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Crise Política e Reformas no Brasil dos Anos 60

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ARGELINA
Principio dos ano 60, Brasil: democracia e reformas percebidas como objetivos políticos conflitantes.
Durante o período Goulart torna-se impossível a construção de um compromisso que combine democracia e reformas em um projeto político consistente. Formam-se diferentes coalizões em torno de cada objetivo, estruturadas em função de um em detrimento de outro. Em difentes conjunturas de processo político a realização desses objetivos implicava, em vários graus, concessões em relação ao outro. A estrutura do conflito e os limites da situação econômica dificultavam a resolução de conflitos substantivos dentro do quadro institucional vigente. Mesmo assim, não era impossível uma solução negociada. Em cada momento, diferentes fatores contribuíram para o fracasso em alcançar um equilíbrio aceitável entre regras democráticas de competição política e mudança sócio-economica.
Em agosto de 6 a democracia foi mantida pq conservadores asseguraram-se q seriam capazes de manter controle sob o rumo e ritmo das reformas com as mudanças. Grupos de esquerda e pró-reformas exigiam que as normas da sucessão presidencial fossem observadas, assegurando a Goulart a plenitude de poderes que a constituição concedia à presidência. Mesmo assim a solução legal do conflito mostra-se inviável. Os grupos conservadores que dominavam o parlamento encaravam a manutenção do presidencialismo como uma ameaça aos seus interesses. Por outro lado a ideia da extrema direita de ignorar o formalismo constitucional para impedir o comunismo não tinha apoio nesses grupos, que tinham interesse na manutenção do jogo eleitoral visando as eleições de 65. A fidelidade dos conservadores a constituição não impediu que ele emendassem a mesma para garantir mais poder no processo decisório. O parlamentarismo representou a solução para o desejo de protelar mudanças mais radicais, porém a conjunção de interesses de vários grupos políticos impediu o parlamentarismo de funcionar efetivamente.
Na crise sucessória, Goulart escolheu uma estratégia que lhe assegurasse poder, ainda q limitado. Assumindo o cargo, tratou de lutar pelo pleno poder presidencial, onde obteve total apoio dos grupos de esquerda nacionalistas. Apesar das diferenças, esses grupos formaram uma coalizão durante o período parlamentarista, principalmente em torno da necessidade da reforma agrária. As atividades foram concentradas na mobilização da população, adotando uma estratégia que desprezava a negociação no Parlamento.
O grupo pró-reformas n tinham muita reprresentação no parlamento, contudo não havia motivo para concessões e adiar as demandas, os integrantes sabiam que ainda podiam contar com 2 oportunidade de aumentar o poder e aumentar a probabilidade de reformas mais profundas.
1ª oportunidade: eleição de outubro de 1962, que podia aumentar a representação parlamentar das forças pró-reformas/ ampliar e consolidar apoio extraparlamentar, a mobilização política servia a propósitos eleitorais
2ª oportunidade: restauração do presidencialismo. Por isso, as coalizões pró-reforma não estavam motivadas a abdicar de suas demandas.
Para esses grupros, a campanha pelo retorno do presidencialismo era a oportunidade de promover seu programa de reformas. O apoio à camapnha aumentou a influência sobre Goulart, uma vez que vincular a volta do presidencialismo às reformas obrigavam Goulart a um comprometimento com o programa.
Era irracional aceitar pequenas mudanças, se havia possibilidade de mudanças mais profundas. 
2 consequencias dessa estratégia:
Futuras possibilidades de formação de uma coalizão menos radical, porém mais forte, a favor das reformas
Avaliações, pela coalizão das reformas, de sua própria força política e de sua capacidade de se confrontar com as forças de oposição ao programa de reformas.
As ações de Goulart e dos grupos pró-reformas não foram os únicos obstáculos para o funcionamento do parlamentarismo. Eles tiveram fortes aliados entre as lideranças nacionais conservadoras e políticos que estavam preocupados com a sua sobrevivência política. Estes agiram com base em objetivos imediatos de curto prazo. Um número crescente de conservadores mostram –se dispostos a abrir mão das proteções institucionais contra mudanças rápidas, movidos pelo interesse de controlar fontes de clientelismo.
A eleição de 62 ampliou a representação das forças pró-reformas no congresso. Os resultados do plebiscito legitimaram o mandato do presidente. Esses eventos também definiram os parâmetros políticos sob os quais essas demandas poderiam se realizar. No quadro institucional não restava nenhum recurso a ser conquistado. Não haviam eleições previstas até 66. O presidente estava investido das prerrogativas ampliadas que o regime presidencialista atribuía ao cargo, conduto as reformas ainda defendiam do congresso, predominantemente conservador.
O parlamentarismo não foi capaz de produzir qualquer agenda de reformas, atingindo a economia que foi deteriorada já em 61. Os fatores políticos e econômicos guiavam as políticas governamentais de 63.

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