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Introdução à Bioestatística e Epidemiologia

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BIOESTATÍSTICA
SÃO PAULO
2018
LETICIA CONDURSI
Prefº. MARCIO VICENTE
DISCIPLINA: BIOESTATÍSTICA
SÃO PAULO
2018
A Bioestatística consiste no ramo da ciência estatística que busca determinar um conjunto de métodos que possam obter, organizar e analisar os dados numéricos relacionados a pesquisas e ações das ciências da vida, da qual a área da saúde faz parte.
Ou seja, por meio da atuação e uso da Bioestatística é possível a análise e ponderação sobre os dados relacionados à saúde, os quais a partir disso podem ser usados para estruturar a organização e ações para a assistência em saúde.
Para a realização deste trabalho é preciso inicialmente a definição dos elementos principais relacionados à Bioestatística:
– População: é o total de pessoas que possuem uma característica comum e cujo comportamento é objeto de algum tipo de análise bioestatística. Ex: número de mulheres que realizam exame preventivo;
– Amostra: é um subconjunto derivado da população global, ou seja, é uma parte do total da população que será estudada e que pode ser usada para avaliar comportamentos e resultados que serão generalizados para a população total; – Dados: são as informações que serão obtidas para realizar determinada análise ou pesquisa. Estes dados podem ser: qualitativos, quando são distribuídos em categorias e dizem respeito à qualidade e comportamentos, ou quantitativos quando os dados são expressos em números e que se referem, geralmente, a dados assistenciais e de sistemas de informação.
Para a realização das pesquisas no ramo da Bioestatística podem ser utilizados os seguintes tipos de estudos:
– Experimentais: no qual o pesquisador de forma deliberada influencia os indivíduos e a pesquisa tem um efeito de intervenção sobre certa realidade ou situação; ou seja, em um estudo experimental é inserida uma nova situação ou realidade que vai ser testada para verificar a sua veracidade e eficiência;
– Prospectivos: são utilizados quando o objetivo da pesquisa consiste em conhecer o efeito de determinado fator, sendo que neste caso os dados são gerados desde o início do estudo;
– Retrospectivos: são usados quando o efeito de algum fator já é conhecido, e deste modo os dados se referem a eventos passados e também são obtidos a partir de informações pré-existentes como prontuários médicos e dados advindos dos sistemas de informação em saúde;
– Longitudinais: são usados para analisar as mudanças em determinado fenômeno da saúde ao longo de um período de tempo, geralmente relacionadas com uma intervenção ou característica;
– Transversais: são os estudos nos quais os grupos de indivíduos são observados apenas uma vez, com o objetivo de estudar a situação em certo instante em que são feitas as observações;
– Caso-Controle: é um tipo de pesquisa bioestatística que tem como objetivo verificar se as pessoas que foram selecionadas devido a uma característica ou doença, chamados de casos, diferem muito de um grupo de indivíduos comparáveis, mas que não possuem a característica ou doença, os controles, em relação à exposição a um dado fator de risco;
– Coorte: este estudo se relaciona a um grupo de indivíduos de interesse e se faz um seguimento dos mesmos, até certo momento, para estudar o seu desfecho com relação à questão almejada.
A epidemiologia, por sua vez, é a ciência que estuda os padrões com que as doenças ocorrem em populações humanas e os fatores determinantes para sua ocorrência.
As suas aplicações variam desde a descrição das condições de saúde de uma população específica, da investigação dos fatores determinantes de doenças, da avaliação do impacto das ações para alterar a situação de saúde até a avaliação do uso de serviços de saúde, incluindo os custos com a assistência.
A história natural da doença, base para a evolução e atuação na epidemiologia, consiste no processo de desenvolvimento da mesma, e ocorre em quatro fases:
1) Fase inicial ou de suscetibilidade: ainda não existe uma doença, mas condições que podem favorecer o seu surgimento. Dependendo da existência dos fatores de risco ou de proteção, certos indivíduos estarão mais ou menos propensos a adquirir determinadas doenças a outras;
2) Fase patológica pré-clínica: a doença está instalada, mas ainda não é evidente; começam as primeiras mudanças patológicas no organismo;
3) Fase clínica: corresponde ao período da doença com sintomas;
4) Fase de incapacidade residual: ocorre quando a doença não evoluiu para a morte nem foi curada, ocorrendo às sequelas da mesma.
A partir desses conceitos iniciais, a epidemiologia trabalha com a teoria da multicausalidade – que possui um papel definido na gênese de doenças – consistindo na ideia de que determinado processo patológico ocorre devido a uma combinação de diversos fatores, os quais interagem entre si e acabam tendo um importante papel na determinação das diversas patologias.
Os determinantes para a ocorrência de doenças são classificados em: 
– Determinantes distais: são fatores a distância que, por meio de sua ação em outros fatores, podem contribuir para o aparecimento de doenças. Ex: fatores biológicos e hereditários; 
– Determinantes intermediários: podem sofrer influência dos determinantes distais e também agir em fatores que estão mais próximos à gênese das doenças. Ex: fatores gestacionais, ambientais, nutricionais;
 – Determinantes proximais: são os fatores que estão mais próximos às doenças podendo sofrer influência dos outros fatores e ainda podem agir diretamente na determinação de uma patologia.
Para a sua atuação prática, a epidemiologia utiliza os indicadores de saúde que quantificam os diferentes aspectos relacionados à saúde bem como possibilitam a comparação de diversos tipos de dados e situações em uma mesma população. Os indicadores de saúde podem ser dos seguintes tipos:
– Coeficientes: são as medidas básicas para compreender a ocorrência de doenças em determinada população. Para o seu cálculo considera-se que o número de casos está relacionado com o tamanho da população que lhe deu origem. O numerador refere-se ao número de casos que se deseja estudar (mortes, doentes, etc) e o denominador refere-se a toda a população capaz de sofrer aquele evento (população em risco);
– Morbidade: é usado para identificar o conjunto de casos de uma dada afecção ou a soma de agravos à saúde que atingem um grupo determinado de indivíduos. As medidas mais usadas em morbidade são:
• Prevalência: relação do número de casos existentes de uma determinada doença e o número de pessoas na população em determinado período do tempo; 
Incidência: é a razão entre o número de casos novos de uma doença que ocorreu em uma comunidade, em um intervalo de tempo determinado, e a população exposta ao risco de adquirir esta doença no mesmo período.
– Mortalidade: refere-se ao número de óbitos ocorridos em determinada população. As medidas mais usadas em mortalidade são:
• Mortalidade geral: divisão do número total de óbitos por todas as causas em um ano pelo número da população naquele ano, multiplicado por 1.000;
• Mortalidade específica: cálculo de mortalidade específico para determinado grupo de causa ou patologia. Ex: doenças respiratórias, causas externas, etc.
• Mortalidade infantil: refere-se aos óbitos de crianças menores de um ano; sendo um indicador da qualidade de vida local.
– Letalidade: refere-se à incidência de mortes entre os portadores de determinada doença, em certo período de tempo, dividida pela população de doentes.
REFENCIAS BIBLIOGRAFICAS 
 ROCHA, Hermano Alexandre Lima; CARVALHO, Eduardo Rebouça. CONCEITOS BÁSICO DE BIOESTATÍSTICA E EPIDEMIOLOGIA. 2013. 1 v. Monografia (Especialização) - Curso de Medicina, Universidade Federal do Ceará,2013. Disponível em: <http://www.epidemio.ufc.br/files/ConceitosBasicosemEpidemiologiaeBioestatistica.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2018.

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