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Intervenção de Terceiros

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O material ora apresentado ao aluno é mero auxilio as aulas ministradas 
em sala. Não tira, portanto, do aluno a responsabilidade de estudar em 
outras fontes de informação tais como: doutrinas, indicadas pela Docente 
que serão também exigidas em provas. 
 
 
 
AULA 
 
 
 
INTERVENÇÃO DE TERCEIRO, ASSISTÊNCIA, DENUNCIAÇÃO DA LIDE, 
CHAMAMENTO AO PROCESSO, INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA 
PERSONALIDADE JURÍDICA E AMICUS CURIAE . 
 
 
 
 
1 – INTERVENÇÃO DE TERCEIRO. 
 
CONCEITO: Ocorre o fenômeno processual chamado intervenção de terceiro 
quando alguém ingressa, como parte ou coadjuvante da parte, em processo 
pendente entre outras partes. 
 
 A intervenção, sempre facultativa para o terceiro, não é, porém, 
arbitrária. Só pode ocorrer naquelas hipóteses especialmente previstas 
pela lei processual. 
 
1.1 – Classificação: assistência (arts. 119 a 123); denunciação da lide (arts. 
125 a 132); chamamento ao processo (arts. 130 a 132); Incidente de 
desconsideração da personalidade jurídica (arts. 133 a 137); amicus 
curiae ( art. 138). 
 
2 – DA ASSISTÊNCIA. 
3 
Conceito: dá-se a assistência quando o terceiro, na pendência de uma causa 
entre outras pessoas, tendo interesse jurídico em que a sentença seja favorável 
a uma das partes, intervém no processo para prestar-lhe colaboração. 
 
 O assistente, não é parte da relação processual – pelo menos na 
modalidade de assistência simples - e nisso se distingue do 
litisconsorte. Sua posição é de terceiro que tenta apenas coadjuvar uma 
das partes a obter vitória no processo. 
 
3.1 Pressupostos da intervenção: 
 
a) existência de uma relação jurídica entre uma das partes e o terceiro 
(assistente); 
b) possibilidade de vir a sentença a influir na referida relação; 
 
 A intervenção do terceiro, como assistente, pressupõe interesse. Mas 
seu interesse não consiste na tutela de seu direito subjetivo, mas na 
preservação ou na obtenção de uma situação jurídica de outrem que 
possa influir positivamente na relação jurídica não-litigiosa entre ele, 
assistente, e a parte assistida. 
 O interesse do assistente deverá ser jurídico, isto é, deve relacionar-se 
com um vínculo do terceiro com uma das partes. 
 
Ex: Se “A”., dono de uma coisa, convenciona alugá-la ou emprestá-la a “B” e 
a “C”., ajuíza uma ação reivindicatória sobre a mesma coisa, é intuitivo que 
“B”, tem interesse jurídico em que “A”, saia vitorioso na causa, pois, caso 
contrário, não poderá desfrutar da coisa que foi objeto do contrato. Legítima 
será, destarte, sua intervenção no processo para ajudar “A”, a obter sentença 
que lhe seja favorável. 
 
 
3.2 Assistência Simples e Assistência litisconsorcial. 
 
3.2.1 – Assistência Simples ou Adesiva: diz-se simples ou adesiva quando o 
terceiro tem interesse jurídico no resultado da sentença, cujo resultado 
possa vir a influir de modo relativo nesta situação. Os efeitos da decisão 
do processo, para autorizar a assistência simples, são apenas indiretos 
ou reflexos, visto que a relação material invocada pelo interveniente não 
será objeto de julgamento, por não integrar o objeto litigioso. 
 
O assistente simples é mero auxiliar da parte assistida, por isso não pode 
contrariar a linha de defesa nem praticar atos de disposição de direitos 
ou interesses, como confessar, transigir, renunciar ou desistir. 
 
3.2.2 – Assistência Qualificada ou Litisconsorcial: dá-se a assistência 
litisconsorcial quando o direito em litígio pertence tanto ao assistido 
como ao assistente, de tal forma que este poderia ter proposto a ação 
individualmente ou em litisconsórcio com o assistido, figurando como 
parte principal. 
 
