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ABBAS - Resumo

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IMUNOLOGIA (Abbas) 
INTRODUÇÃO AO SISTEMA IMUNOLÓGICO (capítulo 1) 
IMUNIDADE: resistência a doenças, mais especificamente as infecciosas. 
SISTEMA IMUNOLÓGICO: conjunto de células, tecidos e moléculas que medeiam a resistência 
às infecções. 
RESPOSTA IMUNOLÓGICA: reação coordenada dessas células e moléculas aos microrganismos 
infecciosos. 
A função fisiológica do sistema imunológico é prevenir as infecções e erradicar as infecções 
estabelecidas. 
FUNÇÕES DA RESPOSTA IMUNE 
Reconhecimento imunológico: a presença de uma infecção deve ser detectada através de 
células brancas do sistema imune inato e de linfócitos do sistema imune adquirido. 
Efetuação da resposta: conter infecção e, se possível, eliminá-la. 
Regulação da resposta: capacidade do sistema imune se autorregular para evitar doenças 
autoimunes e alergias. 
Memória imunológica: proteção contra um patógeno que já infectou o organismo. 
 
IMUNIDADE INATA E IMUNIDADE ADQUIRIDA 
Imunidade inata: proteção inicial contra as infecções capaz de bloquear a entrada de 
microrganismos e eliminar aqueles que conseguem atingir os tecidos. A primeira linha de 
defesa é iniciada com as barreiras epiteliais, células especializadas e antibióticos naturais dos 
epitélios. Suas principais células são: fagócitos e células natural killer. Proteínas plasmáticas 
também podem agir além de proteínas do sistema complemento. Reconhecem estruturas 
comuns a classe de microrganismos (exemplo: LPS). Ativa a imunidade adquirida uma vez que 
muitos patógenos evoluíram para resistir a esses mecanismos. 
Imunidade adquirida: desenvolvimento lento e defesa tardia e mais eficaz contra as infecções. 
Defesa estimulada pelos microrganismos que invadem os tecidos. É formado por linfócitos e 
seus produtos (anticorpos) que apresentam receptores que reconhecem especificamente 
substâncias produzidas pelos microrganismos (antígenos) e até moléculas não-infecciosas. A 
resposta imune adquirida só será desencadeada a partir de que o patógeno atravesse as 
barreiras epiteliais, atinjam a circulação e alcancem os órgãos linfoides nos quais serão 
reconhecidos pelos linfócitos. Apresentam mecanismos especializados para os diferentes tipos 
de infecção. 
TIPOS DE IMUNIDADE ADQUIRIDA 
Imunidade Humoral: é mediada por proteínas chamadas de anticorpos, produzidas pelos 
linfócitos B. Esses anticorpos (Ac) são secretados na circulação e nos líquidos das mucosas, 
neutralizando e eliminando os microrganismos e as toxinas microbianas presentes fora da 
célula do hospedeiro, no sangue e no lúmen dos órgãos mucosos (TGI e trato respiratório) para 
impedir que esses patógenos colonizem células e tecidos, reconhecendo tanto moléculas de 
proteínas, carboidratos e lipídios. Assim, os Ac evitam que as infecções se instalem. 
Imunidade Celular: é mediada pelas células conhecidas como linfócitos T. Esses ativam 
fagócitos para destruir os microrganismos ingeridos pelas células fagocitárias ou podem 
também destruir a célula que apresente microrganismos infecciosos em seu citoplasma. 
Células T reconhecem apenas antígenos protéicos. 
O indivíduo pode adquirir imunidade de determinado patógeno através da própria infecção ou 
através da vacinação (imunidade ativa  imunidade que demora para iniciar uma vez que 
precisa produzir os próprios anticorpos, mas é duradoura) ou até pela transferência de Ac ou 
linfócitos de um indivíduo imunizado ativamente (imunidade passiva  confere imunidade 
rapidamente, mas por pouco tempo já que os linfócitos têm curto tempo de vida). 
PROPRIEDADES DA RESPOSTA IMUDE ADQUIRIDA 
Especificidade e Diversidade: é específico por apenas um tipo de linfócito reconhece 
determinado Ag e é diverso porque existem milhões de tipos de linfócitos a fim de combater 
todos os Ag que já se entrou em contato apenas uma vez. 
Memória: desenvolvimento de respostas mais acentuadas e mais eficazes a exposições 
repetidas a determinado Ag. Linfócitos virgens (naive) terão o primeiro contato com o Ag 
estranho e criará a resposta imunológica primária. Nas próximas vezes que o indivíduo entrar 
em contato com esse Ag, a resposta imunológica será secundária, ou seja, mais rápida e mais 
eficaz na eliminação do Ag uma vez que resulta da ativação dos linfócitos de memória. 
Expansão clonal: eleva o número de linfócitos antígeno-específicos para acompanhar o 
aumento dos microrganismos. 
Tolerância: não reage contra o próprio indivíduo porque reconhece ser dele mesmo. 
CÉLULAS DO SISTEMA IMUNOLÓGICO 
Linfócitos: são as únicas células que possuem receptores específicos para Ag, logo, são os 
principais mediadores da imunidade adquirida. Seus diferentes tipos são diferenciados pelas 
proteínas de superfície. 
 Linfócito B é o único capaz de produzir anticorpos (imunidade humoral) e estes ficam 
em sua membrana para o reconhecimento de Ag e iniciam o processo de ativação das 
células. 
 Linfócitos T são responsáveis pela imunidade celular uma vez que reconhecem 
fragmentos peptídicos ligados a moléculas do complexo maior de histocompatibilidade 
(MHC) presentes na superfície de células apresentadoras de Ag (APC). 
 Células T CD4+ são auxiliares (ajudam os linfócitos B a produzirem Ac e as 
células fagocitárias a ingerir microrganismos) 
 Células T CD8+ são citolíticos ou citotóxicos (destroem – lisam – as células 
infectadas por microrganismos intracelulares) 
 Células natural killer (NK) também destroem as células infectadas, mas não expressam 
o receptor antigênico e são componentes da imunidade inata (atacam rapidamente). 
São originados de células tronco na medula óssea. Os linfócitos B amadurecem na medula 
mesmo enquanto os linfócitos T amadurecem no timo. (Medula óssea e timo são órgãos 
linfoides geradores). Saem desses órgãos e vão pela circulação até os órgãos linfoides 
periféricos onde encontram o Ag para o qual expressam receptores específicos, gerando 
imunidade. 
Os linfócitos virgens circulam entre os órgãos linfoides periféricos a procura de Ag para assim 
responder a ele. Se não foram ativados pelos Ag, os linfócitos virgens morrem por apoptose e 
são substituídas por novas células, mantendo a homeostasia. A diferenciação de linfócitos 
virgens em células efetoras e células de memória é iniciada pelo reconhecimento do Ag. 
Células de memória: são geradas a partir de linfócitos estimulados pelo Ag e sobrevivem por 
muito tempo mesmo na ausência do Ag. Assim, a frequência das células de memória aumenta 
com a idade devido à exposição a microrganismos do meio ambiente. Essas células são 
funcionalmente silenciosas (não apresentam função efetora a menos que sejam estimuladas 
pelo Ag). Quando encontram o Ag que induziu seu desenvolvimento, respondem rapidamente 
(respostas imunológicas secundárias). 
Células apresentadoras de antígeno (APC): principal tipo celular é a célula dendrítica que 
capturam os Ag proteicos dos patógenos que entram pelo epitélio (do TGI, trato respiratório e 
boca) e os levam até os linfonodos para que haja o reconhecimento pelo linfócito T. Se o 
microrganismo atravessou o epitélio, os macrófagos podem fagocitá-lo e levar até os 
linfonodos para apresentar ao linfócito T. Essas células especializadas para apresentar Ag aos 
linfócitos T respondem aos microrganismos produzindo proteínas de superfície e proteínas 
secretadas que são necessárias, juntamente com o Ag, para ativar os linfócitos T virgens para 
proliferação e diferenciação das células efetoras. 
 Células dendríticas: iniciação da resposta de células T. 
 Macrófagos: iniciação e fase efetora da imunidade mediada por célula. 
 Células dendríticas foliculares: exposição dos Ag aos linfócitos B na exposição 
imunológica humoral. 
Células efetoras: produzem moléculas cujafunção é eliminar patógenos. As células efetoras 
da linhagem dos linfócitos B são células que secretam anticorpos (plasmócitos). Já as células 
da linhagem dos linfócitos T podem ser células efetoras T CD4+ (células T auxiliares) e 
produzirem proteínas (citocinas) que ativam as células B e macrófagos, enquanto as células T 
CD8+ possuem engrenagens para destruir as células infectadas. Além disso, a eliminação dos 
patógenos requer a participação de granulócitos e macrófagos que podem atuar tanto na 
imunidade inata (reconhecem os microrganismos diretamente e já os eliminam) como na 
imunidade adquirida (as substancias produzidas pelos linfócitos T e B atraem essas células 
para destruir os microrganismos). 
TECIDOS DO SISTEMA IMUNOLÓGICO 
Órgãos linfoides geradores (primários ou centrais): local de amadurecimento dos linfócitos T e 
B, tornando-os competentes para responder aos Ag (CAPÍTULO 4). 
Órgãos linfoides periféricos (secundários): incluem os linfonodos, baço e os sistemas 
imunológicos das mucosas e cutâneo. As APCs concentram os Ag nesses órgãos e os linfócitos 
localizam e respondem aos microrganismos. Os linfócitos se dirigem para esses órgãos e as 
células efetoras vão para os pontos de infecção a fim de eliminar os microrganismos. 
 Linfonodos são agregados nodulares de tecido linfoide localizados ao longo dos canais 
linfáticos por todo o corpo e recebe a linfa deste e, assim, as APCs analisam os Ag dos 
patógenos que possam ter entrado nos tecidos. As células dendríticas capturam Ag do 
epitélio e os transportam para o linfonodo. 
 Baço desempenha o mesmo papel dos linfonodos, mas se localiza na região abdominal 
de forma que drena uma grande quantidade de sangue e o órgão os aprisiona, 
permitindo que as células fagocitárias ingiram e destruam os patógenos. 
 Sistemas linfoides cutâneo e mucoso estão localizados sob o epitélio da pele e dos TGI 
(amígdalas na faringe e placas de Peyer no intestino) e trato respiratório. São locais que 
ocorrem respostas imunológicas aos Ag que penetram nos epitélios. 
RECIRCULAÇÃO DOS LINFÓCITOS E MIGRAÇÃO PARA OS TECIDOS 
Os linfócitos virgens circulam constantemente entre o sangue e os órgãos linfoides periféricos, 
onde podem ser ativados por antígenos para tornarem-se células efetoras, e os linfócitos 
efetores migram para os locais de infecção, onde os patógenos são eliminados. 
Os linfócitos B efetores permanecem nos órgãos linfoides e não precisam ir aos locais de 
infecção, pois secretam anticorpos na circulação e estes, sim, alcançam os patógenos e 
microrganismos em tecidos distantes. 
Já as células T efetoras precisam localizar e eliminar os microrganismos nos locais de 
infecção. Dessa forma, as células T virgens amadurecem no timo e entram na circulação a 
caminho dos linfonodos podendo encontrar aí Ag que entram pelos vasos linfáticos. As células 
chegam ao linfonodo pelas vênulas endoteliais altas (HEVs). As células T virgens apresentam 
L-selectina (auxilia na adesão célula-célula) que é um receptor de superfície que se une a 
ligantes de carboidratos expressos pelas células endoteliais das HEVs. Chegando ao linfonodo, 
as células T virgens procuram por Ag na superfície de células dendríticas e, se encontra, a 
célula T é presa à célula dendrítica apresentadora de Ag, formando um conjugado estável, 
sendo ativada e iniciando sua proliferação e diferenciação. Essas células ativadas serão 
dirigidas para a circulação uma vez que aumenta sua expressão de receptores para um 
fosfolipídio chamado esfingosina 1-fosfatase para alcançarem os tecidos infectados com os 
microrganismos a fim de desempenharem sua função de erradicação da infecção. 
As células T de memória podem ser formadas a partir de células que circulam pelos linfonodos 
e passam a desenvolver respostas secundárias aos Ag capturados, respondendo rapidamente 
para eliminar a infecção. 
REVISÃO DA RESPOSTA IMUNOLÓGICA AOS MICRORGANISMOS 
Resposta imune inata: principal barreira são os epitélios do TGI e trato respiratório. O epitélio 
funciona como uma barreira física e funcional contra infecções, impedindo a entrada de 
microrganismos e interferindo seu crescimento através da produção de agentes 
antimicrobianos naturais. Se ainda assim, os microrganismos conseguirem ultrapassar o 
epitélio e atingir tecidos, a imunidade inata passa a agir de forma rápida a fim de conter a 
infecção. Os principais mecanismos para conter a infecção são: 
 Fagócitos (macrófagos e neutrófilos) ingerem os microrganismos e os destroem pela 
produção de substâncias microbicidas e, além disso, os macrófagos secretam citocinas 
que estimulam a inflamação e a resposta linfocitária (imunidade adquirida). 
 Células NK matam as células infectadas por vírus e produzem a citocina ativadora de 
macrófagos (interferon-γ – IFN-γ). 
 O sistema complemento auxilia na fagocitose por macrófagos e neutrófilos. 
 A imunidade inata estimula a imunidade adquirida. 
Resposta imune adquirida: principais estratégias para combater os microrganismos: 
 Anticorpos secretados se ligam aos microrganismos extracelulares, bloqueiam sua 
capacidade de infectar a célula do hospedeiro e promovem sua ingestão e subsequente 
destruição pelos fagócitos. 
 Os fagócitos ingerem os microrganismos e os matam, e as células T helper (CD4+) 
aumentam as capacidades microbicidas dos fagócitos. 
 Os linfócitos T citotóxicos (CD8+) destroem as células infectadas pelos microrganismos 
que são inacessíveis aos anticorpos. 
Etapas nas quais ocorre a resposta imune adaptativa: 
1. Captura e Exposição dos Ag microbianos: os Ag são capturados pelas células 
dendríticas que os levam até os linfonodos para que seja possível expor em sua 
superfície peptídios ligados a MHC para reconhecimento dos linfócitos T virgens, 
iniciando sua resposta. Os linfócitos B podem reconhecer Ag protéicos e não-protéicos. 
Quando as células T virgens são ativadas para expressar co-estimuladores e secretar 
citocinas, elas estimulam a proliferação e diferenciação dos linfócitos T. 
2. Imunidade mediada por célula – ativação dos linfócitos T e eliminação dos 
microrganismos associados a células: à medida que as células T virgens são ativadas, 
secretam citocinas e fatores de crescimento e respondem a outras citocinas liberadas 
pelas APCs. A combinação de sinais (Ag, co-estimuladores e citocinas) estimula a 
proliferação de células T e sua diferenciação a células T efetoras. 
 Células T CD4+ virgens  células T auxiliares (produzem citocinas e expressam 
moléculas de superfície que se ligam a receptores nas células B e em 
macrófagos, promovendo a produção de anticorpos ou a morte dos 
microrganismos ingeridos pelos macrófagos). 
 Células T CD8+ virgens  células citolíticas – CTLs (matam as células com 
microrganismos em seu citoplasma) 
3. Imunidade humoral – ativação dos linfócitos B e eliminação dos microrganismos 
extracelulares: na ativação, os linfócitos B proliferam e se diferenciam em células 
plasmáticas que secretam casses de anticorpos com diferentes funções. Ag 
polissacarídicos e lipídicos apresentam determinantes antigênicos (epítopos) que 
podem ocupar moléculas receptoras em cada célula B. Ag protéicos necessitam da 
ajuda de células T CD4+ para ligar-se ao receptor antigênico. Assim, as células B 
ingerem os Ag protéicos, os degradam e expõe peptídios ligados às moléculas de MHC 
para o reconhecimento de células T auxiliares, estas que expressam citocinas e 
proteínas e superfície celular, as quais trabalham juntas para ativas as células B. 
Muitos dos clones das células B se diferenciam em células produtoras de anticorpos 
que têm os mesmos sítios de ligação ao Ag. Polissacarídeos e lipídios estimulam a 
secreção de imunoglobulinas M,enquanto os Ag protéicos estimulam a secreção de 
imunoglobulinas de classes G, A e E. Produção de diferentes Ac com a mesma 
especificidade (mudança de classe de cadeia pesada – isotipo) confere plasticidade na 
resposta do Ac, fazendo com que esse tenha várias funções. As células T auxiliares 
estimulam produção de Ac com grande afinidade aos Ag (maturação da afinidade) 
aumenta a qualidade da resposta imunológica humoral. Os microrganismos recobertos 
com Ac (opsonizados) são alvos para a fagocitose porque os fagócitos expressam 
receptores para os Ac. Além disso, os Ac ativam o sistema complemento que promove a 
fagocitose e destruição dos microrganismos. 
4. Declínio da resposta imune e da memória imunológica: a maioria dos linfócitos efetores 
induzidos por um patógeno infeccioso morre por apoptose depois que o microrganismo 
é eliminado, mantendo a homeostasia. Porém, a ativação inicial também gera células 
de memória de vida longa que podem sobreviver por anos após a infecção, 
respondendo de modo mais rápido e eficaz contra esses Ag em uma próxima infecção 
(objetivo da vacinação). 
IMUNIDADE INATA (capítulo 2) 
RECONHECIMENTO DOS MICRORGANISMOS PELO SISTEMA IMUNOLÓGICO INATO 
Os componentes da imunidade inata reconhecem estruturas que são comuns a diversas 
classes de microrganismos e que não estão presentes nas células do hospedeiro. Um exemplo 
disso é que os fagócitos expressam receptores para o LPS presente em muitas espécies 
bacterianas. Outro exemplo é que eles respondem ao RNA de dupla hélice presente em muitos 
vírus, mas não encontrados em mamíferos. Esses receptores que reconhecem estruturas 
semelhantes em microrganismos de mesma classe são denominados como receptores de 
reconhecimento de padrões. 
Os componentes da imunidade inata evoluíram para reconhecer estruturas que geralmente 
são essenciais para a sobrevivência e a infectividade dos microrganismos (mecanismo de 
defesa altamente eficaz uma vez que os microrganismos não sofrem mutação nessas 
estruturas, pois perderiam sua capacidade de infectar e colonizar o hospedeiro, o que pode 
acontecer com a imunidade adquirida uma vez que age nos antígenos e esse não são 
estritamente necessários para a infectividade do microrganismo, podendo, assim, mutá-los). 
Os receptores do sistema imunológico inato estão codificados na linhagem germinativa, não 
sendo produzidos pela recombinação somática dos genes. (?) 
O sistema imunológico inato não responde contra o hospedeiro (reconhece o próprio). 
O sistema imunológico inato responde da mesma maneira em encontros subsequentes com 
um patógeno, enquanto o sistema imune adquirido responde de maneira mais eficaz a cada 
encontro sucessivo com um patógeno devido à memória imunológica. 
Receptores celulares para os microrganismos: são expressos nos fagócitos, nas células 
dendríticas e em outros tipos celulares. Podem ser expressos em diferentes compartimentos 
celulares onde os microrganismos podem estar localizados, como por exemplo, na superfície 
celular, no retículo endoplasmático ou no citoplasma. 
 Receptores do tipo toll: procurar saber mais (pag 26) 
 
COMPONENTES DA IMUNIDADE INATA 
O sistema imunológico inato consiste em epitélio que fornece barreiras às infecções, células 
na circulação e nos tecidos e diversas proteínas plasmáticas, as quais apresentam papéis 
diversos, mas complementares, bloqueando a entrada de microrganismos e eliminando 
aqueles que entram nos tecidos do hospedeiro. 
 Barreiras epiteliais: pele, TGI e trato respiratório nos quais os microrganismos do meio 
externo tentam adentrar ao hospedeiro através do contato físico, ingestão ou 
respiração. São revestidos por um epitélio contínuo que interfere fisicamente na 
entrada dos patógenos e, além disso, as células epiteliais produzem antibióticos 
peptídicos que destroem as bactérias. O epitélio conta ainda com um tipo de linfócito 
(intra-epitelial) que pertence à linhagem das células T, mas expressa receptores de 
antígenos de forma limitada. 
 
