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Dir Soc - Aula 06 - Recuperacao de Empresas

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Direito 
Societário
UNIDADE 6 - 
RECUPERAÇÃO 
EMPRESARIAL
Prof. Ms. J Flávio Vasconcelos Alves
6.1 RECUPERAÇÃO EMPRESARIAL
6.2 RECUPERAÇÃO JUDICIAL
6.3 RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL
Assuntos
Unidade 6
2
Recuperação judicial
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar as principais 
características do procedimento da recuperação judicial e seus 
efeitos para os credores e para o devedor.
1
Recuperação de empresas
RECUPERAÇÃO JUDICIAL
4
Segundo o art. 47 da Lei 11.101 de 2005, “a 
recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a 
superação da situação de crise 
econômico-financeira do devedor, a fim de permitir 
a manutenção da fonte produtora, do emprego dos 
trabalhadores e dos interesses dos credores, 
promovendo, assim, a preservação da empresa, 
sua função social e o estímulo à atividade 
econômica”.
RECUPERAÇÃO JUDICIAL - finalidade
5
O dispositivo deixa clara a sua finalidade: permitir a 
recuperação dos empresários individuais e das 
sociedades empresárias em crise, em 
reconhecimento à função social da empresa e em 
homenagem ao princípio da preservação da 
empresa. 
Perceba-se, todavia, que a recuperação só deve 
ser facultada aos devedores que realmente se 
mostrarem em condições de se recuperar.
Principais objetivos da recuperação judicial
Toda recuperação tem por principal objetivo evitar a decretação da falência, 
que pode ser iminente diante da grave situação financeira do devedor no 
momento do pedido. 
Na Lei nº 11.101, de 2005, o artigo 47, que inaugura as disposições sobre o 
instituto, diz que os objetivos da recuperação judicial são:
• Superação da situação de crise econômico-financeira;
• Manutenção da fonte produtora;
• Emprego dos trabalhadores;
• Interesses dos credores;
• Preservação da empresa;
• Estímulo à atividade econômica.
O PEDIDO de 
RECUPERAÇÃO
 JUDICIAL
7
O PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL
8
É possível, todavia, que o pedido de recuperação 
judicial seja feito após um credor pedir a falência do 
devedor. Esse pedido deve ser feito durante o 
prazo de contestação ao requerimento da falência, 
conforme previsto nos arts. 95 e 96, II, da LRE.
As normas em questão preveem um pedido de 
recuperação judicial incidental ao pedido de 
falência. Note-se bem que, nesse caso, o devedor 
ainda não é falido.
PROCEDIMENTO DO PEDIDO DE RECUPE
9
Todos os credores devem se habilitar (o 
procedimento de verificação e habilitação dos 
créditos) para que possam votar nas assembleias. 
O devedor apresenta seu plano, os credores são 
comunicados, via edital, para que apresentem 
eventuais objeções e, caso haja alguma, a 
assembleia geral de credores é convocada para 
deliberar sobre o plano apresentado.
QUEM PODE PEDIR
10
Somente empresários (empresários individuais, EIRELI e 
sociedades empresárias) podem requerer recuperação judicial 
- art 1o, LRE.
Empresa pública, sociedade de economia mista, instituição 
financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, 
entidade de previdência complementar, sociedade operadora 
de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, 
sociedade de capitalização e outras entidades legalmente 
equiparadas não podem requerer recuperação judicial.
REQUISITOS para o 
PEDIDO de 
RECUPERAÇÃO
 JUDICIAL
11
Condições para o pedido de recuperação judicial
Condições subjetivas
• Ser o devedor qualificado como empresário ou sociedade empresária;
• Exercer regularmente sua atividade há mais de 2 (dois) anos na data do 
pedido;
• Não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença 
transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes;
• Não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação 
judicial;
• Não ter sido o empresário individual condenado, ou não ter, em caso de 
sociedade empresária como administrador ou sócio controlador, pessoa 
condenada por qualquer dos crimes previstos nos artigos 168 a 178 da Lei 
nº 11.101, de 2005.