Ex.: herdeiro que intervém na ação em que o espólio é parte representada 
pelo inventariante. A sentença a ser proferida perante o espólio não terá 
apenas reflexo para o herdeiro, mas efeito direto e imediato sobre seu 
direito de herança litigiosa. 
 
Embargos do Devedor. A mulher pode intervir, como assistente 
litisconsorcial, nos embargos do devedor opostos pelo marido, alegando a 
nulidade da fiança prestada apena pelo varão. 
 
 
2.2.3- Requisitos: a) há de haver uma relação jurídica entre o interveniente e o 
adversário do assistido; b) essa relação há de ser normada pela sentença. 
 
3.3 – Pressuposto da Assistência Litisconsorcial. 
 
A Substituição Processual, é em regra o pressuposto da assistência 
litisconsorcial, alguém está em juízo defendendo, em nome próprio, 
direito alheio (art. 18). Embora o terceiro seja titular do direito litigioso, sua 
defesa em juízo, por alguma excepcional autorização da lei, está sendo 
promovida por outrem. Mesmo não sendo parte processualmente, a coisa 
julgada o atingirá. 
 
O assistente litisconsorcial é aquele que mantém relação jurídica própria 
com o adversário da parte assistida e que assim poderia desde o início da 
causa figurar como litisconsorte facultativo. Seu ingresso posterior, como 
assistente, assegura-lhe, assim, o status processual de litisconsorte. 
 
 
 
3.4 – Cabimento da intervenção assistencial. 
 
- art. 119 - § único. 
- Enquanto não há coisa julgada, é possível a intervenção do 
assistente, mesmo que já exista sentença e a causa esteja em grau 
de recurso. 
 
3.5 – Procedimento. 
 
a) a assistência deve ser requerida, por petição do terceiro interessado, 
dentro dos autos em curso. Ambas as partes serão ouvidas e qualquer 
delas poderá impugnar o pedido, em 15 dias, constados da intimação ; 
b) se não houver impugnação, ao juiz caberá, simplesmente, admitir a 
assistência sem maior apreciação em torno do pedido; 
c) todavia, se houver impugnação, esta só poderá referir-se à falta de 
interesse jurídico do terceiro para interferir a bem do assistido- art. 120, 
§ único; 
d) procedimento da impugnação art. 120, § único. 
 
3.6 Poderes e Ônus Processuais do Assistente. 
a) pode o assistente produzir provas, requerer diligências e perícias, 
apresentar razões e participar de audiências; art. 121. 
b) sujeita-se, aos ônus ou encargos que tocam ao assistido. Por isso, “se o 
assistido for vencido, o assistente será condenado ao pagamento das 
custas em proporção à atividade que houver exercido no processo – art. 
94; 
c) Se a assistência se der em favor do demandado revel ou de qualquer 
outro modo omisso “o assistente será considerado seu substituto 
processual” art. 121, § único. Os prazos que, para o revel, correria 
independentemente de intimação passarão a depender, então da ciência 
a ser dada ao assistente, como substituto processual do assistido. 
d) a participação do assistente é acessória, pressupõe a do assistido, que é a 
principal; 
e) essas limitações, restringem-se à assistência simples ou adesiva; 
 
A assistência não pode impedir – art. 122, que: 
a) o autor desista da ação e provoque a extinção do processo; 
b) o réu reconheça a procedência do pedido, provocando julgamento de 
mérito contrário à parte assistida; 
c) as partes ponham fim ao litígio mediante transação; 
d) ou as partes renunciem ao direito sobre o qual se funda a ação. 
 
O assistente litisconsorcial é parte no processo e como tal, sujeita-se, a 
eficácia da coisa julgada e não pode formular pedido novo, pois o que lhe é 
permitido é simplesmente aderir aso pedidos já formulados pela parte à 
qual se coliga ; 
 
3.7 – Recursos. 
 