 Fagócitos (neutrófilos e monócitos/macrófagos): os dois tipos de fagócitos circulantes, 
os neutrófilos (leucócitos polimorfonucleares) e os monócitos, são células sanguíneas 
recrutadas para locais de infecção, onde reconhecem e ingerem os microrganismos 
para que sejam destruídos. 
 Neutrófilos: em resposta às infecções, a produção na medula óssea cresce 
rapidamente e sua produção é estimulada pelas citocinas (fatores estimulantes 
de colônias). Ingerem os microrganismos na circulação e entram rapidamente 
nos tecidos extravasculares nos locais de infecção, onde também ingerem os 
patógenos, morrendo depois de algumas horas. (alguns tipos celulares liberam 
citocinas em resposta à infecção e a citocina estimula a produção de neutrófilos 
na medula óssea) 
 Monócitos: também ingerem microrganismos no sangue e nos tecidos. Os 
monócitos que entram em tecidos extravasculares se diferenciam em 
macrófagos, enquanto que aqueles que continuam no sangue continuam sendo 
monócitos. Ambos formam o sistema fagocitário mononuclear. 
Os neutrófilos e os monócitos migram para os locais de infecção extravascular 
ligando-se às moléculas de adesão endotelial e em resposta a estímulos 
quimioatrativos que são produzidos na presença dos patógenos. Etapas da 
migração dos leucócitos: 
1. Agente infeccioso penetra em um epitélio ou tecido 
2. Macrófagos residentes reconhecem o patógeno e produzem citocinas (fator 
de necrose tumoral TNF e interleucina-1 IL-1) em resposta 
3. Essas citocinas agem no endotélio dos pequenos vasos e estimulam as 
células endoteliais a expressarem moléculas de adesão (E-selectina e P-
selectina – ligam carboidrato e lipídios) 
4. Neutrófilos e monócitos expressam carboidratos de superfície que se ligam 
fracamente às selectinas. Assim, irão ligar-se ao endotélio fracamente e o 
fluxo de sangue irá romper essa ligação. Essa ligação ocorre novamente 
adiante e sua quebra também (ROLAMENTO) 
5. Com esse rolamento, as células endoteliais em resposta ao TNF e a IL-1 e os 
macrófagos que se encontraram com os patógenos produzem quimiocinas 
(citocinas quimioatrativas) que irão ligar-se às glicoproteínas na superfície 
luminal das células endoteliais. 
6. Essas quimiocinas entrarão em contato com os leucócitos que estão rolando 
pelo endotélio e estimulará um aumento da afinidade das integrinas 
(moléculas de adesão expressadas pelos leucócitos que antes apresentavam 
baixa afinidade) auxiliando a adesão ao endotélio, uma vez que o TNF e IL-1 
estimulam o endotélio a expressar os ligantes para integrinas 
7. A forte ligação das integrinas ao epitélio interrompe o rolamento dos 
leucócitos no endotélio 
8. O citoesqueleto dos leucócitos é reorganizado e as células se espalham na 
superfície endotelial 
9. As quimiocinas estimulam a motilidade dos leucócitos de forma que 
começam a migrar entre as células endoteliais através do vaso, seguindo o 
gradiente de concentração da quimiocina até o local da infecção 
10. O acúmulo de leucócitos no local de infecção, com a vasodilatação e o 
aumento do fluxo de liquido e proteínas para os tecidos é a INFLAMAÇÃO 
Resumo: Os macrófagos que encontram os microrganismos nos locais de infecção 
produzem citocinas (fator de necrose tumoral – TNF – e interleucina-1 – IL-1) que 
ativam as células endoteliais das vênulas próximas a produzir selectinas 
(intermediárias na fraca ligação ao endotélio e no rolamento dos neutrófilos), 
ligantes para as integrinas (estimulam a forte adesão dos neutrófilos) e 
quimiocinas (ativam neutrófilos, estiulando sua migração por meio do endotélio 
para o local da infecção). Os monócitos e os linfócitos T usam os mesmos 
mecanismos para migrar para oslocais de infecção. 
Os neutrófilos e os macrófagos usam vários tipos de receptores para reconhecer os 
microrganismos no sangue e nos tecidos extravasculares e para iniciar as 
respostas que promovem a destruição dos patógenos, ou seja, o os neutrófilos e 
macrófagos apresentam inúmeros tipos de receptores para que ocorra a ligação 
dos microrganismos. Assim, o processo de revestimento dos microrganismos para o 
reconhecimento eficiente pelas células fagocitárias é OPSONIZAÇÃO. 
Os neutrófilos e os macrófagos ingerem (fagocitam) patógenos e destroem os 
microrganismos ingeridos em vesículas intracelulares. A fagocitose é iniciada com 
os receptores da membrana se ligando ao microrganismo e, assim, o fagócito 
estende sua membrana em torno deste. A membrana se fecha e a partícula é 
internalizada em uma vesícula ligada a membrana (fagossoma) Esses se fundem 
com lisossomas, formando os fagolisossomas. O receptor no momento que entra 
em contato com o microrganismo manda sinais que ativam enzimas no 
fagolisossoma, como, por exemplo, a oxidase fagocitária que converte oxigênio em 
ânion superóxido e radicais livres. Essas substâncias são chamadas de 
intermediários reativos do oxigênio (IROs), sendo tóxicas para os microrganismos 
ingeridos. Outra enzima (óxido nítrico sintase induzida) catalisa a conversão da 
arginina em óxido nítrico (NO) que também é microbicida. Outras enzimas são as 
proteases lisossômicas que quebram proteínas microbianas. Essas enzimas agem 
nos microrganismos ingeridos, sem prejudicar o fagócito. 
Além da destruição dos microrganismos fagocitados, os macrófagos produzem 
citocinas que recrutam e ativam leucócitos, secretam fatores de crescimento e 
enzimas que remodelam tecidos danificados (substitui por tecido conjuntivo), 
estimulam linfócitos T e aumentam imunidade adquirida e respondem aos produtos 
das células T, funcionando como células efetoras da imunidade celular. 
 Células dendríticas: respondem aos microrganismos através da produção de citocinas 
que recrutam leucócitos e iniciam a resposta imune adquirida. É uma ponte entre a 
imunidade inata e imunidade adquirida 
 
 Células Natural Killer: reconhecem células infectadas e estressadas e respondem 
destruindo essas células e produzindo IFN-γ que ativa os macrófagos. Apresentam 
grânulos citoplasmáticos ricos em proteínas e expressam marcadores de superfície 
característicos, mas não expressam receptores dos linfócitos T e B. A ativação dos NK 
dispara a liberação das proteínas contidas nos grânulos, e essas entram nas células 
infectadas e ativam enzimas indutoras de apoptose. Seu objetivo é eliminar reservatórios 
celulares de infecção e, com isso, erradicar a infecção causada por microrganismos 
intracelulares obrigatórios (p. ex: vírus). 
Essas células também secretam IFN- γ para ativar macrófagos. NK e macrófagos 
trabalham juntos para eliminar microrganismos intracelulares, uma vez que os 
macrófagos ingerem microrganismos e produzem IL-12 que ativa NK a secretar IFN- γ, 
este que ativa macrófagos para matar microrganismos ingeridos. 
 
 
 
 
 Sistema do complemento: coleção de proteínas encontradas na circulação e ligadas à 
membrana que são importantes na defesa contra os microrganismos. Consiste em uma 
cascata enzimática que pode ser ativada por três vias: alternativa (quando proteínas do 
complemento são ativadas na superfície dos microrganismos – imunidade inata), 
clássica (anticorpos se ligam a microrganismos ou outros Ag sendo um componente do 
braço humoral – imunidade adquirida) e via da lectina (proteína lectina ligante de 
manose se liga à manose terminal nas glicoproteínas da superfície dos microrganismos – 
imunidade inata). 
 As proteínas ativadas do complemento são enzimas proteolíticas que lisam outras 
proteinas do complemento. O componente central é a proteína C3 e seu principal 
fragmento resultante é C3b que se liga a microrganismos, sendo capaz de ativar 
proteinas do complemento presentes na superficie bacteriana. As principais ações são: 
 C3b reveste os microrganismos, ligando-os às células fagocitárias por meio de 
receptores para C3b expressos nos fagócitos. Com isso, os microrganismos são 
opsonizados com as proteínas do complemento e rapidamente fagocitados e 
destruídos. 
 Fragmentos das proteínas do complemento, principalmente C5a e C3a, são 
quimioatrativas para fagócitos, promovendo o recrutamento dos leucócitos 
(inflamação) no local da ativação do complemento. 
 A ativação do complemento forma um complexo proteico que se insere na 
membrana celular microbiana, perturbando a permeabilidade da barreira que 
leva à lise osmótica ou à morte apoptótica do microrganismo. 
 Citocinas da imunidade inata: em resposta aos patógenos, as células secretam citocinas 
que são intermediárias em muitas reações celulares da imunidade inata. 
 
