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Resumo Filosofia e Ética

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Resumo Filosofia e Ética
Aula 1
Filosofia caracteriza: 
 - Um modo de viver 
 - Um procedimento racional e rigoroso para investigar a realidade. 
O que é filosofia: 
- Área do conhecimento humano ao lado do senso comum conhecimento científico e discurso religioso. 
- Vincula-se à racionalidade e à liberdade.
Como é ser um filósofo: 
Philos + Sophia, o termo filosofia nos remete à cultura grega, este termo foi constituído por duas palavras, para designar a busca pelo saber, philos significa “amigo de” e sophia “sabedoria”.
Quem é o filosofo: é o “amigo do saber”, busca a sabedoria, a verdade e se apresenta como uma pessoa questionadora.
Filosofia se afasta do mito, pois não se baseia em crenças, no fantasioso, mas na razão.
Mito: primeira manifestação de uma cultura, nasce de tradições antigas, narrativas que surgem nas experiências cotidianas mais simples.
A Filosofia nos ensina a ter uma atitude crítica diante da vida, indagar, investigar a origem das informações ou das idéias, a não ter uma atitude passiva diante da vida.
Conceito da Filosofia: Um saber racional e sistemático que investiga os fundamentos de todas as coisas e o próprio ser humano. Modo de pensar, modo de compreender o mundo e agir sobre ele.
Características da Filosofia: É um saber radical, rigoroso ou sistemático e um saber totalizante ou interdisciplinar.
Radical: Raiz, Origem, fundamento, base. É radical porque investiga as raízes, os princípios que orientam nossa existência.
Saber Rigoroso ou sistemático: o filósofo deve dispor de uma método a fim de proceder com rigor em sua análise. Utiliza uma linguagem rigorosa, sistemática ou coerente.
Saber Interdisciplinar ou Saber de Conjunto: Se Afirma que a Filosofia se desenvolve sob uma perspectiva segundo a qual relaciona diferentes aspectos de um fenômeno a ser investigado. 
Diferença da Filosofia com relação as outras disciplinas: O método filosófico para investigar os fundamentos de tudo o que existe e como existe. Analisa as idéia expressas em teorias. Investiga os conceitos, as ideologias e a coerência dos argumentos.
Platão e Aristóteles comentaram que a Filosofia começaria pela admiração ou pelo espanto, esses termos ligam-se ao sentido de algo visto pela primeira vez. A atitude filosófica precede assim, olha para o mundo com olhar indagador, interroga o próprio ser humano. 
Aula 2
Como surgiu a Filosofia: De uma mudança de olhar que os gregos desenvolveram a partir do contato com outras culturas. Exemplo: Comércio, navegações, advento da polis.
O que ocorreu efetivamente: Um processo de racionalização. O surgimento da vida urbana e novas maneiras de agir baseada no cálculo, na idéia de ordem etc.
A Filosofia surgiu como: 
- Uma forma de organização da vida
- Um conhecimento prático que se transformou em conhecimento racional, abstrato e universal
- Uma ferramenta importante para um novo papel social: o cidadão que precisava pensar sua posição na cidade.
A Filosofia nasceu grega na região geográfica da Hélade, por volta do séc. VI a. C. Época marcada por transformações sociais.
Como era o contexto por ocasião do surgimento da Filosofia:
- A vida urbana: laicização do conhecimento
- Decisões políticas: decisões racionais
- Advento da uma postura crítica
- Separação entre crença e razão
Condições histórica que propiciaram o advento da Filosofia:
- Viagens marítimas
- Invenção do calendário
- Invenção da moeda
- Advento da vida urbana
- Invenção da Política (do termo polis)
“Resumo da ópera” A advento da Filosofia marca o aparecimento de uma racionalidade crítica em oposição à crença.
Nascimento da Filosofia: Do mito à razão. A narrativa mitológica foi paulatinamente substituída pelo pensamento racional.
 
Diferenças entre:
- Filosofia: Racionalidade, debate, discussão, coerência, lógica.
