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AULA IX IMPOSTOS ESTADUAIS ICMS

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CURSO DE GRADUAÇÃO
CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Prof. Mauro Miranda Brito
Aula IX
Fevereiro/agosto – 2018
Rio de Janeiro - Brasil
Professor: Mauro Miranda Brito
Unidade: Rio Comprido – Méier - Bento Ribeiro – Jacarepaguá.
Código: GES A29
Turma:
Créditos: 03
Carga Horária: 60 h
Disciplina: Legislação Tributária
Unidade IX – IMPOSTOS ESTRADUAIS.
9.1. IMPOSTO DE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS - ICMS
 	 		As linhas mestras do ICMS são traçadas pelo art. 155 da Constituição Federal.
 	 		No Rio de Janeiro o ICMS está na Lei 2.657/96
 		 	No artigo 155 da Constituição Federal temos:
“Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
II) – operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior.”
 	 		Assim, comparando-se o texto constitucional vigente com o anterior, percebe-se que o ICMS conserva as características básicas do antigo ICM, com a diferença de que a sua hipótese de incidência foi ampliada para incluir a prestação de serviços de transportes interestadual e intermunicipal e de comunicação, sobre combustíveis líquidos e gasosos, sobre lubrificantes e sobre minerais do País, estes bens passaram a ser tributáveis pelo ICMS.
 	 		Outro ponto a salientar é que o texto constitucional (art. 155, § 2º, XII) conferiu à lei complementar a competência para:
a) definir seus contribuintes:
b) dispor sobre substituição tributária;
c) disciplinar o regime de compensação do imposto;
d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento responsável, o local das operações relativas à circulação de mercadorias e das prestações de serviços;
e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros produtos, além dos industrializados;
f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro Estado e exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias;
g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, serão concedidas e revogadas isenções, incentivos e benefícios fiscais.
 	 		Por outro lado, diz o § 8º do art. 34 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias que: “Se, no prazo de sessenta dias contados da promulgação da Constituição, não for editada a lei complementar necessária à instituição do imposto de que trata o art. 155, I, b, os “Estados e o Distrito Federal, mediante convênio celebrado nos termos da Lei Complementar 24, de 07 de janeiro de 1975, fixarão normas para regular provisoriamente a matéria”.
4.4. Hipótese de incidência
O art. 1º do Convênio ICM nº 66/88 dispõe:
“ Art. 1º O Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, de competência dos Estados tem como fato gerador as operações relativas à circulação de mercadorias e prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior”.
 	O texto acima deixa claro que o ICMS incide sobre operações relativas à circulação de mercadorias, sobre a prestação dos serviços de transporte interestadual ou intermunicipal, e sobre a prestação de serviços de comunicação. Assim, o vocábulo “operações” vem para tornar como a palavra-chave, a pedra de toque do comando constitucional, e foi empregado na acepção de atos produtores de efeitos jurídicos.
FATO GERADOR NA LEI 2657/96
Art. 3º - O fato gerador do imposto ocorre:
I - na saída de mercadoria, a qualquer título, do estabelecimento do contribuinte, ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular;
II - na saída de estabelecimento industrializador, em retorno ao do encomendante, ou para outro por ordem deste, de mercadoria submetida a processo de industrialização que não implique prestação de serviço compreendido na competência tributária municipal, ainda que a industrialização não envolva aplicação ou fornecimento de qualquer insumo;
III - no fornecimento de alimentação, bebida ou outra mercadoria por qualquer estabelecimento;
IV - no fornecimento de mercadoria com prestação de serviço:
a) não compreendido na competência tributária dos municípios;
STJ - - Súmula 166. Não constitui fato gerador do ICMS o simples deslocamento de mercadoria de um para outro estabelecimento do mesmo contribuinte.
BASE DE CÁLCULO
 	A questão relativa à base do ICMS vem minuciosamente regulada nos art. 4º a 20 do Convênio ICM nº 66/88. 
A base de cálculo do ICMS é o valor da operação ou do serviço, aí incluídos os juros, seguros e demais importâncias debitadas ou cobradas do destinatário das mercadorias ou usuários dos serviços. 
 	Não integram a base o imposto sobre vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos e o IPI, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado a industrialização, ou comercialização, configurar fato gerador de ambos os impostos (ICMS E IPI).
SUJEITO PASSIVO
 	O convênio ICM nº 66/88 define como contribuinte do imposto qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize operação de circulação de mercadoria ou prestação de serviços descrita como fato gerador. 
 	Inclui-se entre os contribuintes as cooperativas, as sociedades civis de fins econômicos, as sociedades civis de fins não-econômicos que explorem estabelecimento de extração de substância mineral ou fóssil, de produção agropecuária, industrial ou que comercialize mercadorias para esse fim adquiridas ou produzidas, os órgãos da Administração Pública direta e indireta e as concessionárias ou permissionárias de serviços públicos de transportes, de comunicação e de energia elétrica.
ALÍQUOTAS
 	Outro ponto importantíssimo diz respeito à forma de cálculo do imposto, que é o relativo às alíquotas. 