Art. do CPC; 
* O recurso de terceiro prejudicado é uma forma de intervenção de terceiro em 
grau de recurso ou, mais propriamente, uma assistência na fase recursal, 
porque, no mérito, o recorrente jamais pleiteará decisão a seu favor, não 
podendo ir além do pleito em benefício de uma das partes do processo.Segundo o entendimento mais condizente com o instituto da assistência 
simples, a legitimidade para recorrer do assistente não esbarra na inexistência 
de proposição recursal da parte assistida, mas na vontade contrária e expressa 
dessa no tocante ao direito de permitir a continuidade da relação processual. 
 
Desta forma, se o assistido deixar de recorrer, “o recurso do assistente evitará 
a preclusão”, por se tratar de omissão contumacial, ou de simples inércia na 
interposição do recurso pelo assistido. Se, contudo, a parte principal tiver 
expressamente manifestado a vontade de não recorrer, renunciando ao recurso 
ou desistindo daquele já interposto, o assistente não poderá apresentar recurso 
próprio, pois a sua atuação fica vinculada à manifestação de vontade do 
assistido. 
 
3- A Assistência e a Coisa Julgada 
 
O assistente litisconsorcial é parte do processo e, como tal, sujeita-se, 
normalmente, à eficácia da coisa julgada, frente à sentença que decidir a 
causa. 
 
A essa regra restritiva, porém, o código abre duas exceções, para permitir ao 
assistente simples a reabertura de discussão em torno do que foi decidido 
contra o assistido, e que ocorrem quando alegar e provar que – art. 123: 
 
a) Pelo estado em que recebera o processo, ou pelas declarações e atos do 
assistido, foi impedido de produzir provas suscetíveis de influir na 
sentença. – inciso I; 
b) Desconhecia a existência de alegações ou de provas da quais o assistido, 
por dolo ou culpa, não se valeu – inciso II. 
 
 
4 – DENUNCIAÇÃO DA LIDE. 
 
Conceito: consiste em chamar o terceiro (denunciado), que mantém um 
vínculo de direito com a parte (denunciante), para vir responder pela garantia 
do negócio jurídico, caso o denunciante saia vencido no processo. 
 
Art. 125 – Casos em que tem cabimento a denunciação a lide: 
 
I – o de garantia da evicção; 
II – o do direito regressivo de indenização; 
 
I – refere-se ao chamamento do alienante, quando o adquirente a título 
oneroso sofre reivindicação da coisa negociada por parte do terceiro. (evicção) 
 
 Se o adquirente não lançar mão da denunciação da lide e vier a 
sucumbir perante a reivindicação da outra parte, não poderá 
exercitar, contra o transmitente, o direito de garantia que da 
evicção lhe resultaria. 
 
II – refere-se a denunciação da lide àquele que estiver obrigado por lei ou 
contrato, a indenizar o denunciante, em ação regressiva, pelo prejuízo que 
eventualmente advier da perda da causa. 
 
 
4.1- Responsabilidade Civil do Estado: 
 
 A denunciação, para que o Estado exercite a ação regressiva contra 
funcionário faltoso, realmente não é obrigatória. Mas, uma vez exercitada, não 
pode ser recusada pelo juiz. 
 
 Em se tratando de responsabilidade civil do estado, é a constituição que, 
ao mesmo tempo que consagra o dever objetivo da Administração, de 
reparar o dano causado por funcionário a terceiros, institui também a 
ação regressiva do estado contra o funcionário responsável, desde que 
tenha agido com dolo ou culpa (art. 37, § 6º). 
 
4.2 – Obrigatoriedade da denunciação da lide. 
 
- art. 125- a denunciação da lide é admissível nas hipóteses em que é cabível. 
 
Essa admissibilidade decorre do direito material e não da lei processual. 
 A parte que pretender sentença que envolva, além da causa principal, 
também o direito de regresso contra o terceiro responsável pela garantia 
de seu direito envolvido no litígio, admitirá o uso de denunciação da 
lide. 
 
4.3 – Não cabe denunciação da lide: 
- Não cabe nas ações fundadas no código de defesa do consumidor, 
oriundas de relação de consumo – Lei 8.078/1990, art. 88; 
- Nos embargos à execução, por seu âmbito restrito e específico; 
 
4.4 – Legitimação: 
 
Pode denunciar: o autor, o réu, em face do alienante da coisa evicta. 
 
