorume escoando 
com intensidade e, finalmente, 
pé do talude junto à canaleta 
de drenagem muito íngreme, 
sem condições de estabilidade 
(que não suportará invernos 
rigorosos).
resídUos sólidos e sUa destinação Final 29
Os problemas existentes na Célula 1A se relacionam, principalmente, com a 
deficiente drenagem do chorume, verificando-se que alguns deles tem ocorrido 
também na Célula 1B, mesmo com as modificações introduzidas pela Operadora. 
Esses aspectos são descritos quando se enfoca as “observações a respeito do sistema 
de drenagem de gases e percolados”.
Considera-se importante ressaltar que um empreendimento deste tipo, que poderia 
ser sem dúvida um dos mais avançados no Brasil, no que diz respeito à disposição de 
resíduos sólidos municipais (e a um custo de implantação bem reduzido quando se 
compara com similares no nível internacional, em função do custo da terra e do bom 
aproveitamento das condições e materiais locais), a operação não pode ficar sob a total 
responsabilidade de um reduzido número de profissionais, sem diálogo com outras 
partes, inclusive aquelas que participaram do desenvolvimento do empreendimento, e 
têm condições de repassar muitas informações de interesse para a operação.
Num projeto como este, há uma diversidade muito grande de problemas a serem 
enfrentados, dentre os quais os seguintes poderiam ser mencionados:
• a estabilidade dos taludes, considerados audaciosos para a altura das células e 
que por isso previram-se cuidados especiais na sua execução e manutenção;
• a drenagem interna da célula com todos os problemas envolvidos (comportamento 
do sistema em função dos elevados recalques diferenciais previstos);
• altas temperaturas que influem na performance dos materiais sintéticos 
(geomembrana e tubos em PEAD), o que não acontece com outros tipos de obras 
como estradas, barragens etc.;
• grande incidência do importante fenômeno de colmatação física/química e 
biológica dos dispositivos de drenagem interna;
• técnicas especiais de compactação de lixo e solos, principalmente nos taludes, 
que exigem análises/estudos de campo para sua melhor adequação;
Foto 5, de 15/08/99.
Vê-se na foto à esquerda, 
Célula 1B, que o solo orgânico 
foi carreado pelas águas das 
chuvas, assim como o solo de 
cobertura do lixo (de pequena 
espessura) dando origem à 
surgência de chorume.
Foto 6, de 15/08/99.
Vista de pontos de erosão no 
talude da Célula 1B. 
30 Companhia de desenvolvimento Urbano do estado da bahia – Conder
• metodologia de aplicação e espécies vegetais a serem usadas na proteção vegetal 
dos taludes, espécies estas submetidas a um meio agressivo representado pelas 
altas temperaturas, grandes variações na umidade dos solos (verão/inverno) e a 
toxidade do chorume e gases emanados no interior das células;
• estratégia para minimizar a produção de chorume, melhorar a eficiência de 
compactação e assegurar acessibilidade à praça de trabalho em tempo ruim;
• manejo e tratamento dos gases e chorume etc.
Além dos citados acima, há muitos outros problemas conhecidos que influenciam 
a qualidade da operação, assim como muitos problemas não perfeitamente 
conhecidos e/ou dominados mesmo a nível internacional e que exigem estudos 
e discussões com uma equipe multidisciplinar, que deveria envolver a LIMPURB, a 
Operadora, a CONDER, o CEPED, a Universidade e eventuais Consultores. Por exemplo: 
só há relativamente pouco tempo, a comunidade científica internacional comprovou 
que o gás metano tem um efeito 20 vezes mais prejudicial ao meio ambiente do que 
o dióxido de carbono (que influi no efeito estufa) e, ainda, que o uso de queimadores 
de gás ineficientes pode levar à produção de dioxinas e furanos, produtos altamente 
cancerígenos e tão temidos neste meio técnico, em função da experiência adquirida 
com o uso de incineradores.
É importante conscientizar as partes envolvidas na operação do AMC de que esta 
operação não é basicamente semelhante a que se desenvolvia em Canabrava, com 
algumas melhorias nos procedimentos operacionais. Há muito maior exigência na 
qualidade dos serviços a serem executados. E pode- se conciliar qualidade com baixo 
custo, desde que conscientizados de que baixo custo não significa menor preço ou 
custo atual. Significa uma solução de um custo talvez um pouco superior à solução 
usual, mas que tenha sustentabilidade ao longo do tempo.
Por exemplo: na primeira semana de pré-operação do AMC pela CONDER, em 
13/10/97, foi apresentado um relatório sugerindo uma metodologia de gramagem 
de taludes que previa a sustentação do solo vegetal por dispositivos de bambu ou 
outro material, tal como tiras de manta de geotêxtil de baixo custo, com 20 a 30,0cm 
de altura, aplicados horizontalmente em linhas espaçadas de metro em metro, e 
sustentadas pelas estacas, também de bambu, fixadas nos taludes. Apesar de mais 
trabalhoso e envolver mais mão de obra não qualificada (o que o país tanto precisa 
em função do nível de desemprego), esta solução é ainda muito barata quando 
comparada com outras soluções mais sofisticadas que apresentam quase o mesmo 
resultado, tais como: grama em placa; grama armada com produtos sintéticos ou tela 
vegetal tipo DEFLOR que se emprega com excelente resultado no talude dos reatores 
da Estação de Tratamento de Chorume.
A solução usual empregada (mais barata inicialmente) já requereu recuperação, 
e levou à exposição do lixo em diversos locais afetados pela erosão, com surgência 
de chorume, emanação de gases e erosões com aumento do assoreamento das áreas 
situadas à jusante, representando, no fim, muito maior custo, tanto econômico 
quanto ambiental. A solução de baixo custo apresentada e recomendada como uma 
opção por instituições tais como o Laboratoire Central des Ponts et Chaussées da 
França e pelo DNER (Manual de Qualidade Ambiental, recentemente publicado) não 
foi testada, nem mesmo em um pequeno trecho experimental.
resídUos sólidos e sUa destinação Final 31
No que diz respeito ainda à necessidade de se adotar procedimentos diferentes