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DD2_Resgate de Fauna (Texto Referência)

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29Ponto de Vista Natureza & Conservação - vol. 4 - nº1 - Abril 2006 - pp. 29-38
Hidrelétricas, Ecologia Comportamental, Resgate de Fauna: uma Falácia
Hidrelétricas, Ecologia Comportamental,
Resgate de Fauna: uma Falácia1
Marcos Rodrigues, Dr2
• Laboratório de Ornitologia, Departamento de Zoologia, ICB, Universidade Federal
de Minas Gerais
RESUMO
O resgate de fauna é um procedimento amplamente utilizado no Brasil durante o enchimento dos
reservatórios de usinas hidrelétricas. Apesar de largamente divulgado pela mídia e aceito pela
maioria dos leigos como uma “boa ação” de conservação da natureza, poucos estudos avaliaram o
real impacto dessa translocação de fauna. O meu objetivo aqui é mostrar que tal procedimento é
inadequado, pois desestabiliza ecologicamente ainda mais as áreas adjacentes onde os animais são
liberados. A maioria das espécies resgatadas é de vertebrados tetrápodas. Muitos desses animais
são soltos em áreas vizinhas à represa, em hábitats semelhantes, onde não haverá o alagamento.
Neste artigo, pretendo abordar apenas um aspecto da vida desses animais resgatados, que não é
levado em conta em tais empreitadas, que é a territorialidade. O estudo da territorialidade pode
ser dividido em três categorias: (1) a evolução e a função da territorialidade; (2) os mecanismos de
manutenção do território; e (3) as conseqüências desse comportamento para a regulação da
população. São apresentados dois modelos teóricos e testes empíricos destas três categorias acima.
A partir disso, pode-se concluir que o destino da maioria dos indivíduos resgatados e
transportados a hábitats não familiares a eles é a morte. E, para aqueles poucos que conseguem
sobreviver, a conseqüência é a desestabilização ecológica da vizinhança. Os projetos de resgate de
fauna, então, não passam de uma falácia ou uma medida não científica para amenizar, perante a
opinião pública, o impacto ecológico do enchimento de uma represa. Uma das sugestões é que
todos os animais apreendidos em projetos de resgate de fauna sejam coletados e depositados em
instituições de pesquisa. Esse procedimento seria possivelmente mais barato e traria maior retorno
à sociedade.
Palavras-chave: Territorialidade, ecologia de populações, ‘distribuição ideal livre’, translocação,
introdução de espécies.
1 Enviado originalmente em português
2 ornito@icb.ufmg.br
INTRODUÇÃO
Uma das principais “condicionantes ambien-
tais” solicitadas pelo licenciamento de uma
usina hidrelétrica é que haja, durante o enchi-
mento da represa, o resgate de fauna. Isto é, à
medida que a água começa a subir, deve ha-
ver um pessoal capacitado a resgatar exem-
plares da fauna, que porventura não consi-
gam migrar naturalmente para outras áreas
não alagáveis, e levá-los a áreas adjacentes,
30Ponto de Vista Natureza & Conservação - vol. 4 - nº1 - Abril 2006 - pp. 29-38
Marcos Rodrigues
mamíferos. Esses animais são levados então a
um centro de “reabilitação”, onde são trata-
dos e eventualmente curados de ferimentos.
Após esse período, muitos são soltos em áre-
as vizinhas à represa, em hábitats semelhan-
tes, onde não haverá o alagamento.
Trata-se de um trabalho de campo relativa-
mente pesado e é geralmente feito por jovens
recém-formados, dispostos a receber baixos
salários. Essa é uma atividade que gera em-
pregos para a massa de biólogos e veterinári-
os que são formados aos milhares todo ano
neste país. Esses jovens são contratados por
empresas de ‘consultoria ambiental’, algumas
já especializadas na atividade, geralmente
terceirizadas pela companhia energética ou
pelo consórcio de companhias responsável
pela implantação da usina hidrelétrica.
