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Direito das sociedades empresárias

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Direito das sociedades empresárias
	O direito societário compreende o estudo das sociedades. E as sociedades, por sua vez, são pessoas jurídicas de direito privado, decorrentes da união de pessoas, que possuem fins econômicos, ou seja, constituídas com a finalidade de exploração de uma atividade econômica e repartição de lucros entre seus membros.
Tipos de sociedades
Sociedades dependentes de autorização: arts. 1.123 à 1.141, CC/02.
Sociedade nacional: é nacional a sociedade organizada de conformidade com a lei brasileira e que tenha no país a sede de sua administração.
Sociedade estrangeira: a que não preencha os requisitos do art. 1.126, CC/02.
Sociedade unipessoal: não existe uma sociedade unipessoal, a lei permite em caráter temporário que ocorra conforme disposto no art. 1.033 inciso IV.
Classificação das sociedades
Há três classificações importantes para as sociedades empresárias:
Quanto à responsabilidade dos sócios:
Responsabilidade ilimitada: 
Destaca-se que a responsabilidade que pode ou não sofrer limitações é a que diz respeito à responsabilidade pessoal do sócio por dívidas da sociedade, ou seja, a possibilidade de os credores da sociedade executarem o patrimônio pessoal dos sócios para satisfação de obrigações sociais. A responsabilidade dos sócios é que será limitada ou ilimitada. A responsabilidade da sociedade será sempre ilimitada.
Nas sociedades de responsabilidade ilimitada os sócios respondem ilimitadamente, ou seja, esgotado o patrimônio da sociedade, os credores poderão executar todo o restante da dívida social no patrimônio dos sócios, sem limite. Ex.: sociedade em nome coletivo.
Responsabilidade limitada:
Nesta sociedade todos os sócios respondem limitadamente pelas obrigações sociais, ou seja, seu patrimônio pessoal, em princípio, não pode ser executado para a satisfação de débitos sociais. Sendo possível executar o seu patrimônio pessoal, eventualmente, haverá um limite de responsabilidade. Ex.: sociedade limitada.
Quanto ao regime de constituição e dissolução:
Contratuais:
São constituídas por um contrato social e dissolvidas segundo as regras do CC/02. Ex.: sociedade limitada.
Institucionais:
São constituídas por um ato institucional ou estatutário e dissolvidas segundo as regras previstas na lei 6.404/76. Ex.: Sociedade Anônima.
Quanto à composição:
De pessoas (sociedades intuitu personae):
Em algumas sociedades a figura pessoal do sócio tem uma importância muito grande – a affectio societatis, ou seja, o vínculo psicológico que une os sócios é muito intenso. Nessas sociedades a entrada de uma pessoa estranha ao quadro social pode afetar muito o destino da empresa.
De capital (sociedade intuitu pecuniae):
Aqui o importante é tão somente o capital investido pelo sócio, a entrada de pessoas estranhas independe do consentimento dos demais sócios.
Obs.: atualmente não se pode mais afirmar categoricamente que toda sociedade limitada é uma sociedade de pessoas e que toda sociedade anônima é uma sociedade de capital.
O CC/02 regula sete tipos societários, são eles:
Sociedade simples
Sociedade em conta de participação
Sociedade em nome coletivo
Sociedade em comandita simples ou por ações
Sociedade limitada
Sociedade cooperativa
OBS.: Embora o CC/02 mencione a sociedade anônima e a sociedade em comandita por ações, estes tipos societários são regidos pela lei 6.404/76, aplicando-se o CC/02 somente quando a lei especial for omissa. A mesma ideia se aplica às sociedades cooperativas, que também contam com legislação especial. (lei 5.764/71)
Sociedades não personificadas (não tem registro ou antes de se registrar)
Sociedades em comum (art. 986 à 990, CC/02)
Sociedade em conta de participação (art. 991 à 996, CC/02)
Sociedades personificadas (tem o registro)
Sociedade simples (art. 997 à 1038, CC/02)
Sociedade em nome coletivo (art. 1039 à 1044, CC/02)
Sociedade em comandita simples (art. 1045 à 1057, CC/02)
Sociedade limitada (art. 1052 à 1089, CC/02)
Sociedade em comandita por ações (lei 6.404/76 e art. 1090 à 1092, CC/02)
Sociedade cooperativa (lei 5.764/76 e art. 1093 à 1096, CC/02)
Sociedade anônima (lei 6404/76 e art. 1088 à 1089, CC/02)
Antes do registro não há personalidade jurídica e pode separar as pessoas da sociedade e as pessoas do sócio.
