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Caroline Zanella ATM 2022/a 1 Patologia → Fígado e Vias Biliares Fígado Considerações iniciais → Fígado é o segundo mais acometido por metástases (depois do pulmão). Doenças hepáticas crônicas podem tornar-se cirrose. Álcool e hepatites virais (principalmente C) podem levar a cirrose; Pacientes sem lesão prévia hepática, ou seja, sem cirrose, que possuem aparecimento de neoplasias malignas no fígado → diagnóstico de metástase “até que se prove o contrário”. Cirrose não é um diagnóstico → possui diversas etiologias → substituição do parênquima hepático por nódulos formados por hepatócitos circundados por colágeno. É consequência do processo de reparo. Todas as hepatopatias crônicas podem evoluir para cirrose. Se existir hepatopatia aguda, não desenvolve para cirrose. A cirrose normalmente é acompanhada por queda de função hepática → insuficiência. Macroscopia → fígado normal, de coloração uniforme, recoberto por capa translúcida → presença de lóbulos com tamanhos proporcionais, sem presença de nódulos. Coloração pardacenta homogênea → no corte é possível identificar a presença dos vasos de maiores calibres. Superfície de corte lisa, brilhante, com vários vasos. Histologia hepática →modelo lobular → lóbulos de 1 a 2mm de diâmetro, orientados em torno dos terminais da veia hepática. Hepatócitos em coluna, com sinusoides e tecido conjuntivo ao seu lado. Os hepatócitos são divididos por zonas, de acordo com sua relação com o trato portal e a veia centro lobular; → hepatócitos vizinhos à veia hepática são denominados centro-lobulares. → os localizados próximos ao sistema porta são denomiados periportais. Célula de Ito (?) → presente dentro do espaço de Disse (localizado abaixo das células endoteliais, ondo ocorre a protusão de microvilos. → responsável pela produção de colágeno → armazena vitamina D. Modelo lobular → veia hepática terminal (CV) está no centro de um lóbulo. Modelo acinar → três zonas podem ser definidas com relação ao fluxo sanguíneo. A distinção entre nódulo e ácino hepático. → Se não houver uma manutenção dessa estrutura, o órgão não vai conseguir funcionar adequadamente. → Ácinos são subdivisões dos lóbulos, o lóbulo é divido em seis ácinos A quantidade de hepatócitos pode manter-se preservada mesmo se pcr cirrótico → hepatócitos apenas apresentam-se circundados por fibrose, o que impede a realização de suas funções normais. Quando cirrótico, esses hepatócitos não possuem a veia centrolobular, nem a tríade portal integras → não têm como escoar a bile, pois não tem canalículo biliar perto para isso. → A bile vai ficar armazenada no centro dos hepatócitos, não vai conseguir ser “eliminada”. O fígado pode identificar isso como uma falta de canalículos, pois a bile não chega ao local necessário, e aumentar a proliferação de canalículos. Caroline Zanella ATM 2022/a 2 Função → o Fígado é o órgão responsável por manter a homeostasia metabólica do corpo. Isso inclui processamento de aminoácidos, carboidratos, lipídios e vitamina, além da síntese de proteínas plasmáticas e detoxificação; Regeneração → capacidade regenerativa do fígado é muito grande. → Além disso, o órgão tem uma “reserva funcional” muito grande: uma remoção cirúrgica de 60% do fígado apresenta descompensação hepática mínima e retomada de massa em 4-6 semanas. Formação de cicatriz → célula estrelada hepática → em sua forma de repouso, acumula lipídeos → em forma de lesão, essas células se ativam e são convertidas em miofibrolastos altamente fibrogênicos. As zonas de perda de parênquima se transformam em septos fibrosos densos → envolvem os hepatócitos sobreviventes e regenerativos nos espaços tardios de doença hepática. Avaliação de FUNÇÃO hepática → fatores de coagulação, LTH, bilirrubina, albumina; Avaliação de lesão hepática → TGO, TGP, GAMA-GT. Exames de Imagem→ Ecografia pode confirmar cirrose, biópsia avalia o grau fibrótico; BIOPSIA → geralmente para classificação do paciente no “metavir” (classificação inflamação e da fibrose) ou determinar a etiologia. As hepatites = uma inflamação do fígado. Podem ser sem uma causa viral. Sequencia→ esteatose microgoticular → macrogoticular → hepatite → cirrose. O vírus B e o vírus C são carcinógenos. Procedimento quase em desuso em função da invasibilidade → cerca de 10% dos pcts morrem devido ao grau de insuficiência hepática prévio e deficiência de fatores de coagulação. 99% das neoplasias malígnas são metástases. Paciente com neoplasia de intestino grosso → circulação porta → metástase no fígado → ecografia com fígado apresentando múltiplos nódulos presentes no fígado com áreas preservadas→ podem não ser nódulos e sim metástases. Na cirrose, todo o parênquima hepático é substituído por nódulos Alteração Hepática → Alteração de cor, brilho, estrutura: Fígado cirrótico → é reduzido, com nódulos, cor alterada, mais pesado, etc.; Fígado acometido por hepatite tem seu tamanho aumentado. Fibrose → pode ser consequência de inflamação aguda ou crônica. Classificação clínica das doenças hepáticas → doenças pré-hepáticas (hipertensão portal), doença pós-hepáticas (cor pulmonale, hipertensão da cava), doenças intra-hepáticas; Paciente que tem cirrose tem insuficiência hepática. → Classificação de Child-Pugh classifica a insuficiência hepática; Tratamento para cirrose é transplante. Paciente com hepatite tem necrose saca-bocado. Primeira alteração num paciente etilista é a esteatose, macrocelular e microcelular. → Se continuar bebendo sai da esteatose para hepatite → pode evoluir para cirrose; Tríade portal → canalículo biliar, arteríola hepática e ramos da veia porta. Presença de infiltrado inflamatório. → facilita diagnóstico de algumas doenças. Figura ao lado→ veia centro- lobular com organização dos hepatócitos em cordões e presença