CITOCINA PRINCIPAL FONTE CELULAR 
PRINCIPAIS ALVOS CELULARES E 
EFEITOS BIOLÓGICOS 
 Fator de necrose tumoral 
 (TNF) 
Macrófagos, células T Células endoteliais: ativação (inflamação e 
coagulação) 
Neutrófilos: recrutamento e ativação 
Hipotálamo: febre 
Fígado: síntese de proteínas de fase aguda 
Músculo, gordura: catabolismo (caquexia) 
Muitos tipos celulares: apoptose 
Interleucina-1 (IL-1) Macrófagos, células endoteliais, 
algumas células epiteliais 
Células endoteliais: ativação (inflamação e 
coagulação) 
Neutrófilos: recrutamento 
Hipotálamo: febre 
Fígado: síntese de proteínas de fase aguda 
Quimiocinas Macrófagos, células dendríticas, 
células endoteliais, linfócitos T, 
fibroblastos e plaquetas 
Leucócitos: aumento da afinidade da integrina, 
quimiotaxia, ativação 
Neutrófilos: recrutamento 
Interleucina-12 (IL-12) Células dendríticas e macrófagos Células T e NK: produção de IFN-γ e aumento da 
atividade citotóxica 
Células T: diferenciação de TH1 
Interferon-γ (IFN-γ) Células NK e linfócitos T Ativação dos macrófagos 
Estimulação de algumas respostas dos anticorpos 
IFNs de tipo I (IFN-α, IFN-β) IFN-α: cels dendríticas e 
macrófagos 
IFN- β: fibroblastos 
Todas as células: estado antiviral, aumento da 
expressão de MHC classe I 
Células NK: ativação 
Interleucia-10 (IL-10) Macrófagos, cels dendríticas e 
cels T 
Macrófagos e cels dendríticas: inibição da 
produção de IL-12, redução da expressão de co-
estimuladores e moléculas de MHC classe II 
Interleucina-6 (IL-6) Macrófagos, cels endoteliais e 
cels T 
Fígado: síntese de proteínas da fase aguda 
Células B: proliferação de células produtoras de 
anticorpos 
Interleucina-15 (IL-15) Macrófagos Células T e NK: proliferação 
Interleucina-18 (IL-18) Macrófagos Células T e NK: produção de IFN-γ 
 
