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Apostila Disciplina de: Aplicações Organizacionais Temática F 1. GERENCIANDO PRODUÇÃO/OPERAÇÕES E LOGÍSTICA A função da gestão de produção e operações – GPO (production and operations management –POM) em uma organização é responsável pelos processos que transformam entradas em saídas úteis (consulte a Figura 1). Em comparação às outras áreas funcionais, a área GPO é muito diversificada, bem como seus sistemas de informação de suporte. Ela também difere consideravelmente entre organizações. Por exemplo, indústrias utilizam processos completamente diferentes daqueles nas empresas de serviços; e um hospital opera de uma maneira bem diferente de uma universidade (Efraim, 2010) Devido à amplitude e variedade das funções da GPO, aqui apresentamos três tópicos sobre GPO suportados pela TI: gestão interna de logística e materiais, planejamento de produção/operações e fabricação integrada por computador (computer-integrated manufacturing –CIM). 1.1. GESTÃO INTERNA DE LOGÍSTICA E MATERIAIS A gestão da logística lida com atividades de recebimento de pedidos, compras, logística interna (recebimento de insumos) e logística externa (remessa). Atividades da logística interna são um bom exemplo dos processos que abrangem vários departamentos funcionais. Tanto compras convencionais como licitações eletrônicas resultam na entrada de materiais e peças. A qualidade dos materiais recebidos é inspecionada e depois eles são armazenados. Enquanto os materiais estão no depósito, eles precisam ser mantidos até serem distribuídos para aqueles que precisam deles. Alguns materiais são descartados quando se tornam obsoletos ou quando a qualidade torna-se inaceitável. Todas essas atividades podem ser suportadas pelos sistemas de informação. Por exemplo, muitas empresas estão migrando para algum tipo de licitação eletrônica, Scanners, RFID e tecnologias de voz, incluindo aquelas sem fio, podem dar suporte à inspeção; e robôs podem realizar a distribuição e o gerenciamento de materiais. Grandes armazéns utilizam robôs para trazer materiais e peças do armazém, sempre que necessário. As peças são armazenadas em caixas e essas caixas são empilhadas uma em cima da outra (de maneira parecida com a organização de cofres em bancos). Sempre que uma peça é necessária, o estoquista digita o número da peça. O robô móvel vai até o "endereço" da peça, remove a caixa da sua localização (por exemplo, utilizando força magnética) e a leva até o estoquista. Quando uma peça é retirada da caixa, o robô é instruído a retornar a caixa à sua localização permanente. Em edifícios inteligentes no Japão, robôs levam arquivos até os funcionários e os retornam ao local de armazenamento. Em alguns hospitais, robôs chegam até a administrar remédios. 1.2. GESTÃO DE ESTOQUE A gestão de estoque determina quantos itens manter no estoque. Tanto estoques em excesso quanto estoques insuficientes podem ser caros. Três tipos de custos desempenham papéis importantes nas decisões de estoque: o custo da manutenção dos estoques, o custo do recebimento de pedidos (um custo fixo por pedido individual) e o custo da falta de um item em estoque quando necessário (custo da falta de estoque ou custo de oportunidade). O objetivo é minimizar o total desses custos. Duas decisões básicas são tomadas pelas operações: quando fazer o pedido e quanto pedir. Modelos de estoque, como o modelo da quantidade econômica de pedidos (economic order quantity – EOQ), dão suporte a essas decisões. Há vários modelos, uma vez que os cenários de estoque podem ser diversos e complexos. Há muitos pacotes comerciais de software de estoque para automatizar a aplicação desses modelos a um baixo custo. Um número cada vez maior de empresas está aprimorando a gestão e reposição de estoque, atendendo melhor a demanda dos clientes. Muitas grandes empresas (como o Wal-Mart) permitem que seus fornecedores monitorem o nível de estoque e de remessa quando necessário, eliminando a necessidade do envio de pedidos de compras. Essa estratégia, em que um fornecedor monitora os níveis de estoque e o repõem quando necessário, é chamada estoque gerenciado pelo fornecedor (vendor-managed inventory –VMI). O monitoramento pode ser feito utilizando agentes móveis na Internet, ou utilizando Web Services, como a Dell Computer está fazendo. Uma solução emergente é o uso de RFIDs. Reduzir estoques e administrá-los adequadamente é um importante objetivo da gestão da cadeia de suprimentos. 