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Aula 01 Organização da Adm e Princípios MATERIAL COMPLEMENTAR 18.06.2018

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PROFESSOR: Thállius Moraes 
TURMA: Carreiras Policiais 
Data: 17/06/2018 
 
 
 
 
 
1 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO 
INTRODUÇÃO 
O direito administrativo compreende o conjunto de normas e institutos que disciplinam as relações 
da administração pública, seu funcionamento e sua organização, dentre várias outras situações. 
O regime jurídico administrativo possui como norte dois princípios: 
 
PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PRIVADO 
De acordo com esse princípio, o interesse público, isto é, da coletividade, é mais importante que os 
interesses privados. Desse princípio extraímos os poderes da administração pública. 
 
PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO 
O administrador público é um mero gestor da coisa alheia, não podendo dispor (abrir mão) dos 
interesses públicos, sendo esse princípio o fundamento dos deveres da administração. 
 
RAMOS DO DIREITO 
DIREITO PRIVADO → Aqui prevalece a autonomia de vontade das partes envolvidas, sem a existência 
de superioridade uma sobre a outra, isto é, elas estão em uma relação de igualdade (relação horizontal). 
 
DIREITO PÚBLICO → Nas relações regidas pelo direito público as partes envolvidas encontram-se em 
uma relação desigual (relação vertical), onde uma parte exerce determinada superioridade sobre a outra. 
As relações em que o Estado está presente são regidas, predominantemente, pelo direito público, em face 
da supremacia do interesse público sobre o privado. 
 
FONTES DO DIREITO ADMINSITRATIVO 
1) LEI (em sentido amplo) → trata-se da fonte primária (ou primordial) do direito administrativo 
(aqui enquadram-se as súmulas vinculantes). 
2) DOUTRINA e JURISPRUDÊNCIA → são consideradas fontes secundárias do direito administrativo. 
3) COSTUMES → trata-se do conjunto de regras, que embora não escritas, são observadas de 
maneira uniforme. São reconhecidas como fontes indiretas do direito administrativo. 
 
PODERES DO ESTADO (OU PODERES DA REPÚBLICA) 
No Brasil temos a tripartição dos Poderes: 
CF - Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o 
Judiciário. 
Cada um desses poderes desempenha funções típicas (principais) e atípicas (secundárias). 
 
 
 
 
PROFESSOR: Thállius Moraes 
TURMA: Carreiras Policiais 
Data: 17/06/2018 
 
 
 
 
 
2 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
FUNÇÕES TÍPICAS 
(primárias) 
 
 
FUNÇÕES ATÍPICAS 
(secundárias) 
PODER EXECUTIVO Administrar Legislar 
PODER LEGISLATIVO Legislar 
Fiscalizar 
Julgar 
Administrar 
PODER JUDICIÁRIO Julgar Legislar 
Administrar 
 
 
ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
A Administração Pública tem sua base legal no art. 37 da Constituição Federal: 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:... 
 
 A definição de quem é Administração Direta e Indireta, no âmbito federal, é encontrada no decreto 
200/67: 
 Art. 4° A Administração Federal compreende: 
 I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da 
Presidência da República e dos Ministérios. 
 II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de 
personalidade jurídica própria: 
 a) Autarquias; 
 b) Empresas Públicas; 
 c) Sociedades de Economia Mista. 
 d) fundações públicas. 
 Dessa forma, foi adotada no Brasil a classificação de Administração Pública em sentido FORMAL , 
SUBJETIVO ou ORGÂNICO (a lei define quem é Administração Pública). 
 Desse Decreto, ampliando para as demais esferas, podemos dizer que a Administração Pública é 
dividida da seguinte forma: 
 
Administração Pública DIRETA 
 União 
 Estados 
 Distrito Federal 
 Municípios 
 
Administração pública INDIRETA 
 Autarquias 
 Fundações Públicas 
 Sociedades de Economia Mista 
 Empresas Públicas 
PROFESSOR: Thállius Moraes 
TURMA: Carreiras Policiais 
Data: 17/06/2018 
 
 
 
 
 
3 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 Trata-se de um rol taxativo, isto é, são considerados como integrantes da Administração Pública 
apenas esses 8 entes. 
 