Condições para o pedido de recuperação judicial
Condições objetivas
O requerente da recuperação, pessoa física ou jurídica, deve instruir seu pedido com os 
documentos relacionados no artigo 51 da Lei nº 11.101, de 2005. São eles:
• Exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e as razões da crise 
econômico-financeira;
• Demonstrações contábeis dos três últimos exercícios sociais e as levantadas 
especialmente para o pedido, contendo: i) balanço patrimonial; ii) demonstração de 
resultados acumulados; iii) demonstração do resultado desde o último exercício social; 
iv) relatório gerencial de fluxo de caixa e sua projeção; v) descrição das sociedades de 
grupo societário, caso existam;
• Relação completa dos credores, sujeitos ou não à recuperação judicial, incluindo 
informações sobre o endereço físico e eletrônico de cada um, a natureza e o valor 
atualizado do crédito, com a discriminação de sua origem e o regime de vencimentos;
Condições para o pedido de recuperação judicial
• Relação integral dos empregados, com suas respectivas funções, salários, indenizações e outras parcelas a 
que têm direito, indicando o mês correspondente e os valores pendentes de pagamento;
• Certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas e, no caso de sociedades 
empresárias, o ato constitutivo atualizado e atas de nomeação dos administradores atuais;
• Relação dos bens particulares dos sócios controladores e administradores, se for o caso de devedor 
sociedade empresária;
• Extratos atualizados das contas bancárias do devedor e suas aplicações financeiras, incluindo fundos de 
investimento ou bolsas de valores, emitidos pelas respectivas instituições financeiras;
• Certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio ou sede do devedor e em comarcas 
onde possua filial;
• Relação, assinada pelo devedor, de todas as ações judiciais e procedimentos arbitrais em que este figure 
como parte, incluindo as de natureza trabalhista, com estimativa dos valores demandados;
Condições para o pedido de recuperação judicial
• Relatório detalhado do passivo fiscal;
• Relação de bens e direitos integrantes do ativo não 
circulante, incluindo aqueles não sujeitos à recuperação 
judicial, acompanhada dos negócios jurídicos celebrados 
com os credores excluídos da recuperação judicial 
mencionados no § 3º do art. 49.
Restrições ao devedor e credores na recuperação judicial
Restrições ao devedor em recuperação judicial
As restrições e medidas aplicadas ao devedor durante o processo de recuperação judicial 
incluem:
• O devedor mantém a liberdade para administrar o negócio, escolhendo fornecedores e 
contratando empregados, mas está sujeito à fiscalização do administrador judicial e do 
Comitê de Credores, se houver; 
• O nome empresarial será alterado para incluir a expressão "em Recuperação Judicial" em 
todos os atos e documentos assinados pelo devedor;
• O juiz determinará ao Registro Público de Empresas a anotação da recuperação judicial 
para aumentar a publicidade da situação do devedor;
• O juiz pode afastar o empresário ou administradores da sociedade empresária em casos 
graves, como prática de crimes ou descumprimento de deveres legais;
RESTRIÇÕES AO 
DEVEDOR EM 
RECUPERAÇÃO
 JUDICIAL
17
Restrições ao devedor e credores na recuperação judicial
• Em caso de afastamento do empresário individual, será convocada a assembleia de 
credores para deliberar sobre o gestor judicial que assumirá a administração 
temporariamente;
• O devedor não pode alienar ou onerar bens ou direitos do ativo não circulante sem 
autorização do juiz, exceto aqueles previamente relacionados no plano de 
recuperação;
• É vedada a distribuição de lucros ou dividendos a sócios e acionistas até a aprovação 
do plano de recuperação judicial, conforme a Lei nº 14.112/20.
Essas restrições têm o propósito de garantir a transparência, a continuidade da 
empresa e a proteção dos interesses dos credores durante o processo de 
recuperação judicial.
