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SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Glauber Rogério Barbieri Gonçalves Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB 10/2052 G643s Gonçalves, Glauber Rogério Barbieri Sistemas de informação [recurso eletrônico] / Glauber Rogério Barbieri Gonçalves ; [revisão técnica: Jeferson Faleiro Leon]. – Porto Alegre : SAGAH, 2017. ISBN 978-85-9502-227-0 1. Computação. 2. Sistemas de Informação. I. Título. CDU 004.78 Revisão técnica: Jeferson Faleiro Leon Graduado em Desenvolvimento de Sistemas Especialista em Formação Pedagógica Sistemas de informação corporativos I Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Identificar as características básicas dos sistemas integrados de gestão empresarial e dos sistemas de gestão da cadeia de suprimentos. � Relacionar o uso dos sistemas de informação aos aspectos de uma gestão eficaz. � Reconhecer situações reais e adequadas para o uso dos sistemas de informação nas organizações. Introdução Neste texto, você irá compreender como os sistemas empresariais forne- cem suporte aos processos e às operações da organização, em especial, no que se refere à gestão empresarial e à gestão da cadeia de suprimentos. Visão geral Se você souber quais são seus objetivos, construirá caminhos para alcança- -los, e se souber quais são as suas metas, saberá quando chegará. Em nossas vidas isso funciona se tivermos planejamento, por mais simples que possa ser. Desse modo, as empresas também se baseiam nessas premissas para conduzirem seus negócios. Há um tempo essa dinâmica era mais simples, contudo, com a quantidade de informações atingindo proporções que são bem mais complexas de serem processadas atualmente, são muitos dados, muitas informações, e tudo isso tem que gerar conhecimento, caso contrário o tempo passa e a empresa pode ficar sem acompanhar essa evolução. Dessa forma, os sistemas corporativos são uma questão fundamental para qualquer estratégia corporativa. A estratégia corporativa define as atividades e as ações nas quais a empresa irá investir e desempenhar melhor suas fun- ções. Você pode perceber, com isso, que as mudanças tecnologias diminuem o valor do negócio à medida que o tempo passa. Os antigos sistemas legados implementados já não são mais suficientes para amparar todo esse fluxo de informações, tanto por seus custos de manutenção como pelas limitações apresentadas no processamento de muitas informações. Um fator que veio para suprir essa demanda dentro das empresas foi o da utilização de sistemas de informação. Os mais completos são chamados de Enterprise Resource Planning (ERP), o qual você verá em detalhes neste texto. A utilização de sistemas traz uma visão do todo, o gerenciamento não fica isolado e consegue agrupar uma melhor base de dados para a tomada de decisão. Os sistemas ERP vêm ganhando espaço como uma ferramenta adequada para solucionar vários problemas apresentados em uma empresa, seja ela de pequeno, médio ou grande porte, nos mais diversos ramos de atividade. Sistema Integrado de Gestão Empresarial (SIGE) Para se tornarem competitivas, as empresas cada vez mais precisam de solu- ções que venham a auxiliar o gerenciamento de suas atividades. A evolução tecnológica, os desafios dos cenários econômicos, as certezas e as incertezas dos fatores externos elevam em muito as variáveis que devem ser consideradas para a tomada de decisão, principalmente para um incremento de receita. Com isso, as organizações necessitam muito de um bom gerenciamento adequado de seus recursos, informações e procedimentos. Nesse caminho, para aumentar a probabilidade de sucesso, elas devem utilizar os sistemas integrados de gestão empresarial (SIGE), que são instrumentos eficazes e efi- cientes para realizar a integração entre as áreas, aumentando a confiabilidade, a lucratividade e a produtividade, além de eliminar a necessidade de inserir dados em múltiplos sistemas, permitindo a postagem de dados transacionais em tempo real e o acesso instantâneo a informações atualizadas. Com a integração, a empresa ganha em rapidez, melhores controles, menores custos operacionais, melhor qualidade de seus produtos e serviços, tendo in- formações em tempo real, tempo hábil para a tomada de decisão e, até mesmo, para possíveis mudanças de rota em seu planejamento, para sanar erros, falhas e fraudes. Para um melhor entendimento do termo SIGE, que se trata de uma infraestrutura de software que vai