1) ADMINISTRAÇÃO DIRETA 
 São pessoas jurídicas de direito público e podem também receberem a denominação de entes ou 
pessoas políticas (possuem capacidade de legislar). Entre esses entes não existe hierarquia nem 
subordinação, eles trabalham em cooperação e com independência, cada um dentro da sua esfera de 
competência. 
 Possuem autonomia política, administrativa e financeira, sendo que suas competências são 
hauridas do texto constitucional. 
 Dentro da Administração Direta nós encontramos os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. 
 
2) ADMINISTRAÇÃO INDIRETA 
Os entes da Administração Indireta são criados pelos entes da Administração Direta, entretanto, 
sendo necessário, para tanto, lei específica. 
 
As entidades administrativas possuem autonomia administrativa e financeira, mas não possuem 
capacidade política (não podem legislar). São pessoas jurídicas de direito privado (salvo as autarquias, que 
são de direito público). 
 
 Não existe hierarquia ou subordinação entre os entes da Administração Direta e Indireta, mas sim 
uma relação de vinculação. Por meio dessa vinculação a Administração Direta exerce o controle finalístico 
ou supervisão ministerial (Tutela Administrativa), somente intervindo em caso de fuga de finalidade. 
 
 
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA EM ESPÉCIE 
Encontramos a forma de criação na Constituição Federal, art. 37: 
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa 
pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, 
definir as áreas de sua atuação; 
 
AUTARQUIAS 
 São pessoas jurídicas de direito público, criadas diretamente por lei específica. Possuem capacidade 
de autoadministração e desempenham serviços públicos de maneira descentralizada e possuem 
patrimônio próprio. 
 Tem personalidade jurídica de direito Público (seus bens são considerados públicos, sua 
responsabilidade civil é objetiva, etc.). 
 Exemplos: INSS e Banco Central. 
 
FUNDAÇÃO PÚBLICA 
 É a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em 
virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por 
órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos 
respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes. 
PROFESSOR: Thállius Moraes 
TURMA: Carreiras Policiais 
Data: 17/06/2018 
 
 
 
 
 
4 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 Caso uma Fundação Pública seja de direito público, ela na verdade será uma autarquia (fundação 
autárquica ou autarquia fundacional). 
 A sua criação é autorizada por lei, ela depende do registro dos seus atos constitutivos para que 
exista no mundo jurídico e terá seu campo de atuação definido em lei complementar. 
Exemplo: Biblioteca Nacional e FUNAI. 
 
EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA 
 São pessoas jurídicas de direito privado que tem sua criação autorizada pela lei (dependem de 
inscrição de seus atos constitutivos no registro competente para que adquiram personalidade jurídica). 
Elas tem como finalidade a prestação de serviços públicos ou a exploração de atividades econômicas. 
 Quando estiverem prestando serviços públicos, possuirão algumas característicaspróprias de 
direito público, como responsabilidade civil objetiva, os bens ligados diretamente à prestação do serviço 
público serão considerados públicos e seus débitos judiciais serão pagos mediante precatórios. Elas 
adotam o regime de pessoal celetista (empregados públicos). 
Se forem exploradoras de atividade econômica, não terão direito à benefícios não extensíveis à 
iniciativa privada, respondendo subjetivamente pelos danos causados pelos seus agentes. 
 
DIFERENÇAS: 
Empresa Pública 
 Seu capital é 100% público. 
 Podem adotar qualquer forma societária 
 Exemplos: Caixa Econômica Federal e Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos 
 
Sociedade de Economia Mista 
 Capital misto, mas deve prevalecer o capital público (no mínimo 50% + 1 ação nas mãos do 
Poder Público, ele deve manter o controle acionário). 
 Constituídas apenas na forma de Sociedade Anônima. 
 A competência para apreciar suas ações será sempre da Justiça Estadual nas ações sujeitas à 
Justiça Comum (ainda que trate-se de uma SEM federal). 
 Exemplos: Banco do Brasil e Petrobras 
 
ÓRGÃOS PÚBLICOS 
 Os órgãos públicos constituem um feixe despersonalizado de competências. Eles não 
possuem personalidade jurídica, tratando-se de uma divisão interna das competências de uma pessoa 
jurídica da administração pública (direta ou indireta). 
 