Restrições ao devedor e credoresna recuperação judicial
Credores e excluídos – recuperação judicial
Alguns diferentes grupos de credores não são atingidos pelos efeitos da recuperação judicial, apesar de serem 
excluídos dos meios de recuperação previstos no art. 50 da Lei nº 11.101/2005. São eles:
• Credores posteriores à data do pedido de recuperação judicial: Os créditos constituídos após o pedido não 
são sujeitos à recuperação e serão considerados extraconcursais em caso de decretação de falência;
• Credores excluídos por lei: Alguns credores têm seus créditos excluídos da recuperação judicial de acordo 
com dispositivos específicos da Lei nº 11.101/2005. Isso inclui, por exemplo, os créditos tributários e 
previdenciários;
• Credores excluídos por vontade do devedor: Outro grupo de credores não se submete à recuperação, e o 
devedor pode optar por não incluir seus créditos no plano de recuperação. Esses credores ficam sujeitos às 
condições originalmente contratadas ou definidas em lei, sem direito a voto no plano.
Restrições ao devedor e credores na recuperação judicial
A recuperação judicial não afeta os garantidores da obrigação 
do devedor, como fiadores ou avalistas, que continuarão 
obrigados a satisfazer o débito de acordo com as condições 
originais. A recuperação judicial também não abrange 
devedores solidários com o devedor em recuperação.
Essas exclusões visam a manter a eficácia e a transparência do 
processo de recuperação, protegendo os interesses de 
determinados credores e garantidores durante o procedimento.
AS FASES DO PROCESSO 
DE RECUPERAÇÃO
 JUDICIAL
21
As fases do processo e os órgãos da recuperação judicial
As fases do processo de recuperação
O processo de recuperação judicial deve ser proposto no principal estabelecimento 
do devedor, que geralmente é o local da sede da empresa ou onde estão 
centralizadas suas atividades. 
A Lei nº 11.101/2005 determina que a recuperação, a falência e a homologação do 
plano de recuperação extrajudicial sejam requeridas nesse lugar. 
Caso a sede não seja o centro das atividades, o processo de recuperação será 
proposto no local designado como "principal estabelecimento". 
Essa escolha busca garantir a efetividade e a centralização do procedimento de 
recuperação.
As fases do processo e os órgãos da recuperação judicial
Três fases são identificadas no processo recuperacional:
Primeira fase
Se inicia na data do pedido, 
marco para a sujeição dos 
créditos à recuperação (art. 
49, caput), e termina 
quando o juiz aceita o 
pedido do devedor (defere 
seu processamento) pela 
conformidade da 
documentação (art. 
52, caput).
Segunda fase
Se inicia com a 
publicação do 
processamento na 
imprensa oficial em 
edital eletrônico (art. 
52, § 1º), e termina 
com a concessão da 
recuperação (art. 59).
Terceira fase
Se inicia, já com a 
recuperação 
concedida, após a 
concessão da 
recuperação e termina 
com o encerramento 
do processo por 
sentença judicial (art. 
63).
ATORES DA 
RECUPERAÇÃO
 JUDICIAL
24
As fases do processo e os órgãos da recuperação judicial
Os órgãos da recuperação judicial
São denominados “órgãos” da recuperação judicial as pessoas ou colegiado de 
pessoas que desempenham papel de destaque do ponto de vista da lei para a 
administração do processo. São elas:
Juiz da recuperação Representante do 
Ministério Público
Administrador judicial
Os órgãos da recuperação judicial
Gestor judicial Assembleia de credores Comitê de Credores
PLANO DE 
RECUPERAÇÃO
 JUDICIAL
27
O plano especial de recuperação judicial
Conteúdo do plano especial de recuperação e sua aprovação
Como já alertado, o plano especial não dá ao devedor liberdade para 
escolher o meio de recuperação que melhor atenda às suas necessidades. 