- Mito: Sobre natural, mágico, simbólico, ametódico.
Os primeiros filósofos: pré-socráticos indagaram: Por que os seres nascem e morrem ¿ Por que tudo muda ¿ Qual a origem de todas as coisas ¿ Queria explicar o mundo natural baseado em causas naturais (naturalistas) Criaram os conceitos physis, causalidade, arque, cosmos, logos e o caráter crítico.
Características do pensamento filosófico: Tendência à racionalização, Postura crítica, Pensamento fundamento em razões, Recusa de justificativas preestabelecidas, Tendência à generalização, para percepção de semelhanças e identidades. Qual foi a lição que a Filosofia nos legou: “ o homem não se separa do cidadão, a reflexão, é o privilégio dos homens livres que exercem correlativamente sua razão e seus direitos cívicos.
Aula 3
A barba não faz o filósofo, o que faz o filósofo é a qualidade de sua reflexão, não sua barba!
A contribuição mais significativa da Filosofia é, a reflexão e seu compromisso com a alteridade. Postura reflexiva separa do pensamento do senso comum, bem como das explicações científicas já superadas por novos paradigmas.
Refletir: Organizar o pensamento para o conhecimento. Conduz a algumas idéia: 
- Trata-se de um exercício hermenêutico.
- Possibilita a redefinição de idéias, outras concepções à luz de novos tempos.
- É uma atitude que nos liga ou outro porque somos seres comunicativos, logo mediados pela linguagem.
O mito da Caverna, o que podemos pensar dele: Sócrates pensou “Quando libertados, continuarão a sustentar que as sombras que antes viam eram mais verdadeiras do que os objetos que lhes mostram agora”.
O anel de Giges! O filósofo a diz que ninguém seria honesto naturalmente.
Aula 4
A ética é mal compreendida e poucas vezes praticada, exemplo: jeitinho brasileiro, a dupla moralidade.
O que é Ética¿ Existem problemas morais que são problemas de ordem prática ligador aos atos cotidianos, existem problemas éticos que são de natureza teórica. 
“ A ética é teoria, investigação ou explicação de uma tipo de experiência humana ou forma de comportamento dos homens, o da moral, considerado, porém na sua totalidade, diversidade e variedade”.
Função da Ética: esclarecer, explicar, investigar os fundamentos de determinado fato social com implicações morais porque interferem na vida alheia. 
Ética se relaciona com a Moral ¿ São conceitos diferentes, a moral é o objeto de estudo da ética. São confundidos pelo senso comum.
Sob ponto de vista etimológico: Ética palavra grega ethos. Ética designa costume, hábitos e praticas de uma cultura e liga-se ao sentido de caráter.
Moral: vem do latim mos, mores que também significa maneira de se comportar regulada pelo uso, costumes.
3 dimensões da Ética: 
- Sentido básico: costume, hábito (etimológico)
- Prescritivo: conjunto de preceitos que estabelecem ou justificam valores e deveres.
- Sentido reflexivo ou filosófico: envolve as teorias ou concepções éticas tais como a ética aristotélica, a ética kantiana, o utilitarismo etc.
A ética estuda os fatos morais
Fato moral: ocorre quando agentes morais agem no mundo, fazem escolhas que impactam na vida de outras pessoas e isso poderá ocorrer de maneira positiva ou negativa.
Fato morais investigados pela ética podem assumir 3 dimensões diferentes. Os fatos podem ser morais, imorais e amoraes (neutros)
Relativismo: vive la différence: A ética possui caráter científico, por isso trabalha com conceitos que reclamam validade universal. A moral associa-se a uma realidade histórico-concreta, é particular a um grupo social. Considerado como moralmente certo em determinada cultura e época não possui o caráter de valor absoluto, porque se trata de um valor que poderá se modificar. O Relativismo, sugere que tratemos as questões morais como se fossem de gosto e como dis brocado: “sobre gosto não se discute”. O pensamento é colocado como perspectivo, significa que enxergamos o mundo de acordo com nossos óculos. “ Só podemos ter uma compreensão intelectual darealidade de dentro do nosso próprio quadro conceitual, determinado por uma combinação complexa de fatores que incluem nossa cultura e história.
