Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Taciana Cavalcante ValenteDOENÇAS NEURODEGENERATIVAS 2 DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS Caracterizadas pela perda progressiva e irreversível de neurônios – morte neuronal Ocorre em regiões específicas Desenvolvimento tardio – pacientes idosos CAUSAS DE MORTE NEURONAL Inflamação: produção de mediadores inflamatórios. Ex: encefalite Estresse oxidativo: produção de radicais livres; Pode ser causado por disfunção mitocondrial; Acontece no envelhecimento normal devido a exposição a toxinas ambientais e a anomalias genéticas. Excitotoxicidade: excitação exagerada pela produção de NT glutamato; Receptores NDMA (ionotrópico) – permite o influxo de Ca+2; Aumento de Ca+2 – ativação de proteases envolvidas com apoptose, radicais livres, peroxidação lipídica; Ocorre em condições patológicas como isquemia cerebral. Isquemia PROTEÍNAS ALTERADAS NAS DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS Doença de Parkinson: aumento da alfa-sinucleína – degeneração dos neurônios dos gânglios da base. Doença de Alzheimer: aumento da beta-amiloide e formação de neurofibrilas (proteína Tao) intracelular – degeneração dos neurônios hipocampais. Doença de Huntington: aumento da proteína Huntingtina (IT-15) – degeneração dos neurônios dos gânglios da base. ELA: aumento da enzima superóxido dismutase (SOD) – responsável por diminuir os radicais livres DOENÇA DE ALZHEIMER Caracterizada pelo comprometimento das habilidades cognitivas Progressão com o envelhecimento (geralmente inicia aos 65 anos) Sintomatologia: Perda de memória recente, atividades espaciais, habilidades com cálculos e com objetos e ferramentas, imobilidade. Diagnóstico: Feito por exclusão – associação de fatores clínicos + ressonância (atrofia cerebral) + pet-scan (atividade reduzida) Morte por imobilidade: associado a pneumonia, escaras que infeccionam, septicemia Achados anatomopatológicos post-mortem: acúmulo de proteínas beta-mielóides e neurofibrilares (células da proteína Tao) – responsáveis pela degeneração. Regiões mais afetadas: hipocampo e córtex associativo, por possuírem mais neurônios colinérgicos – acetilcolina no Alzheimer vai estar diminuída. Apoproteína-E-4: produz beta-mielóide. Mutação nessa enzima causa acúmulo de beta-mielóide. Proteína beta-mielóide: modula a transmissão sináptica do glutamato, controla a excitotoxicidade. Inibe a oxidação das lipoproteínas do plasma e reduz a neurotoxicidade do Fe. Estágios da doença de Alzheimer: Inicial – esquece fatos recentes, parece confuso e esquecido, palavras e pensamentos inacabados; Intermediário – necessita de ajuda para tarefas rotineiras, desconhece familiares e vestuários; Avançado – perde completamente a memória, a capacidade de raciocínio e precisa de ajuda em todos os aspectos do dia a dia. Tratamentos: Não farmacológicos – retarda o aumento da demência. Exercícios físicos aeróbicos e dieta adequada, fisioterapia, montar quebra-cabeças... Farmacológico – anticolinesterásicos não-competitivos e antagonista não-competitivo do receptor NMDA. Complementar – quando o paciente apresenta psicose, distúrbios do sono, depressão e agitação psicomotora. FÁRMACOS ANTICOLINESTERÁSICOS: Inibem acetilcolinesterase e butinilcolinesterase. Rivastigmina – tem maior conforto gastrointestinal (apresentação transdérmica), é indicada para idosos com disfunção hepática porque não é metabolizada pelo fígado. Posologia: 1x/dia; Galantamina – possui ação imediata, mas é competitivo. Eficaz em efeitos crônicos. Posologia: 1x/dia; Donepezila – indicada para doença de alzheimer grave. Posologia: 1x/dia. Tacrina – primeira utilizada, mas apresenta risco de toxicidade. Posologia: 4x/dia. Efeitos colaterais: estimulação excessiva do parassimpático – náusea, vômitos, diarreia, oscilação da PA, arritimia, insônia, tontura. Tempo de uso: se tornam ineficazes entre seis meses e um ano, pois não impedem a