São legitimados passivos: o alienante a título oneroso, o responsável pela 
indenização regressiva – art. 125, I e II. 
 
4.5 – Procedimento: 
 
4.5.1 Denunciação feita pelo autor: 
 Quando a denunciação da lide parte do autor, deverá fazê-lo na própria 
petição inicial, junto com o requerimento de citação do réu. 
 
 Ex: “um veículo foi objeto de apreensão policial promovida por alguém 
que se diz dono é vítima de furto. O comprador, então, move ação 
reivindicatória ou possessória e, desde, logo, inclui o vendedor na 
demanda como responsável pelo garantia da evicção.” 
 
 Na petição inicial, portanto, será pedida a citação do denunciado, 
juntamente com a do réu, fundada em pretensão regressiva da qual o 
autor se alega titular. Haverá, assim, um litisconsórcio eventual inicial 
entre o réu e o denunciado. 
 
O denunciado será citado antes do réu, para ter a oportunidade de 
eventualmente assumir a posição de litisconsorte do autor e aditar, se lhe 
convier, a petição inicial com novos argumentos. 
 
 O juiz deverá marcar o prazo de resposta do denunciado, e o processo 
ficará suspenso (art. 126). Em princípio por 30 dias, para residente na 
comarca, e de dois meses para residente em outra Comarca, ou em lugar 
incerto. (art.131) 
 
4.5.2 Posição do Denunciado: 
 
a) permanecer inerte, deixando escoar o prazo de 30 dias, caso em 
que findo o prazo de comparecimento, o denunciado incorrerá em 
revelia, e o juiz determinará a citação do réu, prosseguindo-se a 
ação sem mais intimações pessoais ( art. 346); ou 
 
 
b) comparecer e aceitar a qualidade que lhe é atribuída pelo 
denunciante, o denunciado assume a posição de litisconsorte do 
autor, caso em que poderá acrescentar novos argumentos à 
petição inicial; 
 
c) Negar a qualidade que lhe é atribuída pelo denunciante, caso em 
que o autor prosseguirá com a ação contra o réu e terá, mesmo 
assim, assegurado o direito a ver solucionado na sentença final o 
direito decorrente da evicção, ou da responsabilidade por perdas e 
danos a cargo do denunciado, conforme apurado no processo. 
 
 Só depois de solucionado o incidente da citação do denunciante é 
que, restabelecido o curso do processo, se realizará a citação do réu 
– art. 127. 
 
4.6 – Denunciação feita pelo réu: 
a) o réu deverá fazer a denunciação da lide no prazo para contestar a ação 
– art. 126; 
b) é conveniente que o réu faça a denunciação da lide no prazo da 
contestação 30 dias na mesma Comarca e 2 meses em Comarca diversa 
ou em lugar incerto; 
c) Ao denunciado, o juiz marcará o prazo de resposta (15 dias) e, após sua 
citação, poderá ocorrer uma das seguintes hipóteses prevista pelo art. 
128: 
 
4.6.1– Posição do Denunciado: 
* o denunciado terá o prazo de 15 dias para se manifestar, podendo: 
a) aceitar a qualidade que lhe é atribuída pelo denunciante e contestar o 
pedido, tornando-se dele litisconsorte; 
b) silenciar deixando o prazo escoar em branco, tornando-se revel, o 
denunciante poderá deixar de prosseguir em sua defesa, eventualmente 
oferecida, e abster-se de recorrer, restringindo sua atenção à ação 
regressiva (inciso II). Diante do desinteresse do denunciado, pode o 
denunciante desistir da contestação antes produzida, ou, caso não o faça 
e a sentença lhe seja adversa, poderá usar dos recursos cabíveis, sem 
que essa atitude comprometa a garantia de regresso. Nesse caso, o réu 
denunciante passa a se preocupar única e exclusivamente com a ação 
secundária de garantia, na tentativa de obter êxito em seu pedido de 
regresso. 
 