correlacionar todos os aplicativos internos da empresa, dando suporte interno e externo a suas operações, você verá a seguir as características e aplicações do ERP como conhecemos no mercado. Sistemas de informação corporativos I142 Sistemas ERP O ERP é uma arquitetura de software que facilita o fluxo de informações entre as áreas de uma empresa, de acordo com seu tamanho e abrangência. A Figura 1 apresenta um esquema demonstrando essa arquitetura. A função desse sistema é facilitar os processos dentro de uma organização, utilizando, para isso, a integração da informação que circula entre as áreas, buscando eliminar as interfaces complexas e caras entre sistemas que são projetados para funcionarem somente em processos específicos. Figura 1. Estrutura do ERP. Fonte: Essor Technologies (c2000-2016). O funcionamento dos ERP parte da premissa de que o maior número de processos de uma organização deve ser colocado dentro de um mesmo sistema, em um mesmo ambiente. A apresentação das informações em empresas que utilizam os ERP são melhores organizadas e não apresentam duplicidade, pois o armazenamento parte de uma só base, com isso a redundância de informações é eliminada, e os usuários têm uma única fonte de dados, não importando qual a área da empresa eles operem. Por exemplo, uma grande empresa que tem que tomar uma decisão de mercado rapidamente, pode contar com as informações centralizadas de suas plantas industriais, não necessitando de consultas individuais para depois compilar os dados, tem com isso muito mais agilidade na resposta de suas demandas. 143Sistemas de informação corporativos I O ERP apresenta-se em certos casos como um sistema modular, pois pode ser utilizado para controle em algumas áreas, deixando outras áreas da empresa, por exemplo, para serem anexadas ao todo em tempos diferentes. Com a implantação desse sistema, os processos manuais são eliminados e o tempo de execução de uma série de tarefas fica reduzido, melhorando a padronização dos processos operacionais, ajustando um fluxo único e contínuo por toda a empresa. Nos anos de 1960 surgiram os primeiros sistemas informação, ainda não chamados de ERP. Primeiramente eram sistemas denominados Material Requirements Planning (MRP) – planejamento das necessidades de materiais –, e eram sistemas lógicos de cálculos que convertiam a previsão da demanda em uma programação das necessidades de seus componentes, para uma melhor adequação do fluxo monetário de uma organização. Com uma boa engenharia de produto, a empresa terá um bom conhecimento dos componentes que integram seus produtos, tanto na quantidade utilizada como no tempo de aquisição, assim ela pode saber as informações de quanto e quando tem que adquirir cada um deles. Com isso, não haverá desperdícios de dinheiro utilizado, e a produção irá ter na hora certa e na quantidade certa os componentes necessários para o processo produtivo. A evolução do MRP se deu nos anos de 1980, sob o nome de Manufaturing Resources Planning (MRP II) – planejamento dos recursos de manufatura. Atualmente, o sistema segue a mesma lógica inicial, mas acrescido dos recursos transformadores, que são os recursos humanos e as capacidades das máquinas utilizadas nos processos produtivos. Essas atividades são o coração de um processo produtivo, como você pode observar no Quadro 1. Sistemas de informação corporativos I144 Tempo de reposição É o tempo que a empresa gasta entre a colocação do pedido nofornecedor, até a chegada do material para abastecer a linha de produção. Estrutura do produto Trata-se da especificação da quantidade de cada item que compõem o produto a ser feito. Tempo de fabricação É o somatório do tempo utilizado para a fabricação do produto, desde sua entrada na linha de produção até sua saída. Tamanho do lote de fabricação Trata-se da quantidade de fabricação de determinado item de forma que o processo seja otimizado, por exemplo, 100 itens de cada, ou 10 itens de cada. Tamanho do lote de reposição Trata-se da quantidade de determinado item que se adquire de cada vez, visando à compra na quantidade certa para a otimização dos custos. Estoque mínimo É a quantidade mínima que deve ser mantida em estoque, para que a linha de produção não pare, não deve conter sobras de materiais, para melhorar as performances dos custos de produção. Estoque máximo Trata-se do nível máximo aceito para estoques, normalmente quando há compras de oportunidade ou um baixo nível de confiança no