Se, por um lado, a lei simplifica a elaboração do plano, não sendo 
necessários confecção de laudo ou gastos com serviços de terceiros, pois 
ele já tem cláusulas preestabelecidas, por outro restringe o devedor à 
adesão simples a ele, sem praticamente nenhuma flexibilidade.
O plano especial de recuperação judicial
O prazo para a apresentação do plano especial é idêntico ao do plano comum, ou seja, até 60 dias 
da publicação do edital de processamento, sob pena de decretação da falência. 
Seu conteúdo limita-se às seguintes condições (art. 71):
• Abrangerá todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos, excetuados os 
excluídos do plano comum e, também, aqueles decorrentes de repasse de recursos oficiais;
• Preverá parcelamento em até 36 (trinta e seis) parcelas mensais, iguais e sucessivas, acrescidas 
de juros equivalentes à taxa Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC, podendo conter 
ainda a proposta de abatimento do valor das dívidas;
• Preverá o pagamento da 1ª parcela no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da 
distribuição do pedido de recuperação judicial;
• Estabelecerá a necessidade de autorização do juiz, após ouvido o administrador judicial e o Comitê 
de Credores, para o devedor aumentar despesas ou contratar empregados.
CONVOLAÇÃO DA 
RECUPERAÇÃO
 JUDICIAL
30
A convolação da recuperação judicial em falência
Principais características
A recuperação judicial, a partir do processamento e até antes do seu encerramento, pode ser convolada em 
falência, ou seja, no mesmo processo pode ser decretada a falência do devedor (falência incidental). Antes 
do processamento não há convolação, pois o devedor pode desistir do pedido sem necessidade de 
consentimento dos credores em assembleia (art. 52, § 4º).
O processo de convolação da recuperação judicial em falência pode ocorrer em diversas situações, conforme 
estabelecido nos artigos 72 e 73 da Lei nº 11.101/2005. São elas:
• Por deliberação da assembleia-geral de credores, se a proposta obtiver votos favoráveis de credores que 
representem mais da metade do valor total dos créditos presentes. Os credores podem, antes ou após a 
concessão, decidir pela inviabilidade do prosseguimento da recuperação e pedir ao juiz a decretação da 
falência;
• Pela não apresentação do plano de recuperação no prazo de 60 dias, que é improrrogável, não se 
admitindo força maior ou oitiva dos credores sobre a aceitação de plano intempestivo;
A convolação da recuperação judicial em falência
• Quando não aprovada a proposta de apresentação de plano alternativo pelos credores diante da 
rejeição do plano apresentado pelo devedor; se houver impedimento para a votação do plano 
alternativo por não preencher as condições cumulativas do art. 56, § 6º; ou se o plano alternativo for 
rejeitado;
• Por descumprimento de qualquer obrigação assumida no plano de recuperação, durante o período 
de dois anos após sua concessão (art., 61, § 1º). Neste período é possível, alternativamente, a 
decretação da falência por iniciativa de credores não sujeitos aos efeitos da recuperação, como 
autorizado pelo art. 73, § 1º;
• Por descumprimento dos parcelamentos de créditos devidos à Fazenda Pública ou ao INSS, referidos 
no art. 68, ou da transação fiscal prevista no art. 10-C da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002. A 
transação fiscal é uma alternativa ao parcelamento conferida pela mesma lei ao devedor;
• Quando identificado o esvaziamento patrimonial da devedora que implique liquidação substancial 
da empresa, em prejuízo de credores não sujeitos à recuperação judicial, inclusive as Fazendas 
Públicas.
Recuperação 
extrajudicial
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer as 
condições para a homologação do plano de recuperação 
extrajudicial e seus efeitos para os credores e o devedor.
2
Recuperação de empresas
RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL
34
A LRE, entretanto, adotou posição distinta, 
incentivando a solução de mercado no seu art. 161, 
segundo o qual “o devedor que preencher os 
requisitos do art. 48 desta Lei poderá propor e 
negociar com credores plano de recuperação 
extrajudicial”.