Neste artigo, pretendo abordar apenas um as-
pecto da vida desses animais resgatados, que
não é levado em conta em tais empreitadas,
que é a territorialidade. É necessário primei-
ramente que entendamos a teoria e alguns
conceitos para depois compreender que a sol-
tura indiscriminada de animais é ecologica-
mente incorreta e economicamente onerosa.
TERRITORIALIDADE
Território é um termo em ecologia que desig-
na qualquer área defendida por um indiví-
duo (Noble, 1930). Outras definições também
são usadas, como a ‘de uma área exclusiva’
ocupada por um indivíduo (Schoener 1968).
A territorialidade é observada quando o espa-
çamento entre indivíduos ou grupos de indi-
víduos de uma mesma espécie é maior do que
aquele que seria esperado se a ocupação se
desse de forma aleatória em hábitats propíci-
os (Davies, 1978).
A maioria dos animais vertebrados tetrápodas
(anfíbios, répteis, aves e mamíferos) apresenta
um grau de territorialidade em pelo menos
uma fase do ciclo de vida (veja exemplos em
Pough et al., 1999). Para efeito de didática,
onde talvez tenham mais sorte. Apesar de
amplamente divulgado pela mídia e aceito
pela maioria dos leigos como uma “boa ação”
de conservação da natureza, poucos estudos
avaliaram o real impacto dessa translocação
de fauna.
O meu objetivo aqui é mostrar que tal proce-
dimento é inadequado, uma falácia, que além
de onerar o contribuinte, desestabiliza ecolo-
gicamente ainda mais as áreas adjacentes
onde tais exemplares são liberados. Para isso
vou usar elementos da teoria da ‘ecologia
comportamental’ (Krebs & Davies, 1993),
uma disciplina ainda pouco difundida no
Brasil, principalmente nos cursos de gradua-
ção das faculdades das áreas ambientais. Os
exemplos aqui mostrados serão relativos à
avifauna, devido ao grande acúmulo de in-
formações sobre a história de vida e ecologia
desses animais.
QUAIS SÃO OS ANIMAIS 
RESGATADOS E QUEM OS RESGATA
O resgate de fauna é uma atividade freqüente
nos últimos anos, feita principalmente por bi-
ólogos e veterinários. As ocasiões para que a
fauna seja resgatada são as mais diversas pos-
síveis, mas é no enchimento dos reservatórios
das futuras usinas hidrelétricas que tal traba-
lho é solicitado como forma de “compensação
ambiental” pelos danos ecológicos causados
pela empreitada.
O que acontece na prática é que, durante o en-
chimento do reservatório, ao longo de dias
e/ou semanas, os “resgatadores” circulam
pela área a ser alagada e capturam os animais
que se encontram em situação de risco como,
por exemplo, aqueles ilhados na copa de uma
árvore que será submersa, ou aqueles que es-
tão fugindo para locais que serão invariavel-
mente alagados. A maioria das espécies ani-
mais resgatadas é de vertebrados tetrápodas,
como lagartos, serpentes, sapos, mamíferos e
até aves. Em geral, répteis (principalmente
calangos) dominam os resgates, seguidos por
31Ponto de Vista Natureza & Conservação - vol. 4 - nº1 - Abril 2006 - pp. 29-38
Hidrelétricas, Ecologia Comportamental, Resgate de Fauna: uma Falácia
concentrar-me-ei no comportamento territori-
al das aves, que formam um dos grupos de es-
pécies e indivíduos (filhotes ainda no ninho
ou jovens ainda dependentes de cuidado pa-
rental) resgatados durante o represamento
das águas que irão abastecer a usina. Além
disso, é um grupo de animais cujo comporta-
mento territorial tem sido extensivamente es-
tudado (veja exemplos em Alcock, 2001).
O estudo da territorialidade pode ser dividido
em três categorias: (1) a evolução e função da
territorialidade; (2) os mecanismos de manu-
tenção do território; e (3) as conseqüências des-
se comportamento para a regulação da popu-
lação (Perrins & Birkhead, 1983). As três cate-
gorias estão interligadas, e por isso precisam
ser analisadas porque formam o embasamento
teórico para o argumento central deste artigo.