fornecedor. Quadro 1. Principais parâmetros dos sistemas MRP. Com o domínio dessas informações e parâmetros, o sistema MRP irá auxiliar o gestor a responder e atender ao sistema just in time (JIT) sobre quando comprar, quanto comprar e o que comprar, para assim maximizar os resultados positivos do processo produtivo. A terceira evolução do sistema é chamada de ERP, tendo a base dos MRPs e agregando a essas bases os mais variados setores da empresa, como fiscal, financeiro, contábil e pessoas, por exemplo. O predecessor do MRP foi uma metodologia chamada de sistema de soli- citação trimestral, que foi aprofundada por George Plossl e Oliver Wight em 1967. Durante o fim da segunda guerra mundial e meados de 1950, várias indústrias produtivas desenvolviam planos de produção baseados apenas na carteira de clientes com pedidos “firmes”. Nesse período, a economia norte- -americana rebentava, devido à escassez deixada pela guerra. O aumento da procura lançava uma enorme quantidade de pedidos pendentes e, por vezes, era frequente 12 a 18 meses de pedidos colocados. Esta circunstância apropriada 145Sistemas de informação corporativos I fez com que as indústrias trabalhassem com base em trimestres, sendo por isso o sistema assim denominado (MARTIM, 2009). Os pedidos pendentes serviam de previsão de procura, pois por serem muitos, não necessitavam ser previstos, apenas estudados em uma base tri- mestral e ser colocados na produção. No fim da década de 1950 e início da de 1960, essa situação chega ao fim e, a previsão da procura torna-se cada vez mais importante, visto que os pedidos começavam a faltar e as empresas necessitavam antecipar a futura procura, ou seja, as empresas começaram a produzir para criar estoques. No ano de 1958, Magee retrata três elementos básicos que encara como necessários para um sistema de controle da produção: previsão da procura, expressa em unidades de capacidade de produção; ordens de produção ou orçamento inicial; metodologia de controle para decisão da velocidade de reposição dos estoques nos níveis orçamentados, quando ocorrem falhas na procura, originando excessos ou falta dos mesmos (MARTIM, 2009). Módulos e processos Os ERPs comercialmente se apresentam em módulos, conforme você pode observar na Figura 2. Figura 2. Módulos ERP. Fonte: Dantas (c2017). Sistemas de informação corporativos I146 Esses módulos variam de acordo com o fornecedor dos sistemas, os mais encontrados são: financeiros, controladoria, de materiais, vendas, de produção, qualidade, de recursos humanos, compras, entre outros. As funções de cada módulo são relacionadas à área de atuação específica dele, por exemplo, o módulo financeiro vai trabalhar com o faturamento, contas a receber e a pagar, etc., já o módulo de compras vai tratar dos fornecedores e materiais a serem adquiridos para o processo produtivo. Os processos fazem as correlações entre os módulos, por exemplo, se for realizar um processo de controle de custos serão coletadas informações nos módulos de produção, compras, materiais, financeiro e controladoria, no mínimo, a fim de completar as informações necessárias para as tomadas de decisões. Implantação de um ERP A implantação de um sistema ERP é realizada por especialistas, no formato modular, geralmente, ou seja, quanto mais evoluir a implantação dos módulos, mais irá evoluir os fluxos dos processos dentro da organização. O formato de implantação é chamado de projeto de implantação e, nor- malmente, dependendo do tamanho da organização, poderá ser longo. Será necessária uma boa sinergia entre os profissionais da empresa fornecedora do sistema com as equipes internas da empresa compradora do sistema. Em geral, essa implantação segue duas estratégias distintas: � Faseada: quando a implantação tem riscos menores, pois é feita em fases, os módulos são colocados gradativamente em produção até com- pletar o projeto todo, com isso, os primeiros módulos são feitos e é realizada a interface para os seguintes. Assim, caso tenham necessidades de ajustes nos módulos que já foram implementados, esses ajustes são feitos com agilidade, e novas interfaces surgirão, inutilizando as anteriores, a evolução vai se dando fase a fase. � Big-bang: é realizada quando não há necessidades de desenvolver interfaces entre os processos, a implantação é toda de uma vez, com todos os módulos em conjunto, isso significa, por exemplo, que hoje você está em um sistema e a noite, vira a chave e você amanhã trabalha em