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Estudo Dirigido Direito Civil I

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FACULDADE NOBRE DE FEIRA DE SANTANA 
ESTUDO DIRIGIDO AV2 – TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL – PROFª FABIANA LINO 
1. Qual o conceito de Direitos da Personalidade? 
CONCEITO: Aqueles que têm por objeto os atributos físicos, psíquicos e morais da pessoa em 
si e suas projeções sociais. 
É uma esfera extrapatrimonial do individuo. No qual uma serie indeterminada de valores não 
redutíveis pecuniariamente, como a vida, a integridade física, a intimidade, a hora. 
Artigo 1º da CF/88: a dignidade da pessoa humana. 
 Para Maria Helena Diniz ‘’ são direitos subjetivos da pessoa de defender o que lhe é próprio, ou 
seja, a sua integridade física (vida, alimentos, próprio corpo vivo ou morto, corpo alheio, vivo ou 
morto, partes separadas do corpo vivo ou morto); a sua integridade intelectual (liberdade de 
pensamento, autoria científica, artística e literária) e sua integridade moral (honra, recato, segredo 
pessoal, profissional e doméstico, imagem, identidade pessoal, familiar e social)’’. 
 Segundo Rubens Limongi França ‘’ direitos da personalidade dizem-se as faculdades jurídicas 
cujo objeto são os diversos aspectos da própria pessoa do sujeito, bem assim da sua projeção 
essencial no mundo exterior’’. 
 
2. Como a doutrina classifica os direitos da personalidade? 
2.1. VIDA E INTEGRIDADE FISICA (corpo vivo, cadáver, voz); 
2.2 . INTEGRIDADE PSIQUICA E CRIAÇÕES INTELECTUAIS (liberdade, criações intelectuais, 
privacidade, segredo); 
2.3. INTEGRIDADE MORAL (honra, imagem, identidade pessoal) 
 
3. Quais as características dos Direitos da personalidade? Explique e exemplifique cada uma 
delas. 
A) Absolutos- “erga omnes” – não se permite renunciar ou cedê-lo em benefício de 3 (terceiro) ou 
da coletividade; 
B) Gerais: são outorgados a todas as pessoas pelo fato de existirem; 
C) Extrapatrimoniais: ausência de um conteúdo patrimonial; Ex: Direitos autorais (morais e 
patrimoniais) 
D) Indisponíveis: que nem por vontade própria do indivíduo o direito pode mudar de titular; 
- Irrenunciabilidade: dispor da vida, intimidade, imagem; 
- Intransmissibilidade – cessão de direitos de um sujeito para outro; 
E) Vitalícios- são inatos e permanentes acompanhando a pessoa desde o nascimento até sua 
morte; 
F) Impenhoráveis – os direitos morais jamais poderão ser penhorado. Mas admite-se a penhora dos 
créditos da cessão de uso do direito à imagem; 
 EX: um atleta profissional -exploração patrimonial de sua imagem; Ex2: 
contratos assinados pelos participantes de programas de realidade (reality 
shows), caso do programa Big Brother Brasil, veiculado pela TV Globo. Celebração de um co
ntrato em que o participante renuncia ao direito a qualquer indenização a 
título de dano moral, em decorrência da edição de imagens. 
g) Imprescritíveis – não se condiciona a sua aquisição ao decurso do tempo, são inatos, nascem 
com próprio homem; Atenção a reparação por dano moral decorrente da tortura é imprescritível- STJ-
REsp 816.209/RJ 
 ENUNCIADO 4 –JDF – O exercício dos direitos da personalidade podem sofrer limitações 
voluntarias; 
 
 
 
4. Escolha 05 direitos da personalidade e discorra sobre suas características e como a doutrina 
tem abordado o tema na contemporaneidade? 
 
 DIREITO À VIDA: 
 Se reveste em sua plenitude de todas as características gerais dos direitos da personalidade; 
 Implica o reconhecimento estatal da legitimidade do combate individual e coletivo a todas as 
ameaças à sadia qualidade de vida; 
 - alimentos transgênicos: busca do aperfeiçoamento genético de alimentos pode acabar violando o 
direito a vida; 
 - aborto; 
 - Eutanásia; 
 
DIREITO À INTEGRIDADE FISICA 
 
 Art. 13 CC/02 – Vedado o ato de disposição do próprio corpo, salvo por autorização médica; 
- Direito a integridade física; 
- Cirurgia de transgenitalização; 
- troca de nome 
- troca de estado sexual 
- Gestação em substituição- gestação em útero alheio 
 resolução 1957/2010 do CRM permite a gestação por substituição, contato que cumpra os seguintes 
requisitos: 
- As pessoas envolvidas sejam da mesma família (ou obtenham autorização do conselho de 
medicina); - comprovação da impossibilidade gestacional da mãe biológica; - gratuidade. 
- - garantia principal de nossa corporeidade, em princípio intocável. 
- direitos personalíssimos - o juiz, a requerimento do interessado, adotar as providências 
necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma. 
- Enunciado n. 276, prevendo que: “O art. 13 do Código Civil, ao 
permitir a disposição do próprio corpo por exigência médica, autoriza as cirurgias de transgeni
talização, 
em conformidade com os procedimentos estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina, 
e a consequente alteração do prenome e do sexo no Registro Civil”. 
 
