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Aspectos Antropológicos - Aulas 06 à 10 - Resumo

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ASPECTOS ANTROPOLÓGICOS E SOCIOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO. 
 
AULA 06 - A Teoria Marxista e as Práticas de Educação. 
- Na concepção de Marx, as ideias que os indivíduos incorporam, na sociedade capitalista, 
implicam numa visão imprecisa ou falsa da realidade. Isto acontece na medida em que a 
consciência que os trabalhadores constroem sobre o seu próprio modo de vida tende a ser 
profundamente influenciada pelos valores das elites burguesas. 
Numa posição diferente daquela assumida por Durkheim, Marx não percebe as 
representações coletivas como produto do conjunto da sociedade. Para ele, estas ideias — 
às quais chamou de ideologia — são o fruto de um processo de dominação, que leva as 
classes oprimidas a perceberem o mundo com as lentes de seus opressores, processo este 
denominado de alienação. 
Esta aula aborda o projeto de educação de Marx, que busca superar esta ausência de 
consciência, ou seja, um projeto que possa construir indivíduos integralmente 
desenvolvidos e emancipar os trabalhadores do seu processo de alienação. 
- Na concepção marxista, a partir da lógica do pensamento dialético, haveria uma 
reciprocidade de influências entre a consciência e as condições materiais da vida em 
sociedade. 
Individuo - Por um lado, o mundo das ideias é influenciado de forma determinante pela 
realidade material. 
Meio social - Por outro lado, esta mesma base material da sociedade pode ser 
transformada pela ação consciente dos indivíduos. 
A particularidade da concepção de Marx está no fato de ele perceber este grande conjunto 
das ideias representado pelos valores e crenças predominantes, no caso da sociedade 
capitalista, como o fruto de um processo de dominação das elites burguesas. Como 
consequência, por terem perdido o controle sobre a organização da produção, os 
trabalhadores teriam perdido, também, a possibilidade de construir uma visão adequada 
sobre a sua própria realidade. Eles perceberiam o mundo a partir dos valores da burguesia, 
como se esta fosse a única forma possível de trabalhar e viver. 
Burguesia x Proletariado - Segundo Marx, no capitalismo existem os burgueses, 
proprietários dos meios de produção e aqueles que vendem o único bem que possuem, ou 
seja, a sua força de trabalho, em troca do pagamento de salário. Estes seriam os 
proletários, classe que representaria a maioria da sociedade. Para eles, o modo de vida 
estabelecido na sociedade capitalista parece algo natural. É como se trabalhar em troca de 
um salário fosse uma espécie modo de vida que sempre existiu e sempre existirá. 
- Um conceito fundamental, na concepção marxista, é o de alienação. O trabalho na 
sociedade capitalista é considerado como algo sobre o qual o próprio trabalhador não 
possui nenhum controle. Ou seja, um operário numa determinada linha de montagem 
executa muito bem a sua função, por exemplo, encaixar amortecedores na carroceria do 
veículo, sem ter a menor ideia sobre o procedimento para construir, de modo completo, 
um automóvel. Este saber lhe foi expropriado num processo histórico, juntamente com os 
meios de produção. Este mecanismo é definido por Marx como alienação. 
- A organização do trabalho social na sociedade capitalista, segundo Marx, possuiria, 
portanto, uma considerável diferença em relação ao que era feito na sociedade feudal. 
- Naquele período, em que predominavam as oficinas artesanais nas vilas e pequenas 
cidades, o Mestre Artesão era ao mesmo tempo executor e organizador do processo 
produtivo. 
* Processo produtivo - Por exemplo, numa oficina de sapateiros, caberia a ele a compra da 
matéria prima, o planejamento dos modelos a serem fabricados, o corte do couro, a 
costura, o acabamento final e a própria venda do produto, ou seja, ele era responsável por 
todas as etapas do processo produtivo. 
- Essa situação difere profundamente daquela presente na sociedade capitalista, na qual o 
dono da fábrica, que organiza e planeja a produção, não é quem executa o trabalho. 
* Executa o trabalho - Por exemplo, não vemos os executivos das grandes montadoras de 
automóveis encaixando as peças dos veículos na linha de montagem. 
- No modelo civilizatório marcado pela presença do capitalismo, a fragmentação das 
atividades profissionais é a marca registrada. A divisão entre aqueles que realizam 
trabalhos exclusivamente intelectuais e a grande maioria que executa tarefas manuais e 
repetitivas, sem a exigência de uma elaboração mais complexa é, de fato, a regra. 
- Marx considerava esta situação, além de injusta, a causa de todo o processo de alienação 
presente na sociedade de sua época, a Europa do século XIX. 
Para resolver este problema, além da ação de conscientização das massas pelos 
integrantes do partido comunista (que ele considerava o partido revolucionário da causa 
dos trabalhadores) Marx imaginou um projeto de educação que pudesse compensar estas 
diferenças. 
- Marx e Engels percebiam as práticas de educação escolar como uma importante 
ferramenta que poderia ser utilizada, tanto para perpetuar o processo de alienação e de 
dominação existente na sociedade capitalista, quanto para emancipar os trabalhadores 
desta realidade. 
É fundamental que você procure deslocar o pensamento para o século XIX e tente imaginar 
como viviam as pessoas nas cidades industriais naquele momento, para poder entender o 
raciocínio de Marx com relação ao seu projeto educacional. 