outro, tudo de uma só vez, portanto, é necessário se ter cuidado, pois a empresa pode parar. Independentemente da estratégia que vai ser realizada, o projeto de implan- tação de um ERP passará pelas fases de planejamento, treinamento, execução e validação, seguindo a seguinte lógica: 147Sistemas de informação corporativos I Planejamento: é a parte mais importante, na qual serão definidos o software, os componentes do projeto, tanto da empresa fornecedora como da empresa que está adquirindo o sistema, quais os processos irão compor a instalação, ou seja, quais os módulos farão parte do escopo do projeto, a estratégia de implantação, e o mais importante, o cronograma e a data de entrada em produção. Treinamento inicial da equipe da empresa: os especialistas da empresa fornecedora devem apresentar para equipe da empresa que será instalada uma visão macro dos processos e módulos do sistema que foi adquirido. Levantamento de dados: na próxima fase serão levantados em campo os dados dos processos empresariais que estão sendo executados na empresa e as melhorias possíveis nesses processos. Para essa fase, normalmente, são utilizadas as ferramentas da qualidade chamadas de lista de verificação e fluxogramas. Nessa fase, serão aprofundados os detalhamentos das atividades, e o sistema começa a ser configurado pelos analistas. Configuração: é a parte mais detalhada do processo, a empresa fornece- dora tem o sistema que pode ser utilizado, em regra, por qualquer empresa. Neste momento, serão feitas as definições de campos, parâmetros, modos de execução das funcionalidades e demais detalhes adequados à empresa que está adquirindo o programa. Testes de integração: os especialistas realizam os testes internos dos módu- los, testes entre os módulos, testes na integração dos processos, testes das inter- faces quando houver, para que o sistema seja colocado à prova de funcionamento. Treinamento de usuários finais: paralelo aos testes de integração, os treinamentos aos usuários chave e usuários finais devem começar, nesse momento, também a empresa fornecedora pode coletar mais informações sobre os processos e necessidades finais da empresa. Migração de dados: essa fase também ocorre primeiramente em paralelo aos testes de integração, com uma base de demonstração e, depois, em uma carga final, com os dados atualizados e reais da empresa. Dependendo do tamanho da empresa, essa fase começa alguns dias antes do diaescolhido para a troca dos sistemas, são exemplos os cadastros a serem migrados, os cadastros de clientes, matérias, contas a pagar, contas a receber, estoques, cadastro de fornecedores, entre outros. Os sistemas antigos são retirados de operação e o sistema novo entra em ação, ou produção. Esse momento é conhecido como go live (data de entrada em produção). A implantação pode enfrentar muitos desafios internos e externos, afinal vão mudar a empresa. Para uma boa condução, a empresa cliente e a empresa fornecedora vão recorrer aos seus gestores, que serão responsáveis pela con- dução assertiva do projeto, e serão fundamentais para explicar que a evolução Sistemas de informação corporativos I148 tecnológica em si não fará a empresa mudar seus hábitos, ela vai auxiliar, mas o trabalho ainda vai depender em muito dos usuários. Os processos vão ser simplificados e redesenhados para que possam ser automatizados, e integrados, assim os fluxos de dados entre os agentes serão alcançados. Gestão da cadeia de suprimentos (Supply Chain) O termo Supply Chain Management (SCM) – gerenciamento da cadeia de suprimentos, assim como os ERPs teve seu começo após a criação dos sistemas MRP e MRP II, sendo também considerada uma evolução para os controles dos sistemas produtivos. Historicamente, seu aparecimento no mercado nos remete ao início dos anos de 1990, fruto do lançamento de sistemas que já tinham muitas carac- terísticas com os ERP que conhecemos hoje, podemos citar dois dos mais importantes, o COPIX criado pela IBM e o R/2 criado, em 1979, pela empresa alemã Systeme Anwendungen, und Produke (SAP), a qual é hoje ainda uma das mais referenciada em sistemas coorporativos. Para você entender melhor, cabe o conceito inicial de cadeia de suprimentos (conforme representação da Figura 3), que são as atividades de logística que compreendem todas as fases, iniciando com um pedido feito por um cliente e terminando com a entrega desse pedido e a satisfação realizada com a com- pra desse pedido e o pagamento dele a empresa fornecedora. Sendo assim, a cadeia de suprimentos vai representar todos os produtos ou suprimentos que se movimentam ao longo dos seguintes agentes: fornecedores, fabricantes (indústrias), distribuidoras, lojistas (varejistas) e clientes. Figura 3. Cadeia de suprimentos. Fonte: Souza (c2017). 