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resumo mediação de conflito 1

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RESUMO
CONCEITO DE MEDIAÇÃO 
Segundo a doutrina, a mediação é um instrumento de pacificação pessoal e social que tem por objetivo fomentar o diálogo entre as partes envolvidas no conflito, tudo de forma extrajudicial e confidencial, onde o profissional mediador tem de ser imparcial, facilitando a comunicação. 
Através do diálogo as partes retomam o poder de decisão, para que as decisões tomadas possam ser duradouras, levando em consideração as necessidades de cada uma dessas partes, assim, estas podem ser protagonistas de suas vidas, não passando o poder de decisão para um juiz de direito, um árbitro ou outra pessoa qualquer. 
A mediação leva as partes a entenderem a origem do conflito para resolvê-lo sem a necessidade de enfrentar longas e custosas demandas jurídicas, gerando uma qualidade de vida infinitamente melhor para as pessoas envolvidas. 
A utilização da mediação pode ocorrer em qualquer área das relações humanas onde existirem conflitos. 
O profissional mediador deve ter como princípios basilares à imparcialidade, independência, credibilidade, competência, confidencialidade, diligência, boa-fé, sigilo e neutralidade. 
Vale ressaltar que na mediação o procedimento para a resolução do conflito é relativamente rápido, não necessitando de uma análise profunda da personalidade de cada parte e sim de uma análise do fato gerador do conflito. 
É necessário que as partes envolvidas em um conflito tenham um mínimo de entendimento e disponibilidade emocional para que possam resolver os seus conflitos pela via da mediação. 
Considerando-se que nem todas as partes estão dispostas a mediar, sendo assim a mediação não terá sucesso em todos os casos, todavia, se as partes “abaixarem as suas guardas” em qualquer estágio do conflito, a mediação pode ser de grande valia. 
Fases da mediação. 
Fase Inicial – Pré – Mediação – Esclarecer às partes o que é mediação, definindo as regras e a forma que será utilizada no processo. 
2ª Fase – Definição do Problema, desenvolvimento dos objetivos, necessidades e interesses, reorganização. 
3ª Fase – Reunião interna da equipe mediadora para refletir sobre o problema apresentado com a finalidade de realmente entender o conflito e assim poder construir uma ou mais histórias alternativas. 
4ª Fase – Reunião com as partes para a narrativa da história alternativa visando à construção do acordo com a legitimação dos envolvidos, apresentação de novas alternativas, tudo com uma discussão clara e respeitosa. 
5ª Fase – Encontrar uma solução para o conflito. 
Modelos de Mediação.
Modelo Tradicional de Havard 
A comunicação estabelecida entre os mediados é linear. As funções do mediador são voltadas para facilitar o diálogo centrado no verbal e estabelecer a ordem a partir do caos de pensamentos, percepções e sentimentos. 
O conflito tem uma causa, contudo, o contexto onde ele se estabeleceu não é considerado. O mediador trabalha na transformação da percepção de erros passados que prejudicam a compreensão do presente e, consequentemente, a percepção do acordo futuro. 
Os interesses das pessoas são investigados sem focar no relacionamento. A compreensão e o atendimento dos interesses de todos os envolvidos podem garantir sucesso no relacionamento futuro. 
A expressão de pensamentos e sentimentos pelas partes conflitantes é vista como muito importante já no início do processo, liberando as emoções como se fosse um processo de catarse, para que as emoções represadas não pressionem o processo mais adiante. 
A neutralidade por parte do mediador é efetivada através da imparcialidade por este e pela ausência de juízos de valor, crenças e preconceitos. O conflito existe por causa das diferenças, portanto, diminuindo-as o conflito é aliviado ou extinto. 
O conteúdo da comunicação é o mais apreciado no processo. A interdependência é conscientizada e fortalecida com o conhecimento das normas sociais, crenças que o grupo possui e define como comportamentos aceitáveis. 
O mediador considera o processo de negociação em que duas ou mais pessoas tomam decisões conjuntas a respeito de um impasse ou alocação de recursos e, portanto, buscam resolver conflito de interesses. 
 Modelo Transformativo 
Na mediação transformativa há dois objetivos principais, o primeiro é facilitar a força das partes mediadas e o segundo é reconhecimento de uma parte pela outra. 
Existe o reconhecimento do outro, as pessoas são agentes e protagonistas de suas vidas. O mediador procura fortalecer a capacidade das partes de analisar situações e de tomarem, elas mesmas, decisões eficazes. 
O modelo transformativo se baseia nas estruturas políticas, educacionais e econômicas que fortalecem comportamentos com base na força e na compaixão individual levando a uma transformação do ambiente social. 
O conflito pode se transformar através da compreensão clara do tipo de ajuda que as partes querem do mediador, da real causa do conflito e do significado que este tem para as partes. 
Modelo da Facilitação 
É o procedimento em que um facilitador guia as partes, facilitando a comunicação entre elas para chegaram a um acordo ou entendimento do conflito. 
A cooperação é facilitada e estimulada e as decisões são compartilhadas. O facilitador busca o equilíbrio de poder e o compartilhamento de responsabilidades. 
Modelo Circular Narrativo 
A comunicação é circular, todas as partes se comunicam com influência constante e recíproca através de mensagens. 
Os objetivos principais são cuidar dos vínculos das partes envolvidas, estimular a reflexão do conflito e da reação das partes, construir uma ou mais histórias alternativas para a solução do conflito para que as partes possam construir um acordo em conjunto. 
Para alcançar os objetivos é estimulada a reflexão, são modificados os significados de fatos ocorridos, um outro lado das histórias levadas é considerado para facilitar um acordo, ressaltando que esse não é o objetivo principal. O interesse é baseado nos relacionamentos e acordos. É baseado na terapia sistêmica que começou trabalhando com famílias.

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