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FACULDADE PARAÍSO DO CEARÁ - FAP Curso de Direito Direito Constitucional Professor Michelle Mello Déborah Rofino Beiriz Gabriel Ivo Jonatha Santos de Araujo Leonardo Moreira de Andrade Maria Vivyanne Ferreira Sá EMENDA CONSTITUCIONAL, N°1- 1969 Juazeiro do Norte, Ceará. 2014 EMENDA CONSTITUCIONAL- 1969 Enquanto os EUA e União Soviética travavam uma guerra política- ideológica conhecida como Guerra Fria, o Brasil sob o regime militar assiste a vários movimentos contra a ditadura. Dentre eles, destacam- se três: A Frente Ampla, Os Grupos e Organizações de Esquerda e O Movimento Estudantil. (VIVYANNE) (GABRIEL) O atuante Presidente Costa e Silva, Ministro do Exército no governo do seu antecessor Castelo Branco, assumiu a presidência após o golpe de 1964, sendo assim sucessor do presidente Castelo Branco e segundo presidente Militar do Brasil. Tendo como vice o civil Pedro Aleixo. Costa e Silva governou de 15 de março de 1967 a 31 de agosto de 1969. Ao assumir a presidência, declara seu desejo de governar dentro do que a Constituição permite, democratizando o poder e humanizando a revolução. Diante das manifestações contra o regime militar, o general acaba por representar os setores mais duros das Forças Armadas no poder. Em represália ao discurso do Deputado Márcio Moreira Alves, rogando ao povo que recusasse as festas de 7 de setembro de 1968 em forma de protesto contra o governo militar, foi emitido o AI5 institucionalizando a ditadura. Determinou fechamento do Congresso Nacional; cassação dos mandatos eletivos; suspensão dos direitos políticos e liberdades individuais; proibição de manifestações públicas; ao Poder Executivo foi dada a prerrogativa de legiferar sobre todos os temas. Considerado o mais duro golpe na democracia, dando poderes quase absolutos ao regime militar. Editado pelo Ministro da Justiça Luís Antônio da Gama e Silva, entrou em vigor em 13 de dezembro de 1968. "Quando pararão as tropas de metralhar na rua o povo? Quando uma bota, arrebentando uma porta de laboratório, deixará de ser a proposta de reforma universitária do governo? Quando teremos, como país, ao ver nossos filhos saírem para a escola, à certeza de que eles não voltarão carregados em uma padiola, esbordoados ou metralhados? (...) Quando não será o Exército um valhacouto de torturadores? Quando se dará o governo federal a um mínimo de cumprimento do dever, como é para o bem da República e para a tranqüilidade do povo?" (Costa Couto, op. cit., p. 94). (GABRIEL) LEONARDO Após essas declarações, o então Presidente da República Costa e Silva, sente- se pressionado pelas Forças Armadas a aplicar uma punição ao então deputado. "Até o Congresso é condenado ao regime do medo, da delação e da afiada espada do AI 5 no peito; a censura à imprensa alcança o ápice; a repressão espalha-se, inclusive pelo sistema educacional. Muitos opositores do regime militar, sobretudo jovens, não vêm outra saída para atuarem que não a clandestinidade e a luta armada." (Costa Couto, p. 96) "A partir do AI 5, o núcleo militar do poder concentrou-se na chamada comunidade de informações, isto é, naquelas figuras que estavam no comando dos órgãos de vigilância e repressão. Abriu-se um novo ciclo de cassação de mandatos, perda de direitos políticos e de expurgos no funcionalismo, abrangendo muitos professores universitários. Estabeleceu-se na prática a censura dos meios de comunicação; a tortura passou a fazer parte integrante dos métodos do governo." (Boris Fausto, 2001, p. 265). Nas palavras de Costa Couto, "era o golpe dentro do golpe. O aprofundamento do militarismo. A ditadura dura." (op. cit., p. 85). Com o aumento intenso das crises políticas e a edição do AI5, percebeu- se a extinção dos direitos individuais. Assim constatou- se a insuficiência da Constituição atuante da época, 1967, esta que foi unifica pela Emenda Constitucional nº1 de 17.10.1969. Elaborada e outorgada pelo triunvirato governamental composto pelos três ministros militares: Aurélio de Lira Tavares, ministro do Exército; Augusto Rademaker, ministro da Marinha, e Márcio Melo, ministro da Aeronáutica. Cenário em que o