- Em algumas citações de O Capital, sua obra mais importante, Marx relata algumas visitas 
a escolas localizadas em cidades na Inglaterra, cujas condições de ensino eram tão 
precárias, que só poderiam servir como espécie de engodo, para a nova legislação inglesa 
de 1844, que determinava que as crianças ao serem contratadas pelas fábricas deveriam 
estar devidamente matriculadas em algum estabelecimento de ensino. 
- Projeto Educacional de Marx - Sugerido para solucionar o problema educacional, o projeto 
de Marx certamente seria alvo de certa estranheza nos dias atuais. Para ele: 
* as escolas deveriam formar indivíduos integralmente desenvolvidos, isto é, que ao longo 
da sua formação dividissem seu tempo entre o trabalho manual, as atividades intelectuais 
e o lazer; 
* as crianças de até 12 anos deveriam passar ao menos 2 horas por dia trabalhando de 
modo a combinar o trabalho braçal com prática intelectual. Esta jornada de trabalho 
associada à educação deveria ser elevada até um período de 6 horas por dia, quando a 
criança completasse 16 anos. 
Projeto Educacional de Marx = Educação Intelectual + Educação Profissional + Educação 
Física. 
- Para Marx era fundamental que todos os indivíduos combinassem educação intelectual, 
educação profissional e educação física, na sua formação. Só assim, todos se tornariam 
indivíduos integralmente desenvolvidos, capazes de desenvolver diferentes tarefas e 
atividades sociais. Ele considerava injusto que alguns indivíduos trabalhassem apenas com 
a mente, desenvolvendo seu intelecto, enquanto outros passassem toda a vida presos a 
atividades manuais repetitivas e embrutecedoras, no que se refere ao espírito humano. 
Mesmo para os membros da burguesia, a educação fragmentada era considerada por Marx 
como prejudicial, na medida em que o indivíduo se via desprovido daquilo que ele 
considerava como conhecimento tecnológico. 
- É importante ressaltar que este projeto de educação sugerido pela teoria marxista se 
apresentava para a realidade europeia no século XIX. Neste momento o acesso a escola, 
mesmo num sentido tradicional, era restrito a um pequeno número de crianças originárias 
das classes mais favorecidas. 
- Além disso, a possibilidade de automação do processo produtivo como conhecemos hoje, 
era algo inconcebível em termos tecnológicos. Sendo assim, na visão de Marx, a ideia de 
que todos pudessem, ao longo de seu dia, compartilhar todas as funções existentes na 
sociedade, tanto as maisenaltecedoras quanto as mais laboriosas, se apresentava como a 
alternativa mais justa. 
EXERCÌCIOS: 
1. 
Qual o significado do conceito de alienação para Marx? 
 1) Processo histórico no qual o saber foi expropriado do trabalhador juntamente com os meios de produção. 
 2) Processo histórico no qual apenas o saber foi expropriado do trabalhador. 
 3) Processo histórico no qual os meios de produção, e apenas esses, foram expropriados do trabalhador. 
 4) Processo histórico no qual o trabalhador se torna autônomo, independente e transformador. 
2. 
Qual é a principal ligação entre educação e alienação? 
 1) a educação na sociedade capitalista, ao preparar as classes dominantes para a concepção das tarefas e as classes 
dominadas para a execução das tarefas, elimina qualquer sinal de alienação. 
 2) a educação na sociedade capitalista prepara tanto os membros das classes dominantes, como os membros das classes 
dominadas para as mesmas tarefas, não colaborando para a alienação de nenhuma dessas classes. 
 3) a educação, na sociedade capitalista, ao separar a concepção e a execução do trabalho, é uma das formas de 
reproduzir a alienação. 
 4) a alienação nada tem a ver com a educação porque é um processo que diz respeito, única e exclusivamente, à 
questão do trabalho. 
3. 
Como poderia ser caracterizado o projeto da educação ideal para Marx? 
 1) pela combinação de educação profissional, educação intelectual e educação física. 
 2) pelo ensino de trabalhos braçais aos filhos das classes dominantes e de trabalhos intelectuais aos filhos das classes 
dominadas. 
 3) pelo ensino de trabalhos braçais aos filhos das classes dominadas e de trabalhos intelectuais aos filhos das classes 
dominantes. 
 4) pela combinação de educação profissional e educação física para todos, abolindo a educação intelectual. 
 
AULA 07 - A Sociologia de Max Weber. 
O sociólogo Max Weber parte do princípio de que a sociedade não é apenas algo exterior 
aos indivíduos. Ao contrário, ela seria o resultado de uma imensa rede de interações entre 
os seus membros. 
Para analisar esta rede de relações não basta observá-la de modo distante, é necessário se 
aproximar, interagir e, a partir daí, assimilar os diferentes tipos de racionalidade que 
motivam as ações sociais. 
Esta compreensão do sentido subjetivo das ações dos indivíduos que se relacionam com os 
demais membros da sociedade ou grupo é a base da sociologia weberiana, que será 
abordada nesta aula. 
Um importante conceito que é a base a partir da qual a sociologia weberiana pode ser 
estruturada é o conceito de ação social. 
* Ação social, segundo Weber, é todo tipo de conduta humana relacionada a outros 
indivíduos e dotada de um sentido subjetivamente elaborado. 
- Para Weber, a sociedade não seria um organismo com uma espécie de 
complementaridade entre as suas partes, como postulava Durkheim, nem tampouco uma 
espécie de prisão para as classes menos favorecidas, como imaginava Marx. 
