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FUNDAMENTAÇÃO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS ESTUDO PROVA

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FUNDAMENTAÇÃO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS 
✔Senso comum e conhecimento científico 
✔sociologia, antropologia e ciência política 
✔análise cultural da antropologia: etnocentrismo, relativismo cultural e alteridade
✔formas de conhecimentos: mito, conhecimento religioso, conhecimento filosófico
✔ciências naturais e sociais
✔kit cultural de sobrevivência: abstração, cooperação e produção 
✔multiculturalismo 
✔padrões culturais: objetividade, neutralidade, sacralidade e generalidade
✔conceito de cultura 
✔prática etnográfica
✔diversidade cultural e globalização
SENSO COMUM E CONHECIMENTO CIENTÍFICO
Senso comum é o modo de pensar da maioria das pessoas, são noções comumente admitidas pelos indivíduos.
Significa o conhecimento adquirido pelo homem partir de experiências, vivências e observações do mundo.
O senso comum se caracteriza por conhecimentos empíricos acumulados ao longo da vida e passados de geração em geração.
É um saber que não se baseia em métodos ou conclusões científicas, e sim no modo comum e espontâneo de assimilar informações e conhecimentos úteis no cotidiano.
O senso comum é uma herança cultural que tem a função de orientar a sobrevivência humana nos mais variados aspectos.
Através do senso comum uma criança aprende o que é o perigo e a segurança, o que pode e o que não pode comer, o que é justo e o que é injusto, o bem e o mal, e outras normas de vida que vão direcionar o seu modo de agir e pensar, as suas atitudes e decisões.
Também faz parte do senso comum os conselhos e ditos populares que são tidos como verdades e seguidos pelo povo. Por exemplo: “Deve-se cortar os cabelos na lua crescente para que cresçam mais rápido”.
Conhecimento científico é a informação e o saber que parte do princípio das análises dos fatos reais e cientificamente comprovados.
Para ser reconhecido como um conhecimento científico, este deve ser baseado em observações e experimentações, que servem para atestar a veracidade ou falsidade de determinada teoria.
A razão deve estar atrelada a lógica da experimentação científica, caso contrário o pensamento se configura apenas como um conhecimento filosófico.
CARACTERÍSTICAS DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO
Uma das principais características do conhecimento científico é a sistematização, pois consiste num saber ordenado, ou seja, formado a partir de um conjunto de ideias que são formadoras de uma teoria.
Outro fator que caracteriza o conhecimento científico é o princípio da verificabilidade. Determinada ideia ou teoria deve ser verificada e comprovada sob a ótica da ciência para que possa fazer parte do conhecimento científico.
O conhecimento científico também é falível, isso significa que não é definitivo, pois determinada ideia ou teoria pode ser derrubada e substituída por outra, a partir de novas comprovações e experimentações científicas.
Entre outras características inerentes ao conhecimento científico, destaca-se o fato de ser: racional, objetivo, factual, analítico, comunicável, acumulativo, explicativo, entre outros fatores relacionados a investigação metódica. 
SOCIOLOGIA, ANTROPOLOGIA E CIÊNCIA POLÍTICA
Antropologia: estuda as diferentes culturas do homem, os diversos grupos sociais, culturais ou étnicos e as transformações ocorridas em função da interação entre os grupos.
Ciência política: estuda os sistemas de poder, as instituições e os partidos políticos de um país, o comportamento e as políticas públicas em suas diversas fases (elaboração, implantação e avaliação).
Sociologia: Investiga as relações sociais, as estruturas e a dinâmica das sociedades modernas, analisando os processos históricos de transformação das organizações sociais.
ETNOCENTRISMO, RELATIVISMO CULTURAL E ALTERIDADE
Etnocentrismo é um conceito da Antropologia definido como a visão demonstrada por alguém que considera o seu grupo étnico ou cultura o centro de tudo, portanto, num plano mais importante que as outras culturas e sociedades.
O termo é formado pela justaposição da palavra de origem grega "ethnos" que significa "nação, tribo ou pessoas que vivem juntas" e centrismo que indica o centro.
