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APOSTILA 1 Parte 1

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APOSTILA 1 – DIREITO PENAL 1 (PARTE I).
DIREITO PENAL (definição):
Finalidades do Direito Penal: proteger os bens jurídicos mais importantes para a sociedade (primária); prever crimes e estabelecer as penas, evitando assim que os delitos aconteçam (secundária/preventiva), e retribuir por meio da aplicação de pena o mal provocado pelo infrator a sociedade (secundária/retributiva).
Direito Penal Objetivo: é o conjunto de normas editadas pelo Estado, definindo crimes e contravenções, isto é, impondo ou proibindo determinadas condutas sob a ameaça de sanção ou medida de segurança, bem como todas as outras que cuidem de questões de natureza penal, excluindo o crime, isentando de pena, explicando determinados tipos penais.
Direito Penal Subjetivo: é a possibilidade que tem o Estado de criar e fazer cumprir suas normas, executando suas decisões condenatórias proferidas pelo Poder Judiciário. É o próprio jus puniendi. Se, determinado agente praticar um fato típico, antijurídico e culpável, abre-se ao Estado o dever-poder de iniciar a persecutio criminis in judicio, visando alcançar, quando for o caso e obedecido o devido processo legal, um decreto condenatório.
FONTES DO DIREITO PENAL:
Fontes:
Direita: É a lei penal, ou seja, como assevera o art. 1° - C.P e o art. 22° - C.F/88, compete privativamente à União legislar matéria penal, sendo essa a principal fonte de toda a aplicação do Direito Penal.
Indireta: Os costumes (hábitos socialmente aceitos/reiterados no comportamento coletivo), a jurisprudência, a doutrina e os princípios gerais do direito (premissas éticas que serve de base para a elaboração da lei penal).
Regras de Integração e aplicação da lei penal: 
Analogia: utilização de determinado instituto penal em que se assemelha com situação fática a qual não regula, podendo ser essa aplicação a favor do réu (In Bonam Partem) ou contra o réu (In Malam Partem), sendo certo que a lei penal só admite analogia quando esta for a favor do réu – haja vista que o contrário feriria o princípio da legalidade.
A NORMA PENAL:
Norma Incriminadora: define o crime e fixa a pena (preceito + sanção).
Norma Não Incriminadora: estabelecem a licitude e a impunidade de determinados comportamentos permitidos pela lei penal, podendo ainda: a) esclarecer determinados conceitos; b) fornecer princípios gerais para aplicação da lei penal; c) tornar lícitas determinadas condutas; d) afastar a culpabilidade do agente. Pode ainda a norma penal não incriminadora, se configurar em três espécies: 1) Norma Permissiva, 2) Norma Explicativa e 3) Norma Penal Complementar. 
Norma penal em Branco: necessita para sua aplicação de outro dispositivo legal, complementar, a fim de satisfazer a lacuna de abrangência de seus preceitos (ex.: Lei de Drogas).
Conflito aparente de Normas: 
Conceito: ocorre quando mais de um tipo penal se adéqua a conduta criminosa, sendo necessário a fim de evitar o bis in idem, a aplicação de um critério para a escolha do tipo penal, seja ele a especialidade, absorção ou consumação, ou ainda a subsidiariedade.
Princípio da Especialidade: Lex specialis derrogat generali. A norma especial afasta a aplicação da norma geral; em determinados tipos penais, há elementos que os tornam especiais em relação a outros, fazendo com que, se houver uma comparação entre eles, a regra contida no tipo especial se amolde adequadamente ao caso concreto, afastando, a aplicação da norma geral. Exemplo: ao se fazer uma comparação entre os crimes de homicídio e infanticídio.
Princípio da Consumação: quando um crime é meio necessário ou normal fase de preparação ou de execução de outro, e nos casos de antefato e pós-fato impuníveis; além disso, a consumação absorve a tentativa e esta absorve o incriminado ato preparatório.
Princípio da Subsidiariedade: Lex primaria derrogat legi. A norma dita subsidiária é considerada um “soldado de reserva”, isto é, na ausência ou impossibilidade de aplicação da norma principal mais grave, aplica-se a norma subsidiária menos grave. Pode ser tácita (quando o artigo, embora não se referindo expressamente ao seu caráter subsidiário, somente terá aplicação nas hipóteses de não ocorrência de um delito mais grave, que, afastará a aplicação da norma subsidiária) ou expressa (quando a própria lei faz a sua ressalva, deixando transparecer seu caráter subsidiário).
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE DA LEI: Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal (art. 1º - C.P e art. 5º, XXXIX - CF/88).
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE DA LEI (art. 1º - C.P): 
Segundo o artigo: “não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal”. Ou seja, a retroatividade da lei é vedada. A lei não pode retroagir – um indivíduo não pode ser responsabilizado por um fato se não existia uma lei definindo este fato como crime. Tal como o princípio da legalidade prediz: a lei deve ser anterior ao fato criminoso – um indivíduo não pode sofrer alguma pena se não há uma lei que defina esta pena. Este princípio decorre do art. 5º, XXXIX - CF/88 (este é denominado de princípio da legalidade ou da reserva legal). É necessário a existência de uma lei, pois, qualquer conduta que não se encontre na norma penal incriminadora não é considerada como crime, mas sim lícita (ou seja, qualquer conduta que não esteja na norma penal, é considerada válida).
Resumindo: não há crime sem lei anterior que o defina, não há pena sem prévia cominação legal; se a lei for anterior ao fato, esta pode ser aplicada/se a lei for posterior ao fato, esta não deve ser aplicada.
ATENÇÃO1! Art. 5º, XL - CF/88: “a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu”. Isto é, se a lei for benéfica para o réu, é permitido que ela volte e alcance o fato ocorrido.
PSIU1! Vacatio Legis: é um prazo em que uma lei (a partir de sua publicação no Diário Oficial) encontra-se em vigência, mas ainda não se encontra em vigor – isto é, é um prazo de “adaptação e entendimento da lei” que o legislador “fornece”. No direito penal, se uma lei define um tipo de conduta e um fato ocorre nesse período de vacatio legis, tal como disposto no art. 1º - C.P: a lei não terá efeito sobre o indivíduo que realizou aquele tipo de conduta ilícita (a exemplo, o furto) e este não responderá pelo fato ocorrido – já que a lei que define furto como crime não se encontra em vigor, nessa situação. Caso exista uma lei que não defina furto como uma infração penal e esse indivíduo cometa tal conduta antes dessa lei e no período de vacatio legis, segundo alguns doutrinadores: a lei só tem a possibilidade de valer nesses casos em benefício do réu. Há também correntes doutrinárias em contrário, segundo as quais, se há uma lei em período de vacatio legis (não estando em vigor), mas vem a fim de beneficiar o réu, esta pode ser aplicada.
APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO (art. 2º - C.P): 
Segundo o artigo: “Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. § único – A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado”. 
Isto é, se há a existência de uma lei posterior que deixa de considerar um fato como crime, ninguém pode ser punido por ela, cessando/interrompendo em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória (o indivíduo volta a ser considerado réu primário e este não responde por mais nada no âmbito penal – e somente no âmbito penal, pois os efeitos civis ainda persistem; a exemplo, um dano moral continua a valer mesmo se a lei não considerar aquele fato como crime). No § único do aludido artigo, nos remete ao que foi visto anteriormente no art. 1º - C.P: a retroatividade benéfica da lei (art. 5º, XL - CF/88). 
Retroatividade: tal como diz o § único do art. 2º - C.P, sim, a lei penal deverá retroagir nos casos em que favorecer o réu.
Ultratividade: é a possibilidade de lei penal revogadaregular os crimes que ocorreram durante a sua vigência, não se aplicando a lei nova pelo motivo dessa ser mais severa. 
OBS1! A lei temporária, ainda que extinta pelo decurso de seu prazo, valerá sim para aplicação legal aos casos ocorridos durante sua vigência.
Conflitos de lei no tempo:
Abolitio Criminis: é a “abolição do crime”, isto é, a abolição de determinado crime pela revogação de lei (a lei nova descriminaliza o crime, que até então estava vigente; esta irá retroagir sempre, até nos casos em que já foram julgados – se alguém já foi julgado e condenado por um crime, e posteriormente chega uma lei e diz que este não mais é considerado crime, a lei retroagirá nesses casos já julgados – extinguindo a punibilidade do réu e este não sendo condenado).
PSIU2! Se este for julgado e condenado antes do abolitio criminis, a lei irá retroagir (mesmo com o trânsito em julgado da lei anterior) e o indivíduo não precisará cumprir a pena, tornando-se então, réu primário – e, a partir dela, cessam todos os efeitos penais no âmbito penal, mas não os efeitos civis.
Novatio Legis in Mellius: “a lei nova mais favorável que a anterior”, uma lei mais branda que a anterior – não exclui o crime, a lei retroagirá – deixando assim, menos severa a pena a ser aplicada a essa infração penal; não importando o modo pelo qual a lei nova favoreça o agente, ela será aplicada a fatos pretéritos a sua entrada em vigor, devendo ser aplicada tanto ao réu em stricto sensu (aquele que está sendo acusado em processo penal) quanto ao réu em lato sensu (sujeito passivo na ação penal, aqueles submetidos à execução de pena e/ou medidas de segurança). 
PSIU3! Se este for julgado e condenado antes do novatio legis in mellius, mesmo assim, a lei mais benéfica irá retroagir e alcançar o fato que já foi julgado.
Novatio Legis in Pejus: “lei nova mais severa do que a anterior”, ou seja, esta irá fazer o inverso do que foi visto anteriormente (lei posterior mais severa que a anterior; o réu irá responder pela lei mais branda, ou seja, mesmo que a lei anterior ao novatio legis in pejus esteja revogada, ela irá gerar efeitos futuros no julgamento – tendo em vista isso, tal situação é denominada de ultratividade da lei). A partir da novatio legis in pejus, esta irá valer somente para fatos cometidos posteriores a ela (nunca para fatos anteriores a ela). A novatio legis in pejus não possui aplicação na esfera penal brasileira. Nessa situação estão as leis posteriores em que se comina pena mais grave em: qualidade (reclusão em vez de detenção, por exemplo) ou quantidade (de 02 a 08 anos, em vez de 01 a 04, por exemplo). Se acrescentam circunstâncias qualificadoras ou agravantes não previstas anteriormente, eliminando-se atenuantes ou causas de extinção da punibilidade; além disso, exige-se mais requisitos para a concessão de benefícios, etc. 
PSIU4! Crime Permanente (“dura durante um certo tempo” – tal como um sequestro; possui um início e se estendendo enquanto durar o crime) e Crime Continuado (vários crimes, um atrás do outro e da mesma forma). Acerca da aplicação da novatio legis in pejus, nessas duas situações, temos que: um fato que se prolonga no tempo, e durante o prolongamento desse fato surge uma lei mais severa (que “piora a situação do réu”); esta aplica-se ou não ao fato anterior ao novatio legis in pejus? Somente nos casos relacionados a esses dois crimes (permanente, e continuado), tal lei mais severa irá valer, desde que, a permanência ou continuidade do fato não cesse antes dela – isto é, não acabe antes dela (a exemplo, se o sequestro acabar antes da lei mais severa/ novatio legis in pejus, mesmo que o julgamento ocorra futuramente); se cessar antes da novatio legis in pejus, esta não será aplicada ao fato. Caso o fato cesse posteriormente ao novatio legis in pejus, a lei mais severa irá ser aplicada.
PSIU5! Acrescenta-se que, as medidas de segurança também se encontram abarcadas. Medidas que majorem ou agravem as medidas de segurança também não podem retroagir para alcançar fatos pretéritos. As regras sobre medida de segurança são também leis penais.
Novatio Legis Incriminadora: “lei nova que incrimina uma conduta”, trazendo uma definição de crime*. É uma lei nova que vem a tornar fato anteriormente não incriminado pelo direito penal como fato incriminado, como fato típico. A lei nova que incrimine o praticante de fato que ao tempo da prática não era típico, não poderá ser aplicada, pois é irretroativa. 
*Se, uma lei nova definir difamação como crime, esta pode voltar e alcançar uma conduta anterior a ela? Não, pois ela não será aplicada a fatos anteriores a ela (a lei só retroage em benefício do réu), possuindo só aplicação a fatos posteriores a ela.
Lei Penal no Tempo.
Teoria da Atividade: adotada pelo direito penal brasileiro em seu art. 4° - C.P, segundo este: o tempo de crime se dará no momento da ação ou omissão do tipo criminoso, e não no do resultado.
Crime permanente: a ação criminosa se perpetua no tempo, vindo a produzir efeitos sucessivos até que ação criminosa cesse/seja interrompida. 
OBS2! Súmula no 711 – STF: “Lei Penal Mais Grave – Aplicabilidade – Crime Continuado ou Crime Permanente – Vigência e Anterioridade: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência”.
Lei Penal no Espaço.
Princípio da Territorialidade.
Lugar do Crime.
Princípio da Extraterritorialidade.
Sentença Cumprida no Estrangeiro: tem como fim de evitar o bis in idem, ou seja, a dupla punição, desconta-se a pena já cumprida no estrangeiro quanto à sentença que ainda será cumprida no Brasil.
Eficácia da Sentença penal Cumprida no estrangeiro.
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL: 
	