Evolução e função da territorialidade
Um comportamento só terá chance de perma-
necer nos indivíduos de uma população se ele
passar à geração seguinte e, portanto, for he-
reditário, ou se houver transmissão cultural,
como em falconiformes (águias, gaviões e fal-
cões) que possuem locais tradicionais de caça
(F. Olmos, comunicação pessoal) e psitacíde-
os, comlocais de forrageamento tradicionais
(veja exemplos em Galetti & Pizo, 2002). A he-
reditariedade dos inúmeros comportamentos
observados na natureza é um fato bem conhe-
cido dos biólogos (veja excelentes revisões em
Dawkins, 1989 e Alcock, 2001).
Se a posse de território confere algum tipo de
vantagem ao seu detentor, isto significa que
os indivíduos territorialistas tenderão a dei-
xar mais descendentes do que aqueles que
não defendem territórios. Essa relação tem
sido verificada de artrópodes (Zeh, 1997) a
elefantes-marinhos (Haley et al., 1994). Em
muitas aves, tem sido observado que machos
não-territoriais não se reproduzem ou, quan-
do o fazem, geram um menor número de des-
cendentes em comparação a machos territori-
ais (Dhondt & Schillemans, 1983). Em ecolo-
gia comportamental, diz-se que indivíduos
territoriais terão maior aptidão (do inglês, fit-
ness). Aptidão é uma medida dos genes que
um indivíduo deixa na geração seguinte e ge-
ralmente é calculada em termos do número
de descendentes que sobrevivem até a idade
madura e se reproduzem (Alcock, 2001).
Um padrão de espaçamento regular entre in-
divíduos ou grupos de indivíduos implica
que estes estão defendendo um recurso, pois,
de outra maneira, o padrão de espaçamento
seria aleatório. Um padrão aleatório é espera-
do se os recursos são superabundantes, pois
não seria necessário gastar energia para de-
fendê-lo. O benefício da territorialidade apa-
rece quando o proprietário tem uma área com
mais recursos, ou com recursos de melhor
qualidade. Os principais recursos que as aves
defendem são: alimento (Gill & Wolf, 1975);
locais de nidificação (Hatchwell et al., 1999,
Rodrigues & Rocha, 2003); parceiros sexuais
(Anderson, 1982). A competição entre indiví-
duos é, portanto um dos principais fatores
para a evolução da territorialidade.
Entretanto, existem custos associados à defe-
sa do território. A manutenção do território
geralmente se dá por patrulhamento e agres-
são (veja a seção seguinte), atividades que de-
mandam muita energia e tempo, além do ris-
co da exposição à predação e de eventuais
machucados advindos das brigas, sem contar
o próprio risco de morte. Portanto, espera-se
que as aves defendam um território apenas se
os benefícios forem superiores aos custos.
A idéia do balanço entre custos e benefícios
foi primeiramente apresentada no ‘modelo
econômico da defesa’ (Brown, 1964). Segundo
o modelo (FIGURA 1), à medida que o tama-
nho do território a ser defendido aumenta,
custos e benefícios também aumentam. Os
benefícios (por exemplo, quantidade de ali-
mento ou de locais para nidificação) aumen-
tam inicialmente, mas tendem a diminuir à
medida que o território excede as necessida-
des da ave. Os custos (por exemplo, energia
gasta em patrulhamento) continuam a cres-
cer. Assim, o território deverá ser defendido
somente quando os benefícios se sobrepuse-
rem aos custos. Eventualmente existirá um
32Ponto de Vista Natureza & Conservação - vol. 4 - nº1 - Abril 2006 - pp. 29-38
Marcos Rodrigues
ponto em que o tamanho do território será
ótimo, ou seja, quando a diferença entre cus-
tos e benefícios for maior.
