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CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO CRANIOFACIAL Desenvolvimento é uma série de sequencias normais que envolvem o crescimento, diferenciação celular e morfogênese. Maturação é quando o crescimento e desenvolvimento alcançam seu maior grau de aperfeiçoamento morfofisiológico. Desenvolvimento craniofacial: o crescimento da face é diretamente relacionado com as funções estomatognáticas. Está susceptível a algumas variáveis, entre as quais trabalhamos com as alterações funcionais. Crescimento ósseo: osso é altamente metabolizado e um dos tecidos orgânicos mais plásticos e maleáveis. Maleavel por seu crescimento poder ser guiado e sofrer influência do meio externo. O crescimento é por oposição do tecido novo em um lado e absorção óssea contralateral, de forma contínua para manter sua forma. Crânio: a base do crânio sofre poucas mudanças e é usada como referência. A sela túrcica alcança o tamanho adulto com 7 anos. O crescimento da fossa craniana faz com que as estruturas localizadas na frente sofram um crescimento secundário, para igualar a posição sagital da maxila que está em protusão. Maxila: crescimento por proliferação do tecido conjuntivo sutural nos pontos que se conecta com outros ossos. Trajeto de crescimento para trás e cima, porem seu deslocamento é para frente e baixo. A tuberosidade empurra a maxila para frente na mesma proporção que ele cresce dando espaço para os dentes. O crescimento da região alveolar depende do desenvolvimento da oclusão (força mastigatória). Posicionamento da língua no palato duro é diretamente relacionado ao seu crescimento. Mandibula: crescimento através de surtos. Nos primeiros anos a maxila está mais avançada, porém a maxila esgota seu crescimento e a mandíbula continua crescendo. Crescimento intenso até os 6 anos, largura muda pouco depois dos 7 anos. Crescimento é para cima e trás. Músculos mastigatórios estimulam seu crescimento. Harmonia entre crescimento maxilar e mandibular depende da oclusão dentaria. TEORIA SOBRE A REGULAMENTAÇÃO DO CRESCIMENTO CRANIOFACIAL Teoria genética: crescimento pré determinado, crescimento facial controlado pela genética Teoria da dominância sutural: controle genético onde as suturas, acompanhadas de cartilagem e o periósteo são centros de crescimento que controlam o crescimento facial Teoria cartilaginosa: cartilagem como fator determinante sobre controle genético intrínseco, osso responde de maneira secundaria e passiva. O deslocamento da maxila acontece pelo crescimento da cartilagem da base do crânio e do septo nasal Teoria do controle morfogenético: refere que nenhuma das teorias anteriores são totalmente satisfatórias. Existem 6 elementos essenciais: Crescimento condrocrânio : (crânio cartilaginoso) Crescimento desmocrânio: massa de mesoderma na extremidade cranial As cartilagens do crânio são centros de crescimento O crescimento sutural é controlado pelos processos que se originam nas cartilagens do crânio O crescimento periostico é controlado pelos processos que se originam nas estruturas adjacentes da cabeça Os crescimentos suturais e periosticos são condicionalmente governados pelas influências ambientais, inclusive forças musculares. Teoria do servossistema: estudos concluíram que o terço médio da face cresce para baixo e frente devido a presença de cartilagem na base do crânio e septo nasal. Sofrem influência hormonal, muscular e funcional Teoria da matriz funcional: Moss O crescimento ósseo responde a uma relação funcional determinada pelos tecidos moles que atuam em associação com ele. Matriz funcionam são os tecidos moles (músculos, nervos, vasos sanguíneos, glândulas etc). Cada componente da matriz está relacionado com uma função distinta Divide o crânio em vários componentes, sendo cada um formado por uma matriz funcional e uma unidade esquelética. A matriz funcional é dividida em: perióstica e capsular. Matriz funcional perióstica: influência direta no osso, pelos processos de oposição e reabsorção, a matriz controla o tamanho e o formato do osso. Matriz funcional capsular: dividida ainda em cerebral e facial. Todos os ossos crescem para manter os espaços fisiológicos - Neurocrânio: matriz composta pela massa neural (cérebro, liquor e meninges) - Esqueleto facial: a matriz consiste nos espaços funcionais da orofaringe O crescimento craniano é uma combinação da atividade morfogênica primaria de ambos os tipos de matrizes. Ex: a expansão do espaço nasal aéreo foi o primeiro evento morfogênico e o crescimento das cartilagens