- Direito ao corpo morto: 
- Art. 14 CC/02 - disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da 
morte. 
 
- Doação de órgãos: (art. 4.º da Lei 9.434/1997 e Lei 10.211/2001). 
- -morte encefálica; 
- -autorização de parente maior, da 
linha reta ou colateral até o 2.º grau, ou do cônjuge sobrevivente; 
- -documento escrito perante duas testemunhas. 
- Enunciado n. 277 do CJF/STJ: manifestação expressa do doador de órgãos em vida prevale
ce sobre a 
vontade dos familiares, portanto, a aplicação do art. 4.º da Lei 9.434/1997 ficou restrita à hipótese
 de silêncio do potencial doador”. 
- art. 9.º, § 6.º, da Lei 9.434/1997 : 
- 
“O indivíduo juridicamente incapaz, com compatibilidade imunológica comprovada,poderá f
azer doação nos casos de transplante de medula óssea, desde que haja consentimento de a
mbos os 
pais ou seus responsáveis legais e autorização judicial e o ato não oferecer risco para a sua sa
úde”. 
- Art. 15 CC/02. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento 
médico ou a intervenção cirúrgica. 
- Como compatibilizar o direito indisponível à vida e à integridade física com a convicção de 
fé, que sustenta a espiritualidade do ser humano? 
- Cabe ao Judiciário analisar no caso concreto qual valor jurídico a preservar. 
 
Transplantes entre vivos: 
- gratuidade; 
- que as pessoas envolvidas sejam da mesma família cônjuge ou parentes consanguíneos até 
o quarto grau (ou obtenham autorização judicial – art.; 9º da Lei); 
- o objeto somente pode ser órgão dúplice ou regenerável; 
- intervenção obrigatória do MP (o médico comunica ao promotor, que abre um procedimento e 
verifica se os requisitos foram cumpridos). Em seguida, se tudo estiver em ordem, ele arquiva o 
procedimento, comunicando, no prazo de 03 dias, ao Conselho Superior do MP. 
- 
- Já os transplantes por morte, exigem: 
- - gratuidade; 
- - possibilidade de aproveitamento de todos os órgãos compatíveis; 
- - respeito à fila de receptores; 
Direito ao nome civil: 
- O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações 
que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória. 
 - não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial – autorização; 
Direito a imagem: 
Art. 20 do CC/02: 
 - divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da 
imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento; 
 - atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. 
- morto ou de ausente - proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes. 
- Imagem atributo - caracteres que a identifica no meio social; 
- Imagem retrato – fisionômicas; 
- Imagem de voz- timbre sonoro identificador; 
- art. 5.º, X, da CF/1988: indenização pelo dano material ou moral decorrente de violação. 
Direito a biografia não autorizadas 
 STF afasta exigência prévia de autorização para biografias 
 Por unanimidade, o Plenário doSupremo Tribunal Federal julgou procedente a Ação Direta de 
Inconstitucionalidade (ADI) 4815 e declarou inexigível a autorização prévia para a publicação 
de biografias. Seguindo o voto da relatora, ministra Cármen Lúcia, a decisão dá interpretação 
conforme a Constituição da República aos artigos 20 e 21 do Código Civil, em consonância com os 
direitos fundamentais à liberdade de expressão da atividade intelectual, artística, científica e de 
comunicação, independentemente de censura ou licença de pessoa biografada, relativamente a 
obras biográficas literárias ou audiovisuais (ou de seus familiares, em caso de pessoas falecidas). 
 Na ADI 4815, a Associação Nacional dos Editores de Livros (ANEL) sustentava que os artigos 20 e 
21 do Código Civil conteriam regras incompatíveis com a liberdade de expressão e de informação. 
O tema foi objeto de audiência pública convocada pela relatora em novembro de 2013, com a 
participação de 17 expositores. 
 Relatora 
 A ministra Cármen Lúcia destacou que a Constituição prevê, nos casos de violação da privacidade, 
da intimidade, da honra e da imagem, a reparação indenizatória, e proíbe “toda e qualquer censura 
de natureza política, ideológica e artística”. Assim, uma regra infraconstitucional (o Código Civil) não 
pode abolir o direito de expressão e criação de obras literárias. “Não é proibindo, recolhendo obras 
ou impedindo sua circulação, calando-se a palavra e amordaçando a história que se consegue 
cumprir a Constituição”, afirmou. “A norma infraconstitucional não pode amesquinhar preceitos 
constitucionais, impondo restrições ao exercício de liberdades”. 
 Ministro Luís Roberto Barroso 
O ministro destacou que o caso envolve uma tensão entre a liberdade de expressão e o direito à 
informação, de um lado, e os direitos da personalidade (privacidade, imagem e honra), do outro – e, 
no caso, o Código Civil ponderou essa tensão em desfavor da liberdade de expressão, que tem 
posição preferencial dentro do sistema constitucional. Essa posição decorre tanto do texto 
constitucional como pelo histórico brasileiro de censura a jornais, revistas e obras artísticas, que 
perdurou até a última ditadura militar. Barroso ressaltou, porém, que os direitos do biografado não 
ficarão desprotegidos: qualquer sanção pelo uso abusivo da liberdade de expressão deverá 
dar preferência aos mecanismos de reparação a posteriori, como a retificação, o direito de 
resposta, a indenização e até mesmo, em último caso, a responsabilização penal. (Leia a 
íntegra do voto do ministro Luís Roberto Barroso.) 
 Ministro Celso de Mello 
 
