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resumo prova 2 bases ortodônticas

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CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO CRANIOFACIAL
Desenvolvimento é uma série de sequencias normais que envolvem o crescimento, diferenciação celular e morfogênese. 
Maturação é quando o crescimento e desenvolvimento alcançam seu maior grau de aperfeiçoamento morfofisiológico.
Desenvolvimento craniofacial: o crescimento da face é diretamente relacionado com as funções estomatognáticas. Está susceptível a algumas variáveis, entre as quais trabalhamos com as alterações funcionais.
Crescimento ósseo: osso é altamente metabolizado e um dos tecidos orgânicos mais plásticos e maleáveis. Maleavel por seu crescimento poder ser guiado e sofrer influência do meio externo. O crescimento é por oposição do tecido novo em um lado e absorção óssea contralateral, de forma contínua para manter sua forma.
Crânio: a base do crânio sofre poucas mudanças e é usada como referência. A sela túrcica alcança o tamanho adulto com 7 anos. O crescimento da fossa craniana faz com que as estruturas localizadas na frente sofram um crescimento secundário, para igualar a posição sagital da maxila que está em protusão. 
Maxila: crescimento por proliferação do tecido conjuntivo sutural nos pontos que se conecta com outros ossos. Trajeto de crescimento para trás e cima, porem seu deslocamento é para frente e baixo. A tuberosidade empurra a maxila para frente na mesma proporção que ele cresce dando espaço para os dentes. O crescimento da região alveolar depende do desenvolvimento da oclusão (força mastigatória). Posicionamento da língua no palato duro é diretamente relacionado ao seu crescimento.
Mandibula: crescimento através de surtos. Nos primeiros anos a maxila está mais avançada, porém a maxila esgota seu crescimento e a mandíbula continua crescendo. Crescimento intenso até os 6 anos, largura muda pouco depois dos 7 anos. Crescimento é para cima e trás. Músculos mastigatórios estimulam seu crescimento. Harmonia entre crescimento maxilar e mandibular depende da oclusão dentaria. 
TEORIA SOBRE A REGULAMENTAÇÃO DO CRESCIMENTO CRANIOFACIAL
Teoria genética: crescimento pré determinado, crescimento facial controlado pela genética
Teoria da dominância sutural: controle genético onde as suturas, acompanhadas de cartilagem e o periósteo são centros de crescimento que controlam o crescimento facial
Teoria cartilaginosa: cartilagem como fator determinante sobre controle genético intrínseco, osso responde de maneira secundaria e passiva. O deslocamento da maxila acontece pelo crescimento da cartilagem da base do crânio e do septo nasal
Teoria do controle morfogenético: refere que nenhuma das teorias anteriores são totalmente satisfatórias.
Existem 6 elementos essenciais: 
Crescimento condrocrânio : (crânio cartilaginoso)
Crescimento desmocrânio: massa de mesoderma na extremidade cranial
As cartilagens do crânio são centros de crescimento
O crescimento sutural é controlado pelos processos que se originam nas cartilagens do crânio
O crescimento periostico é controlado pelos processos que se originam nas estruturas adjacentes da cabeça
Os crescimentos suturais e periosticos são condicionalmente governados pelas influências ambientais, inclusive forças musculares.
Teoria do servossistema: estudos concluíram que o terço médio da face cresce para baixo e frente devido a presença de cartilagem na base do crânio e septo nasal. Sofrem influência hormonal, muscular e funcional
Teoria da matriz funcional: Moss
O crescimento ósseo responde a uma relação funcional determinada pelos tecidos moles que atuam em associação com ele. Matriz funcionam são os tecidos moles (músculos, nervos, vasos sanguíneos, glândulas etc). Cada componente da matriz está relacionado com uma função distinta
Divide o crânio em vários componentes, sendo cada um formado por uma matriz funcional e uma unidade esquelética.
A matriz funcional é dividida em: perióstica e capsular.
Matriz funcional perióstica: influência direta no osso, pelos processos de oposição e reabsorção, a matriz controla o tamanho e o formato do osso.
Matriz funcional capsular: dividida ainda em cerebral e facial. Todos os ossos crescem para manter os espaços fisiológicos 
- Neurocrânio: matriz composta pela massa neural (cérebro, liquor e meninges)
- Esqueleto facial: a matriz consiste nos espaços funcionais da orofaringe
O crescimento craniano é uma combinação da atividade morfogênica primaria de ambos os tipos de matrizes. Ex: a expansão do espaço nasal aéreo foi o primeiro evento morfogênico e o crescimento das cartilagens associadas e ossos foi uma resposta ao incremento no espaço e não a sua causa. A função das estruturas adjacentes aos ossos é que determinam seu crescimento. O controle do crescimento é feito por fatores locais ou ambientais. 