 	Enquanto as alíquotas do ICM deviam ser uniformes para todas as mercadorias nas operações internas e interestaduais, a Constituição Federal em vigor estatui que o ICMS poderá ser seletivo em função da essencialidade das mercadorias e serviços, competindo ao Senado Federal, mediante resolução de iniciativa do Presidente da República ou de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta dos seus membros, estabelecer as alíquotas aplicáveis às operações e prestações interestaduais e de exportação.
COMPARAÇÃO COM A LEI 2657/96
Art. 14 - A alíquota do imposto é:
I - em operação ou prestação interna: 18% (dezoito por cento);
 II - em operação ou prestação interestadual que destine bem ou serviço a consumidor final não contribuinte: 18% (dezoito por cento);
III - em operação ou prestação interestadual quando o destinatário for contribuinte do imposto localizado:
 III – em operação ou prestação interestadual quando o destinatário, contribuinte ou não do imposto, estiver localizado:
a) nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e no Estado do Espírito Santo: 7% (sete por cento);
b) nas demais regiões: 12% (doze por cento);
IV - em operação de importação, na prestação de serviço que se inicie no exterior ou quando o serviço seja prestado no exterior: 18% (dezoito por cento);
 IV - em operação de importação, na prestação de serviço que se inicie no exterior ou quando o serviço seja prestado no exterior: 15% (quinze por cento);
 IV - em operação de importação, na prestação de serviço que se inicie no exterior ou quando o serviço seja prestado no exterior: 16% (dezesseis por cento);
a) - Quando a operação de importação for realizada através do Aeroporto Internacional Tom Jobim a alíquota será de 13% (treze por cento).
PERCETUAL EM MÉDIA 26% NO ESTADO RIO DE JANEIRO
 		Redução da base de cálculo do ICMS nas operações internas com as seguintes mercadorias, de tal forma que a incidência do imposto resulte no percentual de 7%:
a) feijão;
b) arroz;c) açúcar refinado e cristal;
d) leite líquido ou em pó;
e) café torrado ou moído;
f) sal de cozinha;
g) gado, frango e galinha, bem como os produtos comestíveis resultantes de sua matança, em estado natural, resfriado ou congelado;
h) pão francês de até 200g;
i) óleo de soja; 
j) farinha de mandioca;
l) farinha de trigo, inclusive pré-mistura destinada exclusivamente à fabricação de pães;
m) massa de macarrão desidratada;
n) sardinha em lata;
o) salsicha, lingüiça e mortadela;
p) charque;
q) pescado, com exceção de crustáceos, salmão, bacalhau e moluscos (exceto mexilhão);
r) alho;
s) margarina vegetal, exceto creme vegetal, acondicionada em embalagem de até 500g; e
t) fubá de milho.
ISENÇÃO E DEMAIS BENEFÍCIOS
 	As isenções, os incentivos e demais benefícios fiscais só podem ser concedidos e revogados pelos Estados mediante convênios celebrados segundo o disposto em lei complementar. É o que estabelece o inciso XII, g, do § 2º do art. 155 da Carta Magna. A celebração destes convênios é disciplinada pela Lei Complementar nº 24, de 07 de janeiro de 1975.
DIFERIMENTO DO IMPOSTO
 	É o não recolhimento do ICMS em determinada operação, ficando adiado para etapa posterior. 
 	Por essa técnica, o pagamento do imposto incidente sobre a saída de determinada mercadoria (no caso do ICMS) é transferido para etapas posteriores de sua circulação. 
Exemplo: o imposto incidente nas sucessivas saídas de papel usado e de aparas de papel, sucata de metais, saca de vidro, retalho, fragmento e resídua de plástico, de borracha ou de tecido, promovido por quaisquer estabelecimentos, deve ser recolhido pelo contribuinte que realizar operação de circulação de mercadoria fabricada com esses insumos, ou que os remeter para outro Estado, para o Distrito Federal ou para o exterior (art. 8º, VII, da Lei estadual nº 6.374, de 01-03-1989).
ICMS – AUTENTICAÇÃO DE LIVROS COMERCIAIS
 	A autenticação de livros comerciais deixou de ser efetuada pela Secretaria de Estado de Fazenda desde 30 de dezembro de 2009, em decorrência da Resolução Conjunta SEFAZ/SEDEIS nº 90/09. Informações sobre locais e procedimentos para a autenticação de livros comerciais devem ser buscadas na JUCERJA.
Autorização para Impressão de Documentos Fiscais (AIDF)
 	A Autorização para Impressão de Documentos Fiscais (AIDF) deve ser apresentada na repartição fiscal de circunscrição do estabelecimento, instruída com:
1- formulário Autorização para Impressão de Documentos Fiscais (AIDF);
2- leiaute, em 3 (três) vias, do documento a ser impresso;
3- comprovante de pagamento da Taxa de Serviços Estaduais;
4 – os livros fiscais Registro de Utilização de Documentos Fiscais e Termos de Ocorrências (RUDFTO), Registro de Apuração do ICMS (RAICMS) e os comprovantes de recolhimento do ICMS.
