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CORRUPÇÃO E BENS PÚBLICOS John Leno C. Santos UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – UFJF/GV DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS DISCIPLINA: ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO I Estrutura 2 Prof.John Leno Castro dos Santos UFJF/GV – Dep. Economia – 2017/3 Economia do Setor Público I Preâmbulo Corrupção e Desenvolvimento Econômico: Teoria dos Caçadores de Renda; Teoria Econômica da Propina; Eficiência, crescimento, desenvolvimento e corrupção; Corrupção, bens públicos e semi-públicos; Agenda de Pesquisa para o Brasil. Preâmbulo 3 Economia do Setor Público I A partir do ferramental econômico busca-se elucidar as causas e consequências da corrupção; A corrupção não é apenas um tipo de crime: É uma atividade econômica que surge em alguns ambientes institucionais; Seu controle e “conivência” depende da evolução institucional; Prof.John Leno Castro dos Santos UFJF/GV – Dep. Economia – 2017/3 Preâmbulo 4 Economia do Setor Público I Corrupção: “O abuso de poder ou recursos públicos para obter ganhos privados” Exemplos de recursos: Dinheiro, veículos, patrimônio público; Fundos de pensão e seguridade social; Doações para caridade; Recursos sindicais; Prof.John Leno Castro dos Santos UFJF/GV – Dep. Economia – 2017/3 Preâmbulo 5 Economia do Setor Público I Corrupção: Práticas associadas à corrupção: Nepotismo; Trafico de influência; Suborno; Peculato; Clientelismo; Patrimonialismo; Aliciamento e cooptação; Lavagem de dinheiro e evasão de divisas; Associação criminosa Prof.John Leno Castro dos Santos UFJF/GV – Dep. Economia – 2017/3 Preâmbulo 6 Economia do Setor Público I Corrupção: Escândalos de corrupção: Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo: Personagens: ex-Juiz Lalau. Montante: R$ 170 milhões. Ano: 1992-1999 Fraude no INSS: Personagens: Jorgina Freitas. Montante: R$ 500 milhões. Ano: 1991-1992. Prof.John Leno Castro dos Santos UFJF/GV – Dep. Economia – 2017/3 Preâmbulo 7 Economia do Setor Público I Corrupção: Escândalos de corrupção: Mensalão: Personagens: Roberto Jerfeson, PT, PL, PMDB, PP e PTB. Montante: R$ 101 milhões; Ano: 2002-2005. Lava Jato: Personagens: Petrobras, PT, PP, PMDB e empresas. Montante: R$ 21bilhões. R$2,9 bilhões recuperado Ano: 2014 Prof.John Leno Castro dos Santos UFJF/GV – Dep. Economia – 2017/3 Preâmbulo 8 Economia do Setor Público I Prof.John Leno Castro dos Santos UFJF/GV – Dep. Economia – 2017/3 Preâmbulo 9 Economia do Setor Público I Prof.John Leno Castro dos Santos UFJF/GV – Dep. Economia – 2017/3 Preâmbulo 10 Economia do Setor Público I Prof.John Leno Castro dos Santos UFJF/GV – Dep. Economia – 2017/3 Teoria dos Caçadores de Renda 11 Economia do Setor Público I Rent Seeking: Os agentes buscam lucro econômico positivo no longo prazo; Está associado às imperfeições institucionais; Pode ocorrer mediante o respeito ou não das regras de conduta econômicas e sociais; Prof.John Leno Castro dos Santos UFJF/GV – Dep. Economia – 2017/3 Teoria dos Caçadores de Renda 12 Economia do Setor Público I Exemplo 1 Monopólio Constitucional: Firma tem direito de explora o Mercado de informática Resultado: Excedente do Produtor Excedente do Consumidor Bem-estar social Prof.John Leno Castro dos Santos UFJF/GV – Dep. Economia – 2017/3 Teoria dos Caçadores de Renda 13 Economia do Setor Público I Exemplo 1 Resultado: Peso morto gerado e desperdício de recursos Gastos para garantir a manutenção do direito Lobbing Prof.John Leno Castro dos Santos UFJF/GV – Dep. Economia – 2017/3 Teoria dos Caçadores de Renda 14 Economia do Setor Público I Dimensão qualitativa: Talentos são alocados nessas atividades que, embora improdutivas, são rentáveis; Legitimidades dos Lobbies: Em certos países esse tipo de ação faz parte das “regras do jogo”; Cada setor da sociedade exerce pressão sobre o governo a fim de transferir renda em sua direção; Distribuição desigual: Pode premiar mais o poder de influência do que o mérito, capacidade ou necessidade; Prof.John Leno Castro dos Santos UFJF/GV – Dep. Economia – 2017/3 Teoria dos Caçadores de Renda 15 Economia do Setor Público I As instituições econômicas, políticas e sociais geram um sistema de incentivos; As “regras do jogo” determinam os payoffs que induzem os agentes racionais à prática rent seeking; Caso não haja restrição legal ou moral, todos adotam a prática rent seeking dentro e fora da lei; Corrupção é caracterizada pela prática fora da lei; Prof.John Leno Castro dos Santos UFJF/GV – Dep. Economia – 2017/3 Teoria dos Caçadores de Renda 16 Economia do Setor Público I Formas de controlar a corrupção: Minimizar regulamentação e criar um desenho institucional inibidor da prática; Impor um sistema de crime e castigo, aumentando o risco associado à prática; Criar um sistema de incentivos e cultura organizacional que valore negativamente a corrupção: Ética do mérito e da correção; Prof.John Leno Castro dos Santos UFJF/GV – Dep. Economia – 2017/3 Teoria Econômica da Propina 17 Economia do Setor Público I “Economia política da propina”; Por que existe corrupção? Modelo ideal: Vendedores e compradores comercializam quando o negócio é satisfatório; Produzindo o máximo bem-estar esperado; Burocratas maximizam a função