PAPEL DA IMUNIDADE INATA NA ESTIMULAÇÃO DAS RESPOSTAS DA IMUNIDADE ADQUIRIDA 
A resposta imunológica inata gera moléculas que funcionam como “segundos sinais” que, 
junto com os Ag, ativam os linfócitos T e B: a ativação completa dos linfócitos necessita de dois 
sinais. O primeiro é o contato com o próprio Ag e o segundo pode ser fornecido por 
microrganismos, respostas imunológicas inatas aos patógenos e dano às células do 
hospedeiro pelos microrganismos. Essa necessidade do segundo sinal ser dependente do 
patógeno garante que os linfócitos respondam a agentes infecciosos e não a substâncias 
inofensivas. 
Em vacinações, além do Ag é necessário também que se induza substâncias (adjuvantes) que 
desencadeiam as reações imunológicas inatas que o patógeno em si desencadearia. 
Ex: Os microrganismos (ou o IFN-γ produzido pelo NK em resposta aos patógenos) estimulam 
as células dendríticas e os macrófagos a produzirem co-estimuladores (moléculas de 
superfície que se ligam a receptores nas células Tvirgens e ativam-nas) e a citocina IL-12 
(estimula a diferenciação das células T virgens em células efetoras) que funcionam como 
segundos sinais. 
Ex2: os patógenos do sangue ativam o sistema do complemento pela via alternativa e a 
proteína C3d produzida durante a ativação se liga ao microrganismo. Quando os linfócitos B 
reconhecem os Ag e o C3d, inicia-se o processo de diferenciação das células secretoras de Ac. 
CAPTURA E APRESENTAÇAO DOS ANTÍGENOS AOS LINFÓCITOS (capítulo 3) 
A resposta imunológica adquirida inicia-se com os receptores antigênicos dos linfócitos 
reconhecem Ag e os linfócitos B e T diferem em relação aos Ag que reconhecem. 
 Linfócitos B: seus receptores são os anticorpos ligados à membrana que reconhecem 
diferentes macromoléculas (proteínas, polissacarídios, lipídios e ácidos nucleicos) e 
até mesmo pequenas substâncias químicas. Respostas humorais geradas contra 
vários tipos de Ag da membrana celular dos microrganismos e Ag solúveis. 
 Linfócitos T: reconhecem apenas fragmentos peptídicos de Ag protéicos e somente 
quando são apresentados por moléculas especializadas nas cels do hospedeiro (MHC) 
A indução das respostas imunológicas pelos Ag precisa superar algumas barreiras: baixa 
quantidade de linfócitos virgens específicos para qualquer Ag uma vez que essa baixa 
quantidade precisa localizar e reagir ao Ag; diversos tipos de patógenos precisam ser 
combatidos por tipos diferentes de resposta imunológica adquirida (o sistema imunológico 
precisa reagir de diversas maneiras até mesmo para o mesmo microrganismo em diferentes 
estágios de vida). 
ANTÍGENOS RECONHECIDOS PELOS LINFÓCITOS T 
A maioria dos linfócitos T reconhece Ag peptídicos que estão ligados e são apresentados pelas 
moléculas do complexo maior de histocompatibilidade (MHC) das células apresentadoras de 
Ag (APC). Os produtos principais do MHC desempenham o papel de moléculas apresentadoras 
de peptídios no sistema imunológico. As células T só podem reconhecer os peptídios quando 
eles são apresentados pelas moléculas do MHC (RESTRIÇÃO PELO MHC). As células T 
apresentam especificidade dupla: o receptor da célula T (TCR) reconhecem alguns aa de Ag 
peptídicos e também reconhece os resíduos da molécula do MHC que está apresentando o 
peptídio. 
Os linfócitos T virgens precisam ver os Ag protéicos apresentados pelas APC para iniciar a 
expansão clonal e a diferenciação das células efetoras  as células T efetoras diferenciadas 
precisam reconhecer outra vez os Ag apresentados pelas APCs para ativar as funções efetoras 
das células T nas respostas imunológicas humorais e mediadas para células. 
CAPTURA DOS ANTÍGENOS PROTÉICOS PELAS APC 
Os Ag protéicos dos patógenos que entram no corpo são capturados pelas APC e concentradas 
nos órgãos linfoides periféricos, onde a resposta imunológica é iniciada. Todas as interfaces 
entre o corpo e o ambiente externo são revestidas por um epitélio contínuo que fornece uma 
barreira física contra a infecção. Esse epitélio contém células dendríticas, porém, são imaturas 
porque não são eficazes na estimulação dos linfócitos T. Essas células expressam receptores 
de membrana que se ligam aos microrganismos e capturam-nos, fazendo a endocitose dos Ag 
microbianos. Os microrganismos estimulam a ativação da imunidade inata lingando-se aos 
receptores tipo toll, o que resulta em produção de citocinas inflamatórias (TNF e IL-1). A 
liberação de citocinas e a sinalização do TLR ativa a célula dendrítica. 
As células dendríticas ativadas perdem sua adesividade e passam a expressar receptores de 
superfície que são específicos para quimiocinas produzidas nas zonas de células T dos 
linfonodos, direcionando as células dendríticas até os linfonodos através dos vasos linfáticos. 
Durante essa migração, as células dendríticas amadurecem e passam a ser APC capazes de 
estimular linfócitos T. Esse amadurecimento resulta no aumento da síntese e na expressão 
estável de MHC que apresentam os Ag às células T e de co-estimuladores. 
Assim, os Ag proteicos dos microrganismos que entram no corpo são transportados pelas 
células dendríticas para os linfonodos a fim de que as células T virgens encontrem esses Ag. 
Tipos diferentes de APC desempenham funções distintas nas respostas imunológicas 
dependentes das células T. As APCs, além de iniciar a resposta das células T, podem 
influenciar na natureza da resposta. Ex: células dendríticas podem direcionar a diferenciação 
das células T CD4+ virgens para atuarem na defesa contra diversos tipos de microrganismos. 
Já os macrófagos fagocitam os patógenos e apresentam seus Ag às células T efetoras que 
ativam macrófagos para que destruam os microrganismos. 
As células dendríticas também podem estar envolvidas no desencadeamento da resposta dos 
linfócitos T CD8+ contra os Ag dos patógenos intracelulares. O sistema imune, principalmente 
os linfócitos T CD8+, deve ser capaz de reconhecer e responder aos Ag de microrganismos, 
porém, os vírus podem infectar qualquer célula e pode ser que esta cel infectada não produza 
os sinais necessários para a ativação das células T. Assim, as cels dendríticas fagocitam as 
cels infectadas e apresentam os Ag presentes nessas cels para serem reconhecidos pelos 
linfócitos T CD8+ (APRESENTAÇÃO CRUZADA). As cels dendríticas também apresentam os Ag 
para os linfócitos T CD4+, que é importante para auxiliar a diferenciação de linfócitos T CD8+ 
em CTLs efetoras. Após se diferenciarem em CTLs, destroem as cels infectadas. 
ESTRUTURA E FUNÇÃO DAS MOLÉCULAS DO COMPLEXO MAIOR DE HISTOCOMPATIBILIDADE 
As moléculas do MHC são proteínas presentes na membrana das APCs que apresentam Ag 
peptídicos para reconhecimento pelos linfócitos T. As proteínas do MHC humanas são 
chamadas de antígenos leucocíticos humanos (HLA). O MHC contem dois conjuntos de genes 
altamente polimórficos que são os genes do MHC da classe I e da classe II. Esses genes 
codificam as moléculas do MHC de classe I e classe II que apresentam os peptídios às cels T. 
As moléculas do MHC das classes I e II são proteínas da membrana que contêm, na sua 
porção aminoterminal, uma fenda que liga peptídios. Cada molécula da classe I consiste em 
uma cadeia α ligada a uma proteína (β2-microglobulina). Os domínios aminoterminais α1 e α2 
da molécula dos MHC da classe I formam uma fenda de ligação de peptídios. Nessa fenda, 
seu assoalho é a região que liga o peptidio para apresentá-lo aos linfócitos T, enquanto as 
laterais e a porção superior entram em contato com o receptor da célula T. O domínio α3 é 
constante e contem o local de ligação para o receptor CD8 da célula T (as células T CD8+ só 
podem responder aos peptídios apresentados pelas moléculas do MHC da classe I). 
Cada molécula do MHC de classe II consiste em duas cadeias α e β. As regiões aminoterminais 
das duas cadeias formam uma fenda maior. O domínio β2 contém o local de ligação para o co-
receptor CD4 da célula T (as células T CD4+ só podem responder aos peptídios apresentados 
pelas moléculas do MHC de classe II). 
Os genes do MHC são altamente polimórficos, ou seja, existem muitos alelos diferentes entre 
os diversos indivíduos da população. Isso assegura que a população será capaz de lidar com a 
grande diversidade de microrganismos e não sucumbirá a um patógeno novo ou que tenha 
sofrido uma mutação, pois pelo menos alguns indivíduos serão capazes de gerar uma resposta 
imunológica eficaz aos peptídios antigênicos desses microrganismos. 
As moléculas da classe I se expressam em todas as células nucleadas, mas as moléculas da 
classe II se expressam principalmente nas células dendríticas, nos macrófagos e linfócitos B. 
Cada molécula do MHC pode apresentar apenas um peptídio de cada vez, porque possui 
apenasuma fenda, mas cada molécula do MHC é capaz de apresentar diversos tipos de Ag. 
As moléculas do MHC ligam apenas peptídios e não outros tipos de Ag e, por isso, as células T 
CD4+ e T CD8+ só podem reconhecer e responder a Ag protéicos. 
As moléculas do MHC adquirem sua carga peptídica durante sua biossíntese e montagem 
dentro das células. Assim, as moléculas do MHC apresentam peptídios provenientes de 
microrganismos que estão dentro das células do hospedeiro, sendo por isso que as células T 
restritas pelo MHC reconhecem microrganismos associados às células e são os mediadores da 
imunidade contra os patógenos intracelulares. O MHC de classe I adquire peptídeos 
provenientes de proteínas citosólicas, enquanto que o MHC de classe II adquire peptídios 
provenientes de proteínas presentes nas vesículas intracelulares. Apenas moléculas que 
estejam expressando peptídeos para reconhecimento são expressos na membrana celular. 
Em cada indivíduo, as moléculas do MHC podem apresentar peptídios derivados de proteínas 
estranhas, ou seja, microbianas, assim como peptídios derivados das proteínas do próprio 
indivíduo. Assim, a grande produção de moléculas do MHC acaba recebendo, muitas vezes, 
peptídios do próprio indivíduo porque, mesmo que não seja peptídio de um corpo estranho, é 
eficiente para se iniciar uma resposta imunológica uma vez que tem um Ag ligado à molécula. 
PROCESSAMENTO E APRESENTAÇÃO DOS ANTÍGENOS PROTÉICOS 
As proteínas extracelulares que são internalizadas pelas APCs profissionais (cels dendríticas, 
macrófagos e cels B) são processadas em vesículas e apresentadas por moléculas do MHC da 
classe II, enquanto as proteínas no citosol de células nucleadas são processadas e 
apresentadas por moléculas do MHC da classe I. Essas duas vias de processamento 
antigênico envolvem organelas e proteínas celulares diferentes. 
 Processamento dos Ag internalizados para apresentação pelas moléculas do MHC da 
classe II: as APCs internalizam microrganismos ou proteínas microbianas através de 
receptores de superfícies específicos para determinados produtos microbianos ou 
através de receptores que reconhecem anticorpos ou produtos da ativação do 
complemento que estão ligados aos patógenos. Após a internalização por qualquer 
uma dessas vias, as proteínas microbianas entram nas vesículas intracelulares 
(endossomas ou fagossomas) que se fundem com lisossomas para que as proteínas 
sejam degradadas por enzimas proteolíticas, gerando peptídios variados. As APCs 
sintetizam moléculas de MHC de classe II no reticulo endoplasmático e cada nova 
molécula transporta com ela uma proteína chamada de cadeia constante (CLIP) que se 
liga fortemente à sua fenda. Com isso, a fenda da molécula recém-sintetizada está 
ocupada e vai em direção à superfície celular em uma vesícula exocítica que se funde 
com o endossoma contendo peptídios resultantes da digestão de proteínas 
extracelulares. O endossoma possui uma proteína capaz de remover o CLIP para que a 
fenda da molécula fique disponível para aceitar peptídios. Se a molécula se liga aos 
peptídios ela fica estável e continua seu trajeto até a superfície celular. Se não se ligar 
a peptídios, a molécula fica instável e é degradada por proteases dos endossomas. Os 
peptídios oriundos de Ag intactos estimulam respostas imunológicas nos indivíduos e 
esses peptídios são chamados de epítopes imunodominantes. 
 Processamento dos Ag citosólicos para apresentação pelas moléculas do MHC de 
classe I: as proteínas antigênicas podem ser produzidas no citoplasma de vírus que 