associadas e ossos foi uma resposta ao incremento no espaço e não a sua causa. A função das estruturas adjacentes aos ossos é que determinam seu crescimento. O controle do crescimento é feito por fatores locais ou ambientais. DESENVOLVIMENTO X FUNÇÕES O crescimento e desenvolvimento da face depende também de suas funções As funções tem a capacidade de determinar ou não, o potencial que a hereditariedade determinou. Para que uma criança se torne um adulto com características faciais funcionais, harmoniosas e saudáveis, é necessário: padrão genético harmonioso e condições funcionais adequadas durante o crescimento. Respiração: a pressão de ar que invade os seios maxilares, aumentam o tamanho dos mesmos, e ao mesmo tempo pela parte externa, a musculatura faz uma tração e consequentemente uma transformação óssea. Sucção: reflexo de alimentação inato já observado na 29º SG. E na 32º já está coordenado com a deglutição. A presença deste reflexo ao nascimento pode indicar uma boa maturidade e função neurológica. O reflexo ocorre mesmo quando a fome já tenha sido saciada. É desencadeado pelo contato dos lábios do bebe com o seio da mãe ou com dedos e objetos. Tipos de sucção sucção nutritiva: aleitamento natural (peito), aleitamento artificial (formula) sucção não nutritiva: chupeta, dedos, lábios, língua e outros objetos. Não há consenso que determina até que idade é normal. Envolve fatores fisiológicos (necessidade de sucção), ambiental (inicio precoce de alimentação), emocional ( dificuldades em lidar com o ambiente). A SNN deve ocorrer por curtos períodos de tempo. Chupeta: ortodônticas ou fisiológicas x convencional Dedo: consequências Mastigação: essencial no desenvolvimento dos ossos maxilares, manutenção dos arcos, estabilidade da oclusão e equilíbrio muscular e funcional. Crescimento e desenvolvimento alveolar só ocorrem nessa fase. Durante o amadurecimento do lactente ocorre uma ativação crescente dos mm mastigatórios. A medida que vai introduzindo solido na alimentação da criança, os movimentos da musculatura e tornam mais complexos: lateralização e rotação da mandíbula, lateralização da língua, movimentos mais precisos e eficientes da língua, mm bucinadores pegam alimentos nos vestibulos. Para assegurar um bom crescimento e desenvolvimento facial e necessário um padrão mastigatório adequado (bilateral, circular e alternado) e bom desenvolvimento alimentar até atingir uma condição satisfatória Dicas para mastigar melhor: usar os dois lados da boca, evitar o consumo de líquidos durante a mastigaçao, evitar assistir tv enquanto mastiga etc Repouso: a postura de repouso da língua é fator de grande influência no desenvolimento da dentição e crescimento da face. Crescimento oral adequado: lábios ocluídos sem pressão, língua toca palato e rebordo gengivais superiores, não há contração de mm mentual e masseter, deglutição de saliva associada ao repouso de língua. Hábitos deletérios: podem ser agentes etiológicos de deformidades esqueléticas faciais e oclusais. Atuam sobre uma tríade: que vai determinar sua influência sobre o crescimento facial Frequência Duração Intensidade Habitos de sucção não nutritiva: Chupeta Dedos Lábios Língua Habitos de mordida Labios Onicofagia Morder objetos Apertamento Bruxismo Podem causar: Mordida aberta e/ou cruzada Inclinação dos dentes Alterações no padrão mastigatório e deglutição Dificuldades na fala Problemas respiratórios Desequilíbrio na musculatura TIPOLOGIA FACIAL Analiseda face que visa determinar padrões de crescimento da mandíbula e maxila, desvios laterais da mandíbula e desproporções dentárias e esqueléticas no padrão de crescimento vertical ou antero-posterior. De acordo com o perfil (antero-posterior) a face pode ser: Retrognata ou convexa Ortognata ou reta Prognata ou côncava Biprotusa De acordo com medidas verticais a face pode ser: Dolicofacial ou longa Mesofacial ou media Braquifacial ou curta A face é dividida em 3 segmentos: Implantação do cabelo até as sobrancelhas Das sobrancelhas até a base do nariz Da base do nariz até a base da mandíbula Face mesofacial ou média Terço da face equilibrados Arco dentário oval ou médio Boa distribuição dos espaços funcionais Face braquifacial ou curta Padrão de crescimento mais horizontal Mandíbula mais fechada Nariz mais curto Tendência a sobremordida Arco dentário alargado com possíveis diastemas Zigomáticos marcados Arco maxilar mais largo Lábio superior afinado e apoiado no lábio inferior Musculatura forte, mm masseteres encurtados e hipertônicos Deglutição facilitada pelo espaço intraoral