CAP.6 – PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA.
	Ou ultima ratio, é responsável pela indicação dos bens de maior relevo que merecem uma especial atenção, e faz com que também ocorra a descriminalização.
Orienta e limita o poder incriminador do Estado, preconizando que a criminalização de uma conduta só se é legitima se constituir meio necessário para a proteção de determinados bens jurídico; se outras formas de sanções ou outros meios de controle revelarem-se suficientes para a tutela desse bem, a sua criminalização será inadequada e desnecessária.
O direito penal deve interferir o menos possível na vida em sociedade, devendo ser solicitado somente quando os demais ramos do direito não forem capazes de proteger aqueles bens considerados de maior importância.
Portanto, este orienta o legislador na seleção dos bens mais importantes e necessários ao convívio em sociedade; servindo de norte para o legislador, a fim de retirar a proteção do direito penal sobre aqueles bens que, no passado, gozavam de especial importância, mas que, atualmente, com a evolução da sociedade, já podem ser protegidos pelos demais ramos do ordenamento.
PSIU6! Tem como objeto de discussão a manutenção das contravenções penais, no ordenamento jurídico brasileiro.
	
CAP. 7 – PRINCÍPIO DA LESIVIDADE. 
CAP. 7 – PRINCÍPIO DA LESIVIDADE.
	Limita ainda mais o poder do legislador, ditando quais são as condutas que poderão ser incriminadas pela lei penal; orientando no sentido de saber quais são as condutas que não poderão sofrer os rigores da lei penal.
As proibições penais somente se justificam quando se referem a condutas que afetem gravemente a direitos de terceiros; não podendo ser concebidas como respostas puramente éticas aos problemas que se apresentam, senão como mecanismos de uso inevitável para que sejam assegurados os pactos que sustentam o ordenamento normativo, quando não existe outro modo de resolver o conflito.
Possui quatro funções, que é proibir: a) a incriminação de uma atitude interna; b) a incriminação de uma conduta que não exceda o âmbito do próprio autor; c) a incriminação de simples estados ou condições existenciais; d) a incriminação de condutas desviadas que não afetem qualquer bem jurídico.Portanto, o direito penal não poderá punir aquelas condutas que não sejam lesivas a bens de terceiros, pois não excedem ao âmbito do próprio autor (a exemplo, a autolesão ou a tentativa de suicídio). Além disso, impede que o agente seja punido por aquilo que ele é, e não pelo que ele faz. 
Assim, impede que seja erigido um autêntico direito penal do autor. Afasta a incidência de aplicação da lei penal aquelas condutas que, embora desviadas, não afetam qualquer bem jurídico de terceiros. Tem-se, então, a impossibilidade de atuação do direito penal caso um bem jurídico relevante de terceira pessoa não esteja sendo efetivamente atacado. 
	
CAP. 8 – PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL.
	Possui dupla função:
Restringir o âmbito de abrangência do tipo penal, limitando a sua interpretação, e dele excluindo as condutas consideradas socialmente adequadas e aceitas pela sociedade.
A segunda é dirigida ao legislador em duas vertentes:
Orienta o legislador quando da seleção das condutas que deseja proibir ou impor (tendo por finalidade proteger os bens considerados mais importantes).
Destina-se a fazer com que o legislador repense os tipos penais e retire do ordenamento jurídico a proteção sobre aqueles bens cujas condutas já se adaptaram perfeitamente à evolução da sociedade. 
Assim, o princípio da adequação destina-se ao legislador, orientando-o na escolha de condutas a serem proibidas ou impostas, bem como na revogação de tipos penais.
	
CAP. 9 – PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDADE.
	Se refere ao caráter fragmentário do direito penal (uma vez escolhidos aqueles bens fundamentais, comprovada a lesividade e inadequação das condutas que os ofendem, esses bens passarão a fazer parte de uma pequena parcela que é protegida pelo direito penal, originando-se a natureza fragmentária).
O ordenamento jurídico preocupa-se com uma infinidade de bens e interesses, e, como ramos desse ordenamento, temos o direito penal, o civil, o administrativo, tributário, etc. Nesse ordenamento, ao direito penal cabe a menor parcela no que diz respeito à proteção desses bens. 
Por isso, dá-se sua natureza fragmentária (nem tudo lhe interessa, mas tão somente uma pequena parte, uma limitada parcela de bens que estão sob sua proteção, mas que, pelo menos em tese, são os mais importantes e necessários ao convívio em sociedade).
	
