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Anti-Histamínicos: Reações Alérgicas e Mecanismo de Ação

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Anti-Histamínicos | Taciana Valente
Anti-Histamínicos
Reações alérgicas: possuem um padrão e geralmente ocorrem em pele e mucosas. A resposta exagerada à um antígeno desencadeia na liberação de histamina, ocorrendo um processo inflamatório.
Histamina: mensageiro químico responsável por respostas celulares variadas.
 	Está amplamente presente na natureza em plantas, insetos, répteis, bactérias e leveduras. Ex: queimadura de urtiga e de água-viva.
Mastócitos e Basófilos: são granulócitos responsáveis por produzir e armazenar histamina.
 	Basófilos – geralmente encontrados na corrente sanguínea.
 	Mastócitos – geralmente encontrados em pele e mucosas (reações alérgicas mais acentuadas nesses locais).
Efeitos da Histamina no corpo:
 	No SNC – atua como estimulante, deixando alerta e inibe o apetite.
 	No TGI – estimula a bomba de prótons, liberação de ácido gástrico.
 	No Sistema Imune – atua como mediador inflamatório.
Liberação de Histamina
Pode ser por ação citotóxica, não citotóxica e imunomediada.
CITOTÓXICA: quando ocorre alguma lesão traumática com agentes físicos ou químicos, que faz com que a gente libere histamina.
NÃO CITOTÓXICAS: com o uso de fármacos (analgésicos opióides e bloqueadores neuromusculares) ou substâncias não farmacológicas (bradicinina, substância P, contrastes radiológicos como iodo).
IMUNOMEDIADA: quando algo normal é reconhecido como antígeno.
 	Primeiro contato com o antígeno – normalmente não há reação alérgica, só a criação de anticorpos e células de memória (sensibilização).
 	Segundo contato com o antígeno – reação de degranulação de mastócitos – liberação de histamina – reação alérgica.
 	Como ocorre: no primeiro contato há a produção de anticorpos, então os anticorpos contra o antígeno ficam na membrana dos mastócitos. No segundo contato, tem-se a reação antígeno-anticorpo, quando os dois se ligam na membrana do mastócito se tem a abertura dos canais de Ca++, que ativa exocitose (degranulação dos mastócitos), liberando a histamina.
Sensibilidade cruzada: quando substâncias químicas diferentes, porém estruturalmente semelhantes (como certos tipos de fármacos. Ex: AINES) causam alergia. Por exemplo: paciente é alérgico à dipirona e não pode tomar outros AINES por risco de alergia.
Receptores de Histamina
Existem 4 tipos, mas só vão interessar os dois primeiros.
H1: encontrado no m. liso das vias aéreas, m. liso vascular, endotélio, terminações nervosas, coração e SNC. RESPONSÁVEL PELA REAÇÃO ALÉRGICA.
H2: encontrado nas células gástricas parietais, m. liso, coração, mastócitos e SNC.
IMPORTANTE NA SECREÇÃO ÁCIDA GÁSTRICA.
 	Alguns anti-histamínicos vão ser usados para proteger o estômago contra essa secreção: ranitidina, cimetidina.
Ações do H1:
 	Terminações nervosas – prurido e dor;
 	M. liso vascular – vasodilatação (pré-capilar);
 	Cél. endoteliais das vênulas – aumento da permeabilidade;
 	M. liso respiratório – broncoconstrição;
 	M. liso TGI – aumento do peristaltismo;
 	SNC – estimula o estado de vigília, inibe o centro da fome e ativa o centro do vômito.
Mecanismo de Ação dos Anti-Histamínicos
São AGONISTAS INVERSOS.
Causam uma resposta inversa no receptor, por isso não pode ser chamado de antagonista (antagonista somente bloqueia).
Anti-Histamínicos de Primeira Geração
Menor especificidade – também bloqueia os muscarínicos M1 – vários efeitos adversos.
Maior lipossolubilidade – atravessam facilmente BHE – causam sono.
Absorção e distribuição são melhores do que os de 2ª.
Etanolaminas:
 	Dramin (dimedidrinato) e Naldecon (carbinoxamina) servem para sedação e cinetose.
Fenotiazinas:
 	Fernegan (prometazina) é usado para sedação em psiquiatria e ambientes cirúrgicos.
Piperazinas:
 	Hixizine (hidroxizina) e Buclina (buclizina) são usados como estimuladores do apetite.
Alquilaminas:
 	Polaramine (dexclorfeniramina), Benegripe (clorfeniramina)
Anti-Histamínicos de Segunda Geração
Mais modernos e específicos
Menor capacidade de atravessar BHE
Maior duração do efeito – esquema posológico melhor – meia-vida maior
A maioria não causa sono – menos efeito adverso.
Piperidinas:
 	Claritin (loratadina), Desalex (desloratadina), Allegra (fenofenadina), Ebasten (ebastina), Rupafin (rupatadina).
Piperazinas:
 	Zetalerg (cetirizina) é muito indicado para tratamento alérgico a longo prazo em crianças. Zyxem (levocetirizina).
Indicações Clínicas
Rinite
Sedação
Cinetose
Sinusite
Estimulante de apetite
Parkinson*
Cefaléia de causa desconhecida
*Antigamente, eram utilizados anti-histamínicos de 1ª geração para equilibrar a produção de ACh no Parkinson, devido a especificidade baixa. Hoje em dia não é muito usado na prática.
Efeitos Adversos
No SNC – depressão do SNC (sonolência, letargia e ↓ da coordenação motora e do rendimento cognitivo)
 	Altas doses: alucinações, excitação e distúrbios motores, como tremores e convulsões
Cardiotoxicidade – prolongamento do intervalo QT (arritimia ventriculares).
Hipersensibilidade – no caso de alergia ao anti-histamínico, recomenda utilizar corticóides.
Interações Medicamentosas
Depressores do SNC e anticolinérgicos

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