Sociedades não personificadas.
Sociedade em comum (art. 986 à 990, CC/02)
	Ao contrário do CC/1916, o atual diploma cível não usa mais os termos sociedade de fato ou irregular, as duas modalidades foram albergadas sob a nomenclatura de “sociedade em comum”. Sendo assim, são sociedades em comum aquelas que não tiverem seus atos constitutivos levados ao registro.
	Se não tiverem seus atos constitutivos registrados não adquirem personalidade jurídica, se não tem personalidade jurídica esta sociedade não tem autonomia patrimonial, ou seja, não tem patrimônio próprio. Daí dizer-se que os bens e dívidas sociais constituem em patrimônio especial, do qual os sócios são titulares em comum. E como se tudo fosse de todos. Todos os bens são de todos e todas as dívidas também, pois na sociedade em comum os sócios terão responsabilidade ilimitada.
	Essa responsabilidade ilimitada é subsidiária, cabendo aplicação de beneficio de ordem.
Sociedade em conta de participação ou sociedade secreta
Nesta modalidade social há 2 tipos de sócios.
Sócio ostensivo
Sócio participante ou oculto
O sócio ostensivo é aquele que desempenha toda atividade empresarial.
Já o sócio participante é também chamado de oculto porque não aparece. É um mero investido. Não se obriga perante terceiros, se intervir nessa relação passará a ter responsabilidade solidária com sócio ostensivo.
Toda atividade é desenvolvida em nome do sócio ostensivo, que necessariamente terá que ser empresário.
O contrato social aqui não é instrumento necessário para a formalização da sociedade. Por ser dispensável, o contrato, ainda que levado a registro, não confere personalidade jurídica à sociedade em cota de participação.
Art. 1162 – não pode ter firma
Art. 991 ao 996
Sociedades personificadas
Além das sociedades não personificadas, o CC/02 também cuida das sociedades personificadas, quais sejam: a sociedade simples pura, a sociedade limitada, a sociedade anônima, a sociedade em nome coletivo, a sociedade em comandita simples, a sociedade em comandita por ações e a sociedade cooperativa.
	A principal consequência da personificação das sociedades é o reconhecimento da sociedade como sujeito de direitos. É a própria sociedade, como pessoa jurídica, que exerce a atividade empresarial.
Sociedade simples pura ou simples simples (art. 997 ao 1038 do CC/02):
É a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade econômica não empresarial. 
Além da forma básica (sociedade simples pura), a sociedade simples pode adotar a forma de uma sociedade limitada, de uma sociedade em nome coletivo ou de uma sociedade em comandita simples.
Contrato social: a sociedade simples pura é uma sociedade contratual, ou seja, caracteriza-se por ser constituída por meio de um contrato social e tem seu regime de constituição e dissolução previsto no CC/02.
Necessidade de contrato escrito: o contrato social deve ser escrito porque os sócios deverão registrá-lo no órgão competente, que é o cartório de registro civil de pessoas jurídicas (art. 1150, CC/02) ou no órgão de classe específico daquela profissão. Segundo o art. 998, CC/02, o prazo para a efetivação desse registro é de 30 dias.
Qualificação dos sócios e da sociedade: a sociedade simples pura pode ter como sócios tanto pessoas físicas (naturais) quanto pessoas jurídicas (outra sociedade, por exemplo).