CAP. 10 – PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA (bagatela).
CAP. 10 – PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA (bagatela).
	Tendo ultrapassado os princípios anteriores, o legislador poderá proibir determinadas condutas sob ameaça de sanção – obedecendo o processo legislativo, este, tendo sua atenção voltada aos princípios já mencionados, poderá criar tipos penais incriminadores.
Tem por finalidade auxiliar o intérprete quando a análise do tipo penal, para fazer excluir do âmbito de incidência da lei aquelas situações consideradas como de “bagatela”. Nem todos os tipos penais permitem a aplicação de tal princípio (a exemplo, o delito de homicídio); entretanto, existem infrações em que a sua aplicação afastará a injustiça do caso concreto (a condenação do agente, simplesmente pela adequação formal do seu comportamento a determinado tipo penal).
PSIU7! Os tribunais superiores possuem o entendimento de que há possiblidade de sua aplicação nos delitos patrimoniais cometidos sem violência. 
PSIU8! Princípio da insignificância: como excludente da tipicidade penal, no direito penal.
ATENÇÃO2! Sua aplicação não poderá ocorrer a todo momento e à qualquer infração penal; existem aquelas em que a radicalização no sentido de não aplicar-se o princípio visto, conduzirá a conclusões absurdas, punindo-se por intermédio do ramo mais violento do ordenamento jurídico, condutas que não deviam merecer a atenção do direito penal em virtude da sua inexpressividade – razão pela qual são reconhecidas como de bagatela.
	
CAP. 11 – PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA.
	A individualização da pena ocorre com a seleção feita pelo legislador, quando este escolhe para fazer parte do “pequeno âmbito de abrangência” do direito penal aquelas condutas, que atacam os bens mais importantes. 
Uma vez realizada tal seleção, o legislador valora as condutas, cominando-lhes penas que variam de acordo com a importância do bem a ser tutelado. A proteção a vida, por exemplo, deve ser feita com uma ameaça de pena mais severa do que a prevista para resguardar o patrimônio.
A esta fase seletiva – realizada pelos tipos penais no plano abstrato –, denomina-se de cominação (é a fase, segunda a qual, o legislador seguindo o critério político, valora os bens que estão sendo objeto de proteção pelo direito penal, individualizando as penas de cada infração penal de acordo com a sua importância e gravidade). 
	
CAP. 12 – PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE. 
CAP. 12 – PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE.
	Tal como diz Beccaria em sua obra “Dos delitos e das penas”, de 1764: “para não ser um ato de violência contra o cidadão, a pena deve ser, de modo essencial, pública, pronta, necessária, a menor das penas aplicável nas circunstâncias referidas, proporcionada ao delito e determinada pela lei”.
Segundo esse princípio, é exigido que se faça um juízo de ponderação sobre a relação existente entre o bem que é lesionado ou posto em perigo (gravidade do fato) e o bem de que pode alguém ser privado (gravidade da pena). Toda vez que houver um desequilíbrio acentuado, estabelece-se inaceitável desproporção.
Rechaça-se, portanto, o estabelecimento de cominações legais (proporcionalidade em abstrato) e a imposição de penas (proporcionalidade em concreto) que careçam de relação valorativa com o fato cometido considerado em seu significado global. Tem, em consequência, um duplo destinatário: o poder legislativo (tem de estabelecer penas proporcionadas, em abstrato, à gravidade do delito) e o juiz (as penas que os juízes impõem ao autor do delito têm de ser proporcionadas à sua concreta gravidade).
	
CAP. 13 – PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE PESSOAL.
	Também conhecido como princípio da pessoalidade ou intranscendência da pena, segundo este, somente o condenado é que terá de se submeter à sanção que lhe foi aplicada pelo Estado. Tal como determina o art. 5º, XLV – CF/88: quando a responsabilidade do condenado é penal, somente ele, e mais ninguém, poderá responder pela infração praticada. Qualquer que seja a natureza da penalidade aplicada – privativa de liberdade, restritiva de direitos ou multa –, somente o condenado é que deverá cumpri-la.
OBS3! Havendo o falecimento do condenado, por exemplo, a pena que lhe foi infligida, mesmo que de natureza pecuniária, não poderá ser estendida a ninguém, tendo em vista o seu caráter personalíssimo – ou seja, somente o autor do delito é que pode submeter-se às sanções penais a ele aplicadas. 
OBS4! Se estivermos diante de uma responsabilidade não penal, como a obrigação de repara o dano, nada impede que, no caso de morte do condenado e tendo havido a transferência de seus bens aos seus sucessores, estes respondam até as forças da herança (art. 5º, XLV – CF/88 e art. 1.997, caput – C.C/2002).
CAP. 17 – PRINCÍPIO DA EXTRATIVIDADE DA LEI PENAL:
Sucessão das Leis Temporárias/Excepcionais (art. 3º - C.P): 
Prevista no art. 3º - C.P, segundo o qual: “A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência”. Inicialmente, deve-se levar em consideração os conceitos de lei excepcional e lei temporária. 
	Lei Excepcional
	“(...) cessadas as circunstâncias que a determinaram (...)”. Esta é elaborada para uma situação excepcional, e só possui vigência durante essa situação – a exemplo: uma situação de calamidade pública. Ou seja, a lei excepcional só tem duração enquanto durar a excepcionalidade.
	