presidente Costa e Silva foi impossibilitado de governar por problemas de saúde e as Forças Armadas não aceitaram o governo ser assumido por um civil (o vice- presidente Pedro Aleixo). Este, considerado substituto legal para o cargo foi impedido de assumir a Presidência por manifestar intenções de reformular os Atos Institucionais e reabrir o Congresso Nacional. (LEONARDO) (JOANATHAN) Para alguns constitucionalistas não se tratava apenas de uma emenda, porém de uma nova Constituição, já que os governantes não possuíam legitimidade de elaborar a emenda. Como bem define o professor José Afonso da Silva: “Teórica e tecnicamente, não se tratou de emenda, mas de nova constituição. A emenda só serviu como mecanismo de outorga, uma vez que verdadeiramente se promulgou texto integralmente reformado, a começar pela denominação que se lhe deu: Constituição da República Federativa do Brasil, enquanto a de 1967 se chamava apenas Constituição do Brasil.“ Porém, em sua maioria, os constitucionalistas não consideram a emenda com uma nova Constituição, pois apenas serviu para firmar a Constituição de 1967. Embora tenha sido veiculada por meio de simples emenda constitucional, a doutrina é única em classifica- lá como nova Constituição. Embora tenha seu texto refeito, e mantendo a doutrina da Segurança Nacional, merecem destaques alguns acréscimos: Mudança da denominação de Constituição do Brasil para Constituição da República Federativa do Brasil; Fiscalização financeira e orçamentária dos municípios, permitindo a criação de Tribunais de Contas nos municípios com mais de 2 milhões de habitantes; Rejeição de decreto-lei não implica a nulidade dos atos praticados durante a sua vigência. Estabelecimento de eleições indiretas para o cargo de governados de Estado. (Os governadores eram votados pelos parlamentares) Ampliação do mandato presidencial para cinco anos. Extinção das imunidades parlamentares. (Os Deputados e Senadores podiam ser presos e processados a qualquer tempo) Competia ao Executivo desempenhar todas as funções do Legislativo quando este se encontrasse no recesso, nos termos do Ato Inconstitucional n°5. Deu ao Conselho de Segurança Nacional competência para estabelecer as bases da política nacional. Criou a figura da lei complementar. Lei de Imprensa, que estabeleceu a Censura Federal, atuante em todas as mídias e manifestações artísticas e culturais no país. (JONATHAN) Os direitos individuais mantiveram-se com algumas restrições: (DÉBORA) Proibição de publicações e exteriorizações contrárias à moral e aos bons costumes; Admissão de pena de morte, prisão perpétua, banimento e confisco, também nos casos de “guerra psicológica adversa, revolucionária ou subversiva”, pois se vivia numa época político-ideológica enfrentando o dilema, ou se mata ou se morre; Supressão da “soberania dos veredictos do júri” no silêncio do texto constitucional; “Fins lícitos” na liberdade de associação; Repressão ao “abuso de direito individual ou político”. Contundo, manteve o modelo da CF 67, mantendo o AI 5 que agora poderia ser revogado pelo Presidente. A EC era, porém mais autoritária que a sua antecedente. A Constituição brasileira de 1967 sofreu grandes alterações em sua redação. Ao tempo em que o direito constitucional era deixado de lado- já que tudo era fruto de atos fundamentados no exercício do poder sem limite dos militares- procuravam uma forma legítima através de dispositivos legais que embasassem esse poder. Há quem a considere como uma nova constituição, entretanto, outros adenominam como uma simples emenda. (DÉBORAH) Referências: http://www.infoescola.com/historia-do-brasil/constituicao-de-1967-emc-n%C2%BA-01-69/ http://www.e-biografias.net/costa_silva/ http://pt.shvoong.com/law-and-politics/constitutional-law/2092141-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-1969/ http://jus.com.br/artigos/8779/a-comissao-de-alto-nivel/1 http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/governo-costa-e-silva-1967-1969-ai-5-institucionaliza-a-ditadura.htm http://profbruno.com.br/aulas2/08%20MATERIAS%20COMPLEMENTARES/DATAS%20IMPORTANTES%20CONSTITUCIONAIS/23-7a%20CONSTITUI%C7%C3O%20BRASILEIRA%20_1969_.pdf