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS 
 Localizam-se dentro da estrutura de uma pessoa jurídica da administração pública (direta ou indireta). 
 Não possuem personalidade jurídica. 
 Não possuem patrimônio próprio ( o patrimônio pertence à pessoa jurídica da qual fazem parte 
da estrutura). 
 Não possuem capacidade processual (em regra, pois os órgãos independentes e autônomos 
podem utilizar-se do mandado de segurança para defesa de suas prerrogativas funcionais). 
 São fruto de desconcentração administrativa. 
 Sua criação e extinção somente pode ser feita por lei. 
 São hierarquizados. 
PROFESSOR: Thállius Moraes 
TURMA: Carreiras Policiais 
Data: 17/06/2018 
 
 
 
 
 
5 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 Podem celebrar contrato de gestão: 
CF - art. 37, § 8º "A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da 
administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus 
administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o 
órgão ou entidade(...) 
 
TEORIA DO ÓRGÃO 
A pessoa jurídica manifesta sua vontade por meio de seus órgãos públicos, sendo que os agentes 
públicos, por sua vez, manifestam a vontade dos órgãos públicos. Dessa forma, essa atuação é imputada à 
pessoa jurídica ao qual o órgão público pertence (relação de imputação). 
 
CENTRALIZAÇÃO, DESCENTRALIZAÇÃO, CONCENTRAÇÃO E 
DESCONCENTRAÇÃO 
CENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA 
É quando a Administração pública Direta realiza presta os serviços públicos diretamente, por meio de 
seus órgãos e agentes. 
 
DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA 
Técnica administrativa em que a Administração direta descentraliza transfere a atividade 
administrativa, serviço ou obra pública para outras pessoas (Administração Indireta ou para um particular). 
 Quando feita para a Administração Indireta, temos a descentralização por serviços (por outorga, 
material ou funcional), sendo transferida, nessa hipótese, tanto a execução dos serviços públicos como 
também a titularidade dos mesmos (prevalece que a titularidade somente pode ser transferida para 
pessoas jurídicas de direito público). 
Ao descentralizar para um particular (concessionários, permissionários e autorizatários), temos a 
transferência apenas da execução dos serviços públicos, permanecendo a titularidade dos mesmos com a 
Administração Pública. Nesses casos temos a descentralização por delegação (ou por colaboração) 
 Na descentralização não existe subordinação ou hierarquia. O ente da Indireta fica vinculada aos 
fins para o qual foi criada em relação à pessoa jurídica da Administração Direta que a criou. Já em relação 
ao particular, a Administração irá apenas fiscalizar a execução desses serviços, mas também sem vínculo de 
natureza hierárquica. 
 
CONCENTRAÇÃO e DESCONCENTRAÇÃO ADMINISTRATIVA 
A desconcentração administrativa é a técnica de subdivisão de órgãos públicos para que melhor 
desempenhem o serviço público ou atividade administrativa. Somente ocorre na Administração Direta ou 
indireta, pois particulares não podem criar órgãos públicos. 
 Diferentemente da descentralização, a desconcentração é uma situação marcada pela existência de 
hierarquia e subordinação, não havendo a criação de uma nova pessoa jurídica. 
A concentração ocorre quando um órgão público é extinto. Ela também ocorre em caso de fusão 
(quando, por exemplo, dois órgãos são extintos para a formação de um órgão novo que cumulará a 
competência de ambos). 
PROFESSOR: Thállius Moraes 
TURMA: Carreiras Policiais 
Data: 17/06/2018 
 
 
 
 
 
6 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Os princípios são normas de caráter geral, que tem por objeto o norteamento do sistema jurídico. Os 
princípios fundamentais da Administração Pública podem ser expressos (encontrados no texto 
constitucional) ou implícitos (aqueles que embora não contenham previsão expressa, são extraídos do 
texto constitucional). 
Entre os princípios expressos e implícitos não existe qualquer tipo de subordinação ou hierarquia. 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS FUNDAMENTAIS EXPRESSOS 
Dentro da Constituição Federal encontramos os cinco princípios fundamentais expressos: 
 Legalidade 
 Impessoalidade 
 Moralidade 
 Publicidade 
 Eficiência 
 
Art. 37 da Constituição Federal: 
 
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
Esse princípio pode ser analisado sobre duas vertentes: 
1) Em relação ao particular (legalidade em lato sensu): 
Art. 5º da Constituição Federal: 
 Segundo esse dispositivo constitucional o particular pode fazer tudo aquilo que a lei não proíba. 
Nesse caso a regra é a autonomia da vontade. 
 