Nome empresarial: a sociedade simples pura pode usar denominação social ou firma social.
Capital social: é o montante de contribuições dos sócios para a sociedade, afim de que ela possa cumprir seu objeto social. Pode compreender dinheiro ou bens suscetíveis de avaliação pecuniária.
Subscrição e integralização das quotas:
Definido o capital social, deve o contrato socialmencionar ainda a quota de cada sócio no capital social e o modo de realizá-lo.
	Numa sociedade simples pura, o capital é dividido em quotas e todos os sócios tem o dever de subscrever parcela do capital social e de integralizar essa parcela subscrita.
	A contribuição do sócio, ou seja, o modo de integralizar suas quotas, pode ser feita de diversas formas: com bens (móveis ou imóveis, materiais ou imateriais), dinheiro e, na sociedade simples pura até mesmo serviços.
Administração da sociedade:
A sociedade atua por intermédio de seus administradores.
	O administrador pode ser apresentado no próprio contrato ou em ato separado e pode ser sócio ou não sócio.
Distribuição dos resultados:
Todos os sócios devem participar dos resultados desta sociedade.
Responsabilidade dos sócios:
A responsabilidade dos sócios da sociedade simples pura, quanto às obrigações sociais é ilimitada.
Sociedade em nome coletivo (art. 1.039 co CC)
Trata-se, segundo a doutrina, do mais antigo tipo de societário medieval. Sua origem está nas comunidades familiares italianas da idade média.
	A principal característica dessa sociedade é a responsabilidade ilimitada dos sócios que a compõem.
	A sociedade em nome coletivo não admite sócio pessoa jurídica.
	Destaca-se que a limitação de responsabilidade que os sócios podem estabelecer (art. 1039, CC/02) produz efeitos somente entre eles, e não a terceiros. Perante os credores da sociedade a responsabilidade dos sócios de uma sociedade em nome coletivo é sempre ilimitada.
	A sociedade em nome coletivo é regida subsidiariamente pelas normas da sociedade simples.
Esta sociedade:
Deve sempre adotar firma social como espécie de nome empresarial (arts. 104 e 1157 do CC/02)
Não admite a participação de incapaz
Os sócios tem ampla liberdade para disciplinar as suas relações sociais, desde que não desnaturem o tipo societário escolhido.
É uma sociedade de pessoas.
A sua administração compete aos próprios sócios, não se admitindo a designação de não sócio para desempenho de tal mister.
Sociedade em comandita simples (art. 1.045 do CC)
Parece que a origem desta sociedade está nas comendas medievais, uma espécie de contrato especial em que um “capitalista” – chamado de comanditário – entregava dinheiro ou bens a navegadores ou mercadores, a fim de que estes os negociassem, repartindo-se os lucros posteriormente.
	As comendas tinham, assim, duas categorias de sócios:
Os que investiam bens ou capital no empreendimento – chamados comanditários e a quem o direito reservava responsabilidade limitada.
Os que efetivamente negociavam – chamados comanditados, que respondiam ilimitadamente.
Nesta sociedade:
O comanditado tem que ser pessoa física
Só o comanditado pode administrar a sociedade.
Só o nome do comanditado pode constar na firma social.
A responsabilidade do comanditado é ilimitada.
Final da matéria da V1
Sociedade limitada (arts. 1052 a 1087, CC/02)
A sociedade limitada é o tipo mais adotado no Brasil, e por isso merece grande atenção dos examinadores de qualquer banca de concurso e dos profissionais da área.
A sociedade limitada é contratual. De acordo com o art. 1052, a responsabilidade dos sócios é restrita ao valor das cotas que cada um titulariza, desde que o capital social esteja totalmente integralizado, ou seja, enquanto o capital não estiver integralizado, a responsabilidade dos sócios é solidária e qualquer um poderá ser compelido a cumprir o montante que falta.
Esta sociedade pode adotar firma ou denominação, conforme dispõe o art. 1158 do CC/02. Importante: parágrafo 3º do art. 1158 do CC.