Lei Temporária
	“(...) decorrido o período de sua duração (...)”. É uma norma que traz expressamente em sua redação o diade início e do término de uma lei/norma. A título de exemplo, supondo que uma lei entre em vigor no ano 2012 e acaba/morre no ano de 2015 (estando isto pré-determinado dentro da própria lei) – logo, seu período de vigência irá ser de 3 anos. 
Isto é o que se verifica nos crimes previstos nos arts. 30 e 35 da lei 12.663/13 (Lei Geral da Copa do Mundo, e tinha vigência até o dia 31 de dezembro de 2014).
PSIU9! AUTORREVOGAÇÃO (lei excepcional e lei temporária): a lei temporária possui um prazo determinado de início e término, e assim que esta acaba, a lei é revogada automaticamente (não necessitando de outra lei que traga, expressamente/tacitamente, em seu texto, que está revogando), pois a própria definiu o prazo do seu início e término; quando trata-se de lei excepcional, tendo havido o término da excepcionalidade da medida, esta também irá ser revogada automaticamente.
A grande problemática acerca do aludido artigo é a questão da ultratividade da lei. Temos que uma lei que irá perdurar durante um certo período – o artigo dita que “aplica-se ao fato praticado durante sua vigência; embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram”. Isto é, – suponhamos que ocorreu um fato durante a vigência dessa lei temporária, e que esta lei definiu esse fato como crime – mesmo que a lei temporária tenha acabado (terminado a sua vigência e dali em diante já esteja revogada), tal indivíduo que cometeu esse fato/delito durante a vigência dessa lei, irá responder (mesmo que esta já tenha sido revogada, ele estaria cumprido pena). A questão é, embora o artigo diga expressamente que esta lei irá aplicar-se mesmo depois de ter acabado a sua vigência, a CF/88 diz que quando uma lei é pior/prejudicial ao réu, ela não pode ser aplicada. Há duas correntes que trazem consigo posicionamentos perante tal questão:
Damásio: entende que a lei temporária tem aplicação mesmo depois do seu término, pois, para que não seja cometido injustiças (se o indivíduo soubesse que esse fato que ele praticou não vai ser punido após a revogação automática da lei, este poderia cometer vários delitos – porque ele sabe que, mesmo após a revogação, ele não irá sofrer uma punição). Portanto, configura-se o crime tipificado pela lei excepcional, ainda que depois tenha sido revogada.
Zaffaroni/Rogério Greco: traz uma concepção contrária à anterior, sustentando a hipótese de que, não tendo a CF/88 ressalvado a possibilidade da ultratividade para piorar a situação do réu, não é possível a interpretação e, tampouco é possível a punição desse agente. Logo, a aplicação da lei anterior (lei temporária) em prejuízo do agente, não pode ocorrer – a lei, neste caso, teria que beneficiar o réu.
Teoria do Tempo do Crime (art. 4º - C.P): 
Prevista no art. 4º - C.P, segundo o qual: “Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado”. 
É saber qual é o momento da prática do crime, e como irá se imputar o crime ao réu – e se o réu é menor ou não; é preciso, então, saber qual a data exata em que este comete o crime. E, para isso, decorre três teorias:
Teoria da Atividade: o crime ocorre no momento da conduta, não importando o resultado do crime. Por exemplo, em um crime de estelionato, não interessa quando que este crime vai se consumar – o que realmente importa é somente a conduta do agente (o momento da atividade/conduta dele – seja ela, ação ou omissão).
Teoria do Resultado: o crime aconteceria no momento da sua consumação, não importando a conduta – esta recebe também a nomenclatura de teoria do evento.
Teoria da Ubiquidade: é a que irá unir as teorias anteriormente vistas; segundo esta, pode ser tanto a atividade quanto o resultado – ou seja, pode ser tanto no momento da conduta, como no momento da consumação. É também denominada de teoria mista, pois mistura tanto a atividade quanto o resultado (pode ser conduta ou consumação).
OBS5! O código penal brasileiro adotou apenas a teoria da atividade. Dentre as consequências trazidas por essa escolha, temos que: 
Se houver duas leis, qual delas se aplica? Deve-se aplicada a lei que ocorrer no momento da ação/atividade. Caso venha uma lei nova, e esta for benéfica ao réu, ela irá retroagir – se for severa/gravosa, isto não ocorre.
Quanto a imputabilidade do agente: suponhamos que um indivíduo tenha completado 18 anos no dia 20 de setembro; como saber se esta cometeu o crime, e como se deve punir ela? O mesmo visto anteriormente se aplica aqui (no momento da ação/atividade – se, a ação foi no dia anterior, ou seja, no dia 19 de setembro, ela não irá responder; caso a consumação tenha ocorrido depois, ou seja, no dia 21 de setembro, esta não importa); o que importa é o momento da conduta – se ele praticou a conduta antes dos 18 anos, ele não cometeu crime, mas sim um ato infracional equiparado. Caso a ação deste tenha ocorrido depois, então ele cometeu um crime (uma infração penal).
Em relação aos crimes permanentes (súmula nº. 711 – STF): tendo como exemplo o sequestro (crime permanente), que, vai consumando-se a cada dia (tendo uma atividade a cada dia), como saber quando este é praticado? Ele é praticado todo dia, reiterando uma conduta, tendo todo dia uma nova atividade; então, enquanto não cessar o sequestro, este crime continua sendo um ativo/a atividade. Se um indivíduo com 17 anos (cometendo o sequestro aos 17 anos), e, ao longo do sequestro ele faz 18 anos, esta irá responder de acordo com a teoria da atividade: como este comete uma atividade a cada minuto do sequestro, ele irá responder como se fosse maior de idade (irá responder por uma infração penal) – pois, quando se cessou o sequestro, ele já tinha 18 anos. 
Em relação aos crimes continuados (súmula nº. 711 – STF): a exemplo, o furto. Caso um indivíduo cometa um furto hoje, amanhã, depois de amanhã e assim por diante – tendo em vista as mesmas condições de tempo/lugar/circunstâncias –, nesse caso, como a lei se comporta? Este responde pela última conduta/atividade dele (juntando todos os crimes em um só, mas, o agente só irá responder pela última conduta).
Quanto a Prescrição: o termo inicial na prescrição não é na atividade – neste caso, utiliza-se o resultado; logo, o termo inicial da prescrição é a consumação do crime (a prescrição é diferente do crime – o crime acontece no momento da ação/omissão; tal como dita o art. 111, I - C.P, a prescrição ocorre no momento da consumação do crime, contando-se a partir daqui o seu prazo).
PSIU10! L.U.T.A: 
	Lugar
	
	Ubiquidade
	
Tempo
	Qual a teoria do tempo do crime?
	