FIGURA 1. ‘Modelo econômico da defesa’ de Brown
(1969). Custos e benefícios aumentam conforme o tama-
nho do território. Os benefícios atingem um patamar, en-
quanto os custos tendem a aumentar. O território deverá
ser defendido apenas entre A e B, atingindo um tamanho
ótimo quando os benefícios forem maiores que os custos,
em X (fonte: Davies 1978 e Perrins & Birkhead 1983).
O modelo de Brown foi testado na natureza
por diversos pesquisadores e com vários tá-
xons (Gill & Wolf, 1975; Carpenter & Macmil-
len, 1976; Davies 1980, Davies & Houston;
1981; Stamps, 1994). A partir desses testes
pôde-se observar como a territorialidade afe-
ta a aptidão dos indivíduos.
No caso em que os recursos são o alimento,
Gill & Wolf (1975) desenvolveram um enge-
nhoso experimento com o qual testaram o
modelo de Brown. Eles conseguiram medir,
em condições naturais, o ganho energético de
indivíduos de sunbirds (pássaros africanos
análogos aos beija-flores do continente ameri-
cano). Essas aves defendem territórios fora da
época reprodutiva e se alimentam principal-
mente de néctar de flores. Os indivíduos que
defendiam arbustos com flores, afugentando
eventuais invasores, acabavam tendo acesso
exclusivo às flores daqueles arbustos. As flo-
res desses arbustos defendidos permaneciam
com mais reservas de néctar do que os arbus-
tos não defendidos. Os pesquisadores calcu-
laram (1) o tempo em que os sunbirds usa-
vam para atividades diárias, tais como o des-
canso, o forrageamento e a defesa territorial;
(2) o custo energético de cada uma dessas ati-
vidades (em calorias/hora); e (3) a energia
disponibilizada pelo néctar. Foi verificado
que, quando as flores continham 1µl de néc-
tar, as aves deveriam levar cerca de oito horas
por dia para obter a energia calórica necessá-
ria. Com 2 µl/flor, as aves necessitariam de 4
horas por dia e, com 3 µl, uma ave precisaria
de 2,7 horas por dia de forrageamento. As
aves territorialistas não deixavam que nenhu-
ma outra usasse o néctar das flores do seu ter-
ritório e, assim, o nível de néctar em suas flo-
res crescia para até 3 µl/flor. Essa ave econo-
mizaria 1,3 hora por dia de tempo para o for-
rageio. Defendendo um território, os sunbirds
podem ter um pequeno lucro energético por
dia, que pode ser revertido em outras ativida-
des como, por exemplo, a reprodutiva. Isso
aumenta a aptidão do indivíduo, pois se sabe
que fêmeas de muitas espécies de aves esco-
lhem se acasalar com machos, baseadas no ta-
manho e/ou na qualidade do seu território
(Alatalo et al. 1986, Rodrigues 1996).
Como o território é mantido
A manutenção do território geralmente se dá
por patrulhamento e agressão, que são ativida-
des que demandam tempo e energia. Para se
ter uma idéia, um peixe-cirurgião que habita
os corais das ilhas Samoa persegue seus rivais
1.900 vezes por dia em média (Craig, 1996).
A maioria das aves usa dois tipos de sinais
para fazer o patrulhamento do território: si-
nais visuais ou auditivos. Entre os sinais visu-
ais estão, por exemplo, a coloração de certas
partes da plumagem de uma ave, enquanto,
entre os sinais auditivos, pode-se citar o can-
to. Muitas espécies usam ambos os sinais,
como demonstrado para o pássaro-preto-de-
asa-vermelha na América do Norte, Agelaius
phoenicius. Foi descoberto que os machos des-
sas aves, submetidos a uma operação pela
qual os nervos de suas siringes (órgão vocal
das aves) eram suprimidos, não conseguiam
A X B
Benefícios
Custos
Tamanho do território (área)
C
us
to
s 
e 
B
en
ef
íc
io
s
33Ponto de Vista Natureza & Conservação - vol. 4 - nº1 - Abril 2006 - pp. 29-38
Hidrelétricas, Ecologia Comportamental, Resgate de Fauna: uma Falácia
manter territórios e atrair fêmeas. Num outro
experimento, os machos que tiveram pintadas
de negro suas asas vermelhas também foram
pouco capazes de atrair parceiras (Peek, 1972). 