vivem em células infectadas, de microrganismos fagocitados que podem sair das 
vesículas e entrar no citoplasma e de genes do hospedeiro que sofreram mutação. 
Essas proteínas são alvos de destruição pela proteólise e, por isso, são desdobradas, 
marcadas com ubiquitina e passam pela organela proteolítica (proteassoma) em que 
são degradadas. Esses proteassomas clivam proteínas citosólicas em peptídios de 
tamanho e propriedade sequenciais típicos dos peptídios que ligam moléculas do MHC 
de classe I. Porém, como as moléculas de MHC estão sendo sintetizadas no retículo 
endoplasmático, a molécula transportadora TAP (transportador associado ao 
processamento antigênico) pega peptídios no citoplasma e os transporta ativamente 
até o RE (direção oposta à normal). As moléculas de MHC recém-sintetizadas se ligam 
frouxamente à face interna da molécula TAP de modo a capturar os peptídios. Ao 
encontrar um peptídio com o encaixe correto, o complexo é estabilizado e transportado 
para a superfície celular. 
 O vírus possui estratégias para bloquear a via do MHC da classe I de 
apresentação antigênica, como por exemplo: remoção de moléculas do MHC 
recém sintetizadas do RE; inibição d transcrição dos genes do MHC; bloqueio do 
transporte de peptídios pelo transportador TAP. Ao inibir a síntese de MHC da 
classe I, diminui também a apresentação de antígenos às células T CD8+. Isso é 
contrabalanceado pela capacidade dos NK reconhecer e destruir células 
infectadas por vírus que perderam a expressão do MHC de classe I. 
 Significado fisiológico da apresentação de antígenos associados ao MHC: muitas 
características fundamentais da imunidade mediada pela célula T estão intimamente 
relacionadas com a função de apresentação de peptídios das moléculas do MHC. 
 A restrição do reconhecimento pelas células T a peptídios associados ao MHC 
garante que elas só reconhecerão e responderão a Ag associados a uma cel. As 
moléculas do MHC só podem se ligar aos peptídios das células onde os Ag de 
patógenos fagocitados ou intracelulares estão presentes e, assim, os linfócitos T 
só podem reconhecer os Ag de microrganismos fagocitados ou intracelulares 
que são os tipos de patógenos que devem ser combatidos pela imunidade 
celular. 
 Ao segregar as vias das classes I e II de processamento antigênico, o sistema 
imunológico é capaz de responder a microrganismos extra e intracelulares da 
melhor forma para combatê-los. Os patógenos extracelulares são capturados 
pelas APCs e são apresentados pelas moléculas do MHC II, fazendo a 
associação entre eles. Assim, são apresentados e reconhecidos pelos linfócitos T 
CD4+ que funcionam como auxiliares. Essas células T auxiliares ajudam os 
linfócitos B a produzirem anticorpos e as células fagocitárias e ingerir e destruir 
os microrganismos. Ag citosólicos são processados e apresentados pelas 
moléculas de MHC I que se expressam em todas as cels nucleadas e os 
peptídios associados às moléculas de classe I são reconhecidos pelos linfócitos 
T CD8+ que se diferenciam em CTLs que destroem cels infectadas. A segregação 
das vias de apresentação de Ag de classes I e II garante a resposta imunológica 
correta e especializada contra microrganismos em diferentes localizações. 
 Funções das APCs além da apresentação dos Ag: as APCs, além de apresentar 
peptídios para que sejam reconhecidos pelos linfócitos T, também expressam 
“segundos sinais” para a ativação das cels T em resposta aos patógenos. O sinal 1 é o 
Ag em si e o sinal 2 é fornecido pelos microrganismos ou pelas APCs reagindo aos 
microrganismos. Um exemplo disso é que, ao fagocitar uma bactéria que apresenta 
LPS, essa endotoxina atua na cel por meio de um receptor do tipo toll, estimulando a 
expressão de co-estimuladores e a secreção de citocinas que atuam juntamente com o 
reconhecimento de Ag pela cel T para estimular a proliferação e a diferenciação das 
cels T. 
ANTÍGENOS RECONHECIDOS PELOS LINFÓCITOS B E OUTROS LINFÓCITOS 
Os linfócitos B usam anticorpos ligados à membrana para reconhecer a ampla variedade de Ag 
que podem se expressar na superfície dos patógenos ou podem ser solúveis (toxinas 
secretadas). As célulasB se diferenciam em células secretoras de anticorpos em resposta ao 
Ag e outros sinais. Esses Ac secretados entram na circulação e nos líquidos das mucosas e 
ligam-se aos Ag, levando à sua neutralização e eliminação. Os receptores de Ag das cels B e os 
Ac reconhecem os Ag em sua conformação original, sem ser necessário seu processamento e 
apresentação por um sistema especializado. Os macrófagos também podem capturar Ag e 
apresentar de forma intacta aos linfócitos B. 
Os linfonodos ricos em células B apresentam uma população de células dendríticas foliculares 
(FDC) cuja função é apresentar Ag às células B ativadas. Esses Ag que as FDC apresentam 
estão cobertos com Ac ou subprodutos do complemento. 
RECONHECIMENTO ANTIGÊNICO NO S. IMUNOLÓGICO ADAPTATIVO (capítulo 4) 
O reconhecimento antigênico é o evento inicial nas respostas dos linfócitos. Esse 
reconhecimento depende de proteínas de superfície dos linfócitos: anticorpos ligados à 
membrana das cels B e receptores de cels T (TCR) em linfócitos T. Sua principal função é 
detectar estímulos externos (Ag) e estimular a resposta das células nas quais os receptores 
estão expressos. Os receptores de Ag dos linfócitos devem ser capazes de se ligar e distinguir 
entre muitas estruturas químicas a fim de reconhecer grande número e variedade de Ag. Esses 
receptores são distribuídos clonalmente e cada clone possui uma especificidade particular que 
tem um único receptor, diferente dos receptores de todos os outros clones. Apesar de cada 
clone reconhecer um Ag diferente, todos transmitem o mesmo sinal bioquímico em todos os 
linfócitos. 
RECEPTORES DE AG DOS LINFÓCITOS 
Os receptores de Ag dos linfócitos B e T reconhecem estruturas quimicamente diferentes. 
 Linfócitos B (Ac ligados à membrana e Ac secretados) são capazes de reconhecer 
formas ou conformações de macromoléculas (proteínas, lipídios, carboidratos e ácidos 
nucleicos). Assim os Ac reconhecem patógenos em sua forma nativa. 
 Linfócitos T (TCR) reconhece apenas peptídios ligados aos MHC das APCs, detectando 
apenas microrganismos associados a células. 
Moléculas receptoras de Ag consistem em regiões (domínios) que estão envolvidas no 
reconhecimento antigênico e, dessa forma, variam entre os clones de linfócitos e outras 
regiões que são requeridas para a integridade estrutural e para as funções efetoras e são 
relativamente conservadas entre todos os clones. As porções de reconhecimento são: regiões 
variáveis (V) e regiões constantes (C). É muito comum que em curtas sequencias haja grande 
variabilidade (regiões determinantes da complementariedade – CDR) e por isso é possível 
maximizar a variabilidade, enquanto a estrutura básica dos receptores é mantida. 
Receptores de Ag são ligados a outras moléculas invariáveis, as quais funcionam como 
transmissoras para dentro da célula dos sinais de ativação que são desencadeados pelo 
reconhecimento antigênico. As funções de reconhecimento antigênico específico e o sinal de 
transdução são desencadeados por diferentes polipeptídios. A coleção dos receptores de Ag e 
moléculas sinalizadoras nos linfócitos B é chamada de complexo receptor da célula B (BCR) e 
o da célula T é TCR. Quando receptores de Ag dos linfócitos próximos se ligam a duas ou mais 
moléculas de Ag, os receptores são mantidos juntos em um agregado (LIGAÇÃO CRUZADA) e 
assim mantém associadas as proteínas de sinalização aos complexos receptores em 
proximidade. Com isso, as enzimas ligadas à porção citoplasmática das proteínas 
sinalizadoras catalisam a fosforilação de outras proteínas que desencadeia cascatas de 
sinalização que culminam na ativação transcricional de muitos genes e na produção de 
moléculas que medeiam a resposta dos linfócitos. 
Os Ac podem ser receptores de Ag ligados à membrana das cels B ou proteínas secretadas, 
mas TCRs existem somente como receptores de membrana das cels T. Ac secretados estão 
presentes no sangue e nas secreções de mucosas onde neutralizam e eliminam 
microrganismos e toxinas (são moléculas efetoras da imunidade humoral). Também podem 
ser chamados de Imunoglobulinas (Igs). Ac secretados reconhecem Ag microbianos e toxinas 
por meio de seus domínios variáveis. As regiões constantes de alguns Ac secretados tem a 
capacidade de se ligar a outras moléculas que participam da eliminação de Ag (receptores de 
fagócitos e proteínas do complemento). Assim, anticorpos ligados à membrana das cels B 
reconhecem Ag reconhecem Ag e inicial a resposta imunológica humoral e os Ac secretados 
neutralizam e eliminam Ag e suas toxinas na fase efetora dessa resposta. Já os receptores de 
cels T estão envolvidos somente no reconhecimento antigênico e na ativação da cel T, não 
mediando funções efetoras além de não serem secretadas. 
 Anticorpos: uma molécula de Ac é composta de 4 cadeias polipeptídicas (duas cadeias 
pesadas H idênticas e duas cadeias leves L idênticas, onde cada cadeia contem uma 
região variável e uma região constante. Essas cadeias estão dispostas formando um Y 
e cada cadeia leve está ligada a uma cadeia pesada as duas cadeias pesadas estão 
unidas por ponte dissulfeto. Uma cadeia leve é composta por um domínio V e um C, 
enquanto que cada cadeia pesada é composta por um domínio V e três ou quatro 
domínios C. Cada domínio se dobra em uma forma tridimensional característica 
(domínio de Ig). Um domínio Ig consiste em duas folhas duplas ligadas por uma ponte 
dissulfeto. O filamento adjacente a cada folha β é conectado por pequenas alças, essas 
que são o sítio de reconhecimento do Ag. 
Cada região variável da cadeia pesada (VH) ou da cadeia leve (VL) possui três regiões 
hipervariáveis (CDR). A de maior variabilidade é a CDR3, localizada na junção das 
regiões V e C, e de maior contribuição na ligação antigênica. 
Fragmento de ligação do Ag (Fab) é o fragmento de um Ac que contem uma cadeia leve 
ligada aos domínios V e C de uma cadeia pesada  reconhecimento antigênico 
Fragmento do cristalino (Fc) são os demais domínios C da cadeia pesada. 
Em cada molécula de Ig há duas regiões Fab idênticas onde o Ag se liga e uma região 
Fc responsável pelas atividades biológicas e funções efetoras. Entre as regiões Fab e Fc 
há uma região flexível chamada região de junção, que permite duas regiões Fab de 
ligação de Ag de cada molécula de Ac movam-se independentemente, possibilitando a 
elas ligarem-se simultaneamente a epítopos antigênicos que estão separados por 
distâncias variadas. Apenas as cadeias pesadas são ligadas à membrana e podem 
estar ancoradas ou não. 
Há dois tipos de cadeias leves que diferem nas regiões C, mas não diferem na função. 
Cada cel B expressa apenas um tipo. Há cinco tipo de cadeias pesadas que também 
diferem nas suas regiões C. Cada tipo de cadeia pode formar um complexo com 
qualquer cadeia pesada em uma molécula de Ac. Ac que contêm diferentes cadeias 
pesadas pertencem a diferentes isotipos ou classes e são determinados de acordo com 
a cadeia pesada (IgM, IgD, IgG, IgE e IgA), independentemente da cadeia leve. Cada 
isotipo difere nas suas funções efetoras. Os receptores de Ag dos linfócitos B virgens, 
que são cels maduras mas que ainda não encontraram Ag, são a IgM e a IgD ligadas à 
membrana. 
Ac são capazes de se ligar a uma ampla variedade de Ag, incluindo macro e 
micromoléculas químicas porque a região de ligação do Ag das moléculas de Ac forma 
uma superfície plana capaz de acomodar muitas formas diferentes. Ac ligam-se aos Ag 
por ligações não-covalentes e reversíveis. As partes dos Ag reconhecidas pelos Ac são 
epítopos ou determinantes. Alguns desses epítopos estão escondidos na molécula 
antigênica e são expostos como resultado de alteração físico-química. 
Afinidade de interação: força com a qual umasuperfície de ligação de Ag se liga a um 
epítopo de um Ag. É expressa pela constante de dissociação (KD) que é a concentração 
molar requerida de um Ag para ocupar metade das moléculas de Ac disponíveis em 
solução (↓ KD, ↑ afinidade). Na resposta imunológica secundária a afinidade aumenta 
(maturação da afinidade). 
Avidez de interação: força total de ligação. 
Ac produzidos contra um Ag podem ligar outros Ag estruturalmente similares (reação 
cruzada). 
 