diminuído verticalmente Face dolicofacial ou longa Predominante crescimento vertical Terço inferior aumentado Mandíbula cresce pra baixo Ausência de selamento labial passivo Contrai o m. mentual para fechar a boca Arco dentário longo e estreito Exposição gengival durante sorriso Tende a classe 2 Osso zigomático plano Língua no assoalho da boca Base posterior do crânio mais curta Nariz longo Musculatura no geral estirada e flácida Excessiva exposição dos incisivos sup. Lábio sup. Em hipofunçao Lábio inf. Em eversão Cirurgia ortognática Busca reestabelecer a harmonia entre as relações maxilomandibulares Leva a variações do esqueleto facial que pode gerar mudanças As funções do SE precisam se adaptar à nova forma estabelecida e são necessárias medidas terapêuticas especificas O fonoaudiólogo é responsável pela reorganização neuromuscular Alterações horizontais Encontra-se os pacientes que são retrognatas, posicionamento distal da mandíbula em relação a maxila; por deficiência no desenvolvimento da mandíbula ou crescimento excessivo da maxila. Relação molar classe tipo 2/perfil convexo Características funcionais mais marcantes Dificuldade em manter os lábios fechados Eversão do lábio inferior Ressecamento da mucosa Hipofunçao do lábio superior Hiperfunção do mentual Mastiga rápido com redução no numero de ciclos Deglutição com interposição lingual e participação da musculatura perioral Modificação no ponto articulatório de alguns fonemas O prognatismo é outro tipo de deformidade dentofacial. Maior desenvolvimento da mandíbula em relação a maxila, relação molar classe tipo 3, perfil côncavo podendo ser curta ou longa Características funcionais mais marcantes Lábio sup estreito com musculatura pouco resistente Vedamento labial dificultado Musculatura do lábio inf contraída Língua com volume aumentado Palato mole verticalizado Mastigação pouco eficaz M. bucinador hipotônico Alterações verticais Fazem parte desse grupo: Mordida aberta anterior Excesso de altura do terço inferior da face Características funcionais mais marcantes Diminuição dos músculos: orbicular da boca, bucinador, elevadores da mandíbula e intrínsecos da língua. Língua no assoalho da boca ou entre os dentes Vedamento labial ausente ou com esforço Cansa ao mastigar alimentos fibrosos Ao deglutir coloca a língua entre os dentes para conseguir maior pressão oral Habito de respiração oronasal Fazem parte desse grupo: sobremordida Altura facial inferior diminuída Características funcionais mais marcantes Presente nas faces curtas Amplo espaço nasofaringe Vedamento labial presente mm. masseter forte lábio sup. Mais estreito curva de spee acentuada Fazem parte desse grupo: mordida cruzada Redução da dimensão transversal Características funcionais mais marcantes Língua no assoalho da boca ou entre os dentes Respiração oronasal Pode ter palato ogival Em caso de mordida cruzada posterior: mastigação facilitada do lado cruzado, assimetria muscular, lado do trabalho encurtado e lado do balanceio estirado, rebaixamento do canto externo do olho, dores e estalos na atm. ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA Os pacientes devem ser submetidos a; Entrevista Avaliação miofuncional orofacial: características morfológicas e posturais, analise facial, toda cavidade oral, sensório motor oral, avaliar contração e resistência dos músculos, funções respiratórias (espelho de glatzel), velofaringea, mastigatória, deglutição, fala, voz. TERAPIA MIOFUNCIONAL OROFACIAL Assume características distintas nas diferentes fases da terapia odontológica São 5 periodos distintos: PREPARAÇÃO ORTODONTICA São submetidos ao atendimento fonoaudiologico os pacientes que apresentam distúrbios respiratórios, quadros de DTM, disfonia, hábitos orais deletérios, hábitos posturais inadequados Próximo a cirurgia desenvolver os mecanismos e padrões musculares do repouso e das funções (RMDF) PÓS OPERATÓRIO Reaplicar os protocolos de entrevista e avaliação Cuidados durante o período de bloqueio intermaxilar e após o bloqueio. O trabalho do fono fica restrito a alimentação, higiene oral, edema, hipocinestesia, parestesia. Inicia com movimentos isotônicos, depois passa para isocineticos e isométricos. CONCLUSÃO Para um bom prognostico é necessário um bom atendimento interdisciplinar, com diálogo entre os profissionais envolvidos. Os planejamentos terapêuticos da fisio e fono deverão conter objetivos em comum. A condição nutricional é fator determinante para a boa recuperação e promove equilíbrio neuromuscular.
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