Para ele, a sociedade se apresentava como uma grande teia formada por diversos tipos de 
ações sociais. A identificação do sentido subjetivo dessas ações, ou seja, do tipo de 
racionalidade que as motiva e que leva a este ou àquele comportamento é o que define a 
sociologia weberiana como compreensiva. 
- De um modo diferente daquele empregado por seus contemporâneos, Weber rompe de 
forma mais sistemática com o cientificismo de influência positivista, muito presente nas 
obras de pensadores do século XIX, como Émile Durkheim. 
- Na opinião de Weber, as ciências sociais, definidas por ele como ciências da cultura, são 
disciplinas cujas diretrizes metodológicas e teóricas são profundamente influenciadas pelo 
ponto de vista do investigador, ou seja, ao se produzir conhecimento científico, ou se 
relacionar com ele é de grande relevância se levar em consideração os valores presentes 
na personalidade do cientista ou pesquisador. 
Neste sentido, não existiria um espécie de ciência neutra, sendo o próprio foco da pesquisa 
estabelecido em sintonia com os valores morais, políticos ou religiosos de quem desenvolve 
o trabalho. 
- Um traço marcante do pensamento weberiano é a sua ruptura radical com a lógica do 
cientificismo positivista. Auguste Comte definia a sociologia como a física social. Segundo 
ele, a lógica de pesquisa desta disciplina seria destinada a conhecer os processos sociais, 
para poder prever os seus desdobramentos. 
Ao contrário, Weber, ao perceber a sociedade como uma teia constantemente renovada de 
ações sociais, afirma ser esta realidade hipoteticamente infinita e que apenas um 
fragmento de cada vez pode ser objeto de conhecimento sistematizado, no sentido da 
pesquisa científica. 
Para a sociologia weberiana a sociedade concebida como esta totalidade, ou um “todo” 
monolítico seria algo absolutamente incompreensível “pela simples razão de que este todo 
reside na interação entre as partes e não é possível conhecer todas elas ao mesmo tempo, 
porque são muitas e porque se renovam a cada dia.” (Rodrigues, 2006: p. 61). 
É na simples escolha de uma das partes deste todo, para ser estudada, que se encontram 
envolvidos os valores do pesquisador. 
A escolha de um caminho para a pesquisa envolve um tipo de racionalidade e, 
consequentemente, também se caracteriza como uma ação social. 
 - Com o objetivo de qualificar estas ações sociais, Weber desenvolve o conceito de tipos 
puros ou tipos ideais, sabendo que estas construções não espelhariam de forma fiel a 
realidade. Elas se apresentariam como pontos de referência, a partir dos quais seria 
possível se estabelecer níveis de comparação com o mundo concreto, funcionando, na 
prática, como um importante método de investigação para as ciências sociais. 
- Todas as ações praticadas em sociedade implicam em um determinado nível de 
racionalidade, por parte do sujeito que as executa. Justamente a partir do seu caráter mais 
ou menos racional, Weber estabelece uma classificação para as ações sociais, segundo o 
princípio dos tipos ideais. 
* Ação social racional com relação a fins - São aquelas cujo sentido subjetivo envolve os 
meios adequados para se atingir determinados objetivos, previamente estabelecidos. Ex.: 
uma pesquisa científica, um projeto econômico, fazer um curso de graduação etc. 
* Ação social afetiva - São aquelas cujo sentido subjetivo racional se mistura a uma forte 
carga emocional, muitas vezes comprometendo a própria análise da racionalidade em 
questão. Ex.: ações motivadas por ciúme, cólera, paixão etc. 
* Ação social racional com relação a valores - São aquelas cujo princípio racional não se 
vincula tanto ao objetivo a ser alcançado, mas à afirmação de determinados valores. Ex.: 
participar de uma manifestação em defesa da natureza ou em prol dos direitos humanos, 
ou entrar para a universidade porque a família considera este um ponto importante. 
* Ação social racional com relação ao regular ou ação social tradicional - São aquelas cujo 
sentido subjetivo se constrói com vistas à observação de costumes ou tradições. Ex.: o 
casamento religioso ou o batismo dos filhos em determinada igreja, para quem não é 
praticante daquela crença. Ir para a universidade porque todos na família assim o fizeram 
etc. 
- Para finalizar esta aula, vale ressaltar que a afirmação de que Weber considerava as 
situações descritas como tipos ideais, construídas para simples efeito de comparação é 
porque elas não representam a realidade num sentido fiel, mas sim para efeito de 
aproximação. 
EXERCÍCIOS: 
1. Qual é o sentido do conceito de ação social para a sociologia weberiana? 
 1) alguns tipos de conduta humana relacionada a outros indivíduos e dotada de um sentido subjetivamente elaborado. 
 2) todo tipo de conduta humana relacionada apenas ao agente e dotada de um sentido subjetivamenteelaborado. 
 3) todo tipo de conduta humana relacionada a outros indivíduos e dotada de um sentido subjetivamente elaborado. 
 4) alguns tipos de conduta humana relacionada a outros indivíduos e dotada de um sentido objetivamente elaborado. 
2. Qual é a principal relação entre ação social e sociologia compreensiva? 
 1) A identificação do sentido objetivo das ações sociais, ou seja, do tipo de racionalidade que as motiva e que leva a 
este ou aquele comportamento é o que define a sociologia weberiana como compreensiva. 