ISOTIPO DE AC 
FORMA SECRETADA 
FORMA SECRETADA E 
QTDE DE SÍTIOS DE LIGAÇÃO 
FUNÇÕES 
IgA  sim Dímero  quatro sítios Imunidade de mucosas 
IgD  não Monômero  dois sítios Receptor de Ag de cels B virgens 
IgE  sim Monômero  dois sítios Ativação de mastócito (hipersensibilidade imediata) 
Defesa contra parasitas helmínticos 
IgG  sim Monômero  dois sítios Opsonização, ativação de complemento, citotoxicidade 
mediada por cel e dependente de Ac, imunidade 
neonatal, inibição por retroalimentação das cels B 
IgM  sim Pentâmero  dez sítios Receptor para Ag em cels B virgens, ativação de 
complemento 
 
Em linfócitos B, as moléculas de Ig estão associadas a outras duas proteínas (Igα e Igβ) 
que formam o complexo receptor da cel B e, quanto este reconhece o Ag, Igα e Igβ 
transmitem os sinais para o interior da cel B que inicia o processo de ativação do linf B. 
 Receptores de Ag nas células T: heterodímero ligado à membrana composto de uma 
cadeia α e uma cadeia β, cada uma contendo uma região variável e uma região 
constante, homólogas às de Ig. Não apresenta Fab e Fc, mas regiões semelhantes. 
Porém, ambas as cadeias do TCR são ancoradas na membrana plasmática e os TCR 
não são secretados. 
Tanto a cadeia α como a cadeia β do TCE participam do reconhecimento específico das 
moléculas de MHC e peptídios ligados. Cada TCR reconhece apenas um de três 
resíduos do peptídio associado ao MHC. As células T podem reconhecer a diferença 
entre microrganismos complexos com base na diferença entre poucos a de epítopos 
imunodominantes dos microrganismos. 
O TCR reconhece Ag, mas ele, como as Ig de membrana das cels B, é incapaz de 
transmitir sinais para a cel T. Associado ao TCR há um complexo de proteínas, chamado 
de moléculas CD3 e proteína ζ (dzéta), que formam o complexo TCR. As cadeias CD3 e ζ 
transmitem alguns dos sinais que são iniciados quando o TCR reconhece o Ag. A 
ativação da cel T requer o engajamento de moléculas co-receptoras, CD4 ou CD8, que 
reconhecem as porções não-polimórficas das moléculas de MHC e também transmitem 
sinais de ativação. 
Diferenças entre receptores de Ag de linf B e T: anticorpos ligam-se com alta afinidade 
a uma ampla variedade de Ag e, por isso, podem ligar-se e neutralizar diferentes 
microrganismos e toxinas que podem estar presentes em baixas concentrações na 
circulação. A afinidade dos TCRs é baixa, razão pela qual a ligação das cels T às APCs 
tem de ser fortalecida pelas moléculas acessórias. 
 