Um indivíduo etnocêntrico considera as normas e valores da sua própria cultura melhores do que as das outras culturas. Isso pode representar um problema, porque frequentemente dá origem a preconceitos e ideias infundamentadas.
Uma visão etnocêntrica demonstra, por vezes, desconhecimento dos diferentes hábitos culturais, levando ao desrespeito, depreciação e intolerância por quem é diferente, originando em seus casos mais extremos, atitudes preconceituosas, radicais e xenófobas.
Este fenômeno universal pode atingir proporções drásticas, quando culturas tecnicamente mais frágeis entram em contato com culturas mais dominantes e avançadas.
Relativismo cultural é uma perspectiva da antropologia que vê diferentes culturas de forma livre de etnocentrismo, o que quer dizer sem julgar o outro a partir de sua própria visão e experiência.
A perspectiva do relativismo cultural é uma construção da Antropologia, idealizada por nomes como Franz Boas, e também utilizado na Sociologia.
Como conceito científico, o relativismo cultural pressupõe que o investigador tenha uma visão neutra diante do conjunto de hábitos, crenças e comportamentos que a princípio lhe parecem estranhos, que resultam em choque cultural.
Relativizar é deixar o julgamento de lado, assim como se afastar da sua própria cultura a fim de entender melhor o outro.
Um exemplo de aplicação do relativismo cultural em pesquisas antropológicas pode ser visto no estudo de sociedades tradicionais isoladas de influências ocidentais. Digamos que em uma tribo da Oceania, as relações de parentesco sejam pela linha matriarcal, e o irmão da mãe, ou seja o tio, faça o papel que o pai executa nas sociedades ocidentais.
De forma etnocêntrica, o antropólogo poderia interpretar estes laços como disformes e criticar em seu trabalho as possíveis consequências sociais e familiares desta ação.
Mas ao relativizar durante seu trabalho de campo, o pesquisador percebe que estas relações são apenas diferentes, pois possuem outros sistemas e processos anteriores que precisam ser levados em consideração.
A fim de fazer uma investigação científica, é indispensável que o pesquisador livre-se de preconceitos e julgamentos, por isso a prática do relativismo cultural na Antropologia. Porém o exercício de relativização também pode ser utilizado pela sociedade como um todo, no dia-a-dia, para entender melhor a posição e comportamentos dos outros, e estabelecer melhores relações sociais, mais compreensivas.
O conceito de relativismo cultural passa também pela compreensão da ideia de alteridade, que é o pressuposto da existência do outro e da diferença em sociedade. ​
Alguns exemplos de etnocentrismo estão relacionados ao vestuário. Um deles é o hábito indígena de vestir pouca ou nenhuma roupa; outro caso é o uso do kilt (uma típica saia) pelos escoceses. São duas situações que podem ser tratadas com alguma hostilidade ou estranheza por quem não pertence àquelas culturas.
Alteridade é um substantivo feminino que expressa a qualidade ou estado do que é outro ou do que é diferente. É um termo abordado pela filosofia e pela antropologia.
Um dos princípios fundamentais da alteridade é que o homem na sua vertente social tem uma relação de interação e dependência com o outro. Por esse motivo, o "eu" na sua forma individual só pode existir através de um contato com o "outro".
Quando é possível verificar a alteridade, uma cultura não tem como objetivo a extinção de uma outra. Isto porque a alteridade implica que um indivíduo seja capaz de se colocar no lugar do outro, em uma relação baseada no diálogo e valorização das diferenças existentes.
Alteridade na Filosofia
No âmbito da Filosofia, alteridade é o contrário de identidade. Apresentada por Platão (no Sofista) como um dos cinco "gêneros supremos", ele recusa a identificação do ser como identidade e vê um atributo do ser na multiplicidadedas Ideias, entre as quais existe a relação de alteridade recíproca.
A alteridade tem também papel de relevo na lógica de Hegel: o "qualquer coisa", o ser determinado qualitativamente, está em uma relação de negatividade com o "outro" (nisso reside a sua limitação), mas está destinado a se tornar em outro, a se "alterar", incessantemente, mudando as próprias qualidades (assim as coisas materiais nos processos químicos).
