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A Tradição Psicológica Teoria Humanística

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A Tradição Psicológica: Teoria Humanística
Já vimos que Jung e Adler romperam com Freud. A discordância fundamental era em relação à verdadeira natureza da humanidade. Freud desenhou a vida como um campo de batalha no qual estamos continuamente diante do perigo de sermos subjugados por nossas mais tenebrosas forcas. Jung e Adler, por outro lado, enfatizaram o lado otimista e positivo mais pleno de alguém. Adler acreditava que a natureza humana atinge seu potencial mais pleno quando contribuímos para outros indivíduos e para a sociedade. Ele acreditava que nós todos nos esforçamos para alcançar níveis superiores do desenvolvimento intelectual e moral. Além disso, tanto Jung quanto Adler conservaram muitos dos princípios do pensamento psicodinâmico. Suas filosofias gerais eram adotadas em meados do século por teóricos de personalidade e tornaram-se conhecidas como psicologia humanística.
A auto-realização era o slogan desse movimento. O pressuposto subjacente é que todos nós podemos atingir nosso mais alto potencial em todas as áreas da existência, apenas se tivermos liberdade para crescermos. Desde que cada pessoa seja basicamente boa e íntegra, a maioria dos bloqueios será originada for dos indivíduos. Condições de vida difíceis, vida estressante ou experiências interpessoais podem mover uma pessoa para fora do seu verdadeiro eu.
Abraham Maslow (1908 – 1970) foi o mais sistemático ao descrever a estrutura da personalidade. Ele postulou uma hierarquia de necessidades, começando com nossas necessidades físicas mais básicas por alimentação e sexo e subindo para as de auto-realização, amor e auto-estima. As necessidades sociais, como amizade, ficam em algum lugar entre estas. Maslow criou a hipótese de que não podemos progredir na hierarquia até que tenhamos satisfeito as necessidades dos níveis mais baixos.
Carl Rogers (1902 – 1987) pertence ao ponto de vista da terapia de maior influencia humanista. Rogers originou a terapia centrada no paciente, mais tarde conhecida como terapia centrada na pessoa (Rogers, 1961). Nessa abordagem, o terapeuta assume papel passivo, fazendo o mínimo de interpretações possíveis. A questão é fornecer ao individuo a oportunidade de desenvolver-se durante o curso da terapia, desembaraçado dos temores do eu. Os teóricos humanistas têm grande crença na capacidade das relações humanas de promoverem esse crescimento. A abordagem positiva incondicional, a completa e quase irrestrita aceitação da maioria dos sentimentos e atitudes do paciente, é crítica para a abordagem humanística. A empatia é a compreensão da visão particular de mundo do indivíduo. Espera-se que na terapia centrada na pessoa os pacientes sejam mais francos e honestos consigo mesmos e avaliem suas tendências inatas em direção ao crescimento.
Como a psicanálise, a abordagem humanística tem tido efeito substancial sobre as teorias das relações interpessoais. Por exemplo, os movimentos humanos potenciais tão populares nos anos 1960 e 1970 foram um resultado direto da teorização humanística. Essa abordagem também enfatizou a importância do relacionamento terapêutico de maneira bastante diferente da de Freud. Em vez de entender a relação como um meio e como um fim (transferência), os terapeutas humanísticos acreditam que os relacionamentos, incluindo o terapêutico, eram a influência única mais positiva para facilitar o crescimento humano. De fato, Rogers trouxe contribuições substanciais para o estudo científico dos relacionamentos terapeuta-paciente.
Não obstante, o modelo humanístico ofereceu poucas informações para o campo da psicopatologia. Um dos motivos para isso é que seus proponentes teóricos, com algumas exceções, não tiveram muito interesse em fazer pesquisas que descobrissem ou criassem novos conhecimentos. Em vez disso, enfatizavam as experiências singulares, não quantificáveis do indivíduo, reforçando que as pessoas eram mais diferentes do que parecidas. Como Maslow observou, o modelo humanístico encontrou sua maior aplicação entre os indivíduos sem transtornos psicológicos. A aplicação da terapia centrada na pessoa no caso de transtornos psicológicos mais graves diminuiu substancialmente no decorrer das décadas, embora surjam periodicamente certas variações em algumas áreas da psicopatologia.
BARLOW, D. H.; DURAND, V. M. Psicopatologia: Uma Abordagem Integrada. São Paulo: Cengage Learning, 2011.

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