O decano do STF afirmou que a garantia fundamental da liberdade de expressão é um direito 
contramajoritário, ou seja, o fato de uma ideia ser considerada errada por particulares ou pelas 
autoridades públicas não é argumento bastante para que sua veiculação seja condicionada à prévia 
autorização. O ministro assinalou que a Constituição Federal veda qualquer censura de natureza 
política, ideológica ou artística. Mas ressaltou que a incitação ao ódio público contra qualquer pessoa, 
grupo social ou confessional não está protegida pela cláusula constitucional que assegura a liberdade 
de expressão. “Não devemos retroceder nesse processo de conquista das liberdades democráticas. 
O peso da censura, ninguém o suporta”, afirmou o ministro. 
 Ministro Ricardo Lewandowski 
O presidente do STF afirmou que o Tribunal vive um momento histórico ao reafirmar a tese de que 
não é possível que haja censura ou se exija autorização prévia para a produção e publicação de 
biografias. O ministro observou que a regra estabelecida com o julgamento é de que a censura prévia 
está afastada, com plena liberdade de expressão artística, científica, histórica e literária, desde que 
não se ofendam os direitos constitucionais dos biografados. 
 violação do direito a imagem a violação do direito a honra ou a exploração comercial.(art.20 do 
CC/02) 
 Honra: 
 honra subjetiva (autoestima) 
 honra objetiva (repercussão social da honra). 
 Direito a vida privada: informações que pertencem ao titular 
 privacidade, segredo, intimidade; 
5. Qual o conceito de pessoa jurídica? 
São grupos de pessoas (corporação) ou de bens (fundação) dotados de personalidade jurídica 
própria e constituídos na forma da lei para consecução de fins comuns. Têm individualidade 
própria com patrimônio e responsabilidade independente de seus membros, pois a lei lhes confere 
capacidade de serem sujeitos a direitos e deveres na esfera civil. 
Finalidade: separação patrimonial, ou seja, o titular dos direitos e deveres da pessoa jurídica não se 
confunde com a de seus membros, pois será dotada de personalidade e patrimônio próprio. 
Sujeito de direito - poderá a pessoa jurídica por seus órgãos e representantes legais, atuar no 
comércio e sociedade, praticando atos e negócios jurídicos em geral. 
 
6. Qual a natureza jurídica da pessoa jurídica? 
 Teoria da ficção legal: a pessoa jurídica é uma ficção, uma criação da lei. 
 Teoria da equiparação: a pessoa jurídica é um patrimônio equiparado, no seu tratamento, às 
pessoas naturais. 
Teoria da realidade objetiva ou orgânica: a pessoa jurídica é uma realidade social que o direito 
reconhece como organismo físico diverso das pessoas que a constituem. Teria existência 
própria, real, social, como os indivíduos. 
Teoria da realidade das instituições jurídicas: a personalidade jurídica seria um atributo 
conferido pelo Estado. 
Teoria da realidade técnica: a personalidade jurídica seria um atributo conferida pela vontade 
humana criadora, dada a finalidade social atribuída a nova pessoa. (adotada pelo CC/02) 
Teoria da ficção + teria da real. orgânica = teoria da real. técnica 
 
7. Quais as espécies de pessoa jurídica tratadas pelo Código Civil? Conceitue cada uma delas e 
cite um exemplo. 
No direito brasileiro, as pessoas jurídicas são divididas em dois grandes grupos. 
pessoas jurídicas de direito público X direito privado 
 Pessoas jurídicas de direito público: estas se subdividem em (art. 40, 41 e 42, CC): 
 Pessoas jurídicas de direito público externo: (Estados estrangeiros, ONU); 
Pessoas Jurídicas de direito público interno: (União, Estados-membros, DF e municípios, 
autarquias, empresas públicas); 
 As pessoas jurídicas de direito público gozam de uma posição jurídica diferenciada em razão da 
supremacia dos interesses que o direito encarregou-se de tutelar. 
 Conjunto de pessoas ou bens que visa a atender interesses públicos; 
 PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO: É a pessoa jurídica instituída pela vontade de 
particulares, visando a atender seus interesses. 
 Pessoas jurídicas de direito privado: estão previstas no art. 44 do CC/02 e dividem-se em: 
 - associações; 
 - fundações; 
 - as organizações religiosas; 
 - partidos políticos; 
 - sociedades: civil e empresarial; 
 - Empresário Individual 
 