 2) A identificação do sentido subjetivo das ações sociais não têm a menor importância para a Sociologia Weberiana, 
pois, como para todo sociólogo positivista, para Max Weber, o importante é compreender as leis que regem a realidade 
social. 
 3) A identificação do sentido subjetivo das ações sociais têm importância para a Sociologia Weberiana, pois, como para 
todo sociólogo marxista, para Max Weber, o importante é compreender lutas de classes, para compreender as transformações 
sociais. 
 4) A identificação do sentido subjetivo das ações sociais, ou seja, do tipo de racionalidade que as motiva e que leva a 
este ou aquele comportamento é o que define a sociologia weberiana como compreensiva. 
3. Por que os tipos ideais não expressam, de maneira fiel e completa, a realidade social? 
 1) Porque elas se apresentariam como pontos de referência, a partir dos quais seria possível estabelecer níveis de 
comparação com o mundo concreto. 
 2) Porque, apesar de seus objetivos, os cientistas nunca têm competência suficiente para elaborar tipos ideais que 
expressem de maneira fiel e completa a realidade social. 
 3) Porque, segundo Weber, o tipo ideal deve revelar aquilo que o cientista deseja, em seus sonhos mais otimistas, que 
seja a realidade social. 
 4) Porque a atividade científica é uma atividade desvinculada do mundo real e não precisa usar tipos ideais que 
expressem de maneira fiel e completa a realidade social. 
 
 
AULA 08 - As Práticas de Educação para a Sociologia Weberiana. 
Nesta aula estudaremos a história humana, que segundo Max Weber, poderia ser definida 
como um processo crescente de racionalização das relações sociais. O agir em sociedade 
pressupõe determinadas normas, que se enraízam e institucionalizam. Na medida em que 
as relações sociais se tornam mais complexas, maiores os desafios para se estabelecer 
níveis de consenso que possam abrigar as diferentes relações sociais. 
Com o estabelecimento do Estado Moderno e as formas de dominação legítima que lhe são 
correspondentes, a efetivação da autoridade nacional passa a depender de um quadro 
administrativo profissional e hierarquizado, o que Weber definia como burocracia. 
Neste momento o exercício da autoridade passa a depender, de forma crescente, da 
legitimidade estabelecida pelo direito racional. É justamente a partir da necessidade de 
formação deste quadro de funcionários, que se submetem à autoridade por meio de 
princípios cada vez mais racionais, que as práticas de educação assumem importância 
crucial para a análise desenvolvida pela sociologia weberiana. 
A história humana, segundo Max Weber, poderia ser definida como um processo crescente 
de racionalização das relações sociais. 
A história humana, segundo Max Weber, poderia ser definida como um processo crescente 
de racionalização das relações sociais. 
É neste sentido que Weber imagina a sociedade humana como inserida num processo 
contínuo de aprimoramento da subjetividade ou racionalidade, que envolve as relações 
sociais. Este movimento implicaria no crescente abandono de concepções místicas e 
tradicionais, no que se refere à constituição dos diferentes princípios de autoridade, 
incluindo-se aí o próprio Estado. 
Para explicar este movimento, Weber constrói novamente uma tipologia, num sentido 
ideal, destinada a analisar as diferentes formas de dominação legítima. Segundo o autor, 
existiriam três tipos puros ou ideais de dominação legítima. 
* Dominação Tradicional - É baseada nas tradições, mais diretamente relacionada às 
monarquias absolutistas do período conhecido como idade moderna. 
* Dominação Carismática - É baseada no carisma do líder e geralmente se caracteriza por 
períodos de ruptura institucional. 
* Dominação Racional Legal - É baseada na racionalidade e nas disposições legais, como no 
caso do Estado Moderno. Essa dominação é relacionada ao Estado de Direito e à presença 
de uma burocracia em termos administrativos. 
- É neste momento que a sociologia weberiana atribui um significado relevante para as 
práticas de educação. 
* Para Weber, a educação é o modo pelo qual os indivíduos são preparados para exercer 
funções, relacionadas à nova realidade caracterizada pela racionalização da vida, tanto na 
administração do aparelho de estado, quanto nas empresas capitalistas. 
 
* Segundo a sociologia weberiana, as práticas de educação passariam a se caracterizar por 
um conjunto de conteúdos voltados para o treinamento de indivíduos, a fim de que se 
tornassem aptos a desempenhar variadas funções tanto no Estado, quanto nas empresas. 
 Neste sentido, a própria condução do processo político se daria em moldes mais racionais. 
* A sociedade capitalista, segundo Weber, teria desenvolvido práticas de educação cujo 
objetivo seria treinar o indivíduo, ao invés de simplesmente cultivar o seu intelecto. 
* Educar de modo a desenvolver um sentido mais racional, nas diferentes relações sociais 
passou a ser fundamental para o Estado na sociedade capitalista, uma vez que este “novo” 
homem não deveria mais obediência a princípios místicos e sobrenaturais, mas sim ao 
direito racional. 
- Para refletir sobre a sociologia da educação, Weber constrói alguns conceitos como o da 
Pedagogia do Cultivo e o da Pedagogia do Treinamento. 
* Pedagogia do Cultivo - É um conjunto de práticas destinadas a formar um tipo de 
indivíduo culto, o que implica transformações no seu comportamento interior e exterior. 