A corrente do Relativismo argumenta: 
-Não existem verdades absolutas ou universais. 
-Algo poderá ser verdadeiro para uns e não para outros. Podem ser aceitos em determinado momento e não em outros.
Aula 5
A ética de Aristóteles: Ética dos antigos: ética das virtudes ou ética finalista.
- Patrono das ciências naturais.
- Rompeu com as idéias de Platão por defender uma visão realista.
- Elaborou uma teoria ética finalista, em que Felicidade (eudaimonia) é o bem último do ser humano.
- O homem é bio politikós, por natureza, sendo a comunidade o seu lugar natural.
- A sociedade é o locus da ética.
- Destacou o valor do hábito na educação ética: Ética – ethos- hábito (reiteração da prática virtuosa).
- Ser justo significa praticar reiteradamente atos voluntários de justiça. 
As obras Ética a Nicômaco, sobre 4 aspectos:
- A ética é considerada como algo natural – sociedade é um dado natural.
- As nossas escolhas e decisões visam alcançar um fim e um bem.
- E ética é racional. Tudo deve estar subordinado à razão.
- A ética vem da natureza. A natureza nos dá a virtude moral que se aperfeiçoa com o hábito.
Felicidade (eudaimonia): o maior bem, a finalidade da vida humana. Seria florescimento de uma vida boa. Bem sucedida e afortunada.
Em sua teoria ética, a felicidade está vinculada:
- ao exercício intelectual
- a prática das virtudes
- ter amigos
- ter boa saúde
- suficiência de bem materiais
- viver numa sociedade justa
- praticar a meditação filosófica
A ética de Aristóteles observa o tipo de pessoas que devemos ser e oriente sobre o cultivo de um bom caráter. O Melhor modo de se viver é praticar a virtude, viver na excelência moral.
Para se alcançar a condição de pessoa virtuosa devemos cultivar bons hábitos.
Para sermos justos, precisamos praticar a justiça. Para sermos pessoas corajosas, precisamos agir de maneira corajosa. 
“ a virtude moral exige a prática, pois ninguém se torna um violinista sem tocar violino”
O hábito precisa ser acompanhado do conhecimento e não se trata de um conhecimento qualquer, mas um tipo que o filósofo denominou de sabedoria prática.
Sabedoria Prática: Conhecimento que permite discernir, julgar e que o filósofo definiu como “um estado racional e verdadeiro de capacidade de agir em relação ao bem humano”.
A virtude liga-se a uma postura diante da vida. Trata-se de uma pessoa que realiza atos moderados pela razão, atos que devem revelar sabedoria e prudência. Vemos assim a relação entre o hábito e o conhecimento para o bem.
“A via prudencial nada mais é do que a busca do equilíbrio da vida pessoal e social. Porém o meio termo não é igual para todos, mas será proporcional a cada pessoa e em cada circunstância”.
A política, assim como a ética, configura atividade essencial para o equilíbrio da cidade, da polis. Não será possível uma sociedade justa, sem passar pela excelência moral que interliga hábito e conhecimento.
Pessoas virtuosas -> Cidadãos Justos = Sociedade justa
Uma pessoa prudente sabe escolher entre um comportamento que poderia ser definido como excessivo ou aquele que poderia ser visto como muito aquém das expectativas, por isso que o hábito precisa do conhecimento. E é capaz de definir os meios adequados para uma boa conduta. Uma conduta que tem como ponto de partida a idéia de fazer o bem.
A ética da decisão prudencial, em Aristóteles, nos recomenda aplicar a “régua de lesbos” que nos ajuda a verificar a eqüidistância entre o excesso e a falta em cada caso participar.