O uso do termo também surge na filosofia do século XX (existencialismo), mas com significados não equivalentes.
Alteridade na Antropologia
A Antropologia é conhecida como a ciência da alteridade, porque tem como objetivo o estudo do Homem na sua plenitude e dos fenômenos que o envolvem. Com um objeto de estudo tão vasto e complexo, é imperativo poder estudar as diferenças entre várias culturas e etnias. Como a alteridade é o estudo das diferenças e o estudo do outro, ela assume um papel essencial na antropologia.
MITO, CONHECIMENTO RELIGIOSO, CONHECIMENTO FILOSÓFICO
Mito são narrativas utilizadas pelos povos gregos antigos para explicar fatos da realidade e fenômenos da natureza, as origens do mundo e do homem, que não eram compreendidos por eles. Os mitos se utilizam de muita simbologia, personagens sobrenaturais, deuses e heróis. Todos estes componentes são misturados a fatos reais, características humanas e pessoas que realmente existiram.
Um dos objetivos do mito era transmitir conhecimento e explicar fatos que a ciência ainda não havia explicado, através de rituais em cerimônias, danças, sacrifícios e orações. Um mito também pode ter a função de manifestar alguma coisa de forma forte ou de explicar os temas desconhecidos e tornar o mundo conhecido ao Homem.
Mito nem sempre é utilizado na simbologia correta, porque também é usado em referência as crenças comuns que não tem fundamento objetivo ou científico. Porem, acontecimentos históricos podem se transformar em mitos, se tiver uma simbologia muito importante para uma determinada cultura. Os mitos têm caráter simbólico ou explicativo, são relacionados com alguma data ou uma religião, procuram explicar a origem do homem por meio de personagens sobrenaturais, explicando a realidade através de suas historias sagradas. Um mito não é um conto de fadas ou uma lenda.
A mitologia é o estudo do mito, das suas origens e significados. Alguns dos mitos mais conhecidos fazem parte da mitologia grega, que exprime a maneira de pensar, conhecer e falar da cultura grega. Fazem parte da mitologia grega os deuses do Olimpo, os Titãs, e outras figuras mitológicas como minotauros e centauros.
Um mito é diferente de lenda, porque uma lenda pode ser uma pessoa real que concretizou feitos fantásticos, como Pelé, Frank Sinatra, etc. Um mito é um personagem criado, como Zeus, Hércules, Hidra de Lerna, Fênix, etc.
Conhecimento teológico (religioso)
Este tipo de conhecimento está baseado na fé religiosa, acreditando que esta é a verdade absoluta e apresenta todas as explicações para os mistérios que rondam a mente humana. Não há a necessidade de verificação científica para que determinada "verdade" seja aceita sob a ótica do conhecimento religioso.
Conhecimento filosófico
Representa um meio-termo entre o conhecimento científico e o empírico, pois nasce a partir da relação do ser humano com o seu cotidiano, mas baseado nas reflexões e especulações que este faz sobre todas as questões imateriais e subjetivas. 
Esse tipo de conhecimento foi construído devido a capacidade do ser humano de refletir. Mesmo sendo de natureza racional, o conhecimento filosófico dispensa a comprovação científica, uma vez que o objeto de análise deste não consiste em coisas materiais. 
É graças ao conhecimento filosófico que são construídas ideias, conceitos e ideologias que buscam explicar, de modo racional, diversas questões sobre o mundo e a vida humana.
Alguns estudiosos também consideram o conhecimento filosófico um intermédio entre o conhecimento científico e o conhecimento teológico (religioso).
CIÊNCIAS NATURAIS E SOCIAIS
Ciências naturais são as matérias científicas destinadas ao estudo das características gerais e fundamentais da natureza, assim como todas as leis e regras naturais que a regem.
Do ponto de vista das ciências naturais, aspectos como o comportamento dos seres vivos são ignorados, sendo observados e estudados exclusivamente os fatores de ordem naturalmente físicas.