Condições
 A recuperação extrajudicial é outra espécie de recuperação possível de ser adotada pelo 
devedorpara evitar a falência. O devedor deverá satisfazer os requisitos subjetivos para a 
recuperação judicial (art. 48) e ao menos um dos requisitos seguintes (art. 161, § 3º):
• Não ter pedido de recuperação judicial pendente de julgamento;
• Não ter obtido recuperação judicial há menos de 2 anos;
• Não ter obtido homologação de outro plano de recuperação extrajudicial há menos de 2 
anos.
Uma das características mais marcantes da recuperação extrajudicial é o fato de 
a proposta de pagamento aos credores e sua negociação ocorrer sem que seja 
instaurado um processo judicial, daí o nome recuperação “extrajudicial”.
PAR CONDICIO CREDITORUM
36
Prevê o § 2.º do art. 161 que “o plano não poderá 
contemplar o pagamento antecipado de dívidas nem 
tratamento desfavorável aos credores que a ele não 
estejam sujeitos”.
Se o devedor está em crise, não se justifica que proponha 
como alternativa à sua crise o pagamento antecipado de 
dívidas. Por outro lado, também não se poderia admitir, 
jamais, que os credores não submetidos ao plano fossem 
prejudicados.
CREDORES SUBMETIDOS 
AO PLANO DE 
RECUPERAÇÃO
 EXTRAJUDICIAL
37
NÃO SE SUBMETEM AO PLANO REC EXTRAJUDICIAL
38
A esta não se submetem, além dos credores previstos no 
art. 49, §§ 3.º e 4.º, da LRE – os quais, também não se 
submetem aos efeitos da recuperação judicial –, os titulares 
de créditos fiscais, trabalhistas e acidentários - 161, 1o, 
LRE.
Os credores que podem estar abrangidos no plano de 
recuperação extrajudicial são os seguintes: (i) com garantia 
real; (ii) com privilégio especial; (iii) com privilégio geral; (iv) 
quirografários; e (v) subordinados.
CREDORES QUIROGRAFÁRIOS e SUBORDINADOS
39
Credor quirografário é aquele que não possui um direito 
real de garantia, pois seu crédito está representado por 
títulos oriundos de uma obrigação, como, por exemplo, a 
duplicata, o cheque, um contrato que configure um título 
executivo extrajudicial, uma nota promissória.
Os créditos subordinados são aqueles que são pagos 
em último lugar em caso de insolvência. Estes créditos 
também se costumam designar, sob a perspetiva do 
devedor, por dívida júnior (dívida subordinada), por 
contraposição à dívida sénior.
FASES DA 
RECUPERAÇÃO
 EXTRAJUDICIAL
40
As fases da recuperação extrajudicial
 A recuperação extrajudicial também se desenvolve em três fases, mas 
apenas a segunda é judicial, ou seja, haverá a abertura de um processo 
perante o juízo do lugar do principal estabelecimento do devedor (cf. art. 
3º). São elas:
Primeira fase
Consiste na apresentação, 
negociação e assinatura 
do plano do devedor 
pelos credores. O devedor 
somente não poderá 
apresentar o plano para os 
credores excluídos (arts. 
161, § 1º, e 199, § 2º).
Segunda fase
Compreende o 
pedido de 
homologação, sua 
tramitação e a 
decisão judicial.
Terceira fase
Ocorre após a 
homologação e se 
relaciona ao 
cumprimento do 
plano.
PEDIDO de 
HOMOLOGAÇÃO 
EXTRAJUDICIAL
42
PEDIDO DE HOMOLOGAÇÃO - ART. 162 LRE
43
O pedido de homologação do plano, nesse caso, é uma 
mera faculdade que a legislação confere ao devedor. 
Afinal, se ele conseguiu a concordância dos credores, que 
aderiram ao plano, a sua homologação judicial é mera 
formalidade, não sendo condição imprescindível para a sua 
execução.