Régua de Lesbos: Em cada situação particular teremos um meio termo ou justo meio e isso decorre de uma avaliação ponderada, segundo as circunstâncias. Aplicar a referida régua, em alusão aos arquitetos da ilha de Lesbos que usavam uma régua flexível para medir pedras, significa realizar uma ponderação de valores para um bom julgamento. Agir com sabedoria. 
Aula 6
Concepções filosóficas da Ética.
Immanuel Kant: Filósofo moderno, opera um deslocamento para esfera da subjetividade, no caminho de uma autonomia da vontade livre que possui uma razão prática autolegisladora. Investigou a ética, na busca de seu fundamento, com objetivo de desvincula-la de justificativas pessoais não compartilháveis, como: visões religiosas que decorrem de foro íntimo, inclinações particulares, ou a busca da felicidade, por ex: Por quê ¿
Porque compreendeu que a legitimação de uma conduta, que implica a vida de outras pessoas, não poderia estar baseada em visões pessoais, mas em algum fundamento que pudesse ser compartilhado por todos independente de suas visões de mundo particulares. Sua teoria moral foi denominada de ética do dever ou ética da convicção. Alguns autores preferem digna-la de ética deontológica porque a teoria kantiana recomenda que as ações devam ser praticadas por puro dever. O termo deontos, em grego, significa dever.
Razão prática cuja vontade é livre e autolegisladora: pela razão prática, a vontade livre é autolegislativa, confere a si mesma a norma do agir moral.
A ética de Kant: Ser humano como sujeito transcendental é o criador das regras morais e jurídicas que estão presentes em sua própria vida cotidiana.
Base para a moral: Considerou como ponto de partida para sua teoria moral a idéia de que somos seres racionais, dignos, livres e vivenciando o perene conflito entre o dever e as inclinações. A moral se justifica no respeito à dignidade da pessoa como fim em si mesmo. Logo, não devem ser considerados elementos estranhos à dignidade tais como: posição social e econômica, beleza física, dentre outros.
A Teoria Moral de Kant trabalha com dois conceitos importantes: 
- Boa vontade (Uma boa vontade faz o bem por puro dever, sem restrição e de maneira incondicional.)
- Imperativo categórico (O imperativo categórico é uma fórmula sem conteúdo específico a ser aplicada sempre que necessitamos verificar a moralidade das nossas ações.)
Encontramos na vida: 
Princípios práticos: regras subjetivas com um comando do tipo, respeite os idosos.
Imperativos hipotéticos ou condicionais: Propõem um objetivo a ser alcançado do tipo, “se quero ser médico, farei medicina”.
Imperativos Categóricos: São leis morais universalmente válidas porque decorrem de máximas que se aplicam a todos os seres humanos. Significa que devo verificar se minha intenção poderia passar no teste da universalidade. Exige o reconhecimento da humanidade em nossa própria pessoa e na pessoa de qualquer outro. Não devemos fazer ao outro aquilo que não gostaríamos que fizessem conosco. Temos que ir além do interesse pessoal e buscar o ponto de vista universal, daquilo que poderia ser aceito por todos. Temos a obrigação de sermos sujeito morais com maturidade emocional e intelectual para reconhecermos, em qualquer situação, a dignidade da pessoa humana, na pessoa de qualquer outro, até do pior cidadão.
“Age de tal maneira que uses a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre e simultaneamente como fim e nunca simplesmente como meio”
Aula 7
Estudamos filosofia porque somos seres pensantes, e precisamos deixar alguma coisa.
Ética Utilitarista: Tem haver com a utilidade, esta ligado com a filosofia inglesa e a corrente do empirismo. Analisa as conseqüências de uma ação para julgar, se determinada conduta é boa ou não para alcançar a felicidade das pessoas envolvidas. Há a prioridade de maximização da vantagem pessoal. Seus filósofos tinham o desafio de criar um critério universal para que o indivíduo pudesse responder a perguntar sobre como agir. 