Caso o contrato social nada disponha a respeito, nas omissões do capítulo IV do livro II, a sociedade limitada deverá ser regida pelas regras da sociedade simples. Porém, o CC/02 autoriza que nas omissões do mencionado capítulo a sociedade limitada seja regida pela lei 6.404/76 (lei das sociedades anônimas), desde que haja previsão expressa no contrato social.
O capital social pode ser dividido em cotas iguais ou desiguais, e pode ser integralizado com dinheiro ou bens.
O indivíduo não pode integralizar o capital social com serviços (sócio de indústria). 
Com relação à regra para cessão de cotas na sociedade limitada, vale destacar que, se o contrato nada dispuser, o sócio pode ceder sua cota, total ou parcialmente:
Para quem já seja sócio, independente da audiência dos demais sócios.
Para quem não seja sócio, se não houver oposição de mais de ¼ do capital social.
Sobre a responsabilidade do cedente e do cessionário, deve-se aplicar a regra das sociedades simples prevista no art. 1003, qual seja, ambos ficam solidariamente responsáveis por 2 anos pelas obrigações contraídas até a data da cessão.
	Em relação à administração da sociedade, o parágrafo único do art. 1060 destaca que quando ela for atribuída a todos os sócios, aquela que ingressar posteriormente não adquire esta qualidade automaticamente.
	Assim como na sociedade simples, na sociedade limitada também se admite administradores não sócio, variando somente o quórum para a sua eleição:
Se o capital social ainda não estiver integralizado, exige-se unanimidade.
Se o capital já estiver integralizado exige-se 2/3 do capital social.
Responsabilidade subsidiária tem benefício de ordem.
Responsabilidade solidária não tem benefício de ordem.
Além da averbação no registro competente, quando a nomeação do administrador for feita em ato separado, seu termo de posse deverá constar do livro das atas da administração. Quando seus poderes cessarem, deverá haver nova averbação, no prazo de 10 dias. Para destituir sócio nomeado administrador no contrato social, exige-se o quórum de 2/3 do capital social.
Quando houver mais de 10 sócios, a deliberação deverá ser feita obrigatoriamente em assembleia. As formalidades de convocação serão dispensadas quando todos os sócios comparecerem ou declararem ciência inequívoca.
Em regra, as assembleias e reuniões, são convocadas pelos administradores, mas nos casos previstos em lei poderão também ser convocadas pelos sócios ou pelo conselho fiscal. O quórum de instalação da assembleia será:
¾ na primeira convocação
Qualquer número na segunda convocação
O quórum de deliberação varia de acordo com a matéria tratada:
¾ do capital para:
Modificação do contrato social.
Incorporação, fusão, dissolução ou cessação do estado de liquidação.
Mais da metade do capital social:
Designação dos administradores quando feita em separado.
Destituição dos administradores.
Remuneração dos administradores quando não prevista no contrato social.
Pedido de recuperação judicial.
Maioria de votos dos presentes:
Demais casos previstos na lei ou no contrato (desde que o contrato não exija quórum mais elevado).
Art. 1.080 do CC. Sem haver a desconsideração da personalidade jurídica poderá atingir o patrimônio do sócio no caso deste artigo.
EIRELE (art. 980 A)
EIRELE não é empresário individual nem uma sociedade empresária, mas sim uma figura sui generes.
A lei 12.441/2011 acrescentou o artigo 980 A ao código civil trazendo nova figura denominada EIRELI (empresa individual de responsabilidade limitada) como nova espécie de pessoa jurídica de direito privado (art. 44, VI, CC/02).
Destaca-se que a EIRELI não acabou com a figura do empresário individual, pois representa um meio termo entre este e as sociedades reguladas pelo código.
Requisitos da EIRELI:
Unipessoalidade: terá um único titular (pessoa física ou jurídica) que terá responsabilidade limitada ao capital integralizado. Se for pessoa física só poderá figurar em uma EIRELI.