1.3. CONTROLE DE DE QUALIDADE Sistemas de controle de qualidade da produção podem ser sistemas independentes ou podem ser parte do esforço de uma gestão de qualidade total (total quality management – TQM) por toda a empresa. Eles fornecem informações sobre a qualidade dos materiais e peças recebidos, bem como da qualidade dos produtos acabados e semiacabados no processo. Esses sistemas registram os resultados de todas as inspeções. Eles também comparam resultados reais a um sistema de medidas, como o Six Sigma. Os dados do controle de qualidade podem ser coletados por sensores baseados na Web e interpretados em tempo real ou podem ser armazenados em um banco de dados para análise futura. Além disso, RFIDs podem ser utilizados para coletar dados. São gerados relatórios periódicos (como porcentagem de defeitos, porcentagem de retrabalho necessário) e a gerência pode comparar o desempenho entre departamentos regularmente ou conforme necessário. Sistemas de informação de controle de qualidade baseados na Web estão disponíveis a partir de vários fornecedores (por exemplo, HP e IBM) para executar cálculos padrão como a preparação de gráficos do controle de qualidade. Primeiro, dados da produção são coletados para propósitos de controle de qualidade por sensores e por outros instrumentos. Depois que os dados são registrados, é possível utilizar sistemas especialistas baseados na Web para fazer interpretações e recomendar ações (por exemplo, substituir equipamentos). 2. PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO/ OPERAÇÕES O planejamento GPO em muitas empresas é suportado pela TI. Algumas áreas importantes de planejamento e seus suportes computadorizados serão descritos abaixo. 2.1 SISTEMAS JUST-IN-TIME Na customização em massa e na produção sob demanda, o conceito just-in- time é frequentemente utilizado. Just-in-time (JIT) é uma abordagem que tenta minimizar desperdícios de todos os tipos (de espaço, mão de obra, materiais, energia etc.) e aprimorar continuamente processos e sistemas. Por exemplo, se materiais e peças chegam a uma estação de trabalho exatamente quando necessários, não há necessidade de estoque, não há atrasos na produção e não há instalação de produção ociosa ou trabalhadores subutilizados. Muitos sistemas JIT são suportados por software de fornecedores como HP, IBM, CAe Cincom Systems. Em 2001, fabricantes de carros estavam adotando rapidamente um processo do tipo sob demanda. Para entregar carros customizados rapidamente e com eficiência de custos, fabricantes precisam de um sistema JIT. Oracle, PeopleSoft e outros fornecedores oferecem uma produção enxuta voltada à demanda, que é derivada do JIT. 2.2 GESTÃO DE PROJETOS Um projeto normalmente é um esforço ocasional composto de várias atividades relacionadas, com um custo financeiro substancial e que pode demorar semanas ou anos (Efraim, 2010). Segundo o pmbook (2004) projeto é um evento temporário, único e que tem um objetivo específico. A gestão de um projeto é complicada pelas características a seguir (Efraim, 2010). • A maioria dos projetos são empreendimentos únicos e os participantes têm pouca experiência anterior na área. • Existe uma incerteza porque, em geral, o tempo para sua conclusão é relativamente longo. • Pode haver participação significativa de pessoas de fora da empresa, o que difícil de controlar. • Extensa interação pode ocorrer entre os participantes. • As várias atividades relacionadas dificultam mudanças no planejamento e no agendamento. • Projetos frequentemente implicam em riscos altos, mas também alto lucro po- tencial. A gestão de projetos é aprimorada por ferramentas computadorizadas de gestão de projeto como a técnica de avaliação e revisão de programas (program evaluation and review technique –PERT) e o método do caminho crítico (critical path method — CPM). Por exemplo, o desenvolvimento de aplicações Web é um projeto importante e há várias ferramentas de TI disponíveis para dar suporte e ajudar a gerenciar essas atividades. A Merrill-Lynch utiliza essas ferramentas computadorizadas para planejar e gerenciar seus principais projetos, aprimorando significativamente a alocação de recursos e a tomada de decisões. Para um custo estimado de um projeto utilizando um software especial. A gestão de projetos pode ser facilitada por meio de soluções online, como demonstrado por Perkins-Munn e Chen (2004). A Microsoft oferece várias ferramentas de gestão de projetos (por exemplo, Project and Enterprise Project Management). 3 PRODUÇÃO INTEGRADA POR COMPUTADOR Conforme Efraim (2010) a produção integrada por computador (computer- integrated manufacturing –CIM) é um conceito ou uma filosofia que promove a integração de vários sistemas computadorizados de fábrica. O CIM tem três objetivos básicos: (1) a simplificação de todas as tecnologias e técnicas de produção, (2) automação do maior número possível de processos de produção e (3) integração e coordenação de todos os aspectos do design, produção e funções relacionadas via hardware e software de computador. Tecnologias típicas a serem integradas são sistemas de fabricação flexível (flexible¬manufacturing systems –FMSs), JIT, MRP, CAD, CAE e a tecnologia de grupo (group technology –GT). As principais vantagens do CIM são sua abrangência e flexibilidade. Estes são especialmente importantes nos processos de negócio que estão sendo completamente reestruturados ou eliminados. Sem o CIM, talvez seja necessário investir muito para mudar os sistemas de informação existentes a fim de ajustá-los aos novos processos. Para um exemplo de como um fabricante de móveis utiliza o CIM, acesse kimball.com (clique em Kimball Electronics). EFRAIM, Turban et.al. Tecnologia da Informação para Gestão. 6. ed. Porto Alegre, Bookman, 2010. 720 p.
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