As ciências naturais utilizam do método de experimentação para analisar os seus objetos de estudo, sendo que estes não podem ter sido criados a partir da intervenção dos seres humanos.
A Medicina, a Biologia e a Geologia são exemplos de matérias que fazem parte das ciências naturais.
Obviamente, as ciências naturais não têm como objeto de estudo apenas os seres vivos, mas também outras características que englobam a natureza como um todo.
Atualmente, no Brasil, o curso de ensino superior em Ciências Naturais forma o profissional para atuar como professor das disciplinas de Ciências e Meio Ambiente, principalmente no Ensino Fundamental e Médio.
Os profissionais formados em Ciências Naturais ainda podem trabalhar em ONG’s, centros de divulgação científica e museus, por exemplo.
As ciências sociais são um conjunto de disciplinas específicas do ramo das ciências que busca estudar os aspectos sociais e compreender as diferenças da realidade humana.
Elas buscam a compreensão da vida social do indivíduo enquanto participante de grupos humanos, para que se possa entender melhor as diferentes realidades com as quais convivemos.
O objeto de estudo das ciências sociais consiste em tudo o que diz respeito às culturas humanas, sua história, realizações e modos de vida, tanto individual quanto socialmente. Elas ajudam na identificação e nesta compreensão dos diferentes grupos sociais, através da contextualização dos costumes e vivências que estrutura os valores sociais e morais que rege cada um destes grupos.
As ciências sociais geralmente fazem contraste com as ciências naturais e humanas, uma vez que estas são avaliadas e quantificadas pelo método científico, enquanto que as ciências sociais utilizam outros métodos de avaliação que trabalham sobretudo com o discurso e as ideias das pessoas.
Elas diferenciam-se das artes e das humanidades por conta da preocupação metodológica. Portanto, a avaliação metodológica nas ciências sociais é feita através de técnicas de observação participante e análise do discurso que possam transformar as ideias em teorias e dados numéricos, que muitas vezes surgem de maneira subjetiva no processo da coleta de dados.
Por esta razão, muitas outras áreas relacionadas com as ciências humanas e sociais, como a administração, o direito, a psicologia, a comunicação social, entre outros, utilizam os princípios das ciências sociais para nortear seus estudos.
O profissional da área é chamado de cientista social. Ele é habilitado para realizar estes estudos e compreender de modo amplo estas relações entre passado e presente, além de evidenciar as discrepâncias e os antagonismos históricos entre os diferentes povos e grupos que formam o povo.
ABSTRAÇÃO, COOPERAÇÃO E PRODUÇÃO
A abstração refere-se a capacidade de criar ideias gerais ou formas de pensamento relativos a exemplos particulares; em outras palavras, os homens são capazes de criar símbolos. 
Um símbolo é qualquer coisa que carrega um significado e, como nos diz Turner (2005), são sinais arbitrários que podem representar as experiências do homem em torno das quais se estabelece um consenso sobre o que representam e o que significam.
 Os símbolos permitem que classifiquemos nossa experiência e façamos generalizações a partir delas. 
Mesmo considerando que os animais também são capazes de entender alguns sinais, eles não desenvolveram a linguagem; não aprenderam a gramática; nem ensinam a outros animais a linguagem aprendida. A nossa capacidade de abstração nos permite aprender e transmitir conhecimento de uma maneira que nenhum outro animal consegue fazer. 
 A cooperação refere-sea nossa capacidade de criarmos uma vida social complexa por meio do estabelecimento de normas, ou maneiras geralmente aceitas de fazer as coisas. 
Criamos escolas, comunidades, indústrias, uma enorme variedade de arranjos e instituições sociais, como nos diz Brym. Cada uma destas coisas significa uma forma de cooperação que ajuda as pessoas a prosperar, adquirir novos conhecimentos e reproduzindo os já existentes. Brym menciona a capacidade de alguns animais também cooper arem – cachorros, formigas, cupins- cooperam em diferentes níveis. Porém, essa capacidade é geneticamente transmitida e não resultado do aprendizado das normas
A produção envolve a nossa capacidade de fazer e utilizar ferramentas e objetos que melhoram a nossa habilidade em extrair o que queremos da natureza, como também nos adaptarmos melhor ao ambiente produzindo conforto. As técnicas e ferramentas produzidas geram a cultura material. Apenas os homens são capazes de fabricar ferramentas e utilizá-las par a produzir todo tipo de coisa: de comida a computadores. A produção é uma atividade tipicamente humana.