Este processo assumiria o sentido de uma “qualificação cultural” no sentido de uma 
educação de caráter abrangente, o que traria implicações no sentido do status e da própria 
qualidade de vida do indivíduo. Nas sociedades pré-industriais estas práticas estariam 
restritas às elites sociais e intelectuais. 
* Pedagogia do Treinamento - São as práticas de educação dominantes do Capitalismo. 
Segundo o autor, com a racionalização da vida social e a crescente burocratização do 
Estado moderno, a educação deixa gradualmente de ter como objetivo a “qualidade da 
posição do homem na vida” e passa a se constituir num projeto especializado com o 
objetivo de formar peritos e especialistas com vistas ao mercado de trabalho. Weber 
percebia com certa melancolia esta relação com o conhecimento, que poderia ser percebida 
como uma espécie de “depressão intelectual”. 
- Para Weber, a Pedagogia do Treinamento, imposta pela racionalidade da sociedade 
capitalista, se apresentava como um forte obstáculo ao desenvolvimento do talento e da 
própria realização pessoal dos homens, de um modo geral. 
- Esta era uma racionalidade que mantinha uma relação utilitarista com o conhecimento, 
destinada apenas à obtenção de poder e dinheiro. 
EXERCÍCIOS: 
1.Sobre a pedagogia do cultivo é correto afirmar que: 
 1) Weber definiu-a como um conjunto de práticas destinadas a formar um tipo de indivíduo culto, o que implica 
transformações no seu comportamento interior e exterior. 
 2) é altamente incentivada nas sociedades capitalistas e deve ser ministrada em todas as escolas, independente da 
classe social à qual o estudante pertença. 
 3) é considerada como uma “quantificação cultural”. 
 4) era altamente incentivada nas sociedades pré-capitalistas e era ministrada em todas as escolas, independente da 
classe social à qual o estudantepertencesse. 
2. Quais são os tipos de dominação estabelecidos por Max Weber? 
 1) Carismática, Despótica, Racional-legal. 
 2) Tradicional, Irracional, Carismática. 
 3) Tradicional, Racional-legal, Carismática. 
 4) Irracional, Despótica, Racional-legal. 
3. Como poderiam ser vistas, para Weber, as práticas de educação na sociedade capitalista? 
 1) voltadas para o cultivo do intelecto, baseada na tradição da Antiguidade Clássica, privilegiando o ensino da retórica 
e da oratória. 
 2) voltadas para o treinamento, cujo objetivo é formar peritos e especialistas, com vistas ao mercado de trabalho. 
 3) uma educação transformadora que possibilite ao homem se desvencilhar das amarras da especialização das tarefas. 
 4) de cunho religioso, cujo principal objetivo é preparar o homem para uma vida espiritual rica. 
 
 
AULA 09 - As Contribuições de Bourdieu, Gramsci e Mannheim. 
Antonio Gramsci (1891-1937) - O comunista italiano Antonio Gramsci nunca publicou 
um livro, mas encontramos suas ideias em periódicos de partidos políticos e da imprensa e, 
sobretudo, nos famosos Cadernos do Cárcere, produzidos durante a sua prisão no período 
do governo fascista de Mussolini. 
É importante ressaltar que Gramsci sofreu muita influência de Karl Marx, porém, foi 
adiante, pois atualizou a teoria de Marx para analisar as sociedades capitalistas da Europa 
na primeira metade do século XX. 
Em sua obra, Gramsci faz distinção entre Oriente e Ocidente. Essa não é apenas uma 
distinção geográfica, mas, política. 
* Por Oriente ele entendia os países onde o Estado é poderoso e a Sociedade Civil é fraca, 
dotada de pouca organização e de pouca capacidade de fazer frente ao Estado. 
* Por Ocidente ele entendia aqueles países em que a sociedade civil é estruturada, 
múltipla, organizada, e compartilha com o Estado a administração da vida social. São os 
países de capitalismo avançado, cujo mercado interno é forte e a vida política é plural. 
Ao contrário do Oriente, no Ocidente o poder encontra-se diluído entre o Estado e a 
Sociedade Civil. Sendo assim, não é suficiente que os grupos políticos revolucionários se 
voltem apenas contra o Estado. É preciso empreender uma “revolução no cotidiano” a 
partir de uma política feita na sociedade. Para chegar a tal intento, não basta o uso da 
força, é necessário alcançar a consciência das pessoas. É preciso ganhar a “batalha das 
ideias”. 
- Entenda a diferença entre os pensamentos de Marx e Gramsci: 
MARX - Marx afirmava que o proletariado deveria abolir a exploração econômica de uma 
classe sobre a outra, eliminando a propriedade privada dos meios de produção. 
GRAMSCI - Para Gramsci, eliminar a propriedade privada dos meios de produção não seria 
suficiente, pois precisariam lutar também contra a “apropriação privada, ou elitista, do 
saber e da cultura”. 
De acordo com Gramsci, era necessário desfazer a separação entre “intelectuais” e 
“pessoas simples”, porque apenas aqueles tidos como intelectuais ocupavam postos de 
administração do Estado e da sociedade civil, concentrando mais poder. 
Para este autor, a luta pela hegemonia, ou seja, o processo lento e complexo pelo poder 
político nas sociedades complexas, não é vencida através do golpe de Estado ou pelo êxito 
nas eleições. É necessário convencer as pessoas, conseguir um consenso social em torno 
de suas concepções. Nesses termos, ele considerava o convencimento mais adequado do 
que a força. 