 ASSOCIAÇÕES: 
 As associações, são entidades que visam a fins culturais, beneficentes, esportivos, não fazendo 
parte de sua natureza a consecução de fins lucrativos a serem repartidos entre os associados; 
(art.53 do CC/02) 
 Enunciado n.534 do CJF/STJ, da VI Jornada de Direito Civil (2013): “As associações podem dese
nvolver atividade econômica, desde que não haja finalidade lucrativa”. 
 - resultam na união de indivíduos; 
 - fins culturais, beneficentes e esportivos; 
 - fins não lucrativos; 
 - a receita gerada deve ser revertida em beneficio da própria associação visando à melhoria de sua 
atividade; 
 Art.54 e 56 do CC/02; 
 - União de pessoas (associados), na forma estabelecida em seu ato constitutivo ESTATUTO. 
 -Realização do registro civil – Cartório Civil das Pessoas Jurídicas; 
 Ex: clubes de esportes e recreação; Associação Cultural e Esportiva Braskem; Associação 
Cultural e Esportiva de Santana (ACESA). As FUNDAÇÕES, caracterizam-se pela existência de um acervo de econômico, instituído como 
instrumento para a realização de determinado fim; 
 Ex: Fundação Cultural do Estado da Bahia (cultura); Fundação 2 de Julho (educação); 
(PUCSP). 
 Art. 62 do CC/02. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou 
testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e 
declarando, se quiser, a maneira de administrá-la. 
 Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de: 
 I – assistência social; 
 II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; 
 III – educação; 
 IV – saúde; 
 V – segurança alimentar e nutricional; 
 VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento 
sustentável; 
 VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas 
de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; 
 VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; 
 IX – atividades religiosas; e 
 
 Criação de uma FUNDAÇÃO: 
 - afetação de bens livres por meio de ato de dotação patrimonial; 
 - Instituição por escritura publica ou testamento (art.64 do CC/02); 
 - Elaboração dos estatutos (art.65 do CC/02); 
 - Aprovação dos estatutos (MP com recurso ao juiz competente); curadoria das fundações; 
 os administradores prestarem contas ao Ministério Público. 
 - Realização do registro civil – Cartório Civil das Pessoas Jurídicas; 
 
 ORGANIZAÇÃO RELIGIOSA: 
 são as igrejas ou entidades destinadas exclusivamente à profecia vocacional, a tratar e cuidar 
apenas de religião, crença e fé. 
 “consideradas organizações religiosas todas as entidades de direito privado, formadas pela união 
de indivíduos com o propósito de culto de determinada força ou forças sobrenaturais, por 
meio de doutrina e ritual próprios, envolvendo, em geral, preceitos éticos”. (STOLZE, 2015) 
 Enunciado 143 da JDC: “a liberdade de funcionamento das entidades religiosas não afasta o 
controle de legalidade e legitimidade constitucional de seu registro, nem a possibilidade de reexame 
pelo Judiciário da compatibilidade de seus atos com a lei e com seus estatutos”. 
 Ex: igrejas e seitas até comunidades leigas, confrarias ou irmandades. Comunidades 
Católicas, evangélicas, associações espiritualizadas, tendas de umbanda, entidade budista. 
Paroquia Senhor dos Passos. Arquidiocese de Feira de Santana. 
 
 PARTIDO POLITICO: destina-se a assegurar, no interesse do regime democrático, a 
autenticidade do sistema representativo e a defender os direitos fundamentais definidos na 
Constituição Federal (art. 1º da lei 9.096/95). 
 adquire-se personalidade jurídica com o registro dos seus estatutos no Cartório competente 
do Registro Civil das pessoas jurídicas da capital federal e ao Tribunal Superior Eleitoral. 
 
 As SOCIEDADES, por sua vez, são pessoas jurídicas que objetivam fins lucrativos, com a 
finalidade de partilhar os resultados entre seus membros. (art. 981 do CC/02) 
“Uma espécie de corporação, dotada de personalidade jurídica própria, e instituída por meio de um 
CONTRATO SOCIAL, com o o precípuo escopo de exercer atividade econômica e partilhar 
lucros”. (STOLZE, 2015, p.212) 
 
 Sociedade simples x empresarial 
 Sociedade empresarial: 
 tem por objeto o exercício, de forma profissional, de atividade econômica organizada para a 
produção e/ou circulação de bens ou de serviços, mediante exercício de atividade empresária. 
 Art.966 e 982 do CC/02; 
 -Registro: Junta Comercial ; 
 
 Cooperativas (são sociedades simples): é uma organização de, pelo menos, vinte (20) pessoas 
físicas unidas pela cooperação e ajuda mútua, gerida de forma democrática e participativa, com 
objetivos econômicos e sociais comuns e cujos aspectos legais e doutrinários são distintos de 
outras sociedades. 
 economia solidária e se propõe a obter um desempenho econômico e eficiente através da 
qualidade e da confiabilidade dos serviços que presta a seus próprios associados e a seus 
usuários. 
 Ex: Unimed 
 
 A empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI): aquela constituída por uma única 
pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não poderá ser 
inferior a 100 (cem) vezes o maior salário mínimo vigente no País. 
 sociedade limitada referese apenas aos seus efeitos; 
 O titular não responderá com seus bens pessoais pelas dívidas da empresa. 
 (Fonte: Portal do Empreendedor) 
 
8. Qual(s) a(s) espécie(s) de pessoa jurídica que possui (m) fim lucrativo? 
 
As sociedades, por sua vez, são pessoas jurídicas que objetivam fins lucrativos, com a finalidade 
de partilhar os resultados entre seus membros. (art. 981 do CC/02) 
 
9. Uma pessoa jurídica sem fim lucrativo pode ter lucro? 
 
 Não. Enunciado n. 
534 do CJF/STJ, da VI Jornada de Direito Civil (2013): “As associações podem desenvolver ativida
de econômica, desde que não haja finalidade lucrativa”. 
 