Há numerosos outros experimentos que evi-
denciam que o canto das aves (taxas de pro-
dução e/ou tamanho do repertório) está dire-
tamente relacionado à aquisição e a manuten-
ção do território (Krebs, 1977; Falls, 1978; Ro-
drigues, 1998a) e à aquisição de parceiros se-
xuais (Searcy & Anderson, 1986).
Outro aspecto demonstrado é a tendência de
que o detentor do território sempre vence os
conflitos com os invasores (Davies, 1978). A
hipótese mais aceita para explicar esse fenô-
meno reside no fato de que os detentores ad-
quiriram mais experiência ao longo da vida e
estão mais bem preparados energeticamente
para a briga. Isso porque custa tempo para se
estabelecer fronteiras territoriais com os vizi-
nhos, mas, uma vez que elas estejam estabele-
cidas, há pouca disputa (Whiting, 1999). As-
sim, os detentores têm maistempo para o for-
rageio. O proprietário tem mais a perder do
que um intruso, que é geralmente um indiví-
duo satélite (veja a seguir) procurando um lo-
cal para se estabelecer (Arcese, 1987).
A manutenção de um território é uma ativida-
de que está ligada diretamente à densidade de
competidores e a estabilidade da sua vizinhan-
ça. Quanto maior o número de vizinhos não es-
tabilizados na área, ou quanto maior o número
de indivíduos satélites, mais tempo os machos
tenderão a perder com atividades tais como o
patrulhamento de território e o comportamen-
to de guarda de parceiro (Whiting, 1999; Rodri-
gues, 1998b). Portanto, aves sujeitas a maiores
taxas diárias de patrulhamento provavelmente
sofrerão diminuição de sua aptidão.
Conseqüências da territorialidade para 
o tamanho das populações
À medida que a densidade de uma população
aumenta, os tamanhos dos territórios diminu-
em, e deve existir um tamanho mínimo que
seja suficiente para suprir as necessidades de
uma ave. Vários estudos têm demonstrado
que, quando aves proprietárias de territórios
são removidas deles, seus lugares são rapida-
mente preenchidos por outros indivíduos da
mesma espécie (Krebs, 1971; Arcese, 1987). Isso
sugere que proprietários potenciais estavam
excluídos pelos proprietários de fato, e indica
que o comportamento territorial pode limitar a
densidade populacional. Esses indivíduos não
territoriais são chamados de satélites.
Um modelo gráfico desenvolvido por Brown
(1969) mostra como a territorialidade pode li-
mitar a densidade populacional (FIGURA 2).
Nesse modelo, são apresentados três níveis
de densidade populacional e três categorias
de qualidade de hábitat. O hábitat A repre-
senta aquele de maior qualidade; o B de mé-
dia qualidade; e o C de nenhuma qualidade
para a espécie, ou seja, um hábitat em que a
espécie é incapaz de se reproduzir. Quando a
densidade populacional é baixa, todos os in-
divíduos podem possuir e manter territórios
em áreas de boa qualidade. Uma vez que esse
1 2 3
Baixo Alto
Alto
Hábitat B
N
úm
er
o 
de
 te
rr
itó
rio
s 
es
ta
be
le
ci
do
s
Hábitat C
(satélites)
Hábitat A
FIGURA 2. Modelo gráfico que mostra como a territoriali-
dade pode limitar a densidade populacional. Em densida-
des baixas (nível 1), as aves se estabelecem nos melho-
res hábitats (A). Em densidades mais altas (nível 2), al-
guns indivíduos serão excluídos dos melhores hábitats e
se estabelecerão em hábitats intermediários (B). Em den-
sidades muito altas (nível 3), algumas aves terão que se
estabelecer em hábitats muito pobres (indivíduos satéli-
tes), onde não terão condições de se reproduzir (Fonte:
Brown, 1969 e Perrins & Birkhead, 1983).