c) comparecer, aceitar a qualidade que lhe é atribuída e confessar os fatos 
alegados pelo autor na petição inicial, poderá o denunciante prosseguir 
na defesa ou aderir a tal reconhecimento e apenas pedir a procedência 
da ação de regresso – art. 128, III4.7– Efeitos da Denunciação da Lide. 
 a denunciação provoca cumulação de ações; 
 o denunciante perdendo a causa originária, já obterá sentença também 
sobre a sua relação jurídica perante o denunciado e estará, dispensado 
de propor nova demanda para reclamar a garantia da evicção ou a 
indenização de perdas e danos devida pelo denunciado; 
 Num só ato judicial, duas condenações serão proferidas: uma contra o 
denunciante e em favor do demandante; e outra contra o denunciado, 
em favor do denunciante, desde que este tenha saído vencido na ação 
principal e que tenha ficado provada a responsabilidade do primeiro. 
 Quando, porém, o denunciante for vitorioso na causa principal, não 
haverá julgamento de mérito na demanda regressiva. Esta ficará 
simplesmente prejudicada e, o juiz condenará o denunciante ao 
pagamento das verbas de sucumbência em favor do denunciado – art. 
129. 
A propósito dos honorários deve ser observado: 
a) Se o denunciante sair vencido na ação originária e vencedor na 
denunciação referente à evicção, o denunciado será condenado nos 
encargos da ação regressiva e no reembolso daqueles a que o evicto for 
condenado a pagar ao evictor. 
b) Se a denunciação for prejudicada pela vitória do denunciante na ação 
originária, haverá condenação do denunciante ao pagamento das verbas 
de sucumbência em favor do denunciado. 
 
4.8 – Recursos. 
 Se a admissibilidade da denunciação da lide for rejeitada na fase de 
saneamento da causa, ter-se-á configurado decisão interlocutória, o 
recurso cabível, será o agravo; 
 Quando a apreciação se der na sentença, o recurso será o de apelação. 
 
4.9 – Denunciação Sucessiva. 
O novo código não acolheu a sistemática do código de 1973. Em primeiro 
lugar, autorizou à parte denunciar a lide àquele que lhe transmitiu o bem que 
corre o risco de evicção – art. 125- I Apenas tão somente uma única 
denunciação sucessiva foi permitida, que é a promovida pelo denunciado ao 
transmitente imediato, ou seja, daquele de quem ele adquiriu o bem litigioso – 
art. 125 § 2º 
 
 
5 – CHAMAMENTO AO PROCESSO. 
 
Conceito: é o incidente pelo qual o devedor demandado chama para integrar o 
mesmo processo os coobrigados pela dívida, de modo a fazê-los também 
responsáveis pelo resultado do feito. 
 
 O Chamamento ao processo é uma faculdade e não uma obrigação 
do devedor demandado. Só o réu pode promover o chamamento ao 
processo. 
 
5.1 Cabimento. 
É admissível ao processo de conhecimento (cognição). 
 
5.2 – Casos de Admissibilidade do Incidente 
 
Conforme o art. 130, é admissível o chamamento ao processo: 
a) Do afiançado, na ação em que o fiador for réu; 
b) Dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles; 
c) Dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de 
alguns o pagamento da dívida comum; 
 
 
5.3 – Procedimento. 
 O réu deve propor o incidente na contestação – art. 131. E a citação do 
chamado deverá ser promovida: I- no prazo de trinta dias, se o chamado 
residir na mesma Comarca; ou II- em dois meses, se residir em outra 
Comarca, ou em lugar incerto. Não sendo promovida a citação no 
devido prazo, o chamamento tornar-se-á sem efeito – art. 131. 
 Haja ou não aceitação do chamamento, pelo terceiro, ficará este 
vinculado ao processo, de modo que a sentença que condenar o réu terá, 
também, força de coisa julgada contra o chamado. 
 
 
5.4 - Chamamento ao Processo em Caso de Seguro de Responsabilidade 
Civil. 
 
A nova conceituação do contrato de seguro de responsabilidade civil feita pelo 
C.C/2002 teve importante repercussão sobre a intervenção da seguradora na 
ação indenizatória intentada pela vítima do sinistro. 
 