149Sistemas de informação corporativos I Atualmente, a área da empresa que atua no gerenciamento dessa cadeia de suprimentos é chamada de logística, uma área que não é mais só transportes, mas a integração de todas as informações para a boa realização da tarefa mais importante na empresa que deve ser “a correta entrega da necessidade do cliente”. Por isso a importância da TI nesse processo, pois ela, por intermédio de suas soluções, fará a integração dessa logística com as demais áreas afins, como a área de materiais, segurança, qualidade, comercial, marketing, fazendo a interface produtiva para o cumprimento dos objetivos e metas da empresa. Logística integrada: tem como conceito a integração dos processos de logística da empresa em sistemas que aumentam a eficiência e a eficácia da empresa, melhorando os seus resultados, pois trata dos assuntos relacionamos a custos e produtividade. O termo logística é de origem grega, e significa contabilidade e organização. Logística também vem do francês logistique, que significa uma arte que trata do planejamento e realização de vários projetos, muito utilizado durante as guerras. Logística também é utilizada como parte da álgebra e lógica matemática. A logística surgiu, inicialmente, com os militares, na guerra, sendo utilizada como a área que cuidava do planejamento de vários itens importantes, como armazenamento, distribuição e manutenção de vários tipos de materiais, como armas, roupas, além de alimentos, itens de saúde, transportes etc. Mais tarde, também passou a designar a gestão, o armazenamento e a distribuição de recursos para uma determinada atividade (SIGNIFICADOS, c2011-2017). ERPs aplicados à área de Supply Chain Da mesma forma como o mundo evoluiu, as necessidades das pessoas também, e em grande velocidade. Como as áreas de suprimentos são fundamentais para a entrega correta aos clientes, acabou por forçar as empresas a terem neces- sidade de melhorar seus processos. Assim, a utilização de bons programas de integração passaram a fazer parte do dia a dia empresarial, fatores esses imprescindíveis para o sucesso. O mercado de ERP ganhou grande visibilidade e, nesse período, cresce- ram as fontes de fornecimento, o que antigamente só fazia parte de grandes organizações, hoje já pode fazer parte de qualquer organização. Os principais softwares de ERP no grande mercado são fornecidos pela SAP, Peoplesoft, Oracle, JD Edwards e Baan. No Brasil o mercado em sua grande maioria está optando pela SAP, Totvs e Oracle. Assim, estão à disposição das empresas as mais variadas opções para que possam gerenciar melhor os processos, como você viu há o MRP, MRP II, ERP e SCM. Além desses, há ainda os Advanced Planning and Scheduling Systems Sistemas de informação corporativos I150 (APS), focados nas áreas industriais, e os sistemas Manufacturing Execution Systems (MES), que focam no gerenciamento das atividades de produção. O que você precisa considerar na utilização de um conjunto dessas soluções, é a adaptabilidade desses produtos ao fator humano que opera na empresa, o correto funcionamento de qualquer um desses vai passar pela colaboração de seus utilizadores. Dessa forma, o que era para ser benéfico para a empresa pode vir a ser maléficos. Os especialistas devem atentar muito para esse ponto, pois se o planejamento falhar, a empresa pode enfrentar muitos problemas. No Quadro 2 você verá as subdivisões dos principais sistemas envolvidos no gerenciamento da cadeia de suprimentos. Sistemas de gestão de armazéns – Warehouse Management System (WMS) Realiza a integração entre software, hardware e equipamentos periféricos para monitorar o espaço físico, formado por estocagem e armazenagem. Sistema de gestão de transporte – Transportation Management System (TMS) Monitora o controle de frotas e cargas. Identificação por radiofrequência – Radio- Frequency Identification (RFID) Realiza comunicações sem fio para leitura e transmissão de dados, na cadeia de suprimentos encontram-se, por exemplo, nas etiquetas rastreáveis. Rastreamento de frotas Utilização de dispositivos em caminhões para evitar roubos e outras ações indevidas. Códigos de barra Aumento da precisão