HOMOLOGAÇÃO - DESISTÊNCIA DOS CREDORES
44
Os credores que aderiram previamente ao plano, assinando 
o documento que será juntado aos autos pelo devedor com 
sua petição inicial, em princípio não poderão mais desistir 
da referida adesão após a distribuição do pedido de 
homologação ao juízo competente. A desistência só será 
permitida se os demais credores que também aderiram 
expressamente concordarem. 
É o que estabelece o § 5.º do art. 161: “após a distribuição 
do pedido de homologação, os credores não poderão 
desistir da adesão ao plano, salvo com a anuência 
expressa dos demais signatários”.
CASO DE OBRIGAÇÃO DE HOMOLOGAÇÃO
45
O art. 163 da LRE prevê situação excepcional em que “o 
devedor poderá, também,requerer a homologação de plano 
de recuperação extrajudicial que obriga a todos os credores 
por ele abrangidos, desde que assinado por credores 
que representem mais de 3/5 (três quintos) de todos os 
créditos de cada espécie por ele abrangidos”. 
Nesse caso, o devedor é obrigado a fazer o pedido de 
homologação do plano se quiser obrigar os credores 
que a ele não aderiram ao seu cumprimento.
IMPUGNAÇÕES AO 
PEDIDO de 
HOMOLOGAÇÃO 
EXTRAJUDICIAL
46
IMPUGNAÇÕES AO PEDIDO DE HOMOLOGAÇÃO
47
O art. 164, 3o, LRE diz “para opor-se, em sua manifestação, à 
homologação do plano, os credores somente poderão alegar:
I – não preenchimento do percentual mínimo previsto no caput 
do art. 163 desta Lei; 
II – prática de qualquer dos atos previstos no inciso III do art. 
94 ou do art. 130 desta Lei, ou descumprimento de requisito 
previsto nesta Lei; 
III – descumprimento de qualquer outra exigência legal”
O prazo para apresentação das referidas impugnações é 
de 30 (trinta) dias - 164, caput, LRE.
MANIFESTAÇÃO DO DEVEDOR à IMPUGNAÇÃO
48
Uma vez oferecida alguma impugnação ao plano, determina o 
art. 164, § 4.º, que “será aberto prazo de 5 (cinco) dias para 
que o devedor sobre ela se manifeste”.
AUTOS CONCLUSOS ao 
JUIZ
49
AUTOS CONCLUSOS AO JUIZ
50
Após esse prazo, com manifestação ou não, prevê o § 5.º do 
mesmo art. 164 que “os autos serão conclusos imediatamente 
ao juiz para apreciação de eventuais impugnações e decidirá, 
no prazo de 5 (cinco) dias acerca do plano de recuperação 
extrajudicial, homologando-o por sentença [...]”.
INDEFERIDO O PEDIDO 
DE HOMOLOGAÇÃO
51
INDEFERIDO O PEDIDO DE HOMOLOGAÇÃO
52
Indeferido o pedido de homologação abrem-se duas 
alternativas ao devedor: 
(i) interpor recurso de apelação, conforme previsão do § 7.º 
do art. 164 da LRE (“da sentença cabe apelação sem efeito 
suspensivo”), ou
(ii) apresentar novo pedido de homologação, desde que o 
indeferimento tenha decorrido em razão do 
descumprimento de formalidades e que as mesmas, então, 
tenham sido cumpridas.
EFEITOS DA 
HOMOLOGAÇÃO
53
EFEITOS DA HOMOLOGAÇÃO
54
Segundo o art. 165 da LRE, em princípio “o plano de 
recuperação extrajudicial produz efeitos após sua 
homologação judicial”. Isso significa, então, que em regra o 
plano de recuperação extrajudicial não pode, uma vez 
homologado, produzir efeitos pretéritos, retroativos. 
O próprio § 1.º do dispositivo em questão abre uma ressalva, 
afirmando que “é lícito, contudo, que o plano estabeleça a 
produção de efeitos anteriores à homologação, desde que 
exclusivamente em relação à modificação do valor ou da 
forma de pagamento dos credores signatários”.

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