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caso concreto 3 História do Direito Brasileiro

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HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO - CCJ0256 
Título 
Caso Concreto 3 
Descrição 
Frequentemente o apoio à pena de morte é destaque na mídia 
brasileira. Recentemente,mais especificamente o mês de janeiro de 
2018, pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha apontou que 57% da 
população brasileira são favoráveis à pena de morte. Na verdade tal 
número representou um aumento de 10 pontos percentuais em 
relação à última pesquisa, realizada no ano de 2008, quando a 
quantidade de pessoas que apoiavam este tipo de punição era de 
47%. Ao menos em relação ao tema pena de morte, parece que a 
visão da população brasileira parece estar indo de encontro com as 
ideias preconizadas por Cesare Beccaria, um grande iluminista 
italiano, contemporâneo de Tiradentes. Agora que você leu o texto 
acima, faça uma pesquisa e responda as seguintes perguntas: 
 
a) Com base em que legislação Tiradentes foi, no Século XVIII, 
condenado à pena de morte? 
 
Com base nas penas previstas nas Ordenações Filipinas, mais 
especificamente em seu Livro V. 
 
b) A condenação e a pena aplicadas a Tiradentes foram influenciadas 
pelas ideias de Cesare Beccaria? Justifique. 
 
NÃO. Como se sabe a morte de Tiradentes foi realizada com 
requintes de crueldade e violência, conforme se pode atestar a 
partir do trecho que segue, parte da sentença que o condenou à 
morte: "(...) Portanto condenam ao Réu Joaquim José da Silva 
Xavier, por alcunha o Tiradentes, Alferes que foi da tropa paga da 
Capitania de Minas, a que com baraço e pregão seja conduzido 
pelas ruas públicas ao lugar da forca e nela morra morte natural 
para sempre, e que depois de morto lhe seja cortada a cabeça e 
levada a Vila Rica, aonde em lugar mais público dela será 
pregada, em um poste alto até que o tempo a consuma, e o seu 
corpo será dividido em quatro quartos, e pregado em postes pelo 
caminho de Minas no sítio da Varginha e das Cebolas, aonde o 
Réu teve as suas infames práticas, e os mais nos sítios de 
maiores povoações até que o tempo também os consuma; 
declaram o Réu infame, e seus filhos e netos tendo-os, e os seus 
bens aplicam para o Fisco e a Câmara Real, e a casa em que vivia 
em Vila Rica será arrasada e salgada, para que nunca mais no 
chão se edifique e não sendo própria será avaliada e paga a seu 
dono pelos bens confiscados e no mesmo chão se levantará um 
padrão pelo qual se conserve em memória a infâmia deste 
abominável Réu (...)". Já Cesare Beccaria foi um iluminista que 
preconizou a abolição da pena de morte e da tortura, 
consideradas como inúteis, ineficazes e desumanas. Graças às 
suas reflexões, a pena de morte foi abolida, pela primeira vez, no 
Grão-ducado da Toscana (na Itália). 
 
 
c) Nos dias de hoje, é possível haver condenação a pena de morte no 
Brasil? Justifique. 
 
A Constituição Federal de 1988 ainda prevê essa punição em 
caso de crimes cometidos em tempos de guerra. É o que se extrai 
do disposto no inciso XLVII do Art. 5º da referida Constituição, 
quando afirma que "não haverá penas de morte, salvo em caso de 
guerra declarada". Os crimes que podem levar a essa punição 
estão descritos no Código Penal Militar, de 1969. Neste há 
previsão de que a pena deve ser executada por meio de 
fuzilamento. 
 
Desenvolvimento 
Sugestão para encaminhamento de questão. 
 
a) Com fundamento nas penas previstas nas Ordenações Filipinas, 
mais especificamente em seu Livro V. 
 
b) Certamente que não, pois como se sabe a morte de Tiradentes foi 
realizada com requintes de crueldade e violência, conforme se pode 
atestar a partir do trecho que segue, parte da sentença que o 
condenou à morte: "(...) Portanto condenam ao Réu Joaquim José da 
Silva Xavier, por alcunha o Tiradentes, Alferes que foi da tropa paga 
da Capitania de Minas, a que com baraço e pregão seja conduzido 
pelas ruas públicas ao lugar da forca e nela morra morte natural para 
sempre, e que depois de morto lhe seja cortada a cabeça e levada a 
Vila Rica, aonde em lugar mais público dela será pregada, em um 
poste alto até que o tempo a consuma, e o seu corpo será dividido em 
quatro quartos, e pregado em postes pelo caminho de Minas no sítio 
da Varginha e das Cebolas, aonde o Réu teve as suas infames 
práticas, e os mais nos sítios de maiores povoações até que o tempo 
também os consuma; declaram o Réu infame, e seus filhos e netos 
tendo-os, e os seus bens aplicam para o Fisco e a Câmara Real, e a 
casa em que vivia em Vila Rica será arrasada e salgada, para que 
nunca mais no chão se edifique e não sendo própria será avaliada e 
paga a seu dono pelos bens confiscados e no mesmo chão se 
levantará um padrão pelo qual se conserve em memória a infâmia 
deste abominável Réu (...)". Já Cesare Beccaria foi um iluminista que 
preconizou a abolição da pena de morte e da tortura, consideradas 
como inúteis, ineficazes e desumanas. Graças às suas reflexões, a 
pena de morte foi abolida, pela primeira vez, no Grão-ducado da 
Toscana (na Itália). 
 
c) A Constituição Federal de 1988 ainda prevê essa punição em caso 
de crimes cometidos em tempos de guerra. É o que se extrai do 
disposto no inciso XLVII do Art. 5º da referida Constituição, quando 
afirma que "não haverá penas de morte, salvo em caso de guerra 
declarada". Os crimes que podem levar a essa punição estão descritos 
no Código Penal Militar, de 1969. Neste há previsão de que a pena 
deve ser executada por meio de fuzilamento.

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