de bem-estar social; Um mundo onde existe corrupção afasta-se do modelo ideal; As relações pessoais podem substituir as impessoais; Prof.John Leno Castro dos Santos UFJF/GV – Dep. Economia – 2017/3 Teoria Econômica da Propina 18 Economia do Setor Público I Propina: Um meio financeiro de transformar as relações impessoais em pessoais; Caracterizado pela transferência de renda ilegal, a apropriação indevida de recursos de terceiros; Corrupção política: Homo Economicus; Políticos almejam eleição, reeleição e fluxo de renda; Eleitores não controlam as ações dos políticos; Há espaço para lobbies e tráfico de influência, etc. Prof.John Leno Castro dos Santos UFJF/GV – Dep. Economia – 2017/3 Teoria Econômica da Propina 19 Economia do Setor Público I Em havendo controle da ação dos políticos: Surge um trade-off entre receber propina e ser reeleito; O controle da propina depende da: Restrição moral do indivíduo; Interesse público em relação ao seu comportamento; A propina é resultante, em ultima instância, das imperfeições de mercado. A definição de preços por meio de processos licitatórios e leilões são permeados de consideráveis assimetrias de informação; Prof.John Leno Castro dos Santos UFJF/GV – Dep. Economia – 2017/3 Teoria Econômica da Propina 20 Economia do Setor Público I Obras públicas envolvendo grande soma de recursos são passiveis de superfaturamento e divisão de propinas; Para contornar o problema é necessário alterar o sistema de incentivos produzido pela matriz institucional do país; Prof.John Leno Castro dos Santos UFJF/GV – Dep. Economia – 2017/3 Eficiência, Crescimento, Desenvolvimento e Corrupção 21 Economia do Setor Público I Avaliar como a corrupção das instituições afeta o crescimento econômico; A corrupção busca retornos fiduciários; A corrupção ganha força com: Instituições com excesso de regulamentação e centralização estatal; Instituições políticas controladas por uma minoria; Prof.JohnLeno Castro dos Santos UFJF/GV – Dep. Economia – 2017/3 Eficiência, Crescimento, Desenvolvimento e Corrupção 22 Economia do Setor Público I Propina implica: Alocação de recursos em atividades improdutivas Distorção no funcionamento estatal Custos de transação associados à obtenção e manutenção Cooptação; ocultação e manipulação de informações Corrupção pode restringir o crescimento econômico: “Custos informais” reduzem a rentabilidade de investimentos; Prof.John Leno Castro dos Santos UFJF/GV – Dep. Economia – 2017/3 Eficiência, Crescimento, Desenvolvimento e Corrupção 23 Economia do Setor Público I As praticas de patrimonialismo e clientelismo comprometem a: Eficiência alocativa; Justiça distributiva; A compreensão do fenômeno necessita da análise da evolução das regras e instituições, a fim de compreender o sistema de incentivos que fundamentam a prática; Prof.John Leno Castro dos Santos UFJF/GV – Dep. Economia – 2017/3 Corrupção, Bens Públicos e Semipúblicos 24 Economia do Setor Público I A estrutura de incentivos dos agentes que atuam sobre a máquina pública diferem da estrutura de mercado; As escolhas públicas são intrinsecamente falhas; A economia política positiva busca responder: A atuação do agente publico é comparável à do agente privado? Decisões públicas possuem a mesma natureza das decisões privadas? Autonomia burocrática nos moldes da autonomia privada é viável? Prof.John Leno Castro dos Santos UFJF/GV – Dep. Economia – 2017/3 Corrupção, Bens Públicos e Semipúblicos 25 Economia do Setor Público I Não há neutralidade nas decisões públicas; Elaboração e gestão de orçamento público é um processo: Técnico; Político; A presença do Estado fiscal permite a alocação política de recursos econômicos escassos; Paradoxo de Arrow: Ordenações individuais de preferências não permitem a ordenação coletiva racional. Intransitividade; Prof.John Leno Castro dos Santos UFJF/GV – Dep. Economia – 2017/3 Corrupção, Bens Públicos e Semipúblicos 26 Economia do Setor Público I Não existe um Estado gerencial puro; Grupos de pressão organizados ( rent seeking) desenvolvem atividade “parasitária” do Estado; O Estado e o mercado político não são perfeitos: Políticos e burocrátas são movidos por interesse próprio e de grupos organizados; A máquina estatal é usada para caçar renda de grupos menos organizados; Há necessidade de implementação de esquemas de fiscalização e controle, bem como os incentivos; Prof.John Leno Castro dos Santos UFJF/GV – Dep. Economia – 2017/3 Ranking de 2016, melhores e piores Índice de percepção de corrupção 27 Economia do Setor Público I Posição País Pontuação Posição País Pontuação 1º Dinamarca 90 170 Sudão 14 2º Nova Zelândia 90 170 Iemem 14 3º Finlândia 89 173 Síria 13 4º Suécia 88 174 Corea do Norte 12 5º Suíça 85 175 Sudão do Sul 11 6º Noruega 85 176 Somália 10 95º Argentina 36 123º México 30 113º Bolívia 33 24º Chile 66 79º Brasil 40 166º Venezuela 17 Prof.John Leno Castro dos Santos UFJF/GV – Dep. Economia – 2017/3 Indice de percepção de corrupção 28 Economia do Setor Público I Prof.John Leno Castro dos Santos UFJF/GV – Dep. Economia – 2017/3 Bibliografia 29 Básica: BIDERMAN, Ciro; ARVATE, Paulo (Org.). Economia do setor público no Brasil. Rio de Janeiro- RJ: Elsevier/Campus, 2004. (Capítulo 7)
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