34Ponto de Vista Natureza & Conservação - vol. 4 - nº1 - Abril 2006 - pp. 29-38
Marcos Rodrigues
hábitat é preenchido pelas aves e a densidade
aumenta, as aves ainda podem se estabelecer
no hábitat de média qualidade. E, quando o
hábitat B é preenchido, as aves restantes terão
que se estabelecer no hábitat C, tornando-se
indivíduos satélites, incapazes de se reprodu-
zir, portanto, com a aptidão prejudicada.
Um modelo alternativo mostra como a apti-
dão dos indivíduos de toda uma população
pode sofrer uma diminuição conforme o au-
mento da densidade (FIGURA 3). Nesse mo-
delo, há dois tipos de hábitat: o bom e o po-
bre. Na medida em que a densidade de aves
aumenta, maior será a divisão dos recursos e
cada indivíduo terá uma menor parcela no
‘bolo’. Inicialmente, os primeiros indivíduos
se estabelecerão nos hábitats bons, mas uma
vez que todos esses hábitats estejam preen-
chidos, ou no momento em que a densidade
alcance o ponto X representado na FIGURA 3,
qualquer ave ainda pode se estabelecer nos
hábitats pobres, mas ao custo de diminuição
de sua aptidão (ponto B na FIGURA 3). Esta
situação também é conhecida como ‘distribu-
ição ideal livre’ (Fretwell, 1972). ‘Ideal’ signi-
ficando que as aves se estabelecem onde elas
obtiverem a maior aptidão possível, e ‘livre’
porque elas podem se deslocar para qualquer
um dos hábitats e não são necessariamente
excluídas como aquelas do modelo de Brown,
exposto acima.
No primeiro modelo (Brown), percebe-se que
parte da população, os indivíduos satélites,
não se reproduz, enquanto no segundo mo-
delo (Fretwell) a aptidão dos indivíduos sofre
uma diminuição. Essa diminuição da aptidão
é conseqüência, por exemplo, da diminuição
do tamanho da ninhada das aves, da diminu-
ição do número de ninhada por estação re-
produtiva, da proporção reduzida de jovens
que sobrevivem até a idade adulta, e da alta
taxa de predação de ninhos (Perrins & Bir-
khead, 1983).
CONSEQÜÊNCIAS DO RESGATE 
E DAS SOLTURAS
Um dos objetivos da soltura dos animais cap-
turados pelo resgate é que eles continuem a
sobreviver, apesar de terem sido removidos
involuntariamente de seus hábitats e territóri-
os iniciais, e terem sido separados de seu gru-
po e/ou parceiros. Considerando que os ani-
mais resgatados são soltos em hábitats adja-
centes àqueles onde foram capturados, pode-
se prever uma série de acontecimentos, todos
eles desastrosos.
Os animais soltos estão invariavelmente es-
tressados. A simples manipulação de uma
ave desencadeia uma série de respostas fisio-
lógicas no seu organismo, tais como a (1) li-
beração de catecolaminas da medula adrenal;
a (2) ativação do córtex hipotálamo-adenohi-
pofise-adrenal (culminando na síntese e se-
FIGURA 3. Modelo gráfico da ‘distribuição ideal livre’. O
comportamento territorial não limita a densidade em ne-
nhum dos hábitats (bom e pobre). Em ambos os hábitats,
sua ‘apropriabilidade’ diminui com o aumento da densi-
dade populacional. Inicialmente, as aves irão se estabele-
cer em hábitats mais propícios (hábitat bom), mas, à me-
dida que a densidade aumentar, haverá um ponto (X)
onde as aves terão a mesma performance em termos de
aptidão, seja estabelecendo-se no hábitat bom a uma
densidade Y, seja no hábitat pobre a densidade Z (Fonte:
Fretwell, 1972 e Perrins & Birkhead, 1983).