DESENVOLVIMENTO DOS REPERTÓRIOS IMUNOLÓGICOS 
 
O sistema imune desenvolveu mecanismos para gerar repertórios de linfócitos B e T muito 
diversos, e a geração da diversidade dos receptores está intimamente ligada ao processo de 
maturação dos linfócitos. 
 Maturação de linfócitos: a maturação dos linfócitos a partir das células-tronco da 
medula óssea consiste em três tipos de processos – proliferação das cels imaturas, 
expressão dos genes dos receptores de Ag e seleção dos linfócitos que expressam 
receptores de Ag funcionais. Tais eventos são comuns aos linf B e T, a despeito de a 
maturação dos linf B ocorrer na medula óssea e a maturação dos linf T ocorrer no timo. 
 Linfócitos imaturos passam por uma ampla proliferação em vários estágios 
durante sua maturação: a proliferação e a sobrevivência dos precursores iniciais 
dos linf são estimulados pela interleucina-7 (IL-7) que é produzida pelas cels 
estromais da medula óssea e do timo. Ela mantém e expande o número de 
progenitores dos linfócitos antes deles expressarem receptores de Ag, gerando 
assim um grande grupo de cels nas quais diversos receptores de Ag podem ser 
produzidos. Após as proteínas dos receptores de Ag serem expressas, esses 
receptores recebem a incumbência de transmitir os sinais para a proliferação, 
assegurando que somente os clones com receptores intactos sejam 
selecionados para se expandir. 
 Os receptores de Ag são codificados por vários segmentos gênicos que são 
separados na linhagem germinativa e se recombinam durante a maturação dos 
linf: a diversidade é gerada durante o processo de recombinação. A expressão 
de receptores de Ag diversos é o evento central da maturação dos linf. 
 Os linf maduros são selecionados (através dos componentes intactos dos 
receptores de Ag e como são reconhecidos) em vários estágios durante o 
processo de maturação de modo a preservar sua capacidade funcional: pré-
linfócitos que falham na expressão de receptores sofrem apoptose; cels T 
imaturas são selecionadas para reconhecer as moléculas de MHC próprias 
(SELEÇÃO POSITIVA) e sua importância é que os receptores de Ag em 
desenvolvimento reconheçam moléculas de MHC no timo e transmitam sinais de 
sobrevivência e proliferação de cels; linf B e T imaturos também são 
selecionados contra o reconhecimento de alta afinidade dos Ag próprios 
presentes na medula óssea e no timo (SELEÇÃO NEGATIVA) e isso elimina os linf 
perigosos que podem reconhecer Ag próprios. 
 Geração de receptores de Ag diversos: a expressão de receptores de Ag em linf B e T é 
iniciada pela recombinação somática dos segmentos gênicos que são codificados para 
as regiões variáveis desses receptores e a diversidade é gerada durante esse processo. 
As cels-tronco da medula óssea apresentam genes de Ig e TCR na sua configuração 
herdada. Os loci da cadeia pesada e da leve da Ig e os loci das cadeias α e β do TCR 
contêm genes de regiões variáveis V e alguns de regiões constantes C. Entre os genes V 
e C existem porções de nucleotídeos que são segmentos gênicos de junção J e 
diversidade D. 
 A diversidade dos receptores de Ag é produzida pelo uso de diferentes 
combinações de segmentos gênicos V, D e J em diferentes clones de linf 
(diversidade combinatória) e também por meio de alterações na sequência de 
nucleotídeos inseridas nas junções dos segmentos gênicos V, D e J (diversidade 
juncional). Receptores de especificidades diferentes são gerados em parte pelas 
diferentes combinações dos segmentos gênicos V, D e J. O processo de 
recombinação introduz variabilidade nas sequencias de nucleotidios nos sítios 
de recombinação pela adição e remoção de mucleotidios das junções, 
resultando em um desenvolvimento de um repertório de linfócitos diverso, no 
qual clones de diferentes especificidades de Ag expressam receptores que 
diferem na sequencia e no reconhecimento. 
 Maturação e seleção de linfócitos B: ocorre na medula óssea. Os progenitores 
proliferam dando origem a um grande número de precursores de linf B (cels pró-B). No 
próximo estágio de maturação (cels pré-B), o locus da cadeia pesada do gene da Ig 
passa por uma recombinação cromossômica e dá origem à proteína μ da cadeia 
pesada. Essa cadeia se associa a moléculas de sinalização Igα e Igβ para formar o 
complexo receptor da cel pré-B (pré-BCR). Se a proteína da cadeia μ não for produzida, 
talvez devido à recombinação defeituosa do gene μ, a cel não pode ser selecionada, e 
ela morre por apoptose. A proteína e o complexo pré-BCR sinalizam dois outros 
processos: fechamento da recombinação dos genes da cadeia pesada da Ig no 
segundo cromossoma – exclusão alélica – (cada célula B pode expressar a Ig de 
somente um dos alelos parentais herdados e cada célula expressa receptoresde uma 
única especificidade) e estimulação da recombinação do locus da cadeia leve da Ig. As 
cadeias leves produzidas é associada à cadeia μ para formar o receptor de Ag IgM 
associado à membrana que transmite sinais promotores de sobrevivência e 
proliferação, preservando e expandindo as cels que expressam receptores de Ag 
completos. O linfócito B expressando Igm é uma cel B imatura. A maturação pode 
ocorrer na medula óssea ou no baço. O estágio de maturação final envolve a co-
expressão da IgD juntamente com a IgM uma vez que o linf B só é capaz de reconhecer 
Ag com ambas expressões. Assim, a cel IgM+ IgD+ é uma cel B madura, capaz de 
responder aos Ag nos tecidos linfoides periféricos. Depois, as cels B são escolhidas 
pelo processo da seleção negativa, na qual se uma cel B imatura liga-se a um Ag da 
medula óssea com alta afinidade, a maturação é interrompida para eliminar cels 
potencialmente perigosas que podem reconhecer e reagir contra Ag próprios. 
 Maturação e seleção dos linfócitos T: os progenitores das cels T migram da medula 
óssea para o timo, onde ocorre o processo de maturação. Os progenitores imaturos são 
pró-cels T ou cels T duplo-negativas (não expressam CD4 ou CD8). Essas cels se 
expandem sob influencia da IL-7 produzida no timo. Algumas dessas cels passam pela 
recombinação do gene TCR β. Se uma recombinação VDJ ocorre em um cromossoma e 
uma cadeia β da proteína é sintetizada, ela é expressa na superfície em associação à 
proteína invariável pré-Tα. Se a cadeia β completa não é produzida em uma cel pró-T, 
esta cel morre. O complexo pré-TCR transmite sinais intracelulares que promovem a 
sobrevivência, a proliferação e a recombinação do gene da cadeia α do TCR e inibe a 
recombinação VDJ no segundo locus da cadeia β do TCR (exclusão alélica). A falha na 
expressão da cadeia α e do TCR completo novamente resulta na morte d cel. As cels 
sobreviventes expressam co-receptores CD4 e CD8 (células duplo-positivas). Se p TCR 
de uma cel T reconhece uma molécula de MHC no timo essa cel é selecionada para 
sobreviver. As células T que não reconhecem moléculas de MHC morrem por apoptose 
por não serem funcionais. Essa preservação das cels T restritas ao MHC próprio é a 
seleção positiva: as cels T que reconhecem no timo MHC I perdem sua expressão de 
CD4 e aquelas que reconhecem MHC II, perdem sua expressão de CD8 e assim se 
tornam cels T único-positivas, desde que se liguem a molécula de MHC com baixa 
avidez, pois ao contrário ocorre seleção negativa. As cels T imaturas duplo-positivas 
cujos receptores reconhecem fortemente o complexo peptídio-MHC no timo passam por 
apoptose (seleção negativa) para eliminar linf T que poderiam regir de maneira 
perigosa contra proteínas próprias. 
RESPOSTAS IMUNES MEDIADAS POR CÉLULAS (capítulo 5) 
A imunidade mediada por células faz parte da resposta imune adquirida tem por função 
combater as infecções causadas por microrganismos intracelulares e é mediada por linf T. Os 
microrganismos entram nas células por dois motivos: são englobados por fagócitos como parte 
do mecanismo de defesa e, às vezes, podem criar resistência às atividades microbicidas dos 
fagócitos; os vírus podem se ligar a receptores da superfície de uma grande variedade de 
células e são capazes de infectar o citoplasma dessas células e nele se duplicar. A eliminação 
dos microrganismos capazes de viver em vesículas fagocitárias ou no citoplasma das células 
infectadas é a principal função dos linfócitos T na imunidade adaptativa. Os linf T auxiliares 
CD4+ também ajudam as cels B a produzir Ac. Para realizar suas funções, os linfócitos T 
precisam interagir com outras cels (fagócitos, cels infectadas ou linfócitos B). A especificidade 
das células T em relação aos peptídios exibidos pelo MHC assegura que as cels T sejam 
capazes de identificar Ag associados a outras cels e responder a eles. 
ETAPAS DAS RESPOSTAS DAS CÉLULAS T 
As respostas dos linf T aos Ag microbianos associados à cel consistem em uma série de 
etapas sequenciais que resultam no aumento do n° de cels T Ag-específicas e na conversão 
de cels T virgens em cels efetoras. 
Os linf T virgens circulam através dos órgãos linfoides periféricos em busca de Ag protéicos 
estranhos e expressam receptores para Ag e outras moléculas, porém, são incapazes de 
realizar função efetora de eliminação de microrganismos. Para realizar tal função, a célula T 
virgem precisa ser estimulada a se diferenciar em cels efetoras, processo iniciado pelo 
reconhecimento de um Ag. Os Ag protéicos são transportados até os órgãos linfoides onde 
circulam os linf T virgens. Aí, os Ag são processados e apresentados pelo MHC situado nas cels 
dendríticas aos linf T. À medida que as cels T estão identificando um Ag, também recebem 
sinais na forma de subprodutos microbianos ou moléculas expressas por APCs em resposta às 
reações imunológicas inatas. 
Em resposta a essa ativação por Ag, as cels T Ag-específicas passam a secretar citocinas que 
estimulam a proliferação de cels T Ag-específicas (expansão clonal). Uma parte desses linf 
sofre diferenciação que resulta na conversão de cels T virgens (reconhece Ag microbianos) em 
cels T efetoras (elimina microrganismos). Algumas cels T efetoras permanecem no linfonodo 
eliminando cels infectadas e fornecendo sinais para as cels B, enquanto outras deixam o 
