Buscar

Drogas e Sinalização Celular_final

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Drogas e Sinalização Celular 
Farmácia 2014/1 
Comunicação entre as células
O organismo precisa de sinalização, ou seja, as células precisam de receber sinais para realizarem suas funções. A comunicação celular é feita por meio de moléculas sinalizadoras .
3 tipos de comunicação : Endócrina , parácrina , sináptica 
Receptor celular : “ Moléculas proteicas cuja função é reconhecer e responder a ligantes endógenos” . Funcionam como transdutores de sinal convertendo um evento extracelular em sinais intracelulares .
Os sinais inibem ou ativam as atividades celulares 
A resposta da célula depende do elenco de receptores que foram formados durante a sua diferenciação celular . Células diferentes respondem de forma diferente a mesma molécula sinalizadora extracelular.
Êxtase 
 O MDMA ou 3,4 metilenodioximetanfetamina, é um derivado da anfetamina e uma droga sintética e psicoativa com propriedades estimulantes e alucinógenas .
 Vias de consumo
Uma pastilha de êxtase demora de 20 a 40 min. até chegar ao cérebro.
De 60 a 90 min. para atingir o grau máximo.
No geral, dura de 3 a 5 horas no organismo.
 Efeitos imediatos: 
Positivos 
Bom humor
Energia
Euforia
Vontade de se comunicar
Dissolução do medo obsessivo
Sensação de brilho e intensidade Perda do apetite
Neutros
Distorção visual
Aumento do ritmo cardíaco e 
da pressão arterial
Nervosismo, inquietação
Emoções fortes e inesperadas
Negativos
Incapacidade de lidar com emoções
 negativas e inesperadas
Contração da mandíbula e bruxismo
Dificuldade de concentração
Alterações na memória 
Tensão muscular
Disfunção erétil
Náuseas, vômitos e tonturas
Tristeza e angústia
Psicoses, ataques de pânico, etc
Mecanismo de ação 
Neurônios:
Para comunicarem utilizam neurotransmissores (a serotonina, a dopamina, a noradrenalina, o glutamato, a glicina, o GABA, etc)
Caracterizados pelo tipo de neurotransmissor que sintetizam
Tomemos como exemplo um neurônio serotoninérgico
 
 
 
 O neurônio libera serotonina na sinapse que se liga a um receptor. Este envia uma 
informação que desencadeia reações químicas no neurônio receptor.
 A molécula de serotonina é recapturada pelo transmissor e é armazenada novamente nas vesículas.
O Êxtase e o cérebro 
 Serotonina : regulação do humor, do ciclo do sono, do apetite e da dor.
 O êxtase interfere na liberação de serotonina, agindo sobre os neurônios serotoninérgicos.
 O êxtase altera a configuração da proteína de transporte invertendo seu funcionamento.
 O transportador passa a levar serotonina do terminal axônico para a sinapse.
 O êxtase interage com as vesículas onde a serotonina está armazenada, fazendo com que as moléculas de serotonina sejam despejadas no citoplasma da célula.
 Parte da serotonina liberada será transportada para a sinapse, a outra será metabolizada pela enzima MAO ( monoamina oxidase).
 
Cocaína
Mecanismo de ação (Toxicodinâmica)
 Euforia exacerbada em comparação a recompensa normal. 	(dependência) 
SEM COCAÍNA 						COM COCAÍNA
 Efeitos adversos. Age em todas as catecolaminas.
Toxicocinética.
 Inalação (Maior duração)
Heroína 
Opiáceo : encontrados no ópio. Extraídos da resina de papoula.
Uso remonta do século XIV. No fim de século XIX, a heroína foi utilizada como um remédio para a dependência causada pela morfina.
Logo após a injeção de opióides, o usuário experimenta um "rush", uma "onda de prazer". Isso ocorre devido à rápida estimulação de centros cerebrais superiores, que pode ser seguido de depressão do sistema nervoso central. 
Podem ser endógenos (peptídeos – produzidos pelo organismo) ou exógenos
 As substâncias presentes no cérebro que atuam por meio de um receptor opióide são conhecidas como opióides endógenos, as principais famílias são a das encefalinas , endorfinas e dinorfinas.
Os receptores opiáceos são receptores celulares para neurotransmissores presentes no sistema nervoso humano.
Receptores de opiáceos : κ , μ e σ . Expressos em grande quantidade em tecidos periféricos, vasos sanguíneos , coração , vias respiratórias , intestino e células de imunidade . 
Os receptores opiáceos se ligam por meio da proteína G desencadeando diversos eventos intracelulares.
Inibição da adenililciclase, diminuição da abertura dos canais de íons cálcio regulados por voltagem , estimulação da corrente de íons potássio , ativação da quinase C (PKC) e PLC . 
O principal efeito que os opiáceos geram na sinalização celular influencia nas células nervosas , os neurônios na qual o receptor opiáceo se liga ao efetor celular inibindo a ação da adenililciclase. 
Maconha
A Cannabis Sativa, conhecida no Brasil como maconha, é uma planta herbácea originária da Índia.
É constituída por substâncias químicas chamadas canabinóides, sendo a principal delas o THC (tetraidrocanabinol).
No organismo humano são produzidos canabinóides endógenos, a partir do ácido araquidônico. O mais estudado é a Anandamida ( N-aracdonoiletanolamina).
O THC presente na maconha tem estrutura semelhante a Anandamida, e assim como ela, se liga aos receptores canabinóides presentes no SNC e SNP.
Os receptores canabinóides
Receptores CB1 ( Sistema nervoso central)
Receptores CB2 (Sistema nervoso periférico)
Mecanismo de ação da Anandamina e do THC
A anandamina, é liberada nas sinapses quando demandada no organismo. Se liga aos receptores canabinóides, agindo na ativação ou inibição de produção de neurotransmissores. Exemplo: neurotransmissores GABA (inibitórios) e glutamato (excitatórios).
*Membrana pós-sináptica ao ser ativada pelo neurotransmissor GABA provoca um aumento do fluxo de íons cálcio (Ca+) para dentro da membrana. Esse influxo libera anandamida para fora da sinapse. A anandamida se liga aos receptores CB1 na membrana pré-sináptica. Tal ligação bloqueia o processo energético que possibilitava a liberação de GABA na sinapse e o processo é interrompido.
 