Avalia as ações morais sob 3 aspectos:
- Determinado critério sobre o bem e o mal
- Um imperativo moral para maximizar o bem escolhido
- O consequentecialismo, a regra de avaliação das conseqüências.
As conseqüênciassão mais importantes que os motivos, invertendo a lógica kantiana. Os motivos são importantes, apenas as conseqüências contam, porque não temos acesso aos motivos de cada um, mas aos seus atos. Dificuldades surgem diante dos 3 critérios, pois cada individuo terá sua concepção de bem. Como todo ser humano quer ser feliz, basta usarmos o cálculo de felicidade, para verificar o grau de intensidade, durabilidade, probabilidade da felicidade que determinada ação causará. É preciso buscar, o bem geral, o maior bem para o maior número de pessoas.
Para John Stuart mill: utiliza o termo prazer, que refere-se a prazeres vulgares numa percepção materialista. Para ele a moral vincula-se ao cumprimento de regras em termos utilitaristas, devemos obedecer as regras que demonstraram através de experiência que foram capazes de produzir “a maior felicidade ao maior numero de pessoas”. A sociedade , cada indivíduo poderia fazer o que quisesse, desde que não intervisse na felicidade do outro.
Sociedade saudável para ele seria, com enorme variedade de indivíduos e estilos de vida diferentes, com espaço para pessoas excêntricas como os viajantes. As pessoas não interferem na liberdade umas das outras, elas deveriam poder pensar e fazer o que quisessem.
Princípio Distributivo do utilitarismo: “ a maior felicidade para o maior numero de pessoas”.
Bioética: Relaciona o ser vivo e a tecnologia. “um novo campo de interrogações éticas sobre as praticas tecnocientíficas em biomedicina.
Ética Profissional: Lealdade, confidencialidade, a responsabilidade social, honestidade, integridade profissional e outros. Ética Ambiental: Relações que o ser humano mantém com a natureza.
Aula 8
Cidadania: Nas sociedades democráticas, o cidadão ocupa lugar central, apesar dos desafios para o exercício pleno de seus direitos e deveres.
3 momentos que marcam a criação de alguns direitos:
- Direitos civis: integram a autonomia individual de cada um, são direitos individuais como a liberdade de expressão, liberdade de ir e vir. São direitos que habilitam a vivenciar a liberdade de escolha e a liberdade de religião. ser expressos pela igualdade perante a lei.
- Direitos Políticos: Direito a votar e ser votado, bem como os direitos relacionados como prestar serviço militar, fazer concurso. 
- Direitos Sociais: nasceu com a criação do estado do bem estar (welfare states) bens e serviços.
essencial para que as pessoas tenham o mínimo de qualidade de vida e dignidade. direitos fundamentais e garantias básicas que devem ser compartilhados por todos os seres humanos em sociedade, independente de orientação sexual, gênero, etnia, religião, classe econômica, busca resolver todas as situações que representam as desigualdades da sociedade.
-Direitos Econômicos: Garantia de uma vida com segurança para o usufruto dos bens que construímos pelo trabalho.
- Direitos Culturais: vivenciar as riquezas culturais e artísticas de uma sociedade, nascidas da criatividade e inteligência de seus membros. 
Cidadania: Direitos civis + Direitos políticos + Direitos Econômicos + Direitos culturais = Agente Reivindicante.
Por que o Brasil não participou dessa trajetória: A construção da cidadania não foi conquistada pelos brasileiros, não foi uma construção do povo. Foi resultado de uma articulação política daqueles que estavam no exercício do poder, sem a participação popular, sem as diferentes camadas da sociedade. 
No processo de constituição da cidadania brasileira os direitos políticos precederam os direitos civis, antes que o povo tivesse lutado por vontade própria, buscando direitos civis, esses foram outorgados, ocorreu a independência e as decisões de maior peso foram tomadas pelas elites, cuja proclamação moveu-se por articulação das cúpulas, militares e liberais, sem a participação do povo.