Não é mais o reembolso de seus gastos que o seguro de responsabilidade civil 
cobre. O ofendido tem, portanto, ação que pode exercer diretamente, tanto 
contra o segurado como contra a seguradora. Embora, a jurisprudência não 
admita que a ação seja intentada apenas e exclusivamente contra a seguradora 
– súmula 529/STJ. 
 
 
6 - INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE 
JURÍDICA. 
 
 
O Código Civil de 2002 em seu artigo 50, assim dispõe: “em caso de abuso de 
personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela 
confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do 
Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de 
certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens 
particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica”. 
 
Assim, coube à jurisprudência dar forma à desconsideração. Demonstrando o 
credor estarem presentes os requisitos legais, o juiz deveria levantar o véu da 
personalidade jurídica para que o ato de expropriação atingisse os bens 
particulares de seus sócios, de forma a impedir a concretização de fraude à lei 
ou contra terceiros. Somente após a desconsideração, os sócios eram 
chamados a integrar a lide e interpor os recursos cabíveis. 
 
Suprindo a lacuna processual, o novo código cuidou da matéria nos arts. 133 a 
137, traçando o procedimento a ser adotado na sua aplicação, de maneira a 
submetê-lo, adequadamente, à garantia do contraditório e ampla defesa. 
 
6.1 – A desconsideração inversa da personalidade jurídica. 
 
 Essa modalidade particular de desconsideração atualmente encontra previsão 
no novo código de processo civil, no art., 133, § 2º, restando, assim, suprida a 
lacuna do direito material e chancelada a jurisprudência a respeito. 
 
Mas é preciso que sejam preenchidos os requisitos do art. 50, do C.C, pois não 
é ilícito a formalização e capitalização de pessoa jurídica, em si. Daí que, 
somente por meio de demonstração da fraude cometida pelo sócio, é que se 
poderá alcançar a desconsideração inversa. 
 
Ex. A confusão patrimonial verificada quando o sócio devedor age como 
verdadeiro “dono” ou “controlador” da sociedade, retirando do caixa da 
empresa, mediante expedientes lícitos ou ilícitos, formais ou informais, o 
necessário para sua manutenção e de sua família. “Se o sócio não possui 
dinheiro em suas contas pessoais, mas está a usufruir dos benefícios derivados 
da retirada que faz na sociedade”, comete fraude que deve ser coibida para 
impedir os efeitos da confusão patrimonial. 
 
6.2 – Procedimento do Incidente de Desconsideração da Personalidade 
Jurídica. 
 
I- Desconsideração Requerida com a Petição Inicial: 
 
Pode o autor, ao ajuizar a ação, apresentar provas da utilização indevida da 
personalidade jurídica da empresa e requer a sua desconsideração, para atingir 
os bens particulares dos sócios ou administradores responsáveis pelos atos 
fraudulentos. Nesse caso, o requerente promoverá a citação do sócio ou da 
pessoa jurídica para integrar a lide e contestar o pedido de desconsideração – 
art. 134, § 2º. Assim, não será necessária a instauração de um incidente 
específico, nem mesmo a suspensão do processo, na medida em que a defesa a 
respeito da desconsideração será apresentada pelos réus com a contestação. 
 
II- Desconsideração Requerida como Incidente: 
 
Se o Requerente não tiver conhecimento da fraude ao ajuizar a ação, o pedido 
pode ser feito posteriormente, durante a marcha processual, por meio de 
simples petição em que se comprovem os requisitos legais. Em tal 
circunstância, a instauração do incidente suspenderá o processo – art. 134, § 
3º. 
 
O incidente pode ser instaurado em todas as fases do processo de 
conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título 
executivo extrajudicial – art. 134. 
 
A instauração do incidente e desconsideração será imediatamente comunicada 
ao distribuidor paraas anotações – art 134, § 1º, em decorrência da ampliação 
subjetiva da relação processual originária. Além disso, o sócio ou a pessoa 
jurídica serão citados para apresentar defesa e requerer as provas cabíveis no 
prazo de 15 dias, - art. 135, a fim de cumprir a garantia fundamental do 
contraditório. 
 
