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* Universidade do Estado do Rio de Janeiro Faculdade de Ciências Médicas Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia Vírus – Estrutura e Multiplicação * Histórico 1886: Adolf Mayer demonstrou que a doença do mosaico do tabaco não era causada nem por bactéria nem por fungo. 1892: Dmitri Iwanowski tentou isolar a causa da doença do mosaico do tabaco através de filtração e demonstrou a transmissibilidade da doença. 1900: Foi estabelecida uma distinção entre bactérias e vírus (conhecidos como vírus filtráveis, ou seja, podiam atravessar os filtros). 1935: Wendell M. Stanley isolou o vírus do mosaico do tabaco. Vírus palavra latina que significa veneno VÍRUS DO MOSAICO DO TABACO PLANTAÇÃO DE TABACO PLANTA INFECTADA Vírus * Propriedades gerais dos vírus São os menores agentes infecciosos que existem, podendo medir entre 18 e 300 nm. COMPARAÇÃO DE TAMANHO ENTRE UMA HEMÁCIA HUMANA, BACTÉRIAS E VÍRUS Os vírus foram diferenciados de outros agentes infecciosos por serem pequenos (filtráveis) e, por serem parasitas intracelulares obrigatórios. * Tamanho dos vírus http://vsites.unb.br/ib/cel/microbiologia/index.html * VISUALIZAÇÃO ESQUEMÁTICA E POR MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE DIFERENTES TIPOS DE VÍRUS Propriedades gerais dos vírus Agentes causadores de infecções no homem, outros animais, vegetais e bactérias. Sem metabolismo próprio. Parasitas intracelulares obrigatórios. Não se multiplicam em ambientes extracelulares. * Propriedades gerais dos vírus Composição Ácido nucléico: DNA ou RNA fita simples ou fita dupla; lineares ou circulares. Capsídeo: capa protéica Envelope viral (presente ou não): membrana lipoprotéica (proveniente da célula hospedeira). Enzimas: importantes no processo infeccioso. MODELO ESQUEMÁTICO (HIV) REPRESENTANDO OS COMPONENTES VIRAIS * Propriedades gerais dos vírus Estrutura da partícula viral Virions icosaédricos Virions helicoidais Virions de estrutura complexa Classificados de acordo com a simetria do capsídeo ADENOVÍRUS (ICOSAÉDRICO) VÍRUS DO MOSAICO DO TABACO (HELICOIDAL) BACTERIÓFAGO T4 (ESTRUTURA COMPLEXA) * * VIROLOGIA DEFINIÇÃO DE TERMOS partícula viral = vírion Proteínas que revestem o genoma viral = capsídeo capsídeo + genoma = nucleocapsídeo Alguns vírus podem conter ainda um envelope com proteínas virais associadas Envelope: Natureza glicolipídica derivada da célula hospedeira * Vírion: apenas 1 ácido nucléico (para qualquer tipo de vírus) DNA ou RNA : fita simples (fs) fita dupla (fd) dupla fita parcial Genomas virais Propriedades gerais dos vírus DNA Ácido Nucléico Fita simples Fita dupla RNA Fita dupla Fita simples Positiva Negativa * SIMETRIA ICOSAHEDRICA 20 faces 12 vértices * * * * * VIRUS DO MOSAICO DO TABACO * SIMETRIA COMPLEXA FAMÍLIA POXVÍRUS * 5 TIPOS BÁSICOS DE ESTRUTURAS VIRAIS ICOSAHEDRICO ICOSAHEDRICO ENVELOPADO COMPLEXO HELÍPTICO HELÍPTICO ENVELOPADO * Replicação viral Funções essenciais que o genoma viral deve codificar Alterar a estrutura e/ou a função da célula infectada; Promover a replicação do genoma viral; Promover a formação de partículas virais. REPLICAÇÃO VIRAL: FUNÇÕES DO GENOMA * * RECEPTORES DE SUPERFÍCIE CELULAR PERMITEM A ENTRADA DO VÍRUS NA CÉLULA * Replicação viral Bacteriófagos Líticos Lise da célula hospedeira como parte do seu ciclo de vida Bacteriófagos Temperados Dois ciclos de vida possíveis Ciclo lítico (igual dos fagos líticos) Lisogênico: incorpora seu DNA no DNA do hospedeiro ( estágio quiescente ou dormente) Bacteriófagos – Vírus que infectam apenas bactérias Fago T4 Fago Lambda * * * ETAPAS DA REPLICAÇÃO Adsorção 2. Penetração 3. Desnudamento 4. Expressão gênica (transcrição e tradução) 5. Replicação do genoma 6. Morfogênese / maturação 7. Liberação * Replicação viral Fases do processo de infecção viral com ciclo lítico 1- Adsorção: Ptns de superfície virais (Ex.: glicoptns do envelope do vírus influenza); Sítios receptores da célula: proteínas, polissacarídeos ou lipídeos (Ex.: CD4); Ligação vírus-célula é específica. 2- Penetração: Injeção de ácido nucléico; 3- Biossíntese dos componentes virais Replicação do ácido nucléico viral; Produção de capsídeos para conter o ácido nucléico. 4- Maturação Pode ser um processo espontâneo. 5- Liberação Limite para a quantidade de vírus; Lisozima produzida na fase tardia facilita a lise. * Replicação viral Adsorção Penetração Biossíntese Biossíntese Maturação Liberação * Replicação viral Ciclo lisogênico de bacteriófagos Bacteriófago deve conter DNA de fita dupla para que ocorra a lisogenia. Adsorção e Penetração prossegue como no ciclo lítico; Formação do Profago: O fago insere seu genoma no genoma bacteriano e se torna um profago; a expressão dos genes do fago é bloqueada pelo repressor do fago; Manutenção do Profago: O profago é duplicado como parte do nucleóide da célula hospedeira; Indução espontânea: O Repressor deixa de ser produzido; o genoma viral é excisado do nucleóide da célula hospedeira; o genoma duplica e os componentes do fago são produzidos; o ciclo lítico prossegue. * Replicação