10. O que é desconsideração da personalidade jurídica? 
 
Se refere ao seu superamento episódico, em função de fraude, abuso ou desvio de finalidade. 
Requisitos: requerimento (parte ou MP); 
- intervenção judicial; 
- desvio de finalidade ou confusão patrimonial (abuso de direito, fraude a lei, excesso de 
poder, violação dos estatutos, falência ou insolvência civil). 
 
11. O que é desconsideração inversa da personalidade jurídica? 
 
 Desconsideração inversa: Enunciado 283 CJF. 
 283 – Art. 50 CC/02. É cabível a desconsideração da personalidade jurídica denominada “inversa” 
para alcançar bens de sócio que se valeu da pessoa jurídica para ocultar ou desviar bens 
pessoais, com prejuízo a terceiros. 
 Ex: é a situação em que o,sócio, tendo conhecimento de divórcio, compra bens com capital
 próprio em nome da empresa (confusão patrimonial). 
(TJSP, AI 319.880.4/0, São Paulo, 3.ª Câmara de Direito Privado, Rel. Des. Carlos 
Roberto Gonçalves, j. 02.12.2003). 
 A desconsideração por ser uma sanção que se aplica a um comportamento abusivo, ela é decretada. 
 Não se confunde com a responsabilidade patrimonial direta dos sócios, tanto por ato próprio 
quanto nas hipóteses de co- responsabilidade e solidariedade. 
 
 
12. Qual o conceito de bens para o direito civil? Há diferença entre bem e coisa? 
 
BENS - COISAS QUE POR SEREM ÚTEIS OU RARAS, SÃO SUCETÍVEIS DE APROPRIAÇÃO E 
CONTÉM VALOR ECONÔMICO. 
 
Silvio Rodrigues coisa seria gênero, e bem seria espécie. Dizia o grande.professor paulista: “Cois
a é tudo que existe objetivamente, com exclusão do homem”. Os “bens são coisas.que, por serem 
úteis e raras, são suscetíveis de apropriação e contêm valor econômico”. 
 
13. Quais as características do bem para ser considerado válido em um negócio jurídico? 
 
atos lícitos: são aqueles em que o ordenamento jurídico permite que os efeitos almejados pelo 
agente decorram do ato. 
Pressupostos de validade: Capacidade das partes: aptidão da pessoa para dar vida aos negócios 
jurídico (18 anos completos). 
Liceidade do objeto: os atos devem ser legais e morais. Forma: os atos que dependem de forma 
prescrita em lei ou não defesa devem obedecê-las. 
 
14. Qual a classificação de bens na doutrina pátria? Conceitue os tipos de bens e dê um exemplo 
de cada. 
 
1.Os bens considerados em si mesmos 
 
• Bens Móveis - movimentado ser perder características (livros, joias etc.) e Imóveis - 
estático ( casa etc.) 
• Fungíveis – substituído (café, soja, minério de carvão, dinheiro) e Infungíveis - 
insubstituível (uma obra de arte). 
• Consumíveis - destruição imediata (alimento) e Não Consumíveis - uso continuado(o automóvel). 
 Obs: Por força de lei: os bens móveis destinados a alienação. Ex: roupa que está na loja é 
consumível, no momento em que é comprada passa a ser inconsumível. 
• Dos bens Singulares - unidade autônoma (livro) 
• e Coletivos (Ex: biblioteca, herança) 
 
• Dos Bens Divisíveis (art.87 do CC/02) e Indivisíveis 
• Bens indivisíveis - Não admitem divisão cômoda sem desvalorização ou
 dano. Ex.:cavalo. 
• 
• Os bens poderão ser indivisíveis: 
• a) por sua própria natureza (ex.: um animal); 
• b) por determinação legal (ex.: o módulo rural, a servidão); 
• c) por convenção (ex.: em uma obrigação de dinheiro que deva
 ser satisfeita por vários devedores, estipulou-se a indivisibilidade
 do pagamento). 
 
• Bens divisíveis - Podem se repartir em porções reais e distintas,
 formando cada uma delas um todo perfeito. Ex.: saca de café. 
 
CLASSIFICAÇÃO dos bens imóveis: 
 
 Por natureza (art. 79 do CC/2002). 
 “o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente”. 
 Por acessão física artificial (art.79 do CC) 
 incorporação, união física com aumento de volume da coisa principal. 
Ex: construções; o forro de gesso utilizado na construção da casa. 
 
 Por acessão intelectual. 
a) Exploração industrial: máquinas, ferramentas. 
b) Aformoseamento: vasos, estátuas no jardim, quadros. 
c) Comodidade: ar condicionado, escada de emergência, equipamentos de incêndio. 
 
 Por determinação legal 
 “os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram”,
 bem como “o direito à sucessão aberta” (art. 80, I e II do CC) 
 
CLASSIFICAÇÃO bens móveis 
 
• Móveis por Natureza. 
• sem deterioração de sua substância, podem ser transportados de um
 local para outro, mediante o emprego de força alheia. 
(livros, carteiras, bolsas) 
• Móveis por Determinação Legal. 
 Exemplo: energia elétrica); 
 
 
2.Os bens reciprocamente considerados 
 
SÃO CLASSIFICADOS EM: 
 PRINCIPAL - o bem que existe sobre si,abstrata ou concretamente; Ex.:
 a árvore em relação ao fruto. 
 ACESSÓRIO - o bem cuja existência supõe a do principal.
 Ex.:o fruto em relação à arvore. 
 