2) Em relação à Administração Pública (Legalidade stricto sensu) 
De acordo com o art. 37 da Carta Magna a Administração Pública somente pode fazer aquilo que a lei 
ordena (atuação vinculada) ou autoriza (atuação discricionária). Ela jamais pode agir na omissão da lei. O 
desrespeito a esse princípio torna o ato ilegal (que deve ser anulado). 
 
PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE 
Esse principio também pode ser visto sob três perspectivas: 
1) ISONOMIA: 
O administrador público deve tratar os administrados de maneira isonômica, sem criar distinções ou 
critérios de preferência entre os mesmos, que devem ser tratados de maneira igualitária. 
 
 
2) FINALIDADE: 
 A finalidade de toda atuação pública é o interesse social. A Administração sempre deve agir 
objetivando fins públicos. Esse princípio veda que o administrador atue visando interesses próprios ou de 
terceiros. Nessa acepção ele também é chamado de princípio da Finalidade. 
PROFESSOR: Thállius Moraes 
TURMA: Carreiras Policiais 
Data: 17/06/2018 
 
 
 
 
 
7 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
3) VEDAÇÃO A PROMOÇÃO PESSOAL (OU PARTIDÁRIA) 
 Sob essa ótica, o princípio da impessoalidade veda que o administrador utilize obras públicas para 
fins de promoção pessoal ou partidária. Exemplo: Na construção de uma ponte não pode existir no cartaz 
"esta é uma obra do prefeito João da Silva". Nessa publicidade da obra deve constar apenas a entidade 
governamental e não a pessoa do administrador. Da mesma forma, é vedado fazer alusão a qualquer 
partido político. 
A exigência de concurso público para o preenchimento de cargos públicos efetivos e de empregos 
públicos reflete uma aplicação direta desse princípio. 
Outroexemplo relevante é a súmula vinculante 13 do STF, que veda o nepotismo, de modo a 
observar tanto o princípio da impessoalidade como também o da moralidade. 
 
PRINCÍPIO DA MORALIDADE 
 Esse princípio anda ao lado do princípio da legalidade, complementado-o. É importante salientar 
que a moralidade aqui tratada é a moralidade administrativa, que não se confunde com a moral segundo o 
senso comum. 
 A moralidade administrativa traz o dever de probidade. Mesmo que determinado ato seja legal, ele 
deve ser realizado de acordo com as ideias de ética, decoro, honestidade e boa-fé. 
A moralidade administrativa é um pressuposto de validade de todos os atos da administração 
pública, pois além de invalidar o mesmo, poderá acarretar também a responsabilização por improbidade 
administrativa (Lei 8.429/92). 
 
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE 
 Esse princípio também pode ser observado sob duas vertentes. 
1) Exigência de publicação: 
 Um dos requisitos de eficácia do ato administrativo (aptidão para produzir efeitos) é que ele seja 
publicado em órgão oficial. Existem algumas exceções (como no caso de sigilo para proteção da segurança 
da sociedade e do Estado). 
 
2) Transparência: 
 Não basta a mera publicação, para que esse princípio seja realmente observado é necessário que 
essa publicação esteja acessível para os administrados. Como exemplo temos o direito à obtenção de 
certidões em repartições públicas. 
Art. 5º da Constituição Federal: 
PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA 
Introduzido na Constituição Federal pela Emenda 19/98, esse princípio estabelece que todo agente 
público deve realizar suas atribuições com presteza, perfeição, rapidez e rendimento funcional. Os 
serviços públicos devem prestados de maneira eficiente, com qualidade e produtividade. 
PROFESSOR: Thállius Moraes 
TURMA: Carreiras Policiais 
Data: 17/06/2018 
 
 
 
 
 