MULTICULTURALISMO
O multiculturalismo é a convivência pacífica de várias culturas em um mesmo ambiente. É um fenômeno social diretamente relacionado com a globalização e as sociedades pós-modernas.
O Canadá e o Brasil, por exemplo, são países multiculturais. Muito devido aos diferentes grupos de imigrantes recebidos, mas também por observar outros fatores de integração, como a não subordinação a cultura dominante, e desenvolvimento de novas culturas a partir do choque cultural inicial. 
O multiculturalismo também pode ser chamado de multiculturalidade e pluralismo cultural, e é um conceito da sociologia aplicado aos estudos em ciências sociais. A ideia de um grupo multicultural pressupõe que os grupos culturais estariam cada vez mais interligados, em função do crescente contato que as culturas têm entre si e a quase inexistência de grupos isolados. 
A questão é correntemente debatida entre antropólogos e sociólogos de diferentes linhas de pensamento. Alguns estudiosos acreditam que esta visão multicultural não existe, e que houve uma imposição da cultura dominante com a chegada dos europeus, que teria culminado terminantemente com a hegemonização da globalização. Já outros pensadores veem diversos traços multi étnicos e defendem a existência das múltiplas culturas no continente americano, e que habitam em harmonia justamente em função da possibilidade das relações globais.
O conceito de multiculturalismo tem grande influência do relativismo cultural, que questiona a ideia de que os hábitos e costumes de um grupo poderiam ser superiores a outros. Esta ideia de que as culturas são diversas e devem ser respeitadas na sua essência, sem existir um certo ou errado nos costumes, é a base do multiculturalismo.
OBJETIVIDADE, NEUTRALIDADE, SACRALIDADE E GENERALIDADE
CONCEITO DE CULTURA
Cultura significa todo aquele complexo que inclui o conhecimento, a arte, as crenças, a lei, a moral, os costumes e todos os hábitos e aptidões adquiridos pelo ser humano não somente em família, como também por fazer parte de uma sociedade da qual é membro.
Cada país tem a sua própria cultura, que é influenciada por vários fatores. A cultura brasileira é marcada pela boa disposição e alegria, e isso se reflete também na música, no caso do samba, que também faz parte da cultura brasileira.
No caso da cultura portuguesa, o fado é o patrimônio musical mais famoso, que reflete uma característica do povo português: o saudosismo.
Cultura na língua latina, entre os romanos, tinha o sentido de agricultura, que se referia ao cultivo da terra para a produção, e ainda hoje é conservado desta forma quando é referida a cultura da soja, a cultura do arroz etc.
Cultura também é definida em ciências sociais como um conjunto de ideias, comportamentos, símbolos e práticas sociais, aprendidos de geração em geração através da vida em sociedade.
Seria a herança social da humanidade ou ainda, de forma específica, uma determinada variante da herança social. Já em biologia a cultura é uma criação especial de organismos para fins determinados.
A principal característica da cultura é o mecanismo adaptativo, que consiste na capacidade que os indivíduos têm de responder ao meio de acordo com mudança de hábitos, mais até que possivelmente uma evolução biológica.
A cultura é também um mecanismo cumulativo porque as modificações trazidas por uma geração passam à geração seguinte, onde vai se transformando, perdendo e incorporando outros aspetos procurando assim melhorar a vivência das novas gerações.
A cultura é um conceito que está sempre em desenvolvimento, pois com o passar do tempo ela é influenciada por novas maneiras de pensar inerentes ao desenvolvimento do ser humano.