de sinusóides. Caroline Zanella ATM 2022/a 3 Sistema porta → hipertensão portal em pacientes cirróticos → aumento da resistência → diminuição do calibre dos vasos e alteração da configuração dos hepatócitos Cirrose → dano hepatocitário → quando retorna à mitose, não consegue refazer organização histológica → presença de nódulos → insuficiência hepática. Formas de apresentação das patologias → degeneração de hepatócitos, acúmulos intracelulares, necrose e apoptose de hepatócitos, inflamação, regeneração e fibrose. (E neoplasias) Degeneração de hepatócitos → tumefação dos hepatócitos – escrita como degeneração em balão. Hepatócito aumentado de tamanho, com áreas claras, acúmulo de líquidos que o torna um balão; Pode ser resultado de vários processos, é inespecífico, indica que tem um edema. Degeneração hidrópica (uma das manifestações que indica edema intracelular, cuja causa é desconhecida. Se lesão continuar, levará à necrose). A figura do hepatócito normal não deveria conter as zonas claras → indica o afastamento das estruturas e certa presença de grânulos. → essas áreas claras indicam algum tipo de agressão exercida sobre o fígado. Este achado é pouco específico. Acumulo intracelulares → como o acúmulo de triglicerídeos (imagem) que leva a esteatose, esse hepatócito vai entrar muitas vezes em necrose ou apoptose. O núcleo dos hepatócitos fica empurrado na periferia das células → não tem como o hepatócito funcionar bem assim. O paciente pode “pular” um estágio e ir direto para a cirrose, pulando a hepatite. Acúmulo de ferro (hemossiderina) podem ter hemocromatose. Pacientes cirróticos causado por vírus C genótipo 3 também podem acumular ferro por causa do vírus, que é avaliado com azul da Prússia e Tricômio de Masson (avaliar grau de fibrose). Em azul → presença de ferro → hemossiderina que teve afinidade com o corante azul da prússia. Se não houvesse o acúmulo de ferro, a imagem seria composta apenas por pequenos pontos azuis dentro doshepatócitos. A hemocromatose se tornou um dos grandes casos de transplante hepático no BR. Doença de Wilson! Os hepatócitos sofrem, eventualmente, necrose. Caroline Zanella ATM 2022/a 4 Necrose e apoptose de hepatócitos: aparecem mais eosinofílicas, aumentando a suspeita de hepatite medicamentosa. Predomínio de células inflamatórias específicas no fígado → Linfócitos = Vírus C. Plasmócitos = autoimune. Eosinófilo = medicamentosa. Presença de processo inflamatório. Inflamação → O distúrbio mais predominante na hepatologia clínica. Morte de hepatócitos, Recrutamento de células inflamatórias, Fibrose e Processos regenerativos Regeneração Fibrose HEPATITES Considerações Gerais → podem ser agudas ou crônicas. → “Lesão hepatocitária associada a inflamação e quando crônica à cicatriz. 0As formas aguda e crônica podem ser distinguidas pela duração e pelo padrão de lesão celular e na gravidade da inflamação, com a aguda apresentando menos inflamação e mais morte de hepatócitos que a crônica” Virais → classificadas conforme o vírus causador, como A, B, C, D, E; Lesão do hepatócito → tumefação ou balonização e apoptose; O fígado inteiro pode ser acometido, ou apenas áreas aleatórias; Se a arquitetura parenquimatosa permaneceu preservada, a regeneração dos hepatócitos ocorre normalmente. Com destruição maciça, a regeneração se torna desordenada, produzindo massas nodulares. Hepatite A → geralmente é uma doença benigna, autolimitada que NÃO CRONIFICA. Pode ocasionar hepatite fulminante, taxa de fatalidade de 0,1%. Incubação (adquire agente infeccioso, mas não desenvolve sintomatologia) → de 2 a 6 semanas; Contaminação → o HAV é disseminado pela ingestão de agua e alimentos contaminados, está relacionado a condições de higiene. → Transmissão Fecal-oral por 2 a 3 semanas antes e 1 semana após o início da icterícia.; Frequentemente crianças adquiriam esse tipo de hepatite. Casos diminuíram pelo aumento dos hábitos de higiene. Aumento de casos após vida adulta → tende a ser doença febril esporádica, porém, percentual maior de hepatite fulminante. Sintomas → não são específicos, pode ter icterícia → logo depois de alguns dias o paciente se recuperava e estava bem. Marcador Viral → anticorpos IgM específicos; → anticorpos IgG de memória permanente. A eliminação fecal do vírus termina quando os marcadores IgM aumentam A resposta IgM geralmente começa a decair em alguns meses pós infecção e em seguida, ocorre o aparecimento de IgG anti-HAV. Prevenção → cuidados de higiene e vacinação. Caroline Zanella ATM 2022/a 5 Hepatite B → é um problema de saúde global. → Seu curso clínico é variável e está relacionada ao aumento do risco de carcinoma hepatocelular (mesmo na ausência de cirrose). Apresentação → (1) hepatite aguda com resolução e desaparecimento do vírus, (2) hepatite fulminante com necrose hepática maciça, (3) hepatite crônica não progressiva, (4) hepatite crônica progressiva (cirrose) e (5) portador assintomático; Transmissão → varia com a área geográfica → sangue, fluidos corporais (sêmen, suor, saliva), transmissão vertical (no parto), compartilhamento de seringas; Incubação → período prolongado de 4 a 26 semanas; Prevenção → vacinação = resposta protetora formada por anticorpos anti-HBV e triagem de sangue, órgãos e tecidos de doadores. Marcadores Virais →HbsAg → infecção aguda e HbeAg → replicação viral; Patologia→ hepatócito em vidro despolido; A hepatite B pode cronificar! Em quase todos os casos a doenças é autolimitada e cede sem tto. → a doença crônica ocorre em 5 a 10% dos indivíduos infectados. Na figura → percentual dos casos de hepatite B Mais de 90% dos pacientes se recupera completamente → ocorre a cura e não cronificação do vírus. Menos de 0,5% dos casos viram hepatite fulminante → letal. Cerca de 5% dos casos sofrem cronificação. Alguns conseguem se recuperar parcialmente (menos de 2%) 30% dos pacientes que possuem hepatite crônica são chamados de portadores saudáveis → portam o vírus mas não desenvolvem sintomatologia. 