- A trajetória brasileira padece de um mal de origem que comprometeu a consolidação de uma consciência cidadã.
- Não resultou de uma reivindicação popular autentica, mas construída e fortalecidas por interesses privados.
Política X Cidadania “Homem algum é uma ilha “Os movimento sociais tornam-se frágeis e criminalizados a partir de ações repressivas ou ideológicas que buscam a estabilidade social a qualquer custo. A ética se interliga com a cidadania, porque o pleno exercício desta condição humano social requer o reconhecimento do outro e de sua dignidade.
Ser cidadã implica: 
- Respeitar as leis, as regras sociais e os princípios éticos 
- Participar das decisões políticas mais importantes da cidade
- Respeitar a liberdade e a diversidade social – o diferente
Cidadania não é um nome vazio, mas uma condição que implica na postura frente aos desafios da comunidade: uma participação nas decisões coletivas, um agente reivindicante de direitos reconhecedor fr deveres. Trata-se de uma condição, na experiência brasileira esta consagrada na Constituição “uma forma de existência social”.
A ética está vinculada a cidadania, porque o exercício da cidadania, como condição humana social, requer o reconhecimento do outro e de sua dignidade (o si mesmo como o outro). Em, Sob ponto de vista jurídico, é a condição de alguém , membro de um Estado, e que se acha no exercício de direitos que lhe permitem participar da vida política, da vida da cidade.
Quem é cidadão: é aquele que não espera que o outro lhe de as condições necessárias para participar, pois essas condições brotem de sim mesmo. É a autodeterminação. Ele sabe que precisa buscar, conquistar. É uma ação que não se acaba. O cidadão é participante.
Aula 9
Direitos humanos e dignidade: Direitos atribuídos a nós pelo fato de sermos humanos. Tem posição superior em relação a qualquer lei, direitos anteriores a qualquer organização política, por isso são denominados direitos naturais. 
Direitos Naturais: Tem raiz filosófica, foram concebidos como direitos inatos, intrínsecos à própria natureza humana o que lhes garantiria uma certa superioridade sobre qualquer outro direito estabelecido.
Direito Fundamentais: Surge quando os direitos naturais são positivados, são inseridos no sistema jurídico por instituições estatais e passam a fazer parte das constituições. Seu cumprimento é exigido pelo Estado e principalmente pela cidadania. O Estado tem a obrigação de garantir que esses direitos sejam respeitados.
Os Direitos fundamentais não seriam direitos humanos aperfeiçoados, pois existem direitos humanos reconhecidos por organismos internacionais, mas não reconhecidos pelos sistemas jurídicos de alguns Estados. A admissão de que existem direitos que qualquer ser humano possui, mesmo que não reconhecido pelos poderes públicos, é um instrumento de luta em relação aos Estados violadores desses direitos, é um marco referencial para que se inicie a luta política a fim de que venham ser incorporados por esses sistemas jurídicos. Há uma corrente que diz que os direitos humanos representam a ascensão dos direitos fundamentais ao plano internacional. O que significaria que os direitos seriam direitos fundamentais reconhecidos não apenas no plano interno de cada país, mas no plano internacional. A origem dos direitos humanos encontra bases nas concepções filosóficas dos chamados direitos naturais.
 
Para os contratualistas, os direitos naturais seriam aqueles que tem sua validade configurada antes a mesmo da formação de qualquer poder político.
Os governos não podem pela normas jurídicas, aquelas feitas por eles, se oporem a essas normas de direitos naturais que, encontram sua base naquilo que o homem tem de mais valoroso, a sua razão. 
Para Kant a dignidade é o valor de que se reveste tudo aquilo que não tem preço, aquilo não é passível de ser substituído por um equivalente.
A violação do direitos humanos é corolário da violação da dignidade humana.
John Locke 3 Direitos Naturais do ser humano: Direito a vida, a direito a liberdade e o direito a propriedade.
Atualmente entende-se por respeito ao ser humanoa satisfação das condições mínimas de uma existência digna, buscando a promoção de valores compartilhados. 