O incidente deverá ser julgado pelo juiz logo após a defesa ou depois de 
realizada a instrução, se necessária, por meio de decisão interlocutória, contra 
a qual caberá agravo de instrumento – art.136, caput, e 1015, IV. Se o 
incidente for resolvido em sede recursal, pelo relator, a decisão será atacável 
por meio de agravo interno – art. 136, § 1º. 
 
III - Desconsideração Requerida em Execução ou no Cumprimento de 
Sentença. 
 
Na hipótese de desconsideração da personalidade jurídica ser requerida nos 
autos da execução ou durante o cumprimento de sentença, mesmo quando a 
formulação do pedido se der na própria petição inicial ou no requerimento do 
cumprimento da sentença será sempre obrigatória a observância do incidente 
regulado pelos arts., 134 e 136. É que o procedimento executivo, em sua 
forma pura, não tem sentença para resolver sobre a responsabilidade nova (a 
do sócio ou da pessoa jurídica não devedores originariamente) e, sem tal 
decisão, faltará título executivo para sustentar o redirecionamento da 
execução. 
 
6.3 – Efeitos da Desconsideração da Personalidade Jurídica. 
 
O principal efeito da desconsideração da personalidade jurídica é imputar aso 
sócios ou administradores da empresa a responsabilidade pelos atos 
fraudulentos praticados em prejuízo de terceiros. Desta forma, a indenização 
será assegurada não apenas pelos bens da pessoa jurídica, mas, também, pelo 
patrimônio pessoal dos sócios ou administradores envolvidos. 
 
Ocorrendo a desconsideração inversa, a pessoa jurídica será responsabilizada 
por obrigações contraídas por seu sócio, de modo que o patrimônio daquela 
será utilizado para a reparação dos danos provocados. 
 
6.4 – Prevenção contra a Fraude. 
 
Dispõe o novo Código que a partir do acolhimento do pedido de 
desconsideração, a alienação ou oneração de bens, havida em fraude a 
execução, será considerada ineficaz em relação ao requerente – art. 137. Ou 
seja, antes mesmo que se verifique a penhora, os credores serão acautelados 
com a presunção legal de fraude, caso ocorram alienações ou desvios de bens 
pelas pessoas corresponsabilizadas. Como a penhora só será viável depois da 
decisão do incidente, a medida do art. 137 resguarda, desde logo, a garantia 
extraordinária que se pretende alcançar por meio da desconsideração. 
 
Da mesma forma que se passa com a fraude cometida dentro da execução 
ordinária, a presunção legal de fraude do art. 137 pressupõe que o sujeito 
passivo da desconsideração da personalidade jurídica já tenha sido citado para 
o incidente, quando praticar o ato de disposição. 
 
Antes da citação, o devedor ou responsável não fica imune à consequências da 
fraude, mas se sujeita ao regime de fraude contra credores e não fraude à 
execução. 
 
Note-se, outrossim, que o negócio jurídico acaso praticado após a instauração 
do incidente não será nulo, mas apenas ineficaz, não surtirá efeitos em relação 
ao credor requerente. Por essa razão, os bens desviados poderão ser 
penhorados, sem embargo de pertencerem aos terceiros adquirente, para o fim 
de garantir a execução ajuizada em desfavor da pessoa jurídica ou de seus 
sócios ou administradores. 
 
7- AMICUS CURIAE. 
 
O amicus Curiae, ou amigo do Tribunal, previsto pelo NCPC entre as 
hipóteses de intervenção de terceiros – art. 138, mostra-se- 
preponderantemente, como auxiliar do juízo em causas de relevância social, 
repercussão geral ou cujo objeto seja bastante específico, de modo que o 
magistrado necessite de apoio técnico. 
 
Sua participação é meramente opinativa a respeito da matéria objeto da 
demanda. 
 
7.1- Natureza Jurídica 
 
O amicus curiae, é um auxiliar especial do juiz, a quem cabe fornecer 
informações técnicas reputadas relevantes para o julgamento da causa. Sua 
interferência é, pois, típica e particularíssima, seja pelas condições em que se 
dá, seja pelo objetivo visado. 
 