12 a 20% dos pacientes com hepatite crônica B desenvolvem cirrose com evolução para carcinoma hepatocelular. Importante → a idade no momento da infecção é um indicativo para a possível cronicidade → quanto menor for a idade, no momento da infecção, maior é a chance de desenvolver cronicidade. A dificuldade em conseguir a cura se atribui ao fato de o vírus conseguir se inserir no DNA do hospedeiro → desenvolvimento de uma resposta imune ineficaz. Hepatite C → é a principal causa de doença hepática. A maioria dos infectados progride para doença crônica. 20-30% dos casos evolui para cirrose após 5 a 20 anos da infecção aguda. Também tem risco elevado de carcinoma; Alta patogenicidade → altamente infectante. Epidemiologia → cerca de 175 milhões de portadores no mundo. Mais prevalente na Ásia e na África. Nos EUA, infecção crônica acomete 3-4 milhões/ano; Caroline Zanella ATM 2022/a 6 Transmissão → principal é pelo compartilhamento de seringas (associada ao uso de drogas), também ocorre por transfusão sanguínea (hoje bem menos). → Taxas sexuais e verticais (mãe para filho) baixas; Sintomas → sua alta mortalidade está relacionada a sua sintomatologia silenciosa entre a infecção aguda e insuficiência hepática. O vírus é capaz de inibir ativamente a resposta antiviral mediada pelo INF. Associação com síndrome metabólica → resistência à insulina e à doença hepática gordurosa não alcoólica. É potencialmente curável; Marcador Viral →anti-HCV; Patologia→ necrose em saca-bocado → Alteração gordurosa, infiltrados linfoides e lesão do ducto biliar. Tipo específico de necrose. (não peguei → pesquisar) Hepatite D → HDV apenas causa infecção quando concomitante com a Hepatite B (depende do HBsAg), ou seja, totalmente dependente do HBV para se multiplicas. → CO-INFECÇÃO. Transmissão →via coinfecção por HBV, transfusões, uso de seringas; Epidemiologia → endêmica em alguns países da África e na Bacia Amazônica. O rna do vírus é detectável no sangue e no fígamo imediatamente antes e nos primeiros dias da infecção sintomática aguda. Marcador viral → anticorpo anti-HDV (IgM) Vacinação contra HBV também atua contra a infecção por HDV. Hepatite E → é autolimitada na maior parte dos casos. Não está associado a doença hepática crônica. Tem alta mortalidade entre gestantes. Considerada uma zoonose. → transmitida entericamente por água. Incubação → cerca de 4 a 5 semanas. Epidemiologia → é endêmico na Índia, muitos casos no México, norte da África e Sul asiático. Geralmente ocorre em adultos jovens; Infecções esporádicas por viajantes. A infecção crônica por HEV se associa a paciente com AIDS e pacientes transplantados imunossuprimidos; Transmissão → água contaminada. O vírus é eliminado nas fezes durante doença aguda; Grande mortalidade em gestantes contaminadas. Hepatites virais → tem alterações morfológicas compartilhadas, podem ser simuladas por reações a drogas e são idênticas entre os vírus hepatotróficos; Dependem da fase → aguda ou crônica. VOLTAR HEP MEDICAMENTOSA E AUTO- IMUNE Desfechos Clínicos Infecção assintomática aguda: apenas evidência sorológica; Hepatite aguda → anictérica ou ictérica. Pode ser causada por qualquer um dos vírus; Hepatite fulminante → necrose hepática maciça com insuficiência hepática; Hepatite crônica → com ou sem progressão para cirrose; Portador crônico → assintomático, sem doença aparente. Caroline Zanella ATM 2022/a 7 Achados das hepatites Agudas → macroscopia → fígado aumentado de tamanho, avermelhado. → Esverdeado com colestase. Achados Foto ao lado → Fígado aumentado de tamanho de paciente com hepatite viral fulminante → áreas mais alaranjadas representam a necrose hepatocitária. Hepatites auto-imunes → associadas com doenças inflamatórias → lúpus... → maior incidência no sexo feminino → Acúmulo de bilirrubina nos ductos dentro dos hepatócitos → bilirrubina não consegue prosseguir seu caminho até a vesícula biliar. Aguda → extenso infiltrado inflamatório periportal, áreas de necrose, reação dos ductos biliares, degenerações, agregados de macrófagos, quadros de esteatose, necrose em ponte, colapso do arcabouço reticulínico; Crônica → quadros cirróticos, necrose saca-bocado, perda da arquitetura lobular, fibrose, cirrose (formação de nódulo). Pode haver fibrose sem cirrose. Lembrar do SEPTO FIBROSO. Diagrama representando as características morfológicas das hepatites aguda e crônica. Observe que há pouquíssima infiltração mononuclear portal na hepatite aguda (às vezes, não há nenhuma), enquanto, na hepatite crônica, as infiltrações portais são densas e proeminentes, representando a alteração característica da hepatite crônica. Necrose e fibrose em ponte são mostradas apenas na hepatite crônica, mas a necrose em ponte também pode ocorrer nos casos mais severos de hepatite aguda. As reações ductulares são mínimas na hepatite crônica durante os estágios iniciais da cicatrização, mas tornam-se extensas nos estágios tardios da doença. HEPATITES VIRAIS AGUDA → presença de hepatócito balonizado (edemaciado) Citoplasma abundante e claro por entrada de água, com dispersão das organelas. Os grânulos pardacentos no citoplasma são de pigmento biliar (bilirrubina). A entrada de água se deve a distúrbios metabólicos da célula, especialmente da bomba de sódio da membrana plasmática, por efeito direto do virus ou de ataque de células imunes. Presumivelmente são células gravemente lesadas e destinadas a morrer. Caroline Zanella ATM 2022/a 8 COLESTASE → Uma das conseqüências da hepatite aguda é o acúmulo de bilirrubina dentro e fora dos hepatócitos (colestase intra-e extrahepatocítica), bem como sua passagem para a circulação sanguínea, dando