LEGISLAÇÃO PERTINENTE
Decreto n. 27.427/00 – Regulamento do ICMS (artigos 7º a 12 do Livro VI)
Decreto-lei n. 5/75 – artigo 107
Lei Estadual n. 5.147/07	
CONVÊNIO ICMS 128/94 – CESTA BÁSICA
 	O Convênio ICMS 128/94, de 20 de outubro de 1994, autorizou as unidades federadas a estabelecer carga tributária mínima de 7% (sete por cento) do ICMS nas saídas internas de mercadorias que compõem a cesta básica. 
 	A Lei n. 3.188/99, em seu artigo 4º, isentou do ICMS as operações de saída de produtos que compõem a cesta básica promovida por estabelecimentos varejistas diretamente ao consumidor. 
O Decreto 32.161/2002 concedeu:
I - redução de base de cálculo do ICMS nas operações internas com as mercadorias que compõem a cesta básica, de tal forma que a incidência do imposto resulte no percentual de 7% (sete por cento).  O contribuinte deverá se creditar do imposto pela aplicação do percentual de 7% sobre o valor de entrada da mercadoria em seu estabelecimento.
 	Na hipótese de as mercadorias constantes da cesta básica serem tributadas com alíquota superior a 7% (sete por cento), será exigida a anulação proporcional do crédito, nos termos do inciso V, do artigo 37, da Lei nº 2657/96, de 26 de dezembro de 1996, por ocasião de sua entrada no estabelecimento.
 	É permitido ao estabelecimento industrial o aproveitamento integral dos créditos do ICMS relativos aos insumos utilizados na produção de mercadorias constantes da cesta básica.
ALÍQUOTA
 	Consultar a Lei 2.657/96, bem como o Decreto 27.81/2001.
Consulta Tributária
 	É facultado ao contribuinte formular consulta por escrito à Superintendência de Tributação sobre interpretação ou aplicação da legislação tributária estadual, em relação à dúvida ou circunstância relacionada à sua atividade.
 	Quem Pode Formular Consulta Tributária:
O sujeito passivo da obrigação tributária;
As entidades representativas de categorias e econômicas ou profissionais;
Os órgãos da administração pública em geral.
CRÉDITOS ACUMULADOS
Verificar o Decreto 27.427/2000 e Decreto 2.473/79.
Regulamento ICMS – RICMS
 	O Regulamento do ICMS do Rio de Janeiro está contido no Decreto 27.427/2000.
 Código Tributário Estadual
 	O Código Tributário do Rio de Janeiro foi sancionado pelo Decreto 5/75, e o ICMS pela Lei 2.657/96.
Alíquota do ICMS no Rio de Janeiro
 	O Decreto 27.815/2001 dispõe sobre a alíquota do ICMS no Rio de Janeiro, que hoje é de 20%.
CRÉDITO TRIBUTÁRIO
CRÉDITOS E COMPENSAÇÃO DO ICMS
 	O ICMS será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal.
DIMÂMICA DA COMPENSAÇÃO
 	Para a compensação do ICMS, é assegurado ao sujeito passivo o direito de creditar-se do imposto anteriormente cobrado em operações de que tenha resultado a entrada de mercadoria, real ou simbólica, no estabelecimento, inclusive a destinada ao ativo permanente, ou o recebimento de serviços de transporte interestadual e intermunicipal ou de comunicação, dentro das normas aplicáveis e regulamentares.
O SISTEMA
 	É conhecido como “débito x crédito”.
 	Abate-se do montante devido pelo contribuinte o valor pago por ele em etapas anteriores, em suas compras de bens ou serviços já tributados pelo imposto. 
 	A terminologia utilizada é "compensação do imposto".
 	O crédito do ICMS advém do direito de abater das respectivas saídas o imposto pago na aquisição de produtos e mercadorias e serviços.
 	O montante do crédito corresponde ao valor a ser abatido do respectivo débito do imposto. Caso o crédito seja maior que o débito, denomina-se "crédito acumulado".
ACOMPANHAMENTO
 	É importante o acompanhamento sistemático de tais créditos, visando otimizá-los e reduzir, de forma legal, o montante do ICMS a pagar.
Exemplo: 
 	Total do ICMS devido pelo sujeito passivo: R$ 50.000,00
Valor do imposto anteriormente cobrado, decorrentes de entradas de mercadorias R$ 10.000,00.
Valor do ICMS a pagar: R$ 50.000,00 – R$ 10.000,00 = R$ 40.000,00
SALDOS CREDORES ACUMULADOS
 	Por estabelecimentos que realizem operações e prestações de exportações para o exterior podem ser, na proporção que estas saídas representem do total das saídas realizadas pelo estabelecimento:
 I - imputados pelo sujeito passivo a qualquer estabelecimento seu no Estado;
 II - havendo saldo remanescente, transferidos pelo sujeito passivo a outros contribuintes do mesmo Estado, mediante a emissão pela autoridade competente de documento que reconheça o crédito.
Base: Lei Complementar 87/1996.
Constituição Estadual do Rio de Janeiro
 	O livro VI da Constituição do Estado do Rio de Janeiro trata da tributação e do orçamento já no artigo 192, e a competência estadual para tributar está a partir do artigo 199 da Constituição Estadual do Rio de Janeiro.
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