neurodegeneração. FÁRMACOS ANTAGONISTAS GLUTAMATÉRGICOS NÃO COMPETITIVOS DO NMDA: Bloqueia a ação dos receptores NMDA, mesmo que o glutamato esteja ligado a ele Memantina – pode ser utilizada sozinha ou associada aos anticolinesterásicos. Não há certeza sobre seu efeito após um ano de tratamento. Efeitos colaterais: alucinações, confusão, tontura, hipertensão, edemas e dores no corpo. FÁRMACOS COMPLEMENTARES: Antipsicóticos – haloperidol; Antioxidantes – preventivo, mas não há comprovação; Vitamina E – bloqueia ação da peroxidação lipídica, mas também não é comprovado e há risco de coagulopatias; Ginkgo Biloba – não tem efeitos a curto prazo e seu mecanismo é desconhecido; Antiinflamatórios – tentativa de inibir a via inflamatória, mas seu uso crônico gera efeito gástrico; Antidepressivos – fluoxetina. Fármacos a evitar: anticolinérgicos, benzodiazepínicos e hipnótico-sedativos. DOENÇA DE HUNTINGTON É uma doença genética que possui herança autossômica dominante – 50% da prole tem risco de desenvolver. Mutação na sequência CAG em genes específicos que codificam a proteína huntingtina. Proteína Huntingtina fisiológica: se une à proteínas e libera neurotransmissores. Proteína Huntingtina mutada: perde a capacidade de se unir as proteínas normais e ativa caspases-apoptose, que gera morte celular. Regiões mais afetadas: núcleos caudados e putâmen – perda de neurônios gabaérgicos. Achados patológicos: atrofia dos núcleos da base – perde a visibilidade. Via indireta gabaérgica comprometida: não há inibição de movimento – com a diminuição do gaba, há maior atividade excitatória no córtex motor. Sintomatologia: Emocional – irritabilidade, agressividade, depressão, apatia, mudanças comportamentais; Cognitiva – perda da concentração, da capacidade de resolver tarefas, perda de memória, dificuldade de lidar com situações novas e de organizar assuntos; Motora – inquietação, contrações musculares, movimentos involuntários (coreia), ataxia, disartria, disfagia e alteração na escrita. Tratamento: Sintomatológico Coreia – utiliza-se antagonistas da dopamina para inibir a via direta (clorpromazina) ou depletores da dopamina (tetrabenazina e reserpina) ou agonistas do GABA (baclofeno); Depressão – fluoxetina e carbamazepina – ação anticonvulsivante; Paranóia – antipsicóticos em doses baixas. Fármacos a evitar: anticolinérgicos – bloqueiam mais ainda a via indireta. ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA Destruição dos neurônios motores da espinha dorsal e dos corticais (em menores casos). As funções motoras começam no estriado (putamen, substância nigra, caudado). Esse impulso nervoso gerado na região estriado vai até o tálamo para ser distribuído principalmente para o córtex motor. O córtex motor recebe e transmite para os neurônios motores da espinha dorsal, que ligam o SNC até o músculo esquelético, que se contrai ou relaxa a depender da via ativada. Com a destruição desses neurônios, há perda da transdução do sinal. Sintomatologia: Motora – fraqueza muscular progressiva e rápida, atrofia e fasciculações, espasticidade, disartria, disfagia e complicações respiratórias; Sensitiva, cognitiva, oculomotora e autonômica – funções preservadas. É fatal em virtude das complicações respiratórias (2-3 anos após diagnóstico). Teorias: Autoimunidade Excitotoxicidade – principalmente pelo glutamato; Toxicidade de radicais livres – mutação na SOD (enzima superóxido dismutase); Infecção viral Enzima Superóxido Dismutase: é relacionada ao controle dos radicais livres, como peróxidos. Com a mutação, há a produção de nitrotirosina, que causa neurodegeneração. Tratamento: Sintomatológico Espasticidade – agonistas do GABA, que aumenta o tônus extensor. Ex: Baclofeno Forma bulbar da ELA – antidepressivos e antisialogogos (inibidores da salivação) Riluzol – medicamento específico, consegue inibir a liberação e ação pós-sináptica do glutamato, retarda a deterioração e reduz a excitotoxicidade.
Compartilhar