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QUEIMADURA É 
FOGO!
Prof. Msc. Raíssa Pires
Quem nunca sofreu uma queimadura de
algum grau e experimentou dor intensa e a
ansiedade que acompanham mesmo as
pequenas queimaduras?
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
• As queimaduras não são lesões que
acometem só à pele.
• É necessário o conhecimento por parte do
profissional da etiologia da queimadura.
• As causas mais comuns de morte em uma
vítima de incêndio é a insuficiência
respiratória.
• Os mecanismos compensatórios para
preservar a vida comuns em outros
traumas, por exemplo, não responde nas
queimaduras, o organismo para e entra
em choque.
EPIDEMIOLOGIA
• Estima-se que ocorrem um milhão de
acidentes com queimaduras por ano no
Brasil.
• 2/3 dos acidentes ocorrem dentro do
ambiente domiciliar.
• 58% das vítimas são crianças;
• O principal agente causal é líquido /
alimento superaquecido.
• Acidentes com crianças:
• 48 % negligência 
• 53 % líquidos inflamáveis
AGENTE CAUSADOR
QUANTO AO AGENTE CAUSADOR
• Físicos
• Temperatura: vapor, objetos aquecidos,
água quente, chama, gelo, etc.
• Eletricidade: corrente elétrica, raio, etc.
• Radiação: sol, raios ultra-violetas,
nucleares, etc.
• Químicos
• Produtos químicos: ácidos, bases, álcool,
gasolina,etc
• Biológicos
• Animais: lagarta, água-viva, medusa, etc.
• Vegetais: o látex de certas plantas, urtiga,
folha de figo, etc.
ANATOMIA
ANATOMIA
A pele é o maior órgão do corpo humano
e é constituída por duas camadas, a epiderme
e a derme.
CAMADAS DA PELE
• Diferença entre os tipos de pele:
CARACTERÍSTICA DA 
QUEIMADURA
Causar uma queimadura 
é semelhante a fritar um 
ovo!
PROFUNDIDADE DA QUEIMADURA
É prudente retardar o julgamento
final a respeito da profundidade da
queimadura por até 24 - 48 horas após a
lesão.
QUEIMADURA DE 1° GRAU
• Acomete apenas a epiderme;
• Caracterizam-se por serem avermelhadas e 
dolorosas.
QUEIMADURA DE 2°GRAU
• Conhecida como queimadura de espessura
parcial.
• Envolvem a epiderme e partes variadas da
derme subjacente.
• Podem ser classificadas como superficiais e
profundas.
• Características marcantes: formam bolhas e
são dolorosas.
• Quando não são bem tratadas podem
converter a ferida em uma queimadura de 3º
grau.
Queimadura de 2º grau
BOLHAS (FLICTENAS)
Devemos ou não 
desbridar às bolhas ?
QUEIMADURAS DE 3º GRAU
• Aparecem como queimaduras espessas,
secas, esbranquiçadas e com aspecto de
couro.
• Nos casos graves, a pele tem uma aparência
carbonizada, com trombose visível de vasos
sanguíneos.
Queimadura de 3°grau
QUEIMADURAS DE 4º GRAU
Atingem todas as camadas da pele, como
também queimam o tecido adiposo, músculos,
ossos ou órgãos internos subjacentes.
ESTIMATIVA DO TAMANHO DA 
QUEIMADURA
• As queimaduras são classificadas também
de acordo com a sua extensão.
• Podemos estimar seu tamanho através da
“regra dos nove”.
Grande Queimado
2o grau >20%
3o grau > 10%
REANIMAÇÃO VOLÊMICA
Na queimadura ocorre perda substancial
de líquido intravascular, portanto é necessária
a administração de uma grande quantidade de
volume por via intravenosa para evitar o
choque hipovolêmico.
• A melhor maneira de tratar inicialmente um
paciente queimado:
Solução Ringer Lactato
Cristalóide isotônica 
- Ringer com lactato
- Soro fisiológico
Hipertônica a 1.5
- Ringer com Lactato..................................................460 ml
- Bicarbonato sódio 8,4% ............................................30 ml
- Cloreto de sódio 20% ...............................................10 ml
Hipertônica 7.5%
- Soro fisiológico 0.9% .................................................65 ml
- Cloreto de sódio 20% ................................................35 ml
- 4 ml/kg correr em 20 minutos, iniciando
após Ringer Lactato;
- Colóides a partir das 24h
Nas primeiras 24 horas a quantidade de líquidos
administrada tipicamente é de 2 a 4mL/Kg/% de área
queimada.
Fórmula de Parkland:
3 a 4 ml de Ringer c/ Lactato x Kg x % SCQ.
Metade deve ser administrada nas primeiras 8 horas, e
a metade restante do volume deve ser administrada
nas 16 horas seguintes.
4mL x Kg x % de área queimada
Exemplo:
Considere um homem com 80 Kg sofreu 
Queimadura de 3º grau em 30% da superfície
Corpórea, qual a velocidade de reanimação?
Resposta:
4 x 80 x 30 = 9.600mL
Volume administrado nas primeiras 8hs:
4.800mL
Vel. de administração de volume durante
as primeiras 8hs:
600mL/h
Nas 16hs finais:
300mL/hora
Aplicação:
Se o tratamento do paciente começar 3 horas
depois do início da lesão, a primeira metade
do total calculado deve ser administrados em
quantas horas?