icterícia. A célula não é capaz de excretar a bilirrubina que conjuga, acumulando-a no citoplasma. A retenção nos canalículos e ductos biliares é explicada em parte por tumefação dos hepatócitos e edema intersticial. A necrose de hepatócitos desestrutura os canalículos biliares, que não têm parede própria, sendo constituídos por segmentos especializados da membrana externa dos próprios hepatócitos. A perda de hepatócitos leva ao extravasamento da bile para o interstício e daí para o sangue. No sangue, predomina a bilirrubina conjugada Grande área constituída por tecido conjuntivo → pode significar a formação de cicatriz hepática oriunda de algum processo agudo Observam-se agrupamentos de hepatócitos (pseudolóbulos) separados por tecido conjuntivo com infiltrado inflamatório crônico inespecífico e ductos biliares proliferados. O tecido conjuntivo deriva em grande parte de colapso do arcabouço reticulínico dos lóbulos hepáticos após necrose (ou apoptose) dos hepatócitos. Há também marcada colestase intra e extrahepatocítica. ATIVIDADE REGENERATIVA. Hepatócitos normais raramente se dividem, mas conservam esta capacidade por toda vida. Após uma agressão, como numa hepatite viral, observa-se intensa atividade regenerativa, com mitoses e células bi- ou trinucleadas. Os núcleos são volumosos, com nucléolos evidentes, indicando elevada síntese proteica. Há também marcada proliferação dos ductos biliares, pois as células em regeneração podem se diferenciar tanto em hepatócitos quanto em células ductais Caroline Zanella ATM 2022/a 9 Destruição maciça de hepatócitos leva à perda da arquitetura lobular do fígado. Praticamente não há hepatócitos remanescentes, ficando os sinusóides dilatados por sangue. O pigmento escuro é um artefato da fixação por formol (pigmento de formol). Alguns ductos estão presentes e em parte representam atividade regenerativa NA FOTO AO LADO → presença de necrose recente → os restos de hepatócitos são ainda visíveis entre as fibras. Depois, são eliminados e as fibras aproximam-se (colapso do arcabouço reticulínico). No caso aqui apresentado, a desorganização da arquitetura foi intensa demais para permitir regeneração ordenada dos hepatócitos e reconstituição do parênquima à integridade. A evolução, no caso de sobrevida sem transplante, seria para cirrose, dita pós-necrótica. HEPATITES CRÔNICAS COM EVOLUÇÃO PARA CIRROSE Chama-se placa limitante à interface entre o pseudolóbulo (formado após agressão inflamatória ao tecido) e o tecido fibroso circunjacente. Na hepatite crônica é característica a agressão à placa limitante por infiltrado inflamatório proveniente dos septos. Células inflamatórias penetram entre os hepatócitos da periferia, alguns dos quais sofrem necrose. O aspecto é também conhecido como necrose em saca bocado (piecemeal necrosis). Nos achados macroscópicos é possível evidenciar a alteração da superfície hepática → o fígado perde seu aspecto liso devido ao grande acúmulo de moléculas lipídicas no interior dos hepatócitos → ocorre a formação de diversos nódulos de tamanhos variáveis. Na segunda imagem → presença de macronódulos, geralmente associados à hepatite por abuso de álcool → notar a presença do total preenchimento do fígado com nódulos e seus diferentes tamanhos → exames de imagem para acompanhar evolução e crescimento dos nódulos → se crescimento muito rápido, pode haver evolução para hepatocarcinoma. Caroline Zanella ATM 2022/a 10 Neste corte de fígado, há perda total da arquitetura lobular, com pseudolóbulos circundados por espessas traves fibrosas. Nos pseudolóbulos não se reconhece mais a estrutura normal dos lóbulos, com veia centrolobular e espaços portais. Nos septos há proliferação de ductos biliares e infiltrado inflamatório crônico inespecífico moderado (linfócitos e plasmócitos). HEPATÓCITOS EM VIDRO FOSCO. Característicos da hepatite crônica pelo vírus B. Vários hepatócitos mostram no citoplasma uma área homogênea rósea, geralmente com halo claro na periferia, que é constituída por acúmulo do antígeno de superfície do vírus (HbSAg). O restante do citoplasma tem aspecto granuloso, constituído pelas organelas, como mitocôndrias e retículo endoplasmático. O vírus tem a capacidade de estimular a síntese de abundantes quantidades desta proteína, parte da qual é secretada no plasma, e parte fica retida na célula. Classificação fibrótica → METAVIR: oAtividade (grau) → classificação de A0 (sem atividade) até A3 (atividade severa); oFibrose (estágio) → classificação de F0 (sem fibrose) até F4 (cirrose). SÍNDROMES CLÍNICAS→ mais de uma etiologia → muita atenção com uso de anti-inflamatórios de forma crônica e de uso aumentado. Atenção para uso de paracetamol → acima de 3 g diária pode ser letal. Síndromes → envolvem Insuficiência Hepática, Ascite, Cirrose, Icterícia e Colestase. Vários exames são usados para avalia-las, sendo a biópsia hepática o padrão-ouro do procedimento para diagnóstico. No entanto a biópsia deve ser muito bem pensada antes de ser realizada, pois paciente com insuficiência hepática tem coagulopatias que podem levar à hemorragias. Insuficiência Hepática É a consequência clínica mais grave da doença hepática; Frequentemente é o ponto final do dano progressivo ao fígado, pela destruição maciça e aguda ou pelo dano crônico e progressivo (mais comum); 80-90% da capacidade funcional hepática deve ter sido perdida antes que suceda a insuficiência hepática; Definição →insuficiência hepática é a inabilidade do fígado para realizar suas funções sintética e metabólica normalmente Caroline Zanella ATM 2022/a 11 Padrões de lesão → se dividem em 3 categorias: Insuficiência aguda do Fígado com Necrose Hepática Maciça → induzido por drogas, medicamentos(Paracetamol) ou por hepatite viral. Caracterizada por insuficiência hepática clínica que