O sistema canabióide é um importante modulador das atividades psíquicas e motoras do organismo. Sendo o THC semelhante à anandamida, age também sobre os receptores CB1, porém de forma adversa.
A anandamida é secretada localmente, enquanto o THC atinge todos os receptores CB1 ao mesmo tempo.
O THC permanece horas no SNC, diferentemente do que faz os canabinóides endógenos.
O THC é cerca de 20 vezes mais potente que a Anandamida.
O THC se liga nos receptores CB1 dos neurônios opióides endógenos. Assim, liberam um sinal elétrico que estimula os neurônios dopaminérgicos a produzirem dopamina.
A dopamina está ligada à sensação de bem-estar. O fato de ser liberada em maior quantidade com o THC é o que caracteriza o efeito de euforia e prazer dado pela maconha.
Efeitos da maconha
A maconha interfere na coordenação e no equilibrio de movimentos, pelo fato de alterar o funcionamento normal das vias GABA e glutamato do cerebelo.
O THC inibe principalmente a via excitatória dos neurônios presentes no hipocampo. Isso gera a perda da memória de curto prazo, bem como da noção de tempo e espaço.
O THC inibe a produção da leptina (hormônio supressor do apetite) no hipotálamo, o que gera sensação de fome.
Uso terapêutico:
A maconha pode estimular o apetite em pessoas com AIDS;
Tem efeito antiemético em pacientes com câncer;
Diminui a pressão intraocular, aliviando os sintomas do glaucoma;
 Possui efeitos analgésicos.
LSD
 DIETILAMIDA DO ÁCIDO LISÉRGICO 
Histórico 
1100 aC: Prova mais antiga do uso do ergô, em escritos chineses (obstetrícia)
Idade média: epidemias de envenenamento por ingestão de farinha infectada
1808: 1º uso médico oficial (Dr. John Stearns)
Esporão do centeio (ergô)
Fungo Claviceps purpurea
Histórico 
1917: Arthur Stoll isola a ergotamina
1938: Hoffman isola LSD-25 pela primeira
vez
1943: Hoffman reativa estudos sobre LSD-25 e inicia auto experimentação
1947: Sandoz disponibiliza Delysid para estudos Psiquiátricos
1966: Sandoz paralisa produção
Molécula 
Formas de uso 
Mecanismo de ação 
Mecanismo de ação 
Mecanismo ainda não foi completamente entendido
Atua no cérebro, na região do córtex 
Interfere na ação do neurotransmissor serotonina por ambos terem estruturas semelhantes, como o núcleo indol. 
Atua no receptor 5HT2A (camundongos sem ele não reagiram ao LSD). 
Com a presença de LSD a passagem do impulso do neurotransmissor para o receptor, é muito mais rápida e intensa, causando o estado alterado de percepção. 
É metabolizada pelo fígado e rins e excretada pela urina e fezes, sendo eliminada do corpo em 24 horas.
Efeitos
Ilusões (deformação do corpo e objetos)
Delírios
Confusão mental
Dificuldade de raciocínio
Atitudes impulsivas e irracionais
Calafrios
Tremores
Sudorese
Dilatação das pupilas
Bad trips
Flashbacks
Referências bibliográficas 
Site Álcool e Drogas sem Distorção (www.einstein.br/alcooledrogas) / NEAD - Núcleo Einstein de Álcool e Drogas do Hospital Israelita Albert Einstein 
http://www.brasilescola.com/drogas/maconha.htm
http://drauziovarella.com.br/dependencia-quimica/maconha/
http://www.ufpi.br
www.ibmc.up.pt/e-drogas/PDF_geral/DOSSIER_ECSTASY.pdf
 NISHIMURA, Cynthia – Dietielamida do Ácido Lisérgico (LSD) – disponível em http://arquivo.fmu.br/prodisc/farmacia/cssn.pdf
As Bases Farmacológicas da Terapêutica de Goodman & Gilman - 12.ed. Capítulo 18 – Opióides, analgesia e tratamento da dor

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando