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Resposta Comunicação Variação e preconceito lingüístico

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Variação e preconceito lingüístico
A atualidade do assunto é visível na recorrência com que tem sido abordado sob diferentes ângulos. Visto que muitos indivíduos consideram a sua maneira de falar superior á de outros grupos. Isso ocorre, sobretudo entre as regiões do país, por exemplo, um sulista que considera sua maneira de falar superior aos que vivem no norte do país.
Podemos notar que por razões históricas e culturais, inúmeras pessoas plenamente alfabetizadas, não cultivam nem desenvolvem suas habilidades lingüísticas, ou seja, acabam ignorando a sua própria literatura, a sua inserção no universo letrado. Ler e, sobretudo, escrever não fazem parte da cultura das nossas classes sociais mais escolarizadas. Isso se prende aos velhos preconceitos de que “brasileiro não sabe português” e de que “português é difícil”, veiculados pelas práticas tradicionais de ensino. Esse ensino tradicional, em vez de incentivar o uso das habilidades lingüísticas do indivíduo, deixando-o se expressar livremente para somente depois corrigir sua fala ou sua escrita, age exatamente ao contrário: interrompe o fluxo natural de expressão e da comunicação com a atitude corretiva (e muitas vezes punitiva), cuja conseqüência inevitável é a criação de um sentimento de incapacidade, de incompetência. Entretanto, vale lembrar que todas as variações lingüísticas são aceitas e devem ser consideradas um valor cultural e não um problema na sociedade.
A MÍDIA
Segundo Marcos Bagno, "A mídia poderia ser um elemento precioso no combate ao preconceito lingüístico." Infelizmente, ela é hoje o pior propagador deste preconceito. Enquanto os estudiosos, os cientistas da linguagem, alguns educadores e até os responsáveis pelas políticas oficiais de ensino já assumiram posturas muito mais democráticas e avançadas em relação ao que se entende por língua e por ensino de língua, a mídia reproduz um discurso extremamente conservador, antiquado e preconceituoso sobre a linguagem”. Agindo assim, ela acaba discriminando os estudiosos da linguagem, atrapalhando todos os esclarecimentos sobre o “certo” e o “errado”, gerando então, o preconceito. Ao contrário disso, a mídia poderia exercer uma função de guia entre as variedades lingüísticas - ao invés de críticas, ironias e julgamentos sobre aspectos diferentes da linguagem, deveria abordar tal tema de forma mais educativa, mostrando a importância de ser um conhecedor das variações que a língua nos proporciona. Óbvio, ressaltando também a importância da norma culta. 
CONCLUSÃO
O mais correto para acabar com o preconceito seria a existência de uma maior democratização da sociedade, onde todos teriam oportunidades iguais, reconhecendo e respeitando as suas diferenças, e, acima de tudo, entendendo a o significado de preconceito da maneira como deve ser: Querer conceituar algo sem que previamente haja um conhecimento sobre tal. A partir do momento em que se adquire o entendimento, percebe-se então, que o maior fruto a ser colhido é o “respeito”, ao invés da “discriminação”.

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