órgão linfoide e, uma vez na circulação, migram para algum ponto de infecção a fim de 
erradica-la. Algumas progênies ainda desenvolvem células T de memória, que apresentam vida 
longa, e estão prontas para responder com rapidez a repetidas exposições ao mesmo Ag. 
Quando a infecção é eliminada, o clone expandido de linf T morre, retornando ao estado basal. 
RECONHECIMENTO DE UM ANTÍGENO E CO-ESTIMULAÇÃO 
Para que as respostas das cels T se iniciem, é preciso que vários receptores localizados 
nessas cels reconheçam os ligantes situados nas APCs: o TCR reconhece Ag peptídicos ligados 
ao MHC, o co-receptor CD4 ou o CD8 reconhece as moléculas de MHC, as moléculas de 
adesão reforçam a ligação d cels T com as APCs e os receptores para os co-estimuladores 
reconhecem os sinais secundários produzidos pelas APCs. Além dos receptores para Ag, as 
moléculas envolvidas nas respostas das cels T são moléculas acessórias e suas principais 
funções são sinalização e adesão. 
 Reconhecimento dos peptídios associados ao MHC: o TCR e o co-receptor CD4 ou o 
CD8 reconhecem o complexo formado por Ag peptídicos e moléculas do MHC nas APCs, 
e esse reconhecimento produz o primeiro sinal para a ativação das cels T. Ag protéicos 
presentes no meio extracelular são englobados por APCs e confinados em vesículas e, 
com isso, são transformados em peptídios que são apresentados ao MHC II. Já Ag 
protéicos presentes no citoplasma, são transformados em peptídios que são 
apresentados pelas MHC I. 
O TCR reconhece o peptídio apresentado e reconhece os resíduos da molécula do MHC 
localizados ao redor da fenda de ligação do peptídio. Cada cel T restrita ao MHC 
expressa a molécula CD4 ou CD8 (co-receptores) que se ligam à molécula de MHC 
juntamente com o TCR. As cels T CD4+, que agem como cels auxiliares produtoras de 
citocinas, reconhecem os Ag microbianos extracelulares e as cels T CD8+, que atuam 
como linf T citolíticos, reconhecem os peptídios provenientes de microrganismos 
citoplasmáticos. 
Dois ou mais TCRs e co-receptores são necessários serem acoplados de modo 
simultâneo para que a resposta das cels T tenha início, pois somente quando vários 
TCRs e co-receptores são agrupados as cascatas de sinalização bioquímica podem ser 
ativadas. Além disso, cada célula T precisa se acoplar a um Ag por um período de 
alguns minutos para gerar sinais bioquímicos suficientes parainiciar uma resposta. 
Os sinais bioquímicos que levam à ativação das cels T são desencadeados por um 
conjunto de proteínas que se liga ao TCR para formar o complexo TCR e também pelo 
co-receptor CD4 ou CD8. O TCR reconhece Ag, mas não é capaz de transmitir sinais 
bioquímicos para o interior da célula e, por isso, está associado a um complexo de três 
proteínas que forma a CD3 e a proteína sinalizadora que possui a cadeia ζ. O TCR, a 
CD3 e a cadeia ζ constituem o complexo TCR. Nesse complexo, o reconhecimento de 
um Ag é feito pelas cadeias variáveis α e β do TCR, enquanto a sinalização conservada 
é realizada pelas proteínas CD3 e ζ fixas. 
 Papel das moléculas de adesão na ativação das células T: as moléculas de adesão 
localizadas na superfície das cels T reconhecem seus ligantes na superfície das APCs e 
estabilizam a ligação das cels T com as APCs. A maioria dos TCRs liga-se com baixa 
afinidade aos complexos peptídio-MHC para os quais são específicos. Para induzir uma 
resposta eficaz, a ligação das cels T com as APCs precisa permaneces estável durante 
um período de tempo suficientemente longo para que o limiar de sinalização 
necessário seja alcançado. Essa estabilização é realizada pelas moléculas de adesão 
situadas na superfície das cels T, cujos ligantes estão expressos na superfície das 
APCs. A molécula de adesão mais importante é a integrina. As integrinas desempenham 
um papel importante na intensificação das respostas das cels T a Ag microbianos. Nas 
cels T virgens que ainda não reconheceram um Ag, a integrina encontra-se em um 
estado de baixa afinidade. Quando uma célula T é exposta às quimiocinas produzidas 
como parte da resposta imune inata a uma infecção, as integrinas passam a um estado 
de alta afinidade e agrupam-se em minutos. Assim, as cels T lingam-se fortemente às 
APCs nos locais de infecção. O reconhecimento de um Ag por uma cel T também 
aumento a afinidade da integrina. Portanto, assim que uma cel T detecta um Ag há um 
aumento na força da sua ligação com a APC que está apresentando o Ag, produzindo 
uma alça de feedback positiva 
 Papel da co-estimulação na ativação das células T: a ativação total das cels T depende 
do reconhecimento de co-estimuladores presentes na superfície das APCs. 
Os co-estimuladores de cels T mais bem definidos são duas proteínas relacionadas, 
denominadas B7 (CD80 e CD86) que são expressas na superfície das APCs e cuja 
expressão se torna muito aumentada quando as APCs encontram microrganismos. 
Essas proteínas são reconhecidas pelo receptor CD28 expresso nas cels T. A 
sinalização mediada pelo CD28 é essencial para o início das respostas das cels T 
virgens e, na ausência das interações CD28-B7 o acoplamento isolado do TCR é 
incapaz de ativar as cels T. A necessidade de co-estimulação assegura que os linf T 
virgens sejam totalmente ativados pelos Ag microbianos e não por substâncias 
estranhas danosas. 
Outro grupo de moléculas que participa do aumento dos sinais co-estimuladores 
consiste no CD154 (CD40L) presente na superfície dos linf T e na CD40, localizada nas 
APCs. O CD154 (CD40L) liga-se à CD40 nas APCs, ativando-as e as APCs ativadas 
expressam mais co-estimuladores B7 e secretam citocinas (IL-12) que intensificam a 
diferenciação das cels T. Por isso que ao produzir uma vacina a fim de estimular cels T, 
não basta colocar Ag protéicos como precisa também colocar substâncias que ativam 
APCs (adjuvantes) induzindo a expressão de co-estimuladores na superfície das APCs e 
estimulando APCs a secretarem citocinas que ativam cels T. 
 Estímulos para ativação das células T CD8+: a ativação das cels T CD8+ é estimulada 
pelo reconhecimento dos peptídios associados ao MHC I e requer co-estimulação e/ou 
cels T auxiliares. É comum que as células T CD8+ tenha sua ativação iniciada a partir de 
Ag citoplasmáticos que devem ser apresentados de maneira cruzada pelas cels 
dendríticas. Além disso, sua diferenciação em CTLs pode precisar da ativação das cels 
T auxiliares CD4+ uma vez que produzem citocinas ou moléculas de membrana que 
auxiliam na ativação das cels T CD8+. Por isso que pessoas HIV positivas não 
apresentam resposta completa dos CTLs e assim o vírus continua presente, já que o 
vírus mata as cels T auxiliares. 
VIAS BIOQUÍMICAS DA ATIVAÇÃO DAS CÉLULAS T (a gente viu isso???) 
Ao reconhecer Ag e os co-estimuladores, as cels T expressam proteínas que estão envolvidas 
na proliferação, na diferenciação e nas funções efetoras da célula. Após entrar em contato 
com o Ag pela primeira vez, as cels T ativadas apresentam nova transcrição de genes e síntese 
protéica. 
As vias bioquímicas que ligam o reconhecimento de um Ag às respostas das cels T consistem 
na ativação de enzimas, no recrutamento de proteínas adptadoras e na produção de fatores 
de transcrição ativos. Essas vias bioquímicas são iniciadas pela reunião de vários TCRs 
(ligação cruzada). Vários TCRs e co-receptores são aproximados quando se ligam aos 
complexos MHC-peptídios na superfície das APCs ou próximo a elas. Além disso, ocorre uma 
redistribuição ordenada de outras proteínas da membrana celular da APC e da célula T no 
ponto de contato entre essas cels. Assim, o complexo TCR, os co-receptores CD4/CD8 e CD28 
coalescem para o centro e as integrinas se movem para formar um anel periférico. A região de 
contato entre a APC e a célula T é chamada de sinapse imunológica e, aí, muitas moléculas 
efetoras e citocinas podem ser secretadas através dessa região, sendo alvo para a APC. O 
agrupamento dos co-receptores CD4 ou CD8 ativa uma proteína tirosina cinase Lck. Várias 
proteínas transmembranas de sinalização estão associadas ao TCR, inclusive cadeias de CD3 
e ζ que contêm motivos ricos em tirosina ITAM (motivos de ativação de imunorreceptores via 
tirosina) que são decisivos para a sinalização. A Lck fosforila os resíduos de tirosina contidos 
dentro dos ITAMs das proteínas CD3 e ζ. 
RESPOSTAS FUNCIONAIS DOS LINFÓCITOS T AOS ANTÍGENOS E À CO-ESTIMULAÇÃO 
O reconhecimento de um Ag e dos co-estimuladores pelas cels T dá início a um conjunto de 
respostas que culmina na expansão de clones de linfócitos específicos para Ag e na 
diferenciação das cels T virgens em cels efetoras e de memória. Muitas das respostas são 
mediadas por citocinas que são secretadas pelas cels T e atuam sobre elas mesmas e sobre 
outras cels envolvidas na defesa imunológica. 
 Secreção de citocinas e expressão dos receptores para citocinas: em resposta a um Ag 
e aos co-estimuladores, os linf T, principalmente CD4+, secretam várias citocinas 
diferentes que têm atividades diversas. As citocinas são um grupo de proteínas que 
atuam como mediadoras da imunidade e da inflamação. Na imunidade adquirida as 
citocinas são secretadas pelos linf T (aquelas vistas no capítulo 2 são da imunidade 
inata, mesmo que tenha algumas em comum). 
A primeira citocina a ser produzida pelas cels T CD4+ após a ativação é a IL-2 e a 
capacidade das cels T se ligarem e responderem a essa citocina também aumenta. A 
IL-2 produzida por uma célula T que foi estimulada por um Ag se liga preferencialmente 
à mesma cel T que a produziu e atua sobre ela. Sua principal ação é estimular a 
sobrevivência e a proliferação de cels T e, por isso, também é chamada de fator de 
crescimento das cels T. 
Propriedades gerais das citocinas: 
 
PROPRIEDADE MECANISMO 
Produção transitória em resposta ao Ag Sinal e co-estimulação de TCR induzem transcrição 
de genes de citocina 
Usualmente age na mesma cel que produz 
a citocina (autócrina) ou em cels próximas 
(parácrinas) 
Ativação de cel T induz a expressão de citocinas e a 
de receptores de alta afinidade para citocinas 
Pleiotrospismo: cada citocina tem

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