A
B
Z Y
Densidade X
Hábitat pobre
Hábitat bom
H
áb
ita
t a
pr
op
ria
do
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 a
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id
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35Ponto de Vista Natureza & Conservação - vol. 4 - nº1 - Abril 2006 - pp. 29-38
Hidrelétricas, Ecologia Comportamental, Resgate de Fauna: uma Falácia
creção de glucocórtico-esteróides como a cor-
ticosterona); e a (3) secreção de citosinas das
células do sistema imune (Wingfield et al,
1997). Os efeitos de curto prazo da secreção
de corticosterona são a supressão do compor-
tamento reprodutivo, a supressão do territo-
rialismo, a promoção de migração eruptiva,
além da diminuição das taxas metabólicas
(Wingfield et al, 1997).
Há algumas alternativas de rota para esses in-
divíduos que são soltos, mas, como veremos
no final da seção, a tendência é que a maioria
morra no fim da história, pois esse indivíduo
estressado é solto em um ambiente pouco fa-
miliar, repleto de potenciais competidores
não estressados e bem adaptados aos seus ter-
ritórios.
Mortalidade por injúria
Segundo as evidências colocadas acima, o
proprietário do território quase sempre vence
uma disputa territorial (Davies, 1978). As dis-
putas se dão por sinais visuais ou sonoros e
eventualmente podem terminar em persegui-
ção e luta corporal. As lutas podem ocasionar
machucados em ambos os oponentes, mas
principalmente nos indivíduos não-territoria-
listas (Arcese, 1987). E, encontrando-se o in-
vasor em estado de estresse, é bem possível
que ocorram mortes após as lutas. Assim, es-
ses novos invasores poucas chances terão de
se estabelecer na nova área.
Estabelecimento como satélite
Os indivíduos soltos, caso sobrevivam, ainda
podem se estabelecer como indivíduos satéli-
tes, à espera de um território vago. Nesse
caso, sua aptidão tenderá a zero, pois, como
satéliteseles não têm possibilidades reprodu-
tivas. Por um lado, poderia se pensar em tais
indivíduos como um estoque populacional,
assim, à medida que os proprietários origi-
nais morrerem, haveria uma substituição pe-
los satélites. Mas não há nenhuma evidência
de que as taxas de mortalidade entre proprie-
tários e satélites sejam tendenciosas a nenhu-
ma das partes. Além disso, não podemos es-
quecer que a maioria das populações naturais
já conta com indivíduos-satélite e, quanto
maior a desestabilização de uma vizinhança,
maior o gasto energético com patrulhamento
e agressão, e conseqüentemente a diminuição
da aptidão dos proprietários.
Estabelecimento como satélite 
ou proprietário
Os indivíduos resgatados e soltos nas novas
áreas, mesmo com todos os vieses antes ex-
postos, ainda poderiam vir a se estabelecer
como satélites ou até mesmo como proprietá-
rios de territórios em hábitats de menor quali-
dade, já que os hábitats bons estariam ocupa-
dos (modelo de Fretwell). Neste caso, o ambi-
ente estaria saturado, a competição por recur-
sos aumentaria e conseqüentemente a aptidão
de todos os indivíduos estabelecidos na área
diminuiria. Esta última opção leva toda uma
população a obter taxas reprodutivas meno-
res. Não se sabe se essas taxas poderiam ser
tão baixas a ponto de inviabilizar a população
em longo prazo. Esses novos indivíduos adici-
onados à área estariam prejudicando direta-
mente a performance reprodutiva e a aptidão
dos indivíduos da população original. 
CONCLUSÃO E SUGESTÕES
Pode-se concluir, a partir do exposto, que o
destino da maioria dos indivíduos resgatados
e transportados a hábitats não familiares a
eles é a morte. E aqueles poucos que conse-
guem sobreviver terão que disputar territóri-
os, recursos e parceiros sexuais com os indiví-
duos residentes nessas áreas. Isso causa de-
sestabilização da vizinhança, maior número
de injúrias e mortes devido às lutas territori-
ais e menor aptidão para todos os indivíduos
da população.