- No processo da hegemonia pelo poder político, os intelectuais têm um papel muito 
importante, pois são eles que organizam a cultura. 
Para eliminar as desigualdades e as injustiças, é necessário fazer uma “reforma intelectual 
e moral”. Contudo, lutando pelo poder existem aqueles grupos que querem manter a sua 
hegemonia e aqueles que buscam uma nova hegemonia. Esses grupos representam as 
diversas classes e frações de classes que disputam o poder na sociedade. 
Nos momentos em que a disputa se torna mais acirrada, há uma tendência de polarização 
entre os interesses dos que desejam mudar e os dos que querem manter seu poder. 
- Blocos históricos - A partir de alianças internas, as classes dominantes e as classes 
dominadas acabam se organizando em blocos, chamados por Gramsci de “blocos 
históricos”. Cada bloco tem seus próprios intelectuais que brigam para organizar a cultura 
de determinado contexto histórico a partir de seus interesses. 
Segundo Gramsci, existem dois tipos de intelectuais, o intelectual orgânico que tem como 
função fazer com que todos na sociedade adotem as ideias e concepções da classe 
dominante e os intelectuais tradicionais, que em outros tempos, também, podem ter 
desempenhado o papel de intelectuais orgânicos na medida em que representassem os 
interesses daquelas que seriam as classes dominantes, em modos de produção anteriores. 
- A questão das características do sistema escolar se torna importante para Gramsci, 
porque o intelectual é formado na escola. 
Através da análise do sistema escolar italiano de sua época, Gramsci notou que a ciência 
havia se misturado à vida cotidiana de uma maneira inédita na história e as atividades 
práticas, como a construção de casas, a cura das pessoas e as artes, foram transformadas 
em atividades complexas e especializadas. 
Esse movimento de Gramsci teve como consequência a criação de um sistema educacional 
híbrido, no qual há dois tipos de escola: a “humanista” e a especializada. 
* Fornece uma formação “clássica” (baseada nos valores da cultura greco-romana) que 
deve desenvolver nos indivíduos uma cultura geral, dando a cada indivíduo, nas palavras 
de Gramsci, “o poder fundamental de pensar e se orientar na vida”. 
* Fornece uma formação específica dos diferentes ramos profissionais ou baseada na 
necessidade de operacionalizar os conteúdos específicos. Essa distinção, na concepção de 
Gramsci, tem um conteúdo de classe. A formação geral obtida na escola “humanista” é 
dada aos filhos das classes dominantes, formando os seus próprios intelectuais orgânicos. 
Com o desenvolvimento industrial e a urbanização, o perfil da formação desses intelectuais 
se transformou. Ao lado da escola “clássica”, desenvolveu-se uma escola técnica que 
substituiu a clássica, pois era mais adequada à formação dos intelectuais orgânicos das 
classes dominantes. 
- Para Gramsci, a abolição das “escolas desinteressadas” é sinal de elitismo e de exclusão 
das classes trabalhadoras de uma formação de qualidade e que a expansão do ensino 
ocorria de forma caótica, pouco organizada e sem políticas orientadas. 
A partir dessas constatações Gramsci elaborou sua própria Política Educacional. De acordo 
com Rodrigues (2007), a nova escola deveria ser organizada assim: 
“Em primeiro lugar, uma escola unitária, que corresponderia aos níveis do Ensino 
Fundamental e do Médio, que teria um caráter formativo e objetivaria equilibrar de forma 
equânime o desenvolvimento da capacidade de trabalhar manualmente e o 
desenvolvimento das capacidades do trabalho intelectual. A partir dessa escola única, e 
intermediada por uma orientação profissional, o aluno passaria a uma escola especializada 
voltada para o trabalho produtivo”. 
- Para que todos tivessem acesso à nova escola e para evitar interferência de interesses 
econômicos, esta escola deveria ser pública e de qualidade. 
- Para Gramsci, era importante dar às classes a possibilidade de formar seus próprios in 
intelectuais, pois, caso contrário, as classes dominantes sempre venceriam a “batalha das 
ideias”. 
- Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron - A reprodução: elementos para uma teoria 
do sistema de ensino (1970). 
- O sociólogo francês Pierre Bourdieu baseou-se nas concepções de Émile Durkheim e no 
Estruturalismo para fazer a sua análise sobre a educação contemporânea. É importante 
saber que, para o Estruturalismo deBourdieu, os sujeitos sociais são vistos como 
marionetes das estruturas dominantes. 
- Em 1970, Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron, sob a influência de Durkheim, Karl 
Marx, Max Weber e com o intuito de construir uma teoria sobre o sistema escolar, partem 
do princípio de que toda e qualquer sociedade estrutura-se como um sistema de relações 
de força material entre grupos e classes. 
- Para Bourdieu e Passeron, a força material, ou seja, o capital econômico é a base que 
determina a força simbólica ou capital cultural. O papel deste é reforçar, por dissimulação, 
as relações de força material. Dito de outra forma, a classe que possui o capital econômico 
produz e reproduz o capital cultural e faz isso escondendo (dissimulação) o seu caráter de 
violência simbólica (dominação cultural). 
- A violência simbólica pode se manifestar de várias maneiras: formação da opinião pública 
pelos meios de comunicação de massa, discurso religioso, artes plásticas e literatura, 
propaganda e moda, educação familiar, sistema escolar etc. 