progrediu em 2-3 semanas. É rara, mas ameaça a vida e frequentemente precisa de transplante; Doença Hepática Crônica → caminho mais comum para insuficiência e ponto final do dano hepático crônico. Inicia por processo hepatocitário, biliar ou vascular e independentemente do início, termina como cirrose; Insuficiência Hepática sem necrose franca → a mais rara. Hepatócitos podem ser viáveis, mas incapazes de desempenhar funções normais. Causada por síndrome de Reye e toxicidade de Tetraciclinas. Clínica da Crônica → icterícia é o achado invariável. Síntese e secreção deficientes de albumina levam a hipoalbuminemia, causando edema periférico. Hiperamonemia atribuída ao mau funcionamento do ciclo da ureia no fígado. Eritema palmar é um reflexo da vasodilatação local. Angiomas ou aranhas vasculares. Também pode ocorrer metabolismo prejudicado de estrogênios, causando hipogonadismo e ginecomastia. Coagulopatias atribuíveis à síntese hepática prejudicada dos fatores da cascata de coagulação. → Com isso, ocorrem hemorragias. Icterícia, edema periférico, eritema palmar, aranhas vasculares, hipogonadismo, ginecomastia e hemorragias. Clínica da Aguda → icterícia e encefalopatia hepática (confusões mentais, rigidez, hiperreflexia); Mortalidade→ na crônica, morte em semanas ou meses em 80% dos casos. Na aguda, 40% podem se recuperar espontaneamente; Tratamento → transplante de fígado. Cirrose Toda a organização histológica é substituída por nódulos → ao redor de cada um desses nódulos, há presença de fibrose →→ não é cicatriz → é regeneração de hepatócito + deposição de colágeno em TODO o parênquima hepático. O paciente cirrótico tem algum grau de insuficiência hepática, necessariamente (de causa crônica). → Cirrose é estágio final de doença hepática, e apresenta formação dos nódulos com tecido conjuntivo e colágeno; Definição → “processo difuso caracterizado por fibrose e pela conversão da arquitetura hepática normal em nódulos estruturados anormais”; Características → formação de septos fibrosos, nódulos, destruição da estrutura hepática, destruição da estrutura vascular, lesão difusa e fibrose; Septos Fibrosos → presentes na forma de faixas delicadas ou cicatrizes largas ao redor de múltiplos nódulos. A fibrose disseminada geralmente é irreversível; Nódulos Parenquimatosos → tem diâmetros variando de pequenos (3 mm) a grandes (+ de 1 cm, macronódulos). São circuncidados por septos fibrosos. Patogenia → tem três processos essenciais → morte dos hepatócitos, deposição de matriz extracelular e reorganização vascular. Fígado normal → a MEC, consistindo em fibras colagenosas intersticiais (tipo I, III, V e XI) está presente somente na cápsula hepática nos tratos portais e ao redor das veias centrais; Caroline Zanella ATM 2022/a 12 Cirrose → os hepatócitos têm uma trama de colágeno IV e outras proteínas, que ocupa o espaço de Disse (entre as células endoteliais sinusoidais e os hepatócitos). Na cirrose, colágenos tipo I e III e outros componentes da MEC são depositados no espaço de Disse; A principal fonte de colágeno na cirrose são as células estreladas perissinusoidais (CÉLULAS DE ITO), que estão no ESPAÇO DE DISSE. → Essas células funcionam normalmente como depósito de vitamina A. → Durante o desenvolvimento da fibrose, são ativadas e transformadas em miofibroblastos. Os miofibroblastos sintetizam e depositam colágeno tipo I e III, ocorrendo a fibrose hepática. →→ Esse processo inicia na inflamação crônica. → Estímulo para miofibroblastos pode vir pela ativação das CÉLULAS DE KUPFFER; Alterações vasculares → alterações vasculares presentes na cirrose são promovidas pela inflamação e trombose de veias portais. → Ocorrem pela transformação dos sinusoides fenestrados em canais vasculares de alta pressão e velocidade, com isso a movimentação de albumina, fatores de coagulação e lipoproteínas é muito dificultada; Shunts Vasculares →entre a veia porta-veia hepática e artéria hepática-veia porta. → Levam à uma pressão anormal dentro do fígado e contribuem para a disfunção hepática e a hipertensão portal. ETIOLOGIAS DE CIRROSE Abuso de álcool e hepatites virais (A/B/C). Hipertensão Portal. Síndromes Metabólicas, Síndrome de Wilson (?), Intoxicação por medicamentos (paracetamol), Deficiência de a 1-antitripsina, Colangite esclerosante primária, Atresia biliar, Insuficiência congênita de ductos intra-hepáticos (S. Alagille), cirrose idiopática, hepatite autoimune, Hepatite Não-Alcoólica (NASH); Clínica →podem ser silenciosas por um tempo. → Sintomas são inespecíficos: perda de peso, fraqueza, debilitação; Cirrose pode ser micro ou macro nodular; Diagnóstico → exame de imagem, como ecografia, pode dar o diagnóstico. → Tentar chegar a uma etiologia. → Além disso, a biópsia hepática pode ser utilizada com cautela, pela deficiência na coagulação que o paciente tem; Presença de nódulos, com alteração de tamanho, cor e aspecto do órgão. Classificação de Child-Pugh→ A, B e C, para definir o nível de cirrose; Importante determinar Child para transplante e tratamento; Mortalidade→ entre as 10 principais causas de morte no mundo ocidental; Morte por cirrose → por insuficiência hepática progressiva, complicações da hipertensão portal e desenvolvimento de carcinoma hepatocelular (neoplasia primária dos hepatócitos); Pacientes crônicos de hepatite B e C tem maior tendência a desenvolver hepatocarcinoma. Causa alcóolica da cirrose é mais complicada pela questão do vício. Importante → pacientes cirróticos possuem grandes chances de desenvolver varizes esofágicas → investigação anual com endoscopia digestiva alta → devido a hipertensão portal. Tal condição também acomete o plexo peri-anal → formação de hemorróidas. Ocorre grande acúmulo de líquido no corpo desses pacientes. Caroline Zanella ATM 2022/a 13 Ascite Hipertensão portal → importante avaliar o líquido ascítico. Definição → coleção de líquido em excesso na cavidade peritoneal; Se torna clinicamente detectável com 500 ml, porém pode acumular vários litros, causando distensão abdominal maciça/ Em 85% dos casos é causada por cirrose. Líquido → geralmente é um líquido seroso, que tem menos de 3g/dL de proteína (albumina). Pode conter células mesoteliais e leucócitos mononucleares. O influxo de neutrófilos sugere que há infecção secundária, enquanto a presença de eritrócitos indica possível câncer intra-abdominal disseminado. Realização de paracentese de líquido intra-abdominal para análise clínica. Ascite de Longa Duração → a filtração do líquido peritoneal através dos vasos linfáticos pode produzir hidrotórax (mais comum no lado direito); Patogenia → envolve 4 principais causas: Hipertensão Sinusoidal → causa aumento do fluido intravascular dentro do espaço de Disse (Hipoalbuminemia também contribui); Extravasamento de linfa hepática → fluxo linfático excessivo excede a capacidade do ducto torácico, causando extravasamento Vazamento linfático intestinal; Retenção renal de sódio e água → devida ao hiperaldosteronismo. O paciente com ascite não necessariamente tem doença hepática; Diagnóstico → em paciente com ascite, fazer anatomopatológico do líquido, para receber informações sobre esse líquido, que ajudam no diagnóstico. Icterícia e Colestase Icterícia → resulta da retenção da bile. Alteração amarela da cor da pele e escleras ocorre devido à retenção sistêmicas de produtos da bilirrubina (acima de 2,0 mg/dL); Funções da bile → excreção da bilirrubina e do colesterol e emulsificação (quebra) das gorduras da dieta; Vesícula biliar → apenas retém e concentra a bile, sua mucosa tira água da bile para concentrá-la; Produção → bilirrubina é o produto finalda degradação do heme, maior parte vem da destruição de eritrócitos velhos. Problemas relacionados a excreção da bile → icterícia, acúmulo de bilirrubina, armazenamento nos hepatócitos. Icterícia pode ser visualizada na histologia da biópsia hepática; Bilirrubina pode se depositar de formas diversas, algumas síndromes enzimáticas podem causar a icterícia; Bilirrubina pode se depositar nos hepatócitos ou nos canalículos; Kernicterus. Etiologias → hepatite, obstrução do fluxo da bile e anemia hemolítica. Icterícia neonatal é fisiológica. Pode ser causada também por erros inatos do metabolismo (Síndromes de Gilbert e Dubin-Johnson); Colestase → retenção sistêmica, não só de bilirrubina, mas também de outros solutos (ácidos biliares e colesterol); Etiologias → pode ser intra ou extra-hepática. A extra-hepática se beneficia de cirurgia, a intra-hepática não; Intra-hepáticas → hepatites virais/alcóolica, cirrose biliar, sepse; Extra-hepáticas → cálculos, pancreatite crônica, tumores ocluindo ducto. Clínica → pode se manifestar como icterícia, porém em alguns casos ocorre prurido. Xantomas cutâneos (acúmulos de colesterol) também podem aparecer, pela prejudicada excreção do colesterol; Laboratorial → fosfatase alcalina sérica elevada. Caroline Zanella ATM 2022/a 14 Atenção para o aspecto do fígado nas diferentes fases da doença Todas as alterações convergem para a cirrose em uma seta unidirecional, pois a condição é irreversível. Não há como o fígado voltar ao normal, a não ser que se faça um transplante. Grau de alteração morfológica e histológica já se associa a insuficiência hepática É possível que um fígado esteatótico pule o grau de hepatite (fase muito breve) e desenvolva direto a cirrose. Esteatopatite não alcoólica → causa geralmente associada à síndromes metabólicas (diabetes, hipertensão, obesidade, dislipidemia) Não pode ser considerado apenas o tratamento para a presença de gordura no fígado. → deve-se tratar a causa base para não haver desenvolvimento pra cirrose. Doença hepática alcóolica/etílica: Fígado normal → abuso crônico de álcool → esteatose (alteração gordurosa, fibrose perivenular) → continua abuso → hepatite (necrose hepatocelular, inflamação, corpos de Mallory, alteração gordurosa) → continua abuso → Cirrose (Fibrose e nódulos hiperplásicos); Epidemiologia → 2 milhões de norte-americanos afetados, 27 mil mortes por ano. 90-100% dos etilistas desenvolvem esteatose, 10-35% hepatite alcóolica e 8-20% desenvolvem cirrose. Carcinoma hepatocelular em 10-20% dos cirróticos. Macroscopia → diverge nas três manifestações Esteatose → hepatomegalia, coloração amarelada, aspecto gorduroso e friável. Hepatite alcoólica → coloração avermelhada, com áreas coradas por acúmulo de bile. Cirrose → no início, a coloração é amarelo-bronze e o tamanho do órgão é aumentado e possui aspecto gorduroso → com o avanço, a coloração é acastanhada, seu aspecto não é gorduroso e ocorre retração devido as mudanças das fibras de colágeno, causando a diminuição do tamanho do órgão. Na foto → o órgão está levemente aumentado de tamanho, com coloração mais avermelhada, possuindo áreas mais alaranjadas e esverdeadas (acúmulo de bile) Microscopia Esteatose → acúmulo de gordura nos hepatócitos. Acúmulo grande leva a morte celular, infiltração linfocitária e inflamação; O processo de esteatose é REVERSÍVEL. Paciente com ingestão de álcool, sem presença de nódulos e sem fibrose → se interromper ingestão → o fígado consegue retomar sua rota metabólica normalmente. Nessa ocasião, as mitocôndrias (principais organelas dos hepatócitos → produção de energia para metabolização) estão espremidas contra o citoplasma e não conseguem realizar a produção de energia necessária para suprir todas as necessidades do hepatócito. Caroline Zanella ATM 2022/a 15 Hepatite alcóolica → hepatócitos balonizados, esteatóticos, edemaciados. Esse achado só representa um dano hepático, mas não revela etiologia; Cirrose → na microscopia, vários nódulos cirróticos, sem área