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A LOGICA INTERVENTIVA NAS PERICIAS EM MEIO ÀS DISPUTAS DE FAMÍLIAS

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RESENHA: A LOGICA INTERVENTIVA NAS PERICIAS EM MEIO ÀS 
DISPUTAS DE FAMILIAS 
 
 
 
Dentro do artigo, o autor aborda a questão da avaliação psicológica 
associado ao termo psicodiagnóstico dentro do enquadre clinico e ao de perícia 
psicológica dentro do enquadre jurídico. 
De acordo com o Conselho Federal de Psicologia a avaliação psicológica é 
um processo técnico e científico realizado com pessoas ou grupo de pessoas. Constitui-
se em fontes de informações de caráter explicativo sobre os fenômenos psicológicos e, 
com a finalidade de subsidiar os trabalhos nos diferentes campos de atuação do 
psicólogo, dentre eles, saúde, educação, trabalho, e outros setores em que ela se fizer 
necessária. Trata-se de um estudo que requer um planejamento prévio e cuidadoso, de 
acordo com a demanda e os fins aos quais a avaliação se destina. 
Para o psicanalista, o sujeito que sofre sua intervenção o faz por apresentar 
uma demanda de escuta. E, nesse sentido, em uma situação de avaliação psicológica ha 
pelo menos dois sujeitos avaliando. Ouvir, avaliar, analisar, interpretar e falar não são 
prerrogativas exclusivas do psicanalista. 
O psicodiagnóstico está referido ao contexto clínico. A terminologia no 
Direito nomeia o processo pelo qual o psicólogo buscará respostas a uma questão posta 
pelo processo judicial como perícia. 
O perito quando ouve as afirmações dos seus periciandos, está procurando 
diagnosticar a pessoa como um todo, entendendo sua vivência e compreendendo sua 
forma de aprender o mundo. A confusão sobre sua função pode surgir da expectativa 
errada de alguns profissionais do Direito que esperam que o psicólogo perito possa 
aferir sobre a validade da realidade que o(s) periciando(s) afirma(m). O psicólogo perito 
atua não sobre a percepção da realidade, mas sobre a inferência que o sujeito faz dela. 
O argumento é um conjunto de proposições, se as premissas são verdadeiras 
e os princípios da lógica são atendidos, a conclusão é necessariamente verdadeira. Se o 
argumento é valido e seu enunciador está convencido dele, isso não quer dizer 
necessariamente, que seja verdadeiro. Veracidade ou falsidade são atributos das 
proposições-e não da construção do argumento. 
Uma premissa precisa ser suficientemente consistente para embasar um 
argumento e levar ao convencimento. Um argumento baseado numa proposição de valor 
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nunca pode ter o mesmo tipo de valor conclusivo que um argumento baseado numa 
proposição de fato, pois avaliações podem ser contestáveis interminavelmente. Mas nem 
todas as proposições de valor carecem de fundamento. Para concluirmos se uma 
proposição tem valor, precisamos ver o quanto se apoia em um fato objetivo. Quanto 
mais sólido e extenso for o alicerce do fato objetivo, mais confiável é a proposição de 
valor baseada nele. 
Quando encontramos em um laudo psicológico frases do tipo “A mãe é 
adequada para exercer a guarda do filho”, este “adequada” reflete uma conclusão 
construída por meio de um processo de avaliação psicológica empreendida na perícia ou 
será uma opinião, uma proposição de valor que pode ser contestada e sem fundamento 
ou fato objetivo? Os termos utilizados em um laudo necessitam embasamento teórico e 
aprofundamento para não abrir caminho para questionamentos.

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