É assim que Bourdieu e Passeron consideram a ação pedagógica como a imposição 
arbitrária da cultura dos grupos ou classes dominantes aos grupos e classes dominados. A 
utilização da autoridade pedagógica é fundamental para que se exerça essa imposição, 
criando no educando um habitus. 
- A função da educação é a reprodução das desigualdades sociais. Pela reprodução cultural, 
a educação contribui para a reprodução social. 
* Despossuídas de força material e força simbólica, as classes dominadas não escapam 
dessa imposição. Segundo Saviani, para Bourdieu e Passeron, a educação, não se configura 
como um fator de superação da dominação, mas, ao contrário, constitui-se como um 
elemento reforçador da mesma. Toda tentativa de usá-la como instrumento de superação 
da dominação é apenas ilusão. É a forma pela qual ela dissimula e, por isso, cumpre 
eficazmente a sua função de dominação. 
À luz da teoria da violência simbólica, a classe dominante exerce um poder de tal modo 
absoluto que se torna inviável qualquer reação por parte da classe dominada. 
Karl Mannheim (1893-1947) - Mannheim também recebeu influências dos clássicos. 
Segundo Rodrigues, Mannheim retomou a formulação de Max Weber sobre os tipos de 
educação e tem por objetivo fornecer um programa para a mudança da educação. 
- Na sua concepção, era necessário regenerar a sociedade e o homem através de uma 
educação sadia. Para tanto, era preciso criar uma pedagogia, a partir da compreensão dos 
diferentes tipos históricos de educação (construídos por Weber), que educasse o homem 
moderno sem tirar dele as possibilidades oferecidas por uma educação mais integral. Na 
sua visão, era um erro separar a pedagogia do cultivo e a pedagogia do treinamento. 
- De acordo com Mannheim, a sociedade regenerada estava ligada ao advento da 
democracia moderna. A modernidade, para ele, não tinha apenas custos ou ameaças à 
liberdade, mas trazia também esperanças e valores sociais solidários, abertos. A principal 
ajuda que a moderna democracia era capaz de oferecer consistia na possibilidade de que 
todas as camadas sociais viessem a contribuir com o processo educacional. Nesse sentido, 
duas ciências são fundamentais: a psicanálise e a sociologia. 
* Psicanálise - É responsável por um novo padrão de vida pautado pela saúde mental e 
pela libertação das repressões adquiridas na formação do homem. 
* Sociologia - Era vista como a disciplina capaz de sintetizar as contribuições de todas as 
camadas sociais para o processo educacional. A Sociologia devia, então, servir de base à 
Pedagogia. Assim, Mannheim defendia uma sociedade essencialmente democrática, uma 
democracia de bem-estar social dirigida pelo planejamento racional e governada por 
cientistas. 
Conforme Rodrigues (2007), “Em suma, Mannheim era um homem de seu tempo, em 
busca de um programa de estudos em sociologia da educação que possibilitasse a 
formulação de projetos educacionais que ampliassem o horizonte do homem, que 
superasse as divisões em blocos políticos e ideológicos, que não o satisfaziam”. 
EXERCÍCIOS: 
1. Sobre a Sociologia da Educação no século XX, é certo declarar que: 
 1) não recebeu influência dos autores clássicos da Sociologia. 
 2) todos os autores negam que a Educação tenha a capacidade de transformar a realidade social. 
 3) teve, ao longo do tempo, os seus questionamentos esvaziados, pois a educação se tornou um tema de menor 
importância. 
 4) recebeu influência dos autores clássicos e transformou-se em um tema de grande importância para os autores do 
século XX. 
2. A respeito da concepção de educação elaborada por Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron, é correto afirmar que: 
 1) ela não é uma das múltiplas formas de violência simbólica. 
 2) ela não reproduz as desigualdades sociais. 
 3) ela não se configura como um fator de superação da dominação. 
 4) o professor é revolucionário porque pode ajudar a romper com a reprodução dos valores que auxiliam na dominação. 
3. São características da nova escola proposta por Antonio Gramsci: 
 1) uma escola unitária, pública, correspondente aos níveis fundamental e médio, de caráter formativo e que 
possibilitasse desenvolver capacidades para o trabalho intelectual e para o trabalho manual e uma escola especializada 
voltada para o trabalho produtivo. 
 2) uma escola unitária, particular, correspondente aos níveis fundamental e médio, de caráter formativo e que 
possibilitasse desenvolver capacidades para o trabalho intelectual e para o trabalho manual. 
 3) uma escola unitária, pública, correspondente aos níveis fundamental e médio, de caráter formativo e que 
possibilitasse desenvolver capacidades para o trabalho intelectual ou para o trabalho manual. 
 4) uma escola unitária, particular, correspondente aos níveis fundamental e médio, de caráter formativo e que 
possibilitasse desenvolver capacidades para o trabalho intelectual ou para o trabalho manual e uma escola especializada 
voltada para o trabalho produtivo. 
4. Para Karl Mannheim, a Sociologia deveria servir de base à Pedagogia porquê: 
 1) a Sociologia valoriza a cultura e a erudição e prega que o homem moderno deve dispor de lazer e energia excedentes 
para cultivá-las. 
 2) a Sociologia é a disciplina capaz de sintetizar as contribuições que todas as camadas da sociedade são capazes de 
fornecer para o processo educacional nas modernas sociedades democráticas. 
 3) a Sociologia, nas modernas democracias, privilegia a educação especializada como integradora da personalidade e a 
capacidade de compreender o mundo de forma completa. 