 OS BENS ACESSÓRIOS SE SUBDIVIDEM EM: 
 - Pertenças. “bens que não constituindo parte integrante, se destinam de modo 
duradouro” (STOLZE). 
 Ex: som do carro 
 - Frutos. “são utilidades produzidas periodicamente, por uma coisa”. 
 - Benfeitorias. “são obras realizadas pelo homem na estrutura da coisa principal, com 
o propósito de conservá-la, melhorá-la ou embelezá-la” (STOLZE) 
 
Se Subdividem os frutos em: 
 
- Naturais. Ex: frutos da árvore 
- Industriais. Ex: casa em relação ao solo; 
- Civis. Ex: do aluguel, dos juros e dos dividendos; 
 
3.Os bens públicos 
 
 PÚBLICOS - pertencentes à União, aos Estados ou aos Municípios (art.
 98 do CC/2002); 
 De uso Comum do povo – uso do povo; Ex: praias, estradas, ruas e praças (art. 99,
 I, do CC/2002). 
 São inalienáveis – não podendo transferir; 
 De uso Especial – uso exclusivo do Estado; Ex: prédios onde funcionam as
 escolas públicas. 
 São também inalienáveis; 
 Dominicais – sem destinação certa; Ex: títulos pertencentes ao Poder Público, dos
 terrenos de marinha e das terras devolutas. Área sem função social; 
 São alienáveis, observadas as exigências da lei. 
 PARTICULARES - destinado à iniciativa privada; 
 
15. O que são benfeitorias? 
São obras ou melhoramentos em obras já existente. 
 
16. Qual a diferença entre benfeitoria necessária, útil e voluptuária? 
Benfeitorias: 
 
ÚTEIS: aquelas empreendidas com o escopo de facilitar a utilização
 da coisa; (ex.:a abertura de uma nova entrada que servirá de
 garagem para a casa) 
NECESSÁRIAS: realizadas para evitar um estrago iminente ou a
 deterioração da coisa principal; (ex.: reparos realizados em uma viga) 
VOLUPTUÁRIAS: ex: mero deleite ou prazer, sem aumento da utilidade da coisa
 (a decoração de um jardim). 
 
Seria voluptuária. Porque fez na coisa alheia. O que deverá ser analisado para saber se os recursos 
que eu gastei para realizar as benfeitorias seriam ressarcidos. Eu tenho que analisar basicamente 
se ao realizar aquela benfeitoria eu estava de boa fé ou de má fé. 
 
17. Quando um sujeito age de boa-fé ele possui ressarcimento das benfeitorias realizadas? 
Quais? 
 
 Possuidor de boa-fé: tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis; 
 levantar as voluptuárias, se lhe não forem pagas; pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis, 
poderá exercer o direito de retenção. 
 
18. E no caso do sujeito as ter realizado de má-fé? 
Possuidor de má-fé: serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o 
direito de retenção. 
 
19. O que são fatos jurídicos? 
São todos os acontecimentos (provindos da atividade natural ou humana) capazes de influenciar na 
órbita do direito por criar, modificar ou extinguir relações jurídicas. 
 
Os fatos jurídicos dividem-se em: 
a) Fatos jurídicos propriamente ditos: decorrem da ação da natureza. Exemplo: nascimento, 
morte, etc. 
b) Atos jurídicos: decorrem da atividade humana. Exemplo: casamento, contrato, etc. 
 
20. Quais os pressupostos de existência de um negócio jurídico? 
Plano de existência: 
a. Agente emissor da vontade 
b. Manifestação de vontade 
c. Objeto 
d. Forma 
 
21. Quais os pressupostos de validade de um negócio jurídico? 
Capacidade das partes: aptidão da pessoa para dar vida aos negócios jurídicos (18 anos 
completos). 
·Liceidade do objeto: os atos devem ser legais e morais. 
• Forma: os atos que dependem de forma prescrita em lei ou não defesa devem obedecê-las. 
 
22. Qual a relação entre os elementos acidentais e a eficácia de um negócio jurídico? 
Porque é um dos efeitos do Plano de eficácia : Condição; Termo; Encargo ou modo 
Regras relativas ao inadimplemento do negócio jurídico – resolução; Juros; cláusula penal e perdas 
e danos; Direito a extinção do negócio jurídico- resilição; Regime de bens do negócio jurídico 
Registro imobiliário 
 
• Os elementos acidentais são dispensáveis para a constituição dos atos jurídicos, mas que alteram 
suas consequências. São eles: condição, termo e encargo. 
 
23. Quais são os elementos acidentais? Explique cada um. 
Dispensáveis para a constituição dos atos jurídicos, mas que alteram suas consequências. São eles: 
condição, termo e encargo. 
 