DESENVOLVIMENTO X FUNÇÕES
O crescimento e desenvolvimento da face depende também de suas funções
As funções tem a capacidade de determinar ou não, o potencial que a hereditariedade determinou. Para que uma criança se torne um adulto com características faciais funcionais, harmoniosas e saudáveis, é necessário: padrão genético harmonioso e condições funcionais adequadas durante o crescimento.
Respiração: a pressão de ar que invade os seios maxilares, aumentam o tamanho dos mesmos, e ao mesmo tempo pela parte externa, a musculatura faz uma tração e consequentemente uma transformação óssea. 
Sucção: reflexo de alimentação inato já observado na 29º SG. E na 32º já está coordenado com a deglutição. A presença deste reflexo ao nascimento pode indicar uma boa maturidade e função neurológica. O reflexo ocorre mesmo quando a fome já tenha sido saciada. É desencadeado pelo contato dos lábios do bebe com o seio da mãe ou com dedos e objetos.
Tipos de sucção 
sucção nutritiva: aleitamento natural (peito), aleitamento artificial (formula)
sucção não nutritiva: chupeta, dedos, lábios, língua e outros objetos. Não há consenso que determina até que idade é normal. Envolve fatores fisiológicos (necessidade de sucção), ambiental (inicio precoce de alimentação), emocional ( dificuldades em lidar com o ambiente). A SNN deve ocorrer por curtos períodos de tempo. 
Chupeta: ortodônticas ou fisiológicas x convencional
Dedo: consequências 
Mastigação: essencial no desenvolvimento dos ossos maxilares, manutenção dos arcos, estabilidade da oclusão e equilíbrio muscular e funcional. Crescimento e desenvolvimento alveolar só ocorrem nessa fase. Durante o amadurecimento do lactente ocorre uma ativação crescente dos mm mastigatórios. A medida que vai introduzindo solido na alimentação da criança, os movimentos da musculatura e tornam mais complexos: lateralização e rotação da mandíbula, lateralização da língua, movimentos mais precisos e eficientes da língua, mm bucinadores pegam alimentos nos vestibulos. Para assegurar um bom crescimento e desenvolvimento facial e necessário um padrão mastigatório adequado (bilateral, circular e alternado) e bom desenvolvimento alimentar até atingir uma condição satisfatória 
Dicas para mastigar melhor: usar os dois lados da boca, evitar o consumo de líquidos durante a mastigaçao, evitar assistir tv enquanto mastiga etc
Repouso: a postura de repouso da língua é fator de grande influência no desenvolimento da dentição e crescimento da face. Crescimento oral adequado: lábios ocluídos sem pressão, língua toca palato e rebordo gengivais superiores, não há contração de mm mentual e masseter, deglutição de saliva associada ao repouso de língua. 
Hábitos deletérios: podem ser agentes etiológicos de deformidades esqueléticas faciais e oclusais. 
Atuam sobre uma tríade: que vai determinar sua influência sobre o crescimento facial
Frequência 
Duração
Intensidade
Habitos de sucção não nutritiva:
Chupeta
Dedos
Lábios
Língua
Habitos de mordida
Labios
Onicofagia
Morder objetos
Apertamento
Bruxismo
Podem causar:
Mordida aberta e/ou cruzada
Inclinação dos dentes
Alterações no padrão mastigatório e deglutição
Dificuldades na fala
Problemas respiratórios
Desequilíbrio na musculatura
TIPOLOGIA FACIAL
Analiseda face que visa determinar padrões de crescimento da mandíbula e maxila, desvios laterais da mandíbula e desproporções dentárias e esqueléticas no padrão de crescimento vertical ou antero-posterior. 
De acordo com o perfil (antero-posterior) a face pode ser:
Retrognata ou convexa
Ortognata ou reta
Prognata ou côncava
Biprotusa
De acordo com medidas verticais a face pode ser:
Dolicofacial ou longa
Mesofacial ou media
Braquifacial ou curta
A face é dividida em 3 segmentos:
Implantação do cabelo até as sobrancelhas
Das sobrancelhas até a base do nariz
Da base do nariz até a base da mandíbula
Face mesofacial ou média
Terço da face equilibrados
Arco dentário oval ou médio
Boa distribuição dos espaços funcionais
Face braquifacial ou curta
Padrão de crescimento mais horizontal
Mandíbula mais fechada
Nariz mais curto
Tendência a sobremordida
Arco dentário alargado com possíveis diastemas
Zigomáticos marcados
Arco maxilar mais largo
Lábio superior afinado e apoiado no lábio inferior
Musculatura forte, mm masseteres encurtados e hipertônicos
Deglutição facilitada pelo espaço intraoral diminuído verticalmente
Face dolicofacial ou longa
Predominante crescimento vertical
Terço inferior aumentado
Mandíbula cresce pra baixo
Ausência de selamento labial passivo
Contrai o m. mentual para fechar a boca
Arco dentário longo e estreito
Exposição gengival durante sorriso
Tende a classe 2
Osso zigomático plano
Língua no assoalho da boca
Base posterior do crânio mais curta
Nariz longo
Musculatura no geral estirada e flácida	
Excessiva exposição dos incisivos sup.