 4) a Sociologia é a disciplina capaz de sintetizar apenas as contribuições que as camadas privilegiadas da sociedade são 
capazes de fornecer para o processo educacional nas modernas sociedades democráticas. 
 
 
 
 
AULA 10 - A Cultura da Escola em um Espaço Multicultural. 
Nos dias atuais, a consciência de que a realidade se transforma de modo constante e 
profundo se torna bastante generalizada. O mundo globalizado, profundamente 
influenciado pelos interesses presentes no mercado de consumo, permite que as diferentes 
realidades socioculturais estabeleçam pontos de contato, numa intensidade jamais 
registrada na história humana. 
Em regiões como a América Latina, assistimos a um processo de hibridização cultural, que 
ressalta a consciência do caráter multicultural das diferentes sociedades latino-americanas. 
Contudo, nem sempre a evidência desta diversidade tem apontado num sentido de um 
convívio mais democrático entre as diferentes realidades culturais. Isto significa que, 
paralelamente a esta diversidade, em muitos segmentos da realidade social continua-se a 
reproduzir um discurso “engessado” e monocultural, marcado por um sentido de exclusão e 
com um caráter autoritário.Estas práticas são encontradas, inclusive, ao nível da cultura escolar. 
Refletir sobre o papel da educação em uma sociedade marcada pela multiculturalidade é 
algo recente no mundo ocidental e, de modo particular, na América Latina. 
Na verdade este é um processo que não surge a partir de questões exclusivamente 
pedagógicas, uma vez que sua origem está relacionada a questões de natureza política, 
ideológica e cultural, decorrentes, em muitos casos, a conflitos étnico-culturais. 
O que pode ser percebido, como consequência inclusive de nossa herança colonial, é que 
as relações étnicas nas sociedades contemporâneas da América Latina apresentam-se 
como reflexos de estruturas de dominação e disputa pelo poder político. 
Neste sentido, mesmo constatando a presença de uma realidade social marcada pela 
multiculturalidade, é possível identificar um sentido homogeneizador na cultura escolar, o 
que estabelece uma desconexão entre esta e a cultura da sociedade, num sentido mais 
generalizado. 
A cultura escolar, de um modo predominante, se apresenta como engessada, no sentido da 
reprodução de um único discurso, que seria aquele dos segmentos mais elitizados da 
sociedade. Desta forma criam-se verdadeiros apartheids socioculturais, ou processos de 
guetificação. 
De modo conclusivo, fica evidente que a simples consciência do caráter multicultural da 
sociedade não estabelece, por si só, uma perspectiva mais democrática no que se refere às 
relações entre os diferentes grupos étnicos. 
A construção de um sentido intercultural para as relações sociais envolve o diálogo e uma 
concreta inter-relação, entre as diferentes realidades culturais. Neste sentido, é preciso: 
* Que se abandone a perspectiva etnocêntrica, que tem caracterizado as relações sociais, 
por exemplo, na sociedade brasileira. 
* Que o “outro” seja percebido apenas como diferente e não como algo “menor” em função 
da diferença. 
Sintetizando, a perspectiva intercultural para a educação envolve uma efetiva relação 
dialógica entre os diferentes segmentos sociais e grupos étnicos. Para isto, é fundamental a 
existência de um espaço democrático, em que se possa fomentar a solidariedade e o 
respeito à diferença nas relações entre as diversas etnias. É importante construir, ao nível 
das políticas educacionais, a valorização da diversidade cultural, garantindo a todos, em 
igualdade de condições e de forma digna, o direito à educação. 
É relevante enfatizar, também, que esta perspectiva intercultural para a educação não 
pode ser reduzida a algumas atividades realizadas de modo esporádico. 
Este projeto deve assumir um sentido generalizado e abrangente, ao nível da cultura 
escolar e da cultura da escola, envolvendo todos os atores e todas as dimensões do 
sistema de ensino. 
EXERCÍCIOS: 
1. A partir da leitura do texto de Vara Maria Candau, Interculturalidade e Educação Escolar, é possível afirmar que um 
projeto de educação intercultural possuiria as seguintes características, EXCETO: 
 1) A educação intercultural é vista como uma prática social em íntima relação com as diferentes dinâmicas 
socioculturais presentes numa sociedade concreta. 
 2) Os projetos pedagógicos interculturais compreendem o reconhecimento e a valorização da diversidade cultural com 
igualdade de direito a todos, no que se refere às práticas de educação. 
 3) A educação intercultural pode ser reduzida a algumas situações, ou atividades realizadas em momentos específicos e 
vinculadas, com exclusividade, a determinados grupos sociais. 
 4) As práticas de educação intercultural têm como característica marcante um questionamento das tendências 
etnocêntricas. 
2. A realidade social brasileira, segundo Vera Candau, seria marcada por um processo de multiculturalidade, que não 
encontraria correspondência nas práticas pedagógicas da diferentes instituições de ensino. Nesse sentido assinale a 
alternativa INCORRETA: 
 1) A sociedade brasileira seria marcada por um processo de hibridização cultural. 
 2) A cultura escolar seria “engessada” e possuiria um papel homogeneizador no Brasil. 
 3) A realidade multicultural brasileira construiu de modo espontâneo um conjunto de práticas interculturais para a 
educação. 
 4) O discurso monocultural da maior parte das escolas no Brasil construiu verdadeiros “apatheids” sociais e culturais.

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