Capital social devidamente integralizado e que represente o mínimo de 100 vezes o maior salário mínimo vigente no país. O capital social não é dividido em cotas e deve estar devidamente integralizado no momento da constituição. Não cabe contribuição que consista em serviços em virtude do § 6º do artigo 980-A do CC/02, que remete às normas aplicáveis às sociedades limitadas.
Poderá adotar firma ou denominação como espécie denome empresarial e poderá ser registrada tanto na junta comercial quanto no registro civil de pessoas jurídicas.
A administração pode ser exercida por outra pessoa que não seja o titular.
Ademais, cabe aplicação da desconsideração da personalidade jurídica à EIRELI.
Sociedade em comandita por ações (lei 6.404/76)
Apesar de sua previsão no CC/02 (1.090 a 1.092), a sociedade em comandita por ações é regida pela lei 6.404/76 (lei das sociedades anônimas), e tem seu capital dividido em ações.
O acionista diretor tem responsabilidade ilimitada, enquanto os demais acionistas têm responsabilidade limitada. Ao contrário da sociedade anônima, o diretor da comandita por ações tem que ser acionista, pois só quem faz parte do quadro social pode administrar a sociedade.
A sociedade em comandita por ações pode usar firma ou denominação, mas, se adotar firma, somente o nome do acionista diretor poderá fazer parte dela. O sócio não diretor que ostentar seu nome na firma passará a ter igual responsabilidade.
Sociedade cooperativa (lei 5.764/71)
É uma sociedade simples, de pessoas e institucional. Deve adotar denominação. Destaca-se que, embora sejam consideradas sociedades simples, devem ser registradas na junta comercial.
As principais características são:
A responsabilidade dos sócios poderá ser limitada ou ilimitada, conforme previsto em estatuto.
Não é necessário ter capital social.
O capital social, se existir, é variável.
Como o voto é por cabeça, o quórum para deliberações é baseado no número de sócios presentes à reunião.
A distribuição dos resultados é proporcional ao trabalho realizado por cada sócio.
Sociedade anônima
As sociedades anônimas ou companhias são regidas por lei especial, a lei 6.404/76. Suas características gerais são:
São sempre sociedades empresárias
São registradas na junta comercial
São sociedades de capital
São sociedades institucionais
Adotam denominação
O capital é dividido em ações
Os acionistas sempre têm responsabilidade limitada.
Constituição:
A formação do capital social tem duas fases: 
Subscrição 
Integralização.
O ato de subscrição garante ao indivíduo o direito de adquirir ações, através da integralização, que é o ato de efetiva disposição patrimonial. A subscrição pode ser:
Particular: também chamada de constituição simultânea. Aqui, os próprios fundadores já têm o capital necessário.
Pública: também conhecida por constituição sucessiva. Aqui, os fundadores não possuem todo o capital social desejado, necessitando, para completa-lo buscar a captação de investidores. Nesta hipótese, é necessário um prévio registro na CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Essa venda de ações deverá, obrigatoriamente, ser intermediada por uma instituição financeira.
Pelo menos 10% do capital social já deve estar realizado como forma de entrada. No caso de instituições financeiras, este percentual mínimo é de 50%. O depósito destes valores deve ser feito junto ao banco do brasil ou em outro estabelecimento bancário autorizado pela CVM.
	Após a subscrição (seja ela pública ou privada), deverá haver uma assembleia de constituição da companhia, da qual fazem parte todos os subscritores. Seu objetivo é deliberar pela constituição da companhia e avaliação dos bens.
	A companhia pode ser constituída por assembleia ou por escritura pública.
	Após a assembleia é que se promoverá o registro da sociedade na junta comercial.
	A segunda etapa de formação do capital social é a integralização das respectivas ações subscritas. É possível integralizar as ações com dinheiro ou bens suscetíveis de avaliação econômica.