A dignidade humana está na autonomia. Significa que a capacidade de se auto-determinar, de exercer um tipo de liberdade em que a ação não está submetida a uma influência externa, que é decorrência natural do uso da chamada racionalidade mora.
O reconhecimento histórico de que um ser humano é capaz de produzir autonomamente seus próprios comandos e normas, e que produz a possibilidade que os direitos humanos sejam, tbm percebidos por eles como direitos que mantém uma relação necessária e dinâmica com seu próprio tempo. 
Exercício da Cidadania:
Art. 1º Os fundamentos da República
Art. 2º Os princípios da separação dos Poderes
Art. 3º Os objetivos fundamentais da República
Art. 4º O princípio das relações internacionais adotadas pelo Brasil
Art. 5º Os direitos fundamentais
Aula 10
Direitos humanos como fenômeno histórico cultural:
- Concepção de inalterabilidade dos direitos humanos no tempo e no espaço é teórico-filosófica.
- Direitos humanos representam princípios historicamente produzidos.
Direitos Humanos representam um referencial simbólico importante:
- aumentam a quantidade de pessoas que possam usufruir desses direitos
- surgem novos direitos que possibilitem as próximas gerações viver uma vida digna.
Documentos históricos importantes: Denotam conquista de um grupo. Esses documentos formaram o que se considera a primeira leva de direitos que, mais recentemente foi denominado de primeira geração de direitos fundamentais ou primeira dimensão de direitos fundamentais.
Magna Carta inglesa
Petição de direitos
Ato hábeas corpus
Declaração de direitos
A declaração americana da independência
Declaração de Virgínia
A declaração dos direitos do homem e o cidadão
Atualmente, acrescentam-se novos direitos: Direito a liberdade de pensamento, consciência e religião, direito a liberdade de opinião e expressão, direito a cidadania, direito ao julgamento justo e público.
Carta das Nações Unidas expressam a determinação em:
- Preservar as gerações futuras do flagelo da guerra
- Proclamar a fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e valor da pessoa humana, na igualdade de direitos entre homens e mulheres, assim como as nações, grande e pequenas.
- Promover o progresso social e instaurar melhores condições de vida numa maior liberdade.
O multiculturalismo é uma visão filosófica que defende que as diferenças entre culturas devem ser mais do que respeitadas. Possui duas correntes uma relativista e outra universalista.
Relativista: não são estabelecidos critérios mínimos para o dialogo entre culturas, deve-se aceitar tudo, já que não é possível questionar a validade das praticas de uma dada cultura.
Universalista: Permite a propagação e convívio de diferentes idéias, contanto que se estabeleça um conteúdo mínimo que viabilize o dialogo entre as partes. Esse mínimo a ser considerado seriam os direitos humanos.
Direitos Humanos: continuam se expandindo, seguindo a lógica de que as novas configurações sociais exigem novas proteções aos seres humanos, o impacto tecnológico, o estado crônico de beligerância, bem como o veloz processo de descolonização ocorrido no pós-guerra levaram ao surgimento de novos valores. 
Os direitos são históricos e passiveis de diferentes percepções no tempo e no espaço. As mudanças históricas, sociais, políticas, econômicas e mentais que vão ocorrendo no decorrer do tempo, acabam por gerar novas necessidades para afirmação da dignidade. Vivemos um processo de cumulação e de expansão do rol de direitos humanos e os novos direitos enriquecem os direitos anteriores.
Declaração Universal dos direitos humanos (DUDH): Considerado mais relevante de proteção aos direitos humanos, com proteção universal dos direitos humanos. A carta internacional dos direitos humanos é constituída por DUDH e seus dois protocolos opcionais, sobre procedimento de queixa e sobre pena de morte, e o Pacto internacional dos direitos econômicos, sociais e culturais e seu protocolo opcional.
Filosofia: modo do pensar de alguém que deseja olhar com olhar critico a vida lutar pelo bem comum.

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