• Condição: Evento futuro e incerto que subordina o efeito do ato jurídico, não afetando sua existência. 
• Termo: Suspende a execução ou o efeito de uma obrigação até um momento determinado. 
• inicial: invalida os atos ocorridos anteriormente à ele – suspende o início do direito (ex: as inscrições 
iniciam-se dia 10) 
• final: invalida os atos ocorridos posteriormente à ele – suspende o término do direito (ex: as 
inscrições encerram-se dia 20). 
• certo: possui data definida (dia/mês/ano). 
• incerto: possui data indeterminada (ex: data do nascimento do filho, quando se está grávida). 
 
• Encargo: É o ônus que o disponente impõe à pessoa favorecida. Ex: dou-lhe uma casa, contanto 
que more nela. 
• O encargo distingue da condição porque ele não suspende a eficácia do negócio, apenas destina a 
coisa adquirida. A aquisição é prefeita e acabada desde logo. 
 
24. Qual a diferença entre condição suspensiva e condição resolutiva? 
Suspensivo: enquanto não ocorre a condição, o evento fica suspenso. Ex: se chover, te dou um 
guarda-chuva. 
• Resolutivo: se ocorrer a condição o evento é suspenso. Ex: te dou o guarda-chuva, mas se fizer 
sol, você devolve. 
 
25. Prazo é um termo? 
Não. Intervalo de tempo entre o termo inicial e o final. 
Fixados em dias - são contados excluindo o dia do começo e incluindo o do término, se este cair 
em sábado ou feriado, é prorrogadoaté o próximo dia útil. 
Fixados em hora - são contados min/min. 
Obs: Os atos que não mencionam prazo são exigíveis desde logo, salvo se a execução tiver que 
ser feita em lugar diverso. 
 
26. O que é defeito do negócio jurídico? 
 
No negócio jurídico, quando a vontade é declarada, com vício ou defeito que torna mal dirigida, mal 
externada, estamos, na maioria das vezes, no campo do negócio jurídico ou ato anulável, isto é, o 
negócio terá vida jurídica somente até que, por iniciativa de qualquer prejudicado, seja pedida sua 
anulação. 
 
• Vícios do Consentimento: Erro; Dolo; Coação; Estado de Perigo e a Lesão 
• Vícios Sociais: Simulação e Fraude Contra Credores 
 
27. O que é erro? Cite um exemplo prático. 
Erro é uma noção inexata, não verdadeira, sobre alguma coisa, objeto ou pessoa, que influencia 
a formação da vontade. É a manifestação de vontade que se forma sob pressupostos falsos. 
 
Erro substancial: É o erro sobre circunstâncias e aspectos relevantes do negócio. Se conhecida a 
realidade, o negócio não seria realizado. 
• Sobre a natureza do negócio 
• Sobre o objeto 
• Sobre a qualidade 
• Sobre a pessoa 
• 
• Ex: caso do colecionador que, pretendendo adquirir uma estátua de
 marfim, compra, por engano, uma peça feita de material
 sintético. 
• 
• Ex: a compra de uma joia falsa pode ser um erro escusável de
 um particular, mas muito dificilmente de um especialista em tal
 comércio. 
 Ex: Se o adquirente, por força de uma compra e venda, por
 exemplo, recebe a coisa com defeito oculto que lhe
 diminui o valor ou prejudica a sua utilização (vícios
 redibitórios), poderá rejeitá-la, redibindo o contrato, ou, se
 preferir, exigir o abatimento no preço. 
 
Erro de direito: Error juris – É o falso conhecimento, ignorância ou interpretação errônea da 
norma jurídica aplicável à situação concreta. Ex: Pessoa que contrata a importação de determinada 
mercadoria, desconhecendo haver lei que proíba tal importação. 
 
Erro acidental: Se opõe ao substancial, porque se refere a circunstâncias de somenos importância 
e não acarretam efetivo prejuízo. Ex: cor do carro errada. 
Ex: o caso da pessoa que 
compra um veículo para presentear uma filha. Na véspera da data festiva descobre o pai que o ani
versário,é do seu filho. Tal motivo, em regra, não pode gerar a anulabilidade do contrato de compra
 e venda desse.veículo. O objetivo da compra era presentear um dos filhos, não importando àquele
 que vendeu o bem qual deles seria presenteado. 
 
 
28. O que é dolo? Cite um exemplo prático. 
É o artifício ou expediente astucioso, empregado para induzir alguém à prática de um ato que 
o prejudica, e aproveita ao autor do dolo ou terceiro. 
Dolo principal – Quando o negócio só foi realizado porque houve induzimento malicioso de uma 
das partes. 
Dolo acidental – Quando o negócio seria realizado, embora de outra forma. Diz respeito às 
condições do negócio. Esse dolo não vicia o negócio. Pode-se pedir a reparação financeira do 
prejuízo. 
 Ex: sujeito somente interessasse comprar o veículo se
 fosse da cor metálica — hipótese em que este elemento
 faria parte da causa do negócio jurídico. Nesse caso, tendo sido
 enganado pelo vendedor para adquirir o automóvel, poder-se-ia
 anular o negócio jurídico com, base em dolo. 
 
 DOLO OMISSIVO: Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma 
das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão 
dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria celebrado. 
 
