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Gestalt Conceitos da psicologia da Gestalt que deram origem à Gestalt-terapia. Psicologia da Gestalt, iniciada por Max Wertheimer, dedicou-se ao estudo da percepção, da aprendizagem e solução de problemas. Kurt Lewin (Teoria de Campo) e Kurt Goldstein (Teoria Holística) perfizeram o quadro científico no qual Frederick Perls se utilizou para ampliar a psicologia da Gestalt, criando a Gestalt-terapia. Sabemos que a aprendizagem como a solução de problemas, está em íntima relação com o processo psicoterapêutico. Quando alguém se torna um “doente” mental ou apresenta dificuldades existenciais, ele se encontra carente não só de novos elementos que enriqueçam a sua aprendizagem, bem como não está sabendo utilizar elementos já presentes no acervo de modos de agir de seu comportamento. Em ambos os casos, a ação terapêutica deverá levá-lo a uma correção deste campo perceptual ou a uma reestruturação dele. Assim, aconteceu uma nova aprendizagem e a solução de problemas se deu através de introvisões (insigths). Os gestaltistas acreditam que algumas espécies de aprendizagem exigem um único ensaio ou tentativa, sendo o desempenho facilmente repetido sem necessidade de prática mais extensa, pois a aprendizagem é um processo que envolve introvisão (insight). Poderíamos considerar a introvisão como uma súbita alteração do campo perceptual. Quatro indicadores comportamentais de aprendizagem por introvisão são usualmente citados: Súbita transição da incapacidade para o domínio do problema; Desempenho rápido e desembaraçado, uma vez que o princípio correto tenha sido aprendido; A boa retenção; Imediatismo com que a solução pode ser transferida para outras situações semelhantes, envolvendo o mesmo princípio. A introvisão considerada como uma súbita alteração do campo perceptual nos coloca em contato com uma série de comportamentos novos, com uma nova aprendizagem que certos clientes demonstram, ficando o psicoterapeuta sem saber ou sem poder identificar o ponto onde ocorreu a mudança. A prática clínica encerra casos de aprendizagem instantânea. O cliente saca sua realidade como um todo, ele se autopercebe como um todo no todo, fluindo de maneira criadora. Existem quatro condições para que se dê uma aprendizagem por introvisão. A psicoterapia é uma forma de aprendizagem. O psicoterapeuta (“ensinante”) verifica até que ponto seu cliente (“aprendiz”) recebe e percorre estas quatro etapas no seu processo. Wertheimer propõe alguns princípios da organização da percepção. Ele fala de uma percepção visual, das leis que regem os modos como os olhos percebem os objetos no espaço. São leis da visão. Nós aqui faremos uma transposição para os modos como as pessoas percebem a realidade que as circunda, em termos de comportamento. Partindo do princípio de que o homem é um todo integrado, que se relaciona com o universo como um todo no qual está, também ele, todo imerso, podemos afirmar que o modo como as pessoas veem fisicamente a realidade externa, geográfica, tem muito a ver com o modo como elas se relacionam com seu meio comportamental e psicológico. Princípios de Wertheimer: Proximidade: Os elementos próximos no tempo e no espaço tendem a ser percebidos juntos. Similaridade: Sendo as outras condições iguais, os elementos semelhantes tendem a ser vistos como pertencentes à mesma estrutura. Direção: Tendemos a ver as figuras de maneira tal que a direção continue de modo fluido. Disposição Objetiva: Quando vemos certo tipo de organização, continuamos a vê-lo, mesmo quando os fatores de estímulo que levaram à percepção original estão agora ausentes. Destino comum: Os elementos deslocados, de maneira semelhante, de um grupo maior tendem eles próprios, por sua vez, a serem agrupados. Pragnanz: As figuras são vistas de um modo tão bom quanto possível, sob as condições de estímulo. Sua aplicação cuidados, prudente, à psicoterapia nos permite flexibilidade, espontaneidade, criatividade. Poderão orientar-nos o lugar onde nosso cliente está ou onde estamos em relação a ele, não só em termos de fantasia, como da realidade. Outros Conceitos O Todo e a Parte As peças aparecem quase sempre como partes no processo global. A experiência só chega até nós de modo completo quando ela é experimentada como um todo, ainda que este todo seja apenas um esboço da realidade de ser como tal. O todo antecede as partes e em psicoterapia isto é um processo difícil. É importante, portanto, para a compreensão deste todo, que se descubra e se conheça a relação existente entre as suas partes, que, de certo modo, elas possam estar ou serem definidas, para que o todo como um todo venha à luz. A pergunta é: como, depois de tantas vicissitudes, esta pessoa ficou fóbica, paranoica? Saber que alguém é fóbico pouco nos ajuda, mas como foi estruturada sua fobia é a questão. Como sua teia de aranha ficou pronta e se chama fobia. O caminho não pode ser outro a não ser o da observação e análise paciente do todo através da manifestação de suas partes. Figura e Fundo Problemas humanos não podem ser considerados isoladamente. Qualquer que seja a figura que eles assumam, subjazem a ou se sobrepõem a algo mais amplo, mais complexo. A existência, embora se apresentando de formas concretas, é um envolvimento diferenciado na realidade. O que o cliente diz jamais pode ser entendido em separado, pois a figura tem um fundo que lhe permite revelar-se e do qual ela procede. Como eu estruturo minha percepção para perceber algo como figura e não como fundo e vice-versa é altamente significativo. Quando dizemos que psicoterapia é também uma arte existencial, estamos fazendo uma comunicação no sentido do espírito aberto, solto para que se possa penetrar no mistério da intercomunicação existente naquilo que chamamos de fronteira e limites, de sistemas e subsistemas, neste mudar permanente de foco com que procuramos visualizar a realidade e com que ela própria se apresenta a nós, seja ela uma coisa ou uma pessoa. Aqui e agora Se eu tenho o presente, eu tenho tudo de que eu necessito para compreender e experienciar a realidade como um todo.
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