Trata-se de modalidade interventiva cuja finalidade é permitir que terceiro 
intervenha no processo para a defesa de interesses institucionais tendentes a 
serem atingidos pela decisão, viabilizando, com a iniciativa, uma maior 
legitimação na decisão a ser tomada, inclusive perante aqueles que não tem 
legitimidade para intervir no processo. 
 
 
7.2 – Procedimento da Intervenção 
 
I- Requisitos para a Intervenção: 
 
A participação do amicus curiae no processo pode dar-se por inciativa do juiz, 
de ofício ou a requerimento das partes ou do próprio amigo do Tribunal. 
 
Será cabível se: 
 
a) Se a matéria discutida nos autos for relevante; 
b) O tema objeto da demanda for específico; 
c) A controvérsia tiver repercussão social. 
 
Presente um desses requisitos, o juiz poderá solicitar ou admitir a sua 
manifestação, por meio de decisão irrecorrível – art. 138. 
O magistrado é livre para decidir acerca da conveniência ou não da 
intervenção do amicus curiae. Entretanto deve expor suas razões de fato e de 
direito que o levaram a admitir ou não a participação do amido do Tribunal. 
 
II- Quem Pode Atuar como Amicus Curiae: 
 
Pode ser pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com 
representatividade adequada – art. 138. É fundamental, contudo, que tenha 
conhecimento específico, sobre a matéria objeto da lide, de modo a propiciar 
ao juiz elementos e informações relevantes para bem solucionar a causa. 
 
III- Prazo e Oportunidade para Manifestação. 
 
Uma vez convocado a se manifestar, o amigo do tribunal deve fazê-lo no 
prazo de 15 dias, a contar de sua intimação, - art. 138. Sua intervenção é 
meramente colaborativa, não tem por função comprovar fatos, mas, sim, 
opinar sobre eles, interpretá-los segundo seus conhecimentos técnicos 
específicos, a fim de auxiliar o juiz no julgamento do feito. 
 
Assim, entende a doutrina que a participação do amicus curiae pode dar-se a 
qualquer momento, desde que seja assegurado o contraditório para as partes 
com ele dialogarem. 
 
IV- Representação por Meio de Advogado: 
 
A intervenção do terceiro, como amicus curiae, quando realizada 
espontaneamente, só pode dar-se por meio de representação por advogado, por 
ser esta a forma legal obrigatória de pleitear em juízo. Quando, porém, a 
inciativa é do próprio órgão judicial, que procura obter contribuição técnica 
para melhorar avaliação da causa, não há como sujeitar o interveniente a se 
fazer representar por advogado para apresentar a manifestação requisitada 
pelo juízo. 
 
7.3- Poderes do Amicus Curiae 
 
O novo código não determinou especificamente os poderes do amicus curiae, 
dispondo, apenas, que caberá ao juiz ou relator, na decisão que solicitar ou 
admitir a intervenção, definir seus poderes – art. 138 §2º. 
 
Contudo a jurisprudência do STF, admite que poderá fazer sustentação oral e 
apresentar informações e memoriais nos autos: na dicção do Ministro Celso de 
Mello, ocorre “ a necessidade de assegurar, ao amicus curiae, mais do que o 
simples ingresso formal no processo de fiscalização abstrata de 
constitucionalidade, a possibilidade de exercer a prerrogativa da sustentação 
oral perante esta Suprema Corte”. 
 
7.4- Deslocamento de Competência 
 
A legislação atual foi expressa em determinar que a intervenção do amicus 
curiae “não implica alteração de competência”, razão pela qual, ainda que o 
terceiro seja ente daadministração pública federal, não haverá, nos processos 
afetos e outras justiças, o deslocamento de competência para a justiça federal. 
Art. 138, § 1º - primeira parte. 
 
7.5- Custa e Honorários Processuais. 
 
O amicus curiae é um colaborador do juízo, razão pela qual se encontra 
dispensado do pagamento de custas, despesa e honorários. Entretanto, ressalta-
se que ele poderá ser condenado como litigante de má-fé- art. 79.

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