Tratamento Ambulatorial
Lesões de 2º grau até 15 %
Lesões de 3º grau até 5 %
Unidades Especializadas
Lesões moderadas 15 a 25 % de 2º grau
até 10 % de 3º grau
Lesões críticas Lesões > de 25 % de 2º grau
Lesões > de 10 % de 3º grau
Lesões de face, períneo, mãos, pés e inalatórias
AVALIAÇÃO CIRÚRGICA INICIAL
Na Sala de Admissão
• Limpeza acurada da lesão
• Cálculo da profundidade e extensão
• Determinação da conduta cirúrgica
PROCEDIMENTO CIRÚGICO
• Escarotomia cruzada
• Escarotomia descompressiva
• Fasciotomia
• Desbridamento
• Auto-enxertia
• Cirurgia reparadora
ESCAROTOMIA CRUZADA
incisão da pele em toda a sua espessura, 
atingindo-se o subcutâneo.
ESCAROTOMIA DESCOMPRESSIVA
incisões de relaxamento de uma crosta constritiva circular
que esteja comprometendo a irrigação distal de algum
membro, ou quando impede a expansibilidade torácica
DESBRIDAMENTO
FASCIOTOMIA
A fáscia é cortada para aliviar a pressão (e tratar a 
perda de circulação em uma área de tecido 
ou músculo)
BALNEOTERAPIA
Realização de banhos, tendo como principal objetivo
a limpeza e remoção de tecidos desvitalizados, para evitar
infecções, ajudar na formação de pele nas áreas
queimadas e proporcionar um tratamento sem dor, através
do uso de analgesia e sedação.
Para lesões profundas de espessura total ou parcial,
são necessários enxertos cutâneos.
ANALGESIA NA BALNEOTERAPIA
Avaliação diária e individual
Anestesia
Sedação
Hipnoanalgesia
Sedação e Analgesia permitem:
• Executar procedimentos invasivos ou
agressivos;
• Alívio da dor;
• Proporcionar a limpeza da área queimada;
• Aplicação do agente tópico;
• Remoção de tecido desvitalizado não
aderente e tecido necrótico em áreas
queimadas;
• Realização da higiene corporal;
• Avaliação das condições das lesões e
procedimentos cirúrgicos realizados;
• Estimular a mobilização do paciente e o
autocuidado
Pequenos queimados =>
Analgésicos leves (dipirona, acetaminofen )
Médios Queimados =>
Analgésicos leves e /ou potentes
Opiáceos + sedativos (Midazolan)
Grandes Queimados =>
Anestésicos (Ketamina)+ sedativos
(Midazolan)
• Morfina = opióide potente, libera histamina.
• Meperidina = metabólito tóxico p/ SNC.
• Fentanil = 100 x mais potente que a morfina,
mas pode causar depressão respiratória.
• Nalbufina = sintético, ação rápida, baixo
potencial de dependência, não libera
histamina, baixo grau de depressão
respiratória.
TRATAMENTO DA LESÃO
• Sulfadiazina de prata a 1%: bacteriostática
• Associação com nitrato de cério - benefício em 
pacientes com queimadura - diminuição da taxa 
de infecção.
CURATIVO OCLUSIVO
• Precisam de volumes maiores;
• Devem recebersoluções intravenosas contendo
glicose a 5%.
PACIENTES PEDIÁTRICOS
ABUSO INFANTIL
• 20% de todos os abusos são queimaduras
intencionais.
• A forma mais comum de abuso infantil é a
imersão por força.
SOMANDO CONHECIMENTOS
• Parar o processo de queimadura.
• Como parar uma queimadura?
TRATAMENTO INICIAL DA QUEIMADURA
Não utilizar e remover:
O tratamento efetivo nas feridas recentes é a
simples aplicação de curativo seco
Existem curativos que estão sendo utilizados
no pré-hospitalar: Curativo Acticoat - é um
curativo com prata que atua como uma
barreira antimicrobiana, sem inibir a
cicatrização. Mata um largo espectro de
bactérias em apenas 30 minutos.
Tópicos que estimulam a epitelização.
Embora já existam tópicos contendo fatores
do crescimento que vão reduzir metade do
tempo para ocorrer a epitelização
(Regranex, epifast, invitrix), ainda não são
amplamente difundidos no mercado pelo seu
elevado custo
• Realização do ABCDE primário.
Vias Aéreas e Ventilação (A e B)
• A preservação da permeabilidade das vias
aéreas é a mais alta prioridade no
atendimento a uma vítima de queimadura.
EXAME PRIMÁRIO E REANIMAÇÃO
• O calor do fogo pode provocar edema de vias
aéreas acima das cordas vocais.
• Precauções especiais na fixação do tubo 
endotraqueal.
• Queimaduras circunferências da parede 
torácica.
• Escarotomia
CIRCULAÇÃO
• Medida da pressão arterial;
• Avaliação das queimaduras circunferências e
o estabelecimento de acesso venoso.
• Os membros devem ser elevados;
• Nas queimaduras que abranjam 20% da
superfície corpórea é necessária a punção
de dois acessos venosos.
• Fixação deve ser feita com Kerlix ou Coban.
• Os pacientes queimados são pacientes
traumatizados e podem ter sofrido outras lesões.
ESTADO NEUROLÓGICO
Exposição/Ambiente
• Expor completamente o paciente
• É primordial controlar o ambiente.
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
• Avaliação completa da cabeça aos pés,
tentando identificar outras lesões.
• Curativos antes do transporte
TRANSPORTE
Devem ser encaminhados primeiro para o
centro de traumas e depois para o centro de
queimados.
• Monitoração contínua com atenção ao
aparecimento de sintomas de queimaduras de
vias aéreas.
TRANSPORTE PROLONGADO
QUEIMADURAS ELÉTRICAS
UM CAPÍTULO ESPECIAL
OBRIGADA!!!