preservada, toda substituição do parênquima hepático por nódulos. Microscopia na evolução Forma inicial → esteatose; Forma intermediária → estresse oxidativo, inflamação multifocal, morte de hepatócitos, fibrose sinusoidal; Forma avançada → cirrose Na foto ao lado → coloração de avalia presença de fibrose → Tricômio de Masson ? → zonas azuis representam a deposição de colágeno. → não há formação de nódulo cirrótico, mas já há nesse parênquima a presença de fibrose Ecografia → a cirrose está presente em todo fígado com nódulos. Um paciente com neoplasia, tem nódulos metastáticos multifocais, porém não está em todo fígado; Clínica → depende do estágio; Esteatose → pode ser assintomática ou tornar-se evidente como hepatomegalia. Disfunção hepática é rara; Hepatite Alcóolica → pode ocorre em semanas a meses de consumo excessivo de álcool. → Sintomas são mal-estar, perda de peso, desconforto abdominal, hepatomegalia dolorosa à palpação e febre. → Surto com 10-20% de mortalidade; Cirrose → ascite, encefalopatia hepática, mal-estar, fraqueza, perda de peso, icterícia, ascite, edema periférico e aranhas vasculares. Doença Hepática Gordurosa Não-Alcóolica - NASH Considerações gerais → Esteatohepatite não alcóolica é um diagnóstico de exclusão. Está associada a dislipidemias, Diabetes M., obesidade, hiperinsulinemia; Patogenia →envolve a presença de pelo menos 2 condições entre obesidade, resistência à insulina, dislipidemia e hipertensão. → Ocorre acumulo de triglicerídeos. Etiologiaa → desconhecida. Esses pacientes podem evoluir para hepatite e raramente para cirrose. Geralmente em pacientes acima do peso, TGO e TGP altos, diabetes não controlada; Clínica → clínica é variável, com alterações laboratoriais; → desconforto em hipocôndrio direito devido ao aumento do tamanho do órgão. Evolução → esses pacientes podem evoluir para hepatite e raramente para cirrose. Geralmente em pacientes acima do peso, TGO e TGP altos, diabetes não controlada. Caroline Zanella ATM 2022/a 16 Neoplasias Benignas Hepáticas Na maioria dos casos são nódulos regenerativos; ADENOMA HEPÁTICO→ células incapazes de originar metástase Paciente jovem→ mulher → em uso de ACO Também está relacionado com uso de esteroides anabolizantes para aumento de massa muscular ou desempenho físico. Grandes lesões podem levar a problemas hepáticos Na rececção parcial do fígado, é possível evidenciar a parte saudável do fígado com aspecto normal, de coloração homogênea, porém, com nítida presença de um nódulo na região subcapsular. Se realizar eco e ocorrer o aparecimento de lesão sólida com possível degeneração central, crescimento e aparecimento de centro fibrótico. → sempre pensar em processo proliferativo benigno. Pacientes não cirróticos. HEMANGIOMAS → lesões muito frequentes ocasionadas pela proliferação dos vasos sanguíneos Do ponto de vista ecográfico, é possível identificar fluxo vascular dentro desta lesão (utilização de dopler) → para diferenciar do adenoma. Preocupar-se com angiomas muito grandes, que possam eventualmente acabar se rompendo e causar sangramentos abdominais → necessidade de remoção cirúrgica para angiomas geralmente maiores do que 5 cm de diâmetro → paciente apresenta dor ou desconforto. Angiomas pequenos → pode ser confundida com cistos, sem importância diagnóstica alguma. Neoplasias Malignas Hepáticas Considerações gerais → 99% são METÁSTASES. Diferencia-se da cirrose pois não é em todo fígado, mas multifocal, entremeadas por fígado normal; Metástases de intestino grosso estão relacionadas ao fígado. Foto ao lado → fígado intensamente ocupado por metástases → ocorrendo o enrijecimento e contração da capa fibróticaCaroline Zanella ATM 2022/a 17 HEPATOCARCINOMA lesão PRIMÁRIA MALIGNA mais frequente. Grande maioria dos casos há presença de vírus de HEPATITE B E C → causam mutação. Necessidade de biópsia ATENÇÃO. Neoplasia composta por hepatócitos que não estão mais organizados em cordões (trilhos) → aumento da espessura do trilho (pode haver sequência de 3 hepatócitos alargado) → pode haver tb hepatócitos em "roseta) Organização em roseta → possui em seu centro um canalículo biliar . → conformação anárquica e anormal. Esse padrão rosetório também é encontrado em neoplasias da infância. Lembrar desse diagnóstico em pacientes que houveram aumento significativo em algum dos nódulos presentes no fígado Pacientes com cirrose: → endoscopia digestiva alta para procurar varizes esofágicas e realização de exame de imagem para diagnóstico (eco, tomo, ressonância) de neoplasia de fígado em estágio inicial. Alfa feto proteína → pode ser útil no diagnóstico. Epidemiologia → constitui aproximadamente 5,8% dos cânceres. → Intimamente relacionadas a infecção por HBV. → Manifesta-se raramente antes dos 60 anos. → Muito mais comum em homens; Patogenia → Na maioria dos casos ele se desenvolve a partir de nódulos displásicos muito diferenciados em fígados cirróticos. Tumores se originam tanto de hepatócitos quanto de células progenitoras. Instabilidade genômica → anomalias cromossômicas estão presentes no carcinoma. Morfologia →pode aparecer como massa solitária, tumor multifocal ou câncer difusamente infiltrante. O CHC tem forte propensão a invadir canais vasculares. Pode-se identificar bile no interior de células tumorais. PATOLOGIA DA VESÍCULA BILIAR Considerações gerais → doenças da vesícula e trato biliar afetam parte importante da população mundial. 95% das doenças são atribuídas à colelitíase (cálculos biliares). Apresentação das doenças Anormalidades Congênitas → agenesia de vesícula biliar, duplicação de vesícula biliar, inversão do fundo; → NÃO É COBRADO NA PROVA. Cálculos; Inflamação; Neoplasias. COLELITÍASE→ (Cálculos Bilaires) Epidemiologia → são altamente prevalentes, atingem de 10-20% da população adulta. 