viral Adsorção e Penetração Formação do profago Manutenção do profago Indução espontânea Biossíntese Maturação Liberação * Replicação viral Tipos de penetração dos vírus nas células a) INJEÇÃO DO ÁCIDO NUCLÉICO b) ENDOCITOSE c) FUSÃO DO ENVELOPE VIRAL * * * Replicação fd DNA * Replicação fsRNA (-) Trazem a replicase viral (RNA polimerase) * Replicação fsRNA (+) Trazem a enzima viral transcriptase reversa * Replicação viral Liberação BROTAMENTO DO VÍRUS HIV Proteína do envelope Viral Nucleocapsídeo Membrana Citoplasmática * Egresso * Brotamento * Brotamento * Nomenclatura e classificação dos vírus * Nomenclatura e classificação dos vírus * Nomenclatura e classificação dos vírus * Nomenclatura e classificação dos vírus * Cultivo de vírus Como os vírus só se replicam no interior celular, o isolamento e a pesquisa de vírus dependem dos hospedeiros apropriados. Crescimento em cultura bacteriana em meio líquido em suspensão ou em meio sólido. Cultivo de vírus animais em laboratório (ovos embrionados ou animais) Inoculação em cultivos celulares * Diagnóstico laboratorial das infecções virais Coleta de material Infecções virais agudas → espécimes clínicos devem ser obtidos do local da doença. Relativa labilidade dos vírus fora do hospedeiro → usar meio tamponado, conservando por 24 horas a 4ºC. Isolamento e identificação de vírus Isolamento de vírus Visualização do efeito citopático (ECP) por microscopia não leva à identificação, mas correlaciona o tipo de alteração com alguns grupos de vírus. * Diagnóstico laboratorial das infecções virais Detecção de partículas virais antes do aparecimento do ECP → Técnicas de imunofluorescência direta ou indireta. Sorologia Tipo de diagnóstico importante para vírus que não são cultiváveis ou são de difícil cultivo ou quando a amostra clínica não pode ser obtida com facilidade. * Técnicas utilizadas: Fixação do complemento Inibição de hemaglutinação e da hemadsorção Ensaio imunoenzimático (ELISA) Immunoblotting (Western blot): pesquisa de anticorpos específicos contra proteínas virais. Diagnóstico laboratorial das infecções virais * Demonstração direta do vírus por microscopia eletrônica Metodologia mais rápida e não há a necessidade deviabilidade viral. Diagnóstico laboratorial das infecções virais Electron micrographs of highly purified preparations of some viruses. (a) Adenovirus. (b) Rotavirus. (c) Influenza virus. (d) Vesicular stomatitis virus. * A primeira droga antiviral licenciada para uso sistêmico nos EUA foi a amantadina Análogos de Nucleosídeos Acilavir - Herpesvirus Ribavirina - Rotavirus Ganciclovir - Citomegalovirus Trifluridina - Cerato-Herpes Zidovudina (AZT) - HIV Didanozina (ddI) e Zalcitabina (ddC) Inibidores Enzimáticos Nevirapina Indinavir Saquinavir Drogas antivirais * Prions Prions proteínas infecciosas que causam neurodegeneração em humanos e em animais. Stanley Prusiner, 1982 - PRoteinaceous INfectious Only particle; As doenças causadas por prions são chamadas de encefalopatias espongiformes; Doenças infecciosas, esporádicas ou genéticas; * Prions Agentes infecciosos que não possuem um ácido nucléico. Acredita-se que uma proteína é o agente infeccioso. O prion é definido como uma partícula infecciosa pequena, de natureza protéica, que resiste à inativação por procedimentos que inativam ou modificam ácidos nucléicos. * Príons REPRESENTAÇÃO DA PROTEÍNA PRIÔNICA HUMANA NORMAL (PrPc) E PATOLÓGICA (PrPSc) * Várias evidências sugerem que o prion é uma forma modificada de uma proteína celular conhecida como PrPc. Essa proteina é encontrada na superfície dos neurônios ligada por uma âncora do fosfolipídio glicoinositol. Acredita-se que possa funcionar na sinapse; A forma modificada da PrPc é conhecida como PrPsc (sc de scrapie), que é relativamente resistente a proteases e acumula em vesículas no citoplasma de indivíduos doentes. Acredita-se que quando a PrPsc é introduzida em uma célula normal, ocorre a conversão do PrPc em PrPsc. * Prions Características gerais da doença Confinadas ao sistema nervoso central; Lesão básica → vacuolização progressiva em neurônios, extensa hipertrofia e proliferação da astroglia e mudança espongiforme da massa cinzenta; São sempre fatais; Não há resposta inflamatória ou imunológica. CORTES TRANSVERSAIS DE TECIDOS CEREBRAIS INFECTADOS COMPARADOS COM O TECIDO NORMAL * Tratamento Não existe tratamento específico para doenças causadas por prions; A droga ideal deveria impossibilitar a conversão do prion normal para patogênico. Prevenção e controle O controle é feito pela prevenção; Inglaterra → evitar que produtos contaminados com BSE entrem na cadeia de consumo humano. * Viróides Viróides são pequenos ssRNA circulares, sem capa protéica, capazes de causar doenças em plantas. Acredita-se que replicam através da interação com uma RNA pol celular e causam seus efeitos patogênicos pela interferência com o metabolismo de DNA/RNA e/ou transcrição * Estima-se 60% das doenças infecciosas são causadas por viroses, e ao redor de 15% por bactérias FIM * * * *
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