PRÁTICA ETNOGRÁFICA
A prática etnográfica é o ofício do(a) antropólogo(a) social. Trata-se de uma metodologia que se desenvolveu vinculada aos quadros teóricos e conceituais desenvolvidos pelos intelectuais da antropologia em diferentes ambientes universitários e institucionais e em diversos processos históricos. Ela envolve, de modo singular, as ações de observar, de escutar e de registrar na forma escrita como técnicas de pesquisa operacionalizadas: observações, entrevistas e descrições dos processos de interação com indivíduos e grupos em seus dinamismos macro e micro estruturais. Neste princípio, a grafia das diversidade
es socioculturais ultrapassa os projetos reacionários de perspectivas realistas e chega à contemporaneidade com disposições dialógicas de enfrentamento das determinações ideológicas e coercitivas e alcança qualidades de convivência social e responsabilidade política de complexidade planetária. A prática etnográfica é um saber-fazer que adentra o terceiro século da profissão no âmbito das ciências das humanidades como método científico que agrega técnicas quantitativas e qualitativas seguida de análises reflexivas. A partir das invenções de instrumentos de registros fotográficos, sonoros e, em sequencia, dos registros fílmicos, a produção em imagens, cedo, se colocou como alternativa de apontamento das ações interativas e do patrimônio de culturas em seus simbolismos. Inicialmente, restringindo-se ao estatuto de técnicas de memorização e registros dos pesquisadores, desde o tempo das primeiras invenções, a maquinaria de reprodução do real observado (aparelhos fotográficos) ou escutado (gravadores) faz parte do cotidiano da investigação de campo, da observação direta, das entrevistas, dos diários e relatos.
DIVERSIDADE CULTURAL E GLOBALIZAÇÃO
Diversidade cultural são os vários aspectos que representam particularmente as diferentes culturas, como a linguagem, as tradições, a culinária, a religião, os costumes, o modelo de organização familiar, a política, entre outras características próprias de um grupo de seres humanos que habitam um determinado território.
A diversidade cultural é um conceito criado para compreender os processos de diferenciação entre as várias culturas que existem ao redor do mundo. As múltiplas culturas formam a chamada identidade cultural dos indivíduos ou de uma sociedade; uma "marca" que personaliza e diferencia os membros de determinado lugar do restante da população mundial.
A diversidade significa pluralidade, variedade e diferenciação, conceito que é considerado o oposto total da homogeneidade. Atualmente, devido ao processo de colonização e miscigenação cultural entre a maioria das nações do planeta, quase todos os países possuem a sua diversidade cultural, ou seja, um "pedacinho" das tradições e costumes de várias culturas diferentes.
Algumas pessoas consideram a globalização um perigo para a preservação da diversidade cultural, pois acreditam na perda de costumes tradicionais e típicos de cada sociedade, dando lugar à características globais e "impessoais".
Globalização é o processo de aproximação entre as diversas sociedades e nações existentes por todo o mundo,seja no âmbito econômico, social, cultural ou político. Porém, o principal destaque dado pela globalização está na integração de mercado existente entre os países.
A globalização permitiu uma maior conexão entre pontos distintos do planeta, fazendo com que compartilhassem de características em comum. 
1. Quais as principais diferenças entre senso comum e conhecimento científico?
Senso comum é algum sentido dado coletivamente às coisas vividas. Para se orientar no mundo, o ser humano assume como certas e seguras diversas coisas, situações e relações entre fatos, coisas e situações. Nem sempre o senso comum representa a realidade. Às vezes, conceitos errôneos são formulados e adotados por coletividades.
Faz-se ciência quando se delimita aquilo que se quer estudar, o objeto de que se quer tratar. O objeto não é apenas delimitado, é construído, pois trata-se de algo ideal, de uma representação. O discurso é montado sobre uma abstração, uma representação. O que se procura verificar é se o discurso que se fez é verdadeiro, ou seja, se o que se disse é condizente com a realidade. E isto que se disse tem o nome de hipótese, outra palavra grega, que significa: hipo (sob, embaixo de) + thesis (tese, proposição, ato de por). Isto é, a hipótese é um discurso que está, na hierarquia do conhecimento, abaixo da tese. Esta só existe depois da verificação pela experiência. Na produção do conhecimento científico é necessário, também, que se aja com MÉTODO. Método, assim, é o caminho que se deve trilhar para se obter determinado resultado desejado. No caso de que tratamos aqui, método científico é o caminho para se obter o CONHECIMENTO CIENTÍFICO.