8 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 Para privilegiar esse princípio a Constituição Federal estabeleceu as avaliações periódicas de 
desempenho para os servidores públicos, sendo que, mesmo o estável pode ser exonerado caso não tenha 
resultados satisfatórios. 
 Outra medida para tornar mais eficiente a prestação dos serviços públicos são os chamados 
contratos de gestão, previstos na Constituição Federal, art. 37: 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS FUNDAMENTAIS IMPLÍCITOS 
PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PRIVADO 
De acordo com esse princípio, o interesse público, isto é, da coletividade, é mais importante que os 
interesses privados. Dele extraímos os poderes da administração pública, que a coloca em situação de 
superioridade em face dos administrados, de modo a poder exercer o seu mister, a proteção do interesse 
público. 
PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO 
Esse princípio, implicitamente previsto na Constituição Federal, trata da indisponibilidade inerente 
aos bens e serviços públicos, que pertencem à coletividade, e não à Administração Pública (ou a seus 
agentes), que apenas atuam em prol da sociedade. A administração pública não é a titular do interesse 
público, sendo na verdade a guardiã do mesmo, não podendo, desse modo, renunciar injustificadamente 
ao mesmo, de modo a onerar a coletividade. 
O administrador público é um mero gestor da coisa alheia, não podendo dispor (abrir mão) dos 
interesses públicos, sendo esse princípio o fundamento dos deveres da administração. 
Desse modo, não se admite, por exemplo, que a Administração Pública renuncie o recebimento de 
receitas que são devidas ao Poder Público, como tributos, tarifas e multas, sem que haja uma justificativa 
legal para tanto (somente a lei poderia dispensar a cobrança dessas fontes de receita). 
 
PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE 
 A razoabilidade exige que o ato, além de ser legítimo, sejam empregados meios adequados e 
necessários para a obtenção de determinado fim. A doutrina defende o critério do "homem médio". 
As decisões devem ser tomadas tenho por base o critério da maioria das pessoas, tomando por base 
a ótica do homem comum. 
 A proporcionalidade proíbe que o agente público atue de forma excessiva., ele traduz uma 
proibição do excesso. 
Deve haver uma proporcionalidade entre os meios adotados e os fins almejados. Por exemplo, no 
caso de aplicação de uma penalidade administrativa, devem ser levados em conta fatores como a 
gravidade da falta. 
Esse princípio é muito relevante no controle dos atos de polícia administrativa (atos sancionatórios), 
por exemplo: infrações leves devem receber penas mais brandas, enquanto infrações de natureza grave, 
fazem jus a punições mais severas. 
PROFESSOR: Thállius Moraes 
TURMA: Carreiras Policiais 
Data: 17/06/2018 
 
 
 
 
 
9 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Ele também reflete uma limitação aos atos discricionários, nos quais a escolha do mérito 
administrativo deve ser feita de maneira proporcional e razoável. 
 
PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA 
 Esse princípio permite que a Administração Pública exerça o controle sobre seus próprios atos. Esse 
controle pode ser realizado sob dois aspectos: 
1) Critério de Legalidade → Quando o ato for ilegal ou ilegítimo a Administração Pública pode 
ANULAR esse ato (de ofício ou quando provocada). Essa anulação do ato ilegal possui efeitos "ex tunc" 
(retroativos). 
 
2) Critério de Mérito → Nesse caso a Administração Pública pode REVOGAR seus próprios atos por 
conveniência ou oportunidade. A revogação é feita apenas em atos legais (ato ilegal = anulação) e gera 
apenas efeitos "ex nunc" (não retroagem). 
 A súmula 473 do STF também trata desse assunto: 
 
PRINCIPIO DA CONTINUIDADE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS 
 Os serviços públicos devem ser prestados de maneira adequada e ininterrupta, somente podendo 
haver a paralisação da prestação dos mesmos em casos excepcionais, como em situações de emergência 
ou havendo aviso prévio. 
Esse princípio aplica-se tanto para os entes da Administração Pública como também para os 
particulares delegatários de serviços públicos. 
 
No caso de a administração pública descumprir sua parte, os serviços prestados pelo delegatário não 
poderão ser interrompidos ou paralisados, até a decisão judicial transitada em julgado, não aplicando-se a 
cláusula de exceção de contrato não cumprido. 
 
PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO 
Os atos administrativos devem ser motivados, isto é, deve haver a indicação dos elementos fáticos e 
jurídicos que justificam sua prática. Prevalece que isso aplica-se tanto para os atos vinculados como para 
os atos discricionário, sendo que apenas em casos excepcionais a motivação não é exigida, como, por 
exemplo, a exoneração de um cargo comissionado. 
 
PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA 
Esse princípio protege as expectativas legítimas, impedindo que o administrado seja surpreendido 
por uma situação inesperada. Ele visa dar credibilidade e estabilidade nas relações travadas com o Estado, 
vedando que seja aplicada retroativamente uma nova interpretação da lei. Esse princípio está 
intimamente relacionado com aos princípios da boa-fé e da confiança. Conforme já disse o STF, esse 
princípio reflete a necessidade de respeitar situações consolidadas pelo tempo e amparadas pela boa-fé 
dos administrados.

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