das informações, padronizando as informações e compactando, com uma forma de fácil utilização e leitura. Intercâmbio eletrônico de dados – Electronic Data Interchange (EDI) Realiza a transmissão de dados entre parceiros da área de suprimento, trazendo rapidez e redução de custos da impressão de papeis. Estoques gerenciados pelo fornecedor – Vendor Management Replenishment (VMI) Utilizado para verificar as necessidades do cliente por um produto, no momento certo e na quantidade certa. Compras eletrônicas (e-procurement) Realiza a automação dos processos de compras, promovendo uma maior integração de fornecedores pela rede de computadores. Quadro 2. Principais sistemas de gerenciamento da cadeia de suprimentos. (Continua) 151Sistemas de informação corporativos I Sistemas APS: a sigla do software APS significa Advanced Planning and Scheduling, que, traduzindo, significa planejamento e programação avançados. O sistema APS é uma nova ferramenta para auxiliar os gestores a aumentar a pro- dutividade da indústria. Um de seus principais focos é efetuar um planejamento claro e objetivo, programando com precisão cada etapa do processo. O sistema permite equilibrar simultaneamente todas as possíveis restrições operacionais e políticas da empresa, balanceando a disponibilidade de recursos com os volumes de demanda, visando o melhor atendimento de datas e com total eficiência. Quais os principais benefíciosdo sistema APS (LINTER, c2016)? � Melhorar o nível de atendimento ao cliente, pois permite comprar e produzir no momento certo e na quantidade certa, reduzindo os lead- -times e diminuindo os prazos de entrega. � Gerar um planejamento e uma programação realista, considerando a capacidade finita de seus recursos. � Aperfeiçoar e racionalizar o uso de recursos, reduzindo os níveis de estoque e custos operacionais. � Potencializar os investimentos feitos na implantação do seu ERP. Você pode ter inúmeras oportunidades nessa área que, no Brasil, ainda é pouco explorada. Fonte: Adaptado de Carvalho (2002) e Oliveira (2010). Sistemas integrados de gestão (SIG) ou Management Information System (MIS) Proporciona o apoio a gestão, com a integração dos processos e operações empresariais. Sistemas de informação geográfica Geographic Information System (GIS) Constituído por um conjunto de programas computacionais, o qual integra dados, equipamentos e pessoas com objetivo de coletar, armazenar, recuperar, manipular, visualizar e analisar dados espacialmente referenciados a um sistema de coordenadas. Resposta eficiente ao consumidor – Efficient Consumer Response (ECR) Consiste em uma estratégia utilizada principalmente na indústria de supermercados, na qual distribuidores e fornecedores trabalham em conjunto para proporcionar maior valor ao consumidor final. Quadro 2. Principais sistemas de gerenciamento da cadeia de suprimentos. (Continuação) Sistemas de informação corporativos I152 1. Sistemas corporativos são tecnologias que auxiliam as empresas e seus gestores a melhorar seu desempenho, permitindo que compartilhem dados entre seus departamentos e parceiros de negócios. Além disso, esses sistemas possibilitam aos funcionários acessar e analisar, em tempo real, as informações sobre as transações da empresa. Outra vantagem dos sistemas corporativos é tornar os processos totalmente automatizados, aumentando, assim, a eficiência organizacional. Existem diversos tipos de sistemas corporativos, sendo que as empresas, normalmente, implementam e integram a maioria desses sistemas em seu ambiente. Caso a empresa necessite de um software capaz de integrar os processos empresariais, incluindo a cadeia de suprimentos, a fabricação, as finanças, os recursos humanos e as vendas, ela deverá implantar um sistema corporativo denominado: a) Sistema de gestão da cadeia de suprimentos. b) Sistema de gestão de relacionamento com o cliente. c) Sistema de gestão do conhecimento. d) Sistema integrado de gestão empresarial (SIGE). e) Sistema de planejamento, previsão e reabastecimento colaborativo. 