 DOLO – REPRESENTAÇÃO: Art. 149 CC/02. O dolo do representante legal de uma das partes 
só obriga o representado a responder civilmente até a importância do proveito que teve; se, 
porém, o dolo for do representante convencional, o representado responderá solidariamente 
com ele por perdas e danos. (ex: tutela ou curatela) 
 
 Dolo bilateral – Art. 150 CC/02. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-
lo para anular o negócio, ou reclamar indenização. 
 
 
29. O que é coação? Cite um exemplo prático. 
É toda ameaça ou pressão exercida sobre um indivíduo para forçá-lo, contra sua vontade, a 
praticar um ato ou realizar um negócio. 
Coação absoluta ou física (vis absoluta) 
Ex: um lutador de sumô pegar a mão de uma velhinha analfabeta,
 à força, para apor a sua impressão digital em um instrumento de
 contrato que ela não quer assinar. (coação física) 
Coação relativa ou moral (vis compulsiva) 
Ex: sujeito que é ameaçado de sofrer um mal físico se não assinar
 determinado contrato. (coação moral) 
 
30. O que é estado de perigo? Cite um exemplo prático. 
Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a 
pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente 
onerosa. 
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá segundo as 
circunstâncias. 
Ex: o caso de alguém que tem pessoa da família sequestrada, tendo sido fixado o valor do 
resgate em R$ 10.000,00 (dez mil reais). Um terceiro conhecedor do sequestro oferece para a pesso
a,justamente os dez mil por uma joia, cujo valor gira em torno de cinquenta mil reais. A venda é cel
ebrada,movida pelo desespero da pessoa que quer salvar o filho. O negócio celebrado é, portanto, 
anulável. 
 
31. O que é lesão? Cite um exemplo prático. 
É o prejuízo resultante da enorme desproporção existente entre as prestações de um contrato, no 
momento de sua celebração, determinada pela premente necessidade ou inexperiência de uma das 
partes. Art. 157. 
 Enunciado n. 149 do CJF/STJ: “Em atenção ao,princípio da conservação dos contratos, a ver
ificação da lesão deverá conduzir, sempre que possível, à,revisão judicial do negócio juríd
ico e não à sua anulação, sendo dever do magistrado incitar os 
contratantes a seguir as regras do art. 157, § 2.º, do Código Civil de 2002”. 
32. O que é fraude contra credores? Cite um exemplo prático. 
 
É todo ato suscetível de diminuir ou onerar seu patrimônio, reduzindo ou eliminando a garantia 
que este representa para pagamento de suas dívidas. 
1) Atos de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida -art. 158, caput (Ex: doação,
 devedor insolvente perdoa dívida de terceiro); 
2) Atos de transmissão onerosa (Ex: a pessoa que adquire o bem do
 devedor é um parente próximo, que deveria presumir o seu
 estado de insolvência); 
3) Pagamento antecipado de dívida 
4) Concessão fraudulenta de garantias (Ex: constituição de hipoteca sobre bem do
 devedor insolvente, em benefício de um dos credores 
 
 
33. Qual a diferença entre nulidade e anulabilidade do negócio jurídico? O que ocorre com o 
negócio jurídico em um e no outro caso? 
 
Sanção imposta pela lei aos atos e negócios jurídicos realizados sem observância dos requisitos 
essenciais, impedindo-os de produzir os efeitos que lhes são próprios. 
 
Nulidade Absoluta - existe um interesse social (público). É pronunciada de ofício pelo juiz. 
• Interesse público 
• Não pode ser sanada ou suprida 
• Deve ser pronunciada de ofício 
• Efeito ex tunc (os seus efeitos retroagem até a data da realização
 do ato) 
• Legitimidade do MP e qualquer interessado 
• Não tem prazo 
 
Nulidade Relativa (anulabilidade) - atingem os negócios que se acham inquinados de vício capaz 
de lhes determinar a invalidade, mas que pode ser afastado ou sanado. 
• Interesse privado 
• Pode ser suprida pelo juiz 
• Não pode ser pronunciada de ofício 
• Efeito ex nunc 
• Só pode ser alegada pelos prejudicados 
• Art. 178 CC/02. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio 
jurídico, contado: I - no caso de coação, do dia em que ela cessar; II - no de erro,dolo, fraude 
contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; 
• Este prazo é reduzido para dois anos no caso de a norma legal
 não estabelecer prazo para a anulação: “Art. 179. Quando a
 lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo
 para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a
 contar da data da conclusão do ato”. (casos que não se enquadram nos 
vícios) 
 
34. Em que situações a legislação considera o negócio jurídico nulo? 
 
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; II 
- for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; III - o motivo determinante, comum a 
ambas as partes, for ilícito; IV - não revestir a forma prescrita em lei; V - for preterida alguma 
solenidade que a lei considere essencial para a sua validade; VI - tiver por objetivo fraudar lei 
imperativa; VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar 
sanção. 
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for 
na substância e na forma. 
- COAÇÃO FISICA 
35. Em que situações a legislação considera o negócio jurídico anulável? 
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: I - por 
incapacidade relativa do agente; II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, 
lesão ou fraude contra credores. 
Se a vontade foi manifestada mas encontra-se eivada de ERRO, DOLO, COAÇÃO MORAL, 
ESTADO DE PERIGO ou LESÃO o negócio EXISTE mas é ANULÁVEL.

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