2.Quais as especificidades do objeto de investigação da sociologia?
As formas de ser, pensar e agir da coletividade são denominadas fatos sociais, e estes, são considerados por Durkheim, o objeto da sociologia. Os fatos sociais são basicamente caracterizados por três características:
1. Generalidade: o fato social é comum a todos, ou a pelo menos à maioria, de um grupo de pessoas. Exemplos: a forma de habitação, de comunicação, de sentidos e moral.
2. Exterioridade: o fato social existe, não dependendo da vontade do indivíduo. São as leis, as regras sociais e os costumes que são impostos de maneira coercitiva.
3. Coercitividade: os indivíduos se sentem pressionados a adotar o comportamento estabelecido. As pessoas são obrigadas a viver conforme as regras da sociedade, independente de sua vontade ou escolha.
3. O comportamento humano somente passou a ser estudado com a criação da sociologia?
Não. O comportamento humano já era estuda pela filosofia, por exemplo.
4. Quais as dificuldades enfrentadas pela sociologia (e outras ciências sociais) quanto ao método de investigação?
É possível, percebermos, portanto, que as Ciências Sociais não podem ser enquadradas em “modelos” de cientificidade de outras ciências, pois possuem uma racionalidade e especificidades próprias, relativas ao seu objeto de estudo. Nessa perspectiva, tal campo de saber não comporta métodos ou técnicas rígidas e rigorosas, nem fórmulas de aplicação imediata que garantam a obtenção de resultados objetivos e exatos. Assim, o que mais importa é a interpretação dos fenômenos, ou seja, não apenas os fatos por si só, mas a forma como se constituem esses fatos. O sujeito (o pesquisador) deve ser considerado no contexto no qual estes fatos ou fenômenos se apresentam, pois ele também faz parte do objeto que investiga. Assim, para que se possa interpretar, analisar e investigar nessa área do conhecimento, é necessário um suporte teórico que fundamente determinadas opções metodológicas, não podendo ser considerada apenas a aplicação de determinada técnica, pois isto não garante por si só a obtenção de resultados válidos.
5. É possível aplicar os mesmos métodos das ciências naturais (matemática, física, química) nos estudos realizados pelas ciências sociais (sociologia, antropologia, direito)?
Não. É possível, percebermos, portanto, que as Ciências Sociais não podem ser enquadradas em “modelos” de cientificidade de outras ciências, pois possuem uma racionalidade e especificidades próprias, relativas ao seu objeto de estudo. Nessa perspectiva, tal campo de saber não comporta métodos ou técnicas rígidas e rigorosas, nem fórmulas de aplicação imediata que garantam a obtenção de resultados objetivos e exatos. Assim, o que mais importa é a interpretação dos fenômenos, ou seja, não apenas os fatos por si só, mas a forma como se constituem esses fatos.
6. Por que se diz que a cultura é uma teia de significados?
Nos termos do antropólogo Clifford Geertz, a cultura é uma teia de significados tecida pelo homem. Essa teia orienta a existência humana. Trata-se de um sistema de símbolos que interage com os sistemas de símbolos de cada indivíduo numa interação recíproca. Geertz, define símbolo como qualquer ato, objeto, acontecimento ou relação que representa um significado. Compreender o homem e a cultura é interpretar essa teia de significados
7. A cultura se resume a constituição de símbolos? Ou é possível falar em cultura material? A tecnologia é produto da cultura?
A cultura pode ser material (ferramentas; utensílios, etc) ou imaterial/simbólica (produtos de natureza simbólica)
Cultura material consiste em todo tipo de utensílios, ferramentas, instrumentos, máquinas, hábitos alimentares, tipos de habitação, etc. A cultura material pode influir no estilo de vida de um grupo. Por exemplo: no interior do Nordeste a farinha de mandioca é alimento básico; as rede são usadas por grande parte das pessoas para dormir; as casas pobres são construídas com barro e folhas de palmeira. Forma-se, assim, um modo ou estilo de vida fundamentado na cultura material da região.