80% são assintomáticos. Nos EUA, cerca de um milhão de novos casos são diagnosticados anualmente, 2/3 se submetem a cirurgia para retirada. Cálculos → na maioria das (80%) são cálculos de colesterol, com aparência pardo amarelada, friáveis e poliédricos. → Também há os cálculos de pigmento contendo sais de cálcio de bilirrubina, que são esféricos, firmes e de cor preta; Geralmente ocorrem quando há uma maior quantidade de soluto (sal) do que de solvente. Paciente com altos níveis de colesterol → tende a desenvolver cálculos formador por colesterol. Paciente com hemogloninobatias, hemólise e infecção de vias biliares → tende a ter uma saturação dos níveis de bilirrubina, formando os cálculos típicos. A divisão entre um e outra acaba sendo macroscópica. → citados acima. Caroline Zanella ATM 2022/a 18 Cálculos de Colesterol → geralmente são os mais comuns → características típicas → coloração pardo-amarelada, com forma poliédrica, de aspecto friável. Fatores de risco Índios prima = grupo populacional de índios da américa (andes e chile) → mais de 90% dos índios possuem cálculo de colesterol na vesícula biliar → ocidentalização da dieta = inserção de fast food. Idade avaçada Sexo feminino Uso de anticoncepcional oral. Gestantes → complicação na gestação = colecistite e apendicite. Obesidade Rápida redução de peso → pacientes bariátricos Hiperlipidemias Patogenia → concentrações de colesterol acima da capacidade de eliminação da bile (supersaturação). → Hipomotilidade da vesícular biliar promove hipersecreção de muco, agregando os cálculos; Morfologia→ se originam exclusivamente na vesícula. São amarelo claros. Tratamento ocorre por retirada da vesícula, no caso da foto. Cálculos de Pigmentos → Cálculos pigmentados, geralmente esféricos, mais firmes e com coloração mais escura. Fatores de risco → síndromes hemolíticas, infecção biliar, fibrose cística, doenças gastrointestinais; Patogenia → acontece na presença de bilirrubina não-conjugada na árvore biliar; Morfologia→ podem se originar em qualquer local da árvore biliar e são negros ou castanhos. EM CASOS DE PANCREATITE AGUDA → cálculo pequeno que migra pelo colédoco e obstrui ducto de virchow → não consegue eliminar bile, nem enzimas pancreáticas → ocorre ativação de enzimas pancreáticas dentro do ducto pancreático = desencadeia ativação de outras enzimas → processo inflamatório agudo = auto-digestão pancreática. Clínica → na maioria das vezes assintomáticos, ao longo da vida diminui risco de sintomas. Quando sintomáticos: dor excruciante no QSD ou epigástrica (“dor biliar”), causada pela obstrução da vesícula ou inflamação; Complicações → empiema, perfuração, fístulas, colestase obstrutiva e pancreatite. → Quanto maior o cálculo, menor a probabilidade de entrar nos ductos e produzir obstrução. → Os muito pequenos são perigosos. Cálculo grande pode ir diretamente para intestino delgado e obstruir. COLESTEROLOSE → mucosa com pontilhado dourado melo acúmulo de macrófagos xantomatosos na lâmina própria e predomínio de células inflamatórias agudas (neutrófilos). Quando ocorre confluência de vários macrófagos xantomatosos, pode ocorrer a formação de pólipos que são evidenciados somente após a retirada da vesícula. Nesse caso, o tratamento é a remoção cirúrgica da vesícula. NA MICROSCOPIA → acúmulo dos macrófagos logo abaixo da submucosa → afere coloração amarelada. Mucosa vesical normal Caroline Zanella ATM 2022/a 19 VESÍCULA EM PORCELANA Cuidado = fator de risco para adenocarcinoma de vesícula biliar Processo inflamatório agudo se transforma em crônico. → grande deposição de cálcio no interstício da parede da vesícula → extensa calcificação. O pregueamento da mucosa da vesícula biliar deveria ser regular e com coloração pardo-esverdeada No achado → capa lisa, com presença de áreas necróticas e ulcerações → aspecto duro, enrijecido. órgão radiopaco → VESÍCULA BRANCA NO RX. condição relativamente rara. NEOPLASIAS DE VESÍCULA BILIAR ADENOCARCINOMA → é o tipo neoplásico maligno mais comum. Epidemiologia → Lesão pouco frequente, mas é mais comum em mulheres e a partir dos 70 anos. Morfologia → podem exibir crescimento exofítico ou infiltrante. → O infiltrante é mais comum, são tumores cirróticos que podem cobrir toda vesícula. → Já o exofítico cresce para dentro da luz, como “couve-flor”; Clínica → sintomas insidiosos → dor abdominal, icterícia, anorexia, náusea e vômitos.→ Pode desenvolver obstrução e colecistite. Prognóstico → por ser raramente detectado em estágio no qual a ressecção é possível, tem sobrevida de 5% em 5 anos. Se lesão em borda da vesícula + contato com fígado = pode invadir fígado Se em borda livre = pode penetrar peritônio e emitir metástases peritoneais Necessidade de cirurgia com limite cirúrgico livre. Lifonodo pericístico = normalmente é ressecado junto com a retirada da vesícula = primeiro linfonodo que recebe metástase; Colangiosarcomas → adenocarcinomas que se originam nos colangiócitos que revestem ductos biliares intra e extra-hepáticos. Ocorrem aos 50-70 anos de idade e tem prognóstico ruim. Todos os fatores de risco para os colangiocarcinomas causam inflamação crônica e colestase, que presumivelmente promovem a ocorrência de mutações somáticas ou de alterações epigenéticas em colangiócitos. A maioria dos tumores aparece na forma de nódulos cinza, firmes, no interior da parede do ducto biliar; alguns podem constituir lesões difusamente infiltrativas; outros são lesões papilares, polipoides. . Possuem maior propensão a disseminação extra-hepática do que o carcinoma hepatocelular. Prognóstico péssimo; → mais de metade dos pacientes com diagnóstico morrem no primeiro ano. Grande grau de acometimento → enorme quantidade de METÁSTASES no fígado. Crescimento rápido com sintomatologia considerável.
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