Atividade
 
CAP. 18 – PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE:
Territorialidade (art. 5º, caput - C.P): 
Segundo o qual: “Aplica-se a lei brasileira sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional”. 
Validade da Lei Penal (conflito da lei penal no espaço): aonde que a lei penal brasileira vale, quando que vale ou não, etc. E, a partir desse entendimento, surge dois conceitos:
Territorialidade: previsto no art. 5º, caput - C.P, este é o que se denomina de “regra” (a lei brasileira se aplica aos crimes cometidos no Brasil). Dentre as exceções à essa regra, temos duas, onde tem-se: a) brasileiro que comete crime no exterior (irão responder pela lei brasileira) e b) o estrangeiro que comete crime no Brasil (irão responder pela lei do seu país de origem). O C.P/Brasil, adotou o princípio da territorialidade temperada/mitigada. Mas, por que “temperado/mitigado”? Porque nossa temporalidade não é absoluta, comportando exceções (sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional – essa parte do artigo define as imunidades diplomáticas, parlamentares, etc.). Logo, aplica-se a lei aos crimes cometidos no Brasil, salvo se houver alguma convenção, tratado e/ou regra de direito internacional que diga para não aplicá-la. No §1º do art. 5º - C.P, “para os efeitos penais, consideram-se com extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras,de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar”. Tal parágrafo trata do território por extensão: se aplica também a lei brasileira nos casos de embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo (aplicando-se em qualquer lugar a lei brasileira), mercantis ou de propriedade privada (aplica-se a lei quando esta se encontrar localizada em alto mar ou no espaço aéreo correspondente – pois, não há a soberania de qualquer outro país).
No §2º do art. 5º - C.P, “é também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aqueles em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil”. Ou seja, aeronaves ou embarcações estrangeiras de natureza pública ou a serviço do governo (aplica-se em qualquer lugar a lei do país de origem da aeronave/embarcação); e de propriedade privada em pouso/voo no território/espaço aéreo brasileiro ou estiver no porto/mar territorial (irá aplicar-se a lei brasileira). 
Extraterritorialidade: previsto no art. 7º - C.P.
Lugar do Crime (Aplicação da Lei Penal; art. 6º - C.P):
Possui a seguinte redação: “Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como se produziu ou deveria produzir-se o resultado”. Para termos uma análise mais detalhada do artigo, os doutrinadores desenvolveram várias teorias, dentre as mais relevantes, temos: 
Teoria da Atividade: segundo esta, o lugar do crime é onde ocorreu a ação – por isso, tal teoria é também denominada de teoria da ação/atividade.
Teoria do Resultado: segundo esta, o lugar do crime é onde ocorreu o evento/consumação daquele delito. – por isso, tal teoria é também denominada de teoria do evento. 
Teoria da Ubiquidade: denominada também de teoria mista, mescla os conceitos vistos anteriormente, onde, o lugar do crime é onde ocorreu a ação ou o evento (podendo ser tanto um como outro).
O C.P/BRA adotou a teoria da ubiquidade – então, para o nosso código penal, tanto faz se o crime foi cometido pela sua ação ou pelo seu resultado (o agente/sujeito irá responder em qualquer dos dois lugares). Porém, tal teoria foi feita a fim de explicar a territorialidade.
PSIU11! CRIMES A DISTÂNCIA ou ESPAÇO MÁXIMO: são aqueles em que a conduta ocorre em um país, e o seu resultado ocorre em outro – sendo dois países diferentes. Exemplo: uma carta bomba.
	PAÍS A (Argentina)
	PAÍS B (Brasil)
	Conduta
	Resultado
	Envio da carta bomba para alguém do país B.
	Recebimento do pacote → a explosão ocorre no país B.
	Neste caso, aplica-se tanto a lei brasileira quanto a paraguaia (o agente responde tanto por uma, quanto pela outra lei).
ATENÇÃO3! 
Crimes Conexos: são aqueles que de alguma forma, estão relacionados por algum fato. A exemplo: se ocorresse o furto da carta antes de esta virar uma “carta bomba” e ser enviada para o Brasil; esse furto está relacionado com o possível homicídio – então, este pode ser considerado um crime conexo. Porém, crime conexo não tem unidade, ou seja, não é um crime só. Devido a isso, por ele não ter unidade, o crime será julgado apenas onde ele ocorreu – não “acompanhando” o outro crime – cada crime será julgado no país onde ocorreu.
Competência (prevista no C.P.P) ≠ Aplicação da Lei Penal: 
Crimes Plurilocais: é um crime cometido dentro do mesmo país, porém, é em comarcas diversas; é ≠ do crime a distância. O C.P.P, no seu art. 70, adotou a teoria do resultado/evento (onde este se consumou; ou, em caso de tentativa, o seu último ato de execução) para o julgamento do agente/sujeito/réu, e não a teoria da ubiquidade. 
CAP. 19 – PRINCÍPIO DA EXTRATERRITORIALIDADE (art. 7º, caput - C.P):
Possui a seguinte redação: “Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro” alguns crimes. A lei brasileira irá ser aplicada no exterior a alguns tipos de crimes (embora cometidos no exterior). Isso é permitido devido a redação do já mencionado art. 5º - C.P, onde, este nos revela a territorialidade, sendo ela temperada/mista; por isso, temos o princípio da extraterritorialidade (a lei brasileira aplicada no exterior). 
OBS6! Art. 2º - L.C.P: diz expressamente, que, não vai aplicar-se a lei brasileira quando for cometido uma contravenção penal no exterior.
O art. 7º, em seus dois incisos os dois tipos de crimes (diferentes) cometidos no exterior, sujeitos a lei brasileira: 
Art. 7º, I - C.P: traz as hipóteses de extraterritorialidade incondicionada.
Não existe qualquer condição para aplicação da lei brasileira; o agente será punido, independentemente de qualquer coisa – mesmo que já tenha sido condenado/absolvido no exterior. Dentre os crimes praticados: 
Contra a vida/liberdade do Presidente da República; 
Contra o patrimônio/a fé pública dos entes federativos (União, D.F, Estado ou Município), e/ou das instituições (empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo poder público); 