A cultura não-material abrange todos os aspectos não-materiais da sociedade, tais como: normas sociais, religião, costumes, ideologia, ciências, artes, folclore, etc. Por exemplo, a maioria da população segue a religião católica, não há pena de morte na legislação do Brasil e, embora proibido por lei, o preconceito racial é bastante difundido no país.
Chamamos de tecnologia o estudo de todos os objetos criados pelos grupos humanos visando à sua melhor adaptação no tempo e espaço em que vivem. É através da fabricação dos objetos que os grupos humanos interagem com o seu meio ambiente, utilizando-se dele e imprimindo-lhe a sua marca. Portanto, a tecnologia é um produto da cultura material.
8. Diz-se que a cultura é resultado de três capacidades humanas: abstração, cooperação e produção. O que essas capacidades significam?
Abstração é capacidade de criar ideias gerais
Cooperação é a capacidade de estabelecer normas que regem a vida social
Produção é a capacidade de fazer e utilizar ferramentas que melhoram nossa habilidade de extrair o que queremos da natureza. Essas ferramentas e técnica são conhecidas como cultura material.
9. O que é etnocentrismo?
Visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é a existência. No plano intelectual, pode ser visto como a dificuldade de pensarmos a diferença; no plano afetivo, como sentimentos de estranheza, medo, hostilidade etc.
10. O que é relativismo cultural?
É a postura, privilegiada pela Antropologia contemporânea, de buscar compreender a lógica da vida do outro.
11. O que é multiculturalismo?
Multiculturalismo preconiza a interação entre as diferentes culturas, sem hierarquização de saberes e modos de vida. Desta forma, o multiculturalismo pressupõe uma visão positiva da diversidade cultural, privilegiando o reconhecimento, valorização e incorporação de identidades múltiplas nas formulações de políticas públicas e nas práticas cotidianas.
12.É comum se afirmar que uma especificidade da cultura brasileira é o jeitinho brasileiro e a malandragem. O que significam jeitinho e malandragem? Por que se diz que o jeitinho é uma forma de “burlar” ou fugir da burocracia?
Aexpressão jeitinho brasileiro, ou simplesmente jeitinho, refere-se de modo abrangente à maneira que o povo brasileiro teria de improvisar soluções para situações problemáticas, usualmente não adotando procedimentos ou técnicas estipuladas previamente. Dependendo do contexto, a expressão pode ser utilizada com conotação positiva (ligada à noção de criatividade) ou negativa (ligando-se então às noções e malandragem e corrupção). Malandragem define-se como um conjunto de artimanhas utilizadas para se obter vantagem em determinada situação (vantagens estas, muitas vezes, ilícitas). Por exemplo, utilizar-se de esperteza para não trabalhar
13.A cultura brasileira é corrupta ou favorece a corrupção? Ou nenhuma das duas coisas?
O jeitinho nada mais é do que uma forma de burlar o caminho correto, ele é uma conduta dotada de corrupção, observamos, portanto, que a corrupção no Brasil é algo cultural, a corrupção nasce na nossa formação humana de liberdade, possuímos a escolha de praticar ou não atos de corrupção, somos livres para praticar ou não o ato.
14.A socialização é um processo social que se estende sobre toda a vida, na fase inicial é chamada de socialização primária, nas fases seguintes é chamada de socialização secundária. Em qual instituição social tende a ocorrer a socialização primária?
Socialização é o processo por meio do qual o indivíduo aprende a ser um membro da sociedade.  Na socialização primária a pessoa aprende e interioriza a linguagem, as regras básicas da sociedade, a moral e os modelos comportamentais do grupo a que se vem. A socialização primária no mundo todo, aquela que era tarefa da família, através dos vínculos de afetividade e respeito, vem perdendo terreno, ficando a cargo da instituição escolar. Ou seja,  em regra é a família, mas ocorre uma delegação para as escolas.

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