2. Normalmente, os projetos para implantação de sistemas corporativos enfrentam uma série de desafios internos e externos, pois requerem grandes mudanças em diversos aspectos da empresa. É papel dos gestores a condução das atividades do projeto, considerando que a tecnologia, por si só, não é um fim a ser alcançado, mas sim um meio que possibilitará a execução do trabalho na empresa de maneira eficaz e coerente com os objetivos estratégicos traçados pelos diretores. Analise as afirmações a seguir que estão relacionadas às mudanças necessárias para superar os desafios da implantação de sistemas corporativos. I. Os processos precisam ser simplificados e redesenhados para que possam ser automatizados, total ou parcialmente. II. O trabalho e a forma como ele é realizado pelas pessoas deve ser preservado, pois mudanças nesse sentido trazem muitos impactos negativos. III. A integração dos sistemas de informação é necessária para que ocorra um fluxo ininterrupto de dados entre os departamentos e os parceiros de negócios. Qual(is) das afirmativas está(ão) correta(s)? a) I e II. b) I e III. c) II e III. d) I, II e III. e) Nenhuma das afirmativas. 3. Os sistemas corporativos são uma questão fundamental na gestão de tecnologia da informação (TI) e na estratégia corporativa, em razão 153Sistemas de informação corporativos I de seu potencial de aumentar as receitas e os rendimentos das empresas. A estratégia corporativa é formada por um conjunto de atividades e ações nas quais uma empresa escolhe investir ou desempenhar, assim como aquelas nas quais ela não vai investir ou desempenhar. Em termos práticos, os motivos para que as empresas migrem para sistemas corporativos têm por base as limitações que elas enfrentam com seus sistemas legados. Nesse contexto, identifique a alternativa que apresenta corretamente uma razão para a migração de sistemas legados para sistemas corporativos. a) Atendimento às leis internacionais. b) Baixo custo de manutenção dos sistemas legados. c) Deterioração do valor dos negócios. d) Gestão dos dados operacionais e rotineiros da empresa. e) Inflexibilidade dos sistemas corporativos. 4. Do ponto de vista tecnológico, um sistema integrado de gestão empresarial (SIGE) é uma infraestrutura de software que liga as aplicações internas de uma empresa e dá suporte aos processos de negócios externos. Em geral, as aplicações de um SIGE são modulares e os módulos são integrados uns aos outros, a fim de expandir seus recursos. Um SIGE projetado adequadamente pode ajudar a integrar todos os aspectos de uma organização em um único conjunto de dados. Analise as afirmações a seguir que tratam a respeito dos benefícios proporcionados pelo correto uso dos SIGE. I. Garantem o aumento nas receitas da empresa por meio da integração e compartilhamento de dados dos setores envolvidos. II. Eliminam a necessidade de inserir dados em múltiplos sistemas. III. Permitem a postagem de dados transacionais em tempo real e o acesso instantâneo a informações atualizadas. Qual(is) das afirmativas está(ão) correta(s)? a) I e II. b) I e III. c) II e III. d) I, II e III. e) Nenhuma das afirmativas. 5. A gestão da cadeia de suprimentos (supply chain management – SCM) consiste no eficiente gerenciamento dos fluxos de materiais, dados e dinheiro. Este termo também indica a gestão de uma rede interligada de negócios envolvidos na provisão final de produtos e serviços requeridos pelos clientes finais. Os softwares de SCM são voltados, exclusivamente, para automatizar rotinas relacionadas à cadeia de suprimentos e suas atividades, como fabricação, controle de estoque, agendamento e transporte. Considerando a complexidade que as grandes plataformas industriais apresentam, em função da enorme quantidade de materiais, operários e máquinas envolvidos, a gestão desses recursos é realizada quase que exclusivamente com o uso de recursos computacionais. Sistemas de informação corporativos I154 Considerando a sua abrangência, uma cadeia de suprimentos típica é formada por: a) fornecedores, distribuidores e clientes finais. b) fornecedores, indústria principal, distribuidores, varejistas e clientes finais. c) fornecedores, indústria principal, distribuidores, varejistas, clientes finais e governo. d) governo, fornecedores, indústria principal, distribuidores e varejistas. e) governo, indústria principal, varejistas e clientes finais. CARVALHO, J. C. Logística. Lisboa: Sílabo, 2002. DANTAS, A. Suporte a ERP. Várzea Grande: Dinâmica Tecnologia, c2017. Disponível em: <http://www.dinamicatecnologia.com.br/services-2.php>. Acesso em: 14 set. 2017. ESSOR TECHNOLOGIES. What is ERP: enterprise resource planning. Mohali, c2000-2016. Disponível em: <http://www.essortechnologies.com/what-is-erp-enterprise-resource- -planning/>. Acesso em: 14 set. 2017. LINTER. Você sabe o que é um sistema APS? São Paulo, c2016. 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