Contra a administração pública no exterior por quem está a seu serviço;
Contra genocídio cometido no estrangeiro (por agente brasileiro ou por pessoa domiciliada no Brasil).
Art. 7º, II - C.P: traz as hipóteses de extraterritorialidade condicionada.
Para aplicação da lei penal brasileira (de qualquer forma), é necessário a verificação dos seguintes requisitos: 
O agente/réu deve encontrar-se em território nacional;
O fato praticado pelo réu deve ser punível no país em que esta conduta ocorreu (crime praticado em local onde nenhum país possui jurisdição);
O crime deve estar incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
O agente não tenha sido absolvido, ou já tenha cumprido pena no estrangeiro;
O agente que não tenha sido perdoado, ou que já tenha sido extinta a punibilidade deste, conforme a lei mais favorável (tanto no Brasil, como no exterior).
Dentre os crimes praticados por:
Que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
Praticados por brasileiros no exterior; 
Praticados por estrangeiros contra brasileiros (se não for pedida ou negada a extradição, a lei brasileira irá ser aplicada, ou, se houver uma requisição do Ministro da Justiça);
Praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e, ali não sejam julgados.
CAP. 20 – DISPOSIÇÕES SOBRE A APLICAÇÃO DA LEI PENAL: 
Pena cumprida no estrangeiro (art. 8º - C.P): 
Tem a seguinte redação: “A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas”. Possui a função de evitar a dupla punição do agente pelo mesmo fato (isto é, ne bis in idem – “não há uma dupla punição”). 
Princípio da Extraterritorialidade (art. 7º - C.P): pode ser condicionada ou incondicionada (o aludido artigo dá mais enfoque a esta).
Condicionada: se a pena foi cumprida no estrangeiro, neste caso, o Brasil não terá mais interesse em punir o agente/réu. 
Incondicionada*: traz dois tipos distintos de penas: 
Quando forem idênticas: isto é, mesmo crime e as penas foram aplicadas da mesma forma (por exemplo, 10 anos para cada sujeito), a sua consequência é a compensação das penas – irá se computar as penas já cumpridas no exterior, com as penas ainda a serem cumpridas no Brasil. 
Quando forem diversas: a pena será atenuada, na medida em que for possível.
Eficácia da sentença Estrangeira (art. 9º - C.P): 
Tem a seguinte redação: “A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil para: I – obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e outros efeitos civis; II – sujeitá-lo a medida de segurança; § único – A homologação depende:a) para efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país cuja autoridade judiciaria emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça ”.
Sabe-se que, um país possui sua soberania e suas leis que devem ser aplicadas dentro do seu território. No entanto, para garantir essa soberania e dar uma credibilidade às leis estrangeiras, o país pode homologar tal sentença estrangeira – ou seja, uma sentença que ocorre no exterior pode ser homologada dentro Brasil (tratando-se de leis penais). A sentença estrangeira pode ser homologada no Brasil, sob duas condicionantes necessárias – para que essa sentença seja, então, homologada: 
1ª condição: a lei brasileira deve produzir as mesmas consequências que a lei estrangeira – dentro do Brasil –, para então ser homologada em duas hipóteses: 1) art. 9º, I e § único, a) - C.P (para gerar efeitos civis, como, reparação de dano, restituição de coisa apreendida, etc.; devendo haver um pedido da parte interessada) e 2) art. 9º, II - C.P (aplicação de medidas de segurança, sendo necessário uma condicionante – isto é, se tiver um tratado de extradição com o país de origem; ou, caso não tenha esse tratado, é preciso ter uma requisição do Ministro da Justiça).
2ª condição: corresponde à súmula nº. 420 – STF, segundo a qual, é preciso o trânsito em julgado da sentença estrangeira no país de origem – isto é, preciso que o trânsito em julgado dessa sentença tenha terminado (encerrado o processo, não passível de recursos no país de origem).
OBS6! 
Competência: a competência para julgar tal homologação e sentença estrangeira, atualmente, é do STJ (estando previsto no art. 105, I, i) - CF/88) – e, isto se deve em decorrência da E.C nº. 45/2004. 
Título executivo Judicial: essa sentença estrangeira homologada no Brasil, serve e tem força de um título executivo judicial (com previsão no art. 475-N, VI - C.P.C).
Contagem do Prazo Penal (art. 10º - C.P): 
Prevê que: “O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum”. E, a fim de um melhor entendimento, iremos dividi-lo em duas partes:
Prazo processual penal ≠ Prazo processual civil (“o dia do começo inclui-se no cômputo do prazo (...)”). 
No processo civil, o primeiro dia vai ser incluído no cômputo do prazo; já no processo penal, é excluído o dia do início, mas inclui-se o dia do final. E, qualquer que seja a fração desse dia, vai contar como um dia inteiro. Logo, por exemplo, se alguém é apreendido no dia 09 de setembro, às 23:50 da noite, o dia vai ser contado (a partir dessa hora) como primeiro dia de prisão desse sujeito – como se tivesse já cumprido um dia de prisão, mesmo que só faltem 10 minutos para o final desse dia. 
Todo prazo possui o termo inicial (termo a quo – computado em qualquer prazo, isso quando trata-se de prazo penal) e o termo final (termo ad quem). O prazo penal* é improrrogável, pois, mesmo que este termine em dia não útil (sábado/domingo/feriado), ele vai ser contado e possuir término nesse dia – não ficando para o próximo dia útil, tal como ocorre no prazo de processo penal. 
Porém, não é pelo fato de esse prazo ser improrrogável, que este impeça a suspensão/interrupção do prazo (exemplo: prescrição* – cometeu-se o delito no dia 10 de outubro, esse dia vai contar como “dia um” para a prescrição, sendo que, pode suspender essa contagem e depois recomeçar ela onde se parou ou pode interrompê-la, “começando do zero”); ou seja, este pode ser suspenso ou interrompido este prazo penal.
OBS7! No caso da prescrição, temos o oferecimento da denúncia – que irá zerar o prazo, e começando a correr novamente; no entanto, não é esse oferecimento que causa a interrupção, mas sim o seu recebimento (art. 117, I - C.P).
“Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum”.
Calendário Comum: é conhecido também como calendário gregoriano, o utilizado no Brasil; é o calendário usado no cômputo do prazo. 
Dias: é o intervalo de tempo entre 00:00 do dia X, e a 00:00 do dia Y.
Meses/Anos: irão possuir uma coisa em comum – tanto os meses quanto os anos, irão seguir o calendário, independente do tanto de dias que houver (exemplo: se um mês possui 31 dias, ele vai ser lido como um mês; se um mês tiver 29 dias, vai ser lido também como um mês. Se um ano possui 366 dias, este vai ser contado como um ano).
A contagem de um mês no prazo penal se dá da seguinte forma: deve ser contado até véspera do mesmo dia do mês seguinte (17 de outubro – 16 de novembro até a 00:00). E, a contagem de um ano no prazo penal se dá da seguinte forma: deve ser contado até o mês do ano seguinte (15 de janeiro de 2014 – 14 de janeiro de 2015).
OBS8! Prazo Penal (previsto no art. 10º - C.P – inclui o dia do início) ≠ Prazo Processual (previsto no art. 798, §1º - C.P.P – exclui o dia do início e inclui o dia de vencimento/término).
PSIU12! Como saber quando se trata de um prazo penal, e quando se trata de um prazo processual? No que envolve o Ius Puniendi ou direito de liberdade do indivíduo, corresponde ao prazo penal. No que tange, por exemplo, o prazo de uma denúncia de defesa preliminar, este corresponde ao prazo processual.
ATENÇÃO4! Se a norma for mista (possui conteúdo processual e penal), deve-se prevalecer o lado Penal (deve incluir o dia do início, estando envolvida com direitos de liberdade do indivíduo). 
ATENÇÃO5! Pode haver norma de prazo penal inserida no C.P.P – a exemplo: decadência da queixa (envolvida com o Ius Puniendi/direito de punir e com o direito de liberdade; este é um PRAZO PENAL, e NÃO um PRAZO PROCESSUAL PENAL, mesmo estando inserido no C.P.P). O prazo processual penal pode gerar uma injustiça.
Frações não computáveis na pena (art. 11º - C.P):
Segundo o qual: “Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de real”. E, novamente, a fim de um melhor entendimento, iremos dividi-lo em duas partes:
“Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia (...)”.
A expressão “nas restritivas de direitos”, não necessariamente deveria estar presente no aludido artigo. Isso se deve, pois, as penas restritivas de direito possuem um caráter de substitutividade, ou seja, tais penas restritivas só vão ser aplicadas se for adotada uma pena privativa de liberdade e couber a substituição dessa pelas restritivas de direito. Assim não será preciso desprezar, nessa pena efetiva de direitos, as frações de dia.
Frações de dias = hora – o artigo transmite a ideia de que, no momento de aplicar uma pena privativa de liberdade, o juízo tem que desprezar as frações de dias. Em decorrência disso, tem-se duas implicações: a) o juiz não pode dar uma pena de 1 mês e 6 horas (a pena deve ser de 1 mês, desprezando as horas, quando este for computar a pena); b) por exemplo, alguém foi preso às 23:00 do dia 15 de janeiro; esse dia 15 de janeiro irá ser computado; caso um agente que tenha recebido uma pena de 1 mês, começa a cumpri-la às 23:00 do dia 15 de janeiro, esse dia 15 vai ser contado/computado como 1 dia completo de cumprimento de pena – mesmo que falta apenas 1 hora para o término do dia.
“(...), na pena de multa, as frações de real”.
Frações de real: correspondem aos centavos. Portanto, o juiz no momento em que dá uma pena (tal como uma pena de multa), este não leva em conta os centavos. Por exemplo, um juiz fixa uma pena de 10 dias-multa + 1/3 de acréscimo, e seu resultado seria de 13 dias-multas; entretanto, a conta está errada, pois, na verdade daria 13,33 dias-multas. Mas, assim como prescreve o artigo, há o impedimento de o juiz cobrar a fração de real – logo, o valor de centavos da pena (13,33) será desconsiderado, chegando-se a uma pena de apenas 13 dias-multa. 
Legislação Especial (art. 12º - C.P): 
Traz a seguinte redação: “As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial,se esta não dispuser de modo diverso”. Primeiramente, deve ser destacado o conceito de lei especial. 
Lei Especial: são aqueles crimes ou regras de direito penal que não se encontram dentro do código penal – lei de drogas, C.T.B (código de trânsito brasileiro), C.P.M (código penal militar), L.C.P (lei de contravenções penais) e etc.
Segundamente, deve ser também destacado o que são regras gerais.
Regras Gerais: irão vir previstas no C.P, na parte geral – indo até art. 120 – que aplicam-se a todo tipo de crime. Sendo que, há também em uma outra parte do C.P, que corresponde a parte especial, algumas regras que também são gerais (como, por exemplo: na parte especial do C.P, no seu art. 327, encontramos o conceito de funcionário público).
Além disso, o artigo ainda diz que, tais regras gerais do C.P vão ser aplicadas aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso – isto é, o que é contemplado neste trecho é o princípio da convivência das esferas autônomas. Segundo este princípio, temos a existência de duas esferas autônomas que irão “conviver” entre si (ou seja, as regras gerais do C.P vão ser aplicadas às essas outras legislações). São elas: 1) L.C.P (exemplo: Decreto-lei nº. 3.688/41, art. 1º), e 2) C.P.
Na parte final do aludido artigo, temos seguinte expressão “se esta não dispuser de modo diverso”, que consagra o princípio especialidade. Segundo este, se há uma norma mais específica, esta vai ser aplicada. Por exemplo, art. 14, II, § único - C.P nos revela o chamado crime tentado. 
Ao retomarmos a L.C.P, podemos observar o seguinte: no seu art. 4º - L.C.P, é previsto que não é punível a tentativa de contravenção penal – ou seja, pelo princípio da especialidade, essa L.C.P prevê que não é punível a tentativa no caso de contravenção; e, devido a isso, é deixado de lado a regra prevista no art. 14, II, § único - C.P, pois tem-se a existência de uma regra mais específica dentro de uma lei especial, dizendo que não há tentativa nos crimes de contravenção.

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