Lábio sup. Em hipofunçao
Lábio inf. Em eversão
Cirurgia ortognática
Busca reestabelecer a harmonia entre as relações maxilomandibulares 
Leva a variações do esqueleto facial que pode gerar mudanças
As funções do SE precisam se adaptar à nova forma estabelecida e são necessárias medidas terapêuticas especificas
O fonoaudiólogo é responsável pela reorganização neuromuscular
Alterações horizontais
Encontra-se os pacientes que são retrognatas, posicionamento distal da mandíbula em relação a maxila; por deficiência no desenvolvimento da mandíbula ou crescimento excessivo da maxila. Relação molar classe tipo 2/perfil convexo
Características funcionais mais marcantes
Dificuldade em manter os lábios fechados
Eversão do lábio inferior
Ressecamento da mucosa
Hipofunçao do lábio superior
Hiperfunção do mentual
Mastiga rápido com redução no numero de ciclos
Deglutição com interposição lingual e participação da musculatura perioral
Modificação no ponto articulatório de alguns fonemas
O prognatismo é outro tipo de deformidade dentofacial. Maior desenvolvimento da mandíbula em relação a maxila, relação molar classe tipo 3, perfil côncavo podendo ser curta ou longa
Características funcionais mais marcantes
Lábio sup estreito com musculatura pouco resistente
Vedamento labial dificultado 
Musculatura do lábio inf contraída
Língua com volume aumentado
Palato mole verticalizado
Mastigação pouco eficaz
M. bucinador hipotônico
Alterações verticais
Fazem parte desse grupo: Mordida aberta anterior
Excesso de altura do terço inferior da face
Características funcionais mais marcantes
Diminuição dos músculos: orbicular da boca, bucinador, elevadores da mandíbula e intrínsecos da língua. 
Língua no assoalho da boca ou entre os dentes
Vedamento labial ausente ou com esforço
Cansa ao mastigar alimentos fibrosos
Ao deglutir coloca a língua entre os dentes para conseguir maior pressão oral
Habito de respiração oronasal
Fazem parte desse grupo: sobremordida
Altura facial inferior diminuída
Características funcionais mais marcantes
Presente nas faces curtas
Amplo espaço nasofaringe
Vedamento labial presente
mm. masseter forte
lábio sup. Mais estreito
curva de spee acentuada
Fazem parte desse grupo: mordida cruzada
Redução da dimensão transversal 
Características funcionais mais marcantes
Língua no assoalho da boca ou entre os dentes
Respiração oronasal
Pode ter palato ogival
Em caso de mordida cruzada posterior: mastigação facilitada do lado cruzado, assimetria muscular, lado do trabalho encurtado e lado do balanceio estirado, rebaixamento do canto externo do olho, dores e estalos na atm. 
ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA
Os pacientes devem ser submetidos a;
Entrevista
Avaliação miofuncional orofacial: características morfológicas e posturais, analise facial, toda cavidade oral, sensório motor oral, avaliar contração e resistência dos músculos, funções respiratórias (espelho de glatzel), velofaringea, mastigatória, deglutição, fala, voz. 
TERAPIA MIOFUNCIONAL OROFACIAL
Assume características distintas nas diferentes fases da terapia odontológica
São 5 periodos distintos:
PREPARAÇÃO ORTODONTICA
São submetidos ao atendimento fonoaudiologico os pacientes que apresentam distúrbios respiratórios, quadros de DTM, disfonia, hábitos orais deletérios, hábitos posturais inadequados
Próximo a cirurgia desenvolver os mecanismos e padrões musculares do repouso e das funções (RMDF)
PÓS OPERATÓRIO
Reaplicar os protocolos de entrevista e avaliação
Cuidados durante o período de bloqueio intermaxilar e após o bloqueio.
O trabalho do fono fica restrito a alimentação, higiene oral, edema, hipocinestesia, parestesia. Inicia com movimentos isotônicos, depois passa para isocineticos e isométricos. 
CONCLUSÃO
Para um bom prognostico é necessário um bom atendimento interdisciplinar, com diálogo entre os profissionais envolvidos. Os planejamentos terapêuticos da fisio e fono deverão conter objetivos em comum. A condição nutricional é fator determinante para a boa recuperação e promove equilíbrio neuromuscular.

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