	Avaliação de bens:
A assembleia geral dos subscritores nomeará 3 peritos ou empresa especializada e lhe assinalará um prazo para elaboração de laudo técnico.
Uma segunda assembleia deverá ser instalada para conhecer o laudo. Os peritos deverão estar presentes para sanar quaisquer dúvidas.
Ações:
As diferenças entre ações se justificam pelos variados objetivos dos acionistas. Os acionistas empreendedores buscam participar ativamente da vida da companhia, por isso vão procurar adquirir ações com direito de voto.
As ações representam frações ideais do capital social.
As ações ordinárias são básicas. Conferem aos seus acionistas os direitos essenciais do art. 109, LSA e o direito a voto.
Já as ações preferenciais conferem uma vantagem ao seu titular. Essa vantagem é, geralmente, de ordem financeira. As vantagens enumeradas no art. 17, LSA são exemplificativas.
Já as ações de fruição são aquelas que forma amortizadas, ou seja, receberam antecipadamente valores aos quais teriam direito em casa de liquidação da sociedade.
As ações podem ser ainda divididas em classes. Entretanto, as ações ordinárias das companhias abertas não podem ser divididas em classes. Mas as das companhias fechadas podem.
Por fim, as ações também podem ser classificadas quanto à forma de circulação. O que confere a titularidade de uma ação é o seu registro. As ações nominativas são registradas no livro de registro de ações nominativas. Esse registro é feito nos próprios livros da sociedade e as transferências só produzem efeitos se averbadas no livro próprio.
Porém, este controle pode ser delegado à instituição financeira, no caso das ações escriturais.
Debêntures (art. 52 da lei 6.404/76): 
São uma forma que a companhia tem de conseguir capitalizar sem ter que recorrer a empréstimos tradicionais em instituições financeiras.
A deliberação para emissão de debêntures é de competência privativa da assembleia geral.
	Ações
	Debêntures
	São títulos de participação
	São títulos de crédito
	O acionista participa do capital social
	O debenturista não participa do capital social
	O vínculo do acionista com a companhia é por prazo indeterminado
	O vínculo de debenturista com a companhia é por prazo determinado (até que a dívida seja paga)
	O acionista é um participante da companhia
	O debenturista é um credor da companhia
	Em regra, para que o acionista receba dividendos a companhia tem que ter lucro.
	A percepção do direito de crédito do debenturista independe da existência de lucros sociais.
Órgãos da sociedade anônima.
Assembleia geral:
É o órgão máximo. Tem existência obrigatória. Dela participam todos os acionistas, inclusive aqueles que não tem direito de voto.
Conselho de administração:
Órgão facultativo, que receberá delegações da Assembleia geral. É composto de pelo menos 3 conselheiros, acionistas ou não, eleitos pela assembleia geral.
Obs.: é o órgão obrigatório para companhias abertas, de capital autorizado e sociedades de economia mista.
Diretoria:
É órgão executivo da companhia. Executa as ordens e orientações do conselho de administração, se houver, ou da assembleia geral. É órgão obrigatório. Mínimo de 2 diretores, acionistas ou não.
Conselho fiscal:
É órgão obrigatório. Sua função é fiscalizar os órgãos administrativos da companhia. Mínimo 3 e máximo de 5 membros, acionistas ou não.
Transformação, incorporação, fusão e cisão da sociedade
Transformação: é a operação pela qual uma sociedade passa de uma espécie para outra, sem que isso signifique a extinção da sociedade anterior e a criação de uma nova.
Incorporação: é a operação de concentração societária em que uma ou mais sociedades são absolvidas por outra, que as sucede em todos os direitos e assume todas as suas obrigações.
Fusão: é operação de concentração de empresas, na qual duas ou mais sociedades se unem, resultando dessa união uma nova sociedade que, diante da extinção de todos os direitos e obrigações.
Cisão: ocorre com a transferência de parcela ou do total do patrimônio da companhia para uma ou mais sociedades já existentes ou constituídas para esse fim.

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