As desvantagens para ambos, animais resi-
dentes proprietários e animais transportados
foram discutidas apenas em relação ao com-
portamento territorial das espécies, mas mui-
to mais poderia ser dito em relação a outros
36Ponto de Vista Natureza & Conservação - vol. 4 - nº1 - Abril 2006 - pp. 29-38
Marcos Rodrigues
aspectos tais como a disseminação de doen-
ças e à descaracterização genética da popula-
ção residente.
Se isso acontece, por que continuamos essa
empreitada? Os projetos de resgate de fauna
não passam de uma falácia ou uma medida
não-científica para amenizar, perante a opini-
ão pública, o impacto ecológico do enchimen-
to de uma represa. As companhias energéti-
cas, e conseqüentemente a sociedade, gastam
um bom dinheiro em uma atividade infrutífe-
ra e desnecessária.
Esse dinheiro e toda a energia para se imple-
mentar projetos de resgate de fauna poderi-
am ser usados mais inteligentemente. Uma
das minhas sugestões é que todos os animais
apreendidos em projetos de resgate de fauna
sejam coletados e depositados em instituições
de pesquisa. Um animal coletado, e devida-
mente preparado e tombado numa coleção
zoológica, é muito mais útil e importante
para a sociedade do que um animal morto
num combate territorial artificial, como visto
acima. Coleções científicas são a base do estu-
do da biodiversidade e suas numerosas face-
tas, como a ecologia, genética, biogeografia,
anatomia e evolução, para citar apenas algu-
mas (veja uma excelente revisão do tema em
Remsen, 1995). Esse procedimento seria pos-
sivelmente mais barato e traria maior retorno
à sociedade.
O governo brasileiro gasta todo ano milhões
de dólares com a formação de pesquisadores
de nível de doutorado. É nesse nível, de pós-
graduação, que a maioria dos biólogos do
Brasil encontra os conceitos da Ecologia Com-
portamental, pois tal área do conhecimento
não é contemplada em cursos de graduação.
Os ‘conselhos’, ‘comitês’ e ‘fundações’ ambi-
entais, seja no âmbito estadual ou federal, en-
tretanto, ainda não tiveram capacidade para
absorver sequer parte desse pessoal altamen-
te capacitado, devido à inércia política do sis-
tema. As empresas de ‘consultoria ambiental’
naturalmente procuram utilizar a mão-de-
obra mais barata e não qualificada para tocar
os projetos exigidos para o licenciamento am-
biental, ou seja, os recém-formados. A única
utilidade do resgate de fauna é a ampla divul-
gação na mídia, mostrando que as empresas e
as empreitadas são ‘ecologicamente corretas’,
pois mostram os animais sendo libertados. O
que poucos sabem é que os animais estão sen-
do libertados para a morte.
Mais uma vez nota-se um hiato entre o que é
produzido nas instituições de pesquisa e o
que é consolidado para resolver as questões
ambientais desse país (veja, por exemplo, Ol-
mos, 2005).
AGRADECIMENTOS
Sou grato a M. Galetti, F. Olmos, M.F. de Vas-
concelos, A. Nemésio e três revisores anôni-
mos, pela leitura e sugestões ao manuscrito
original. F. Nunes e A. Roos (CEMAVE/IBA-
MA), A. Nishida (UFPA) e H.F.P. de Araújo
pelas críticas e sugestões durante o seminário
na Universidade Federal da Paraíba. Agrade-
ço pelo apoio do CNPq (processo n.
473428/2004-0) e da ‘Fundação O Boticário de
Proteção à Natureza’ às pesquisas do Labora-
tório de Ornitologia do Departamento de Zo-
ologia da UFMG.
37Ponto de Vista Natureza & Conservação - vol. 4 - nº1 - Abril 2006 - pp. 29-38
Hidrelétricas, Ecologia Comportamental, Resgate de Fauna: uma Falácia
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