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Aula 2 Consciência e Atenção [Modo de Compatibilidade]

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CONSCIÊNCIA E 
ATENÇÃO
Profa. Cátula Pelisoli
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� Consciência –percepção que um organismo tem de si 
mesmo e do que o cerca
� “talvez a consciência seja a função biológica crítica que 
nos permite saber que estamos sentindo tristeza ou 
alegria, sofrimento ou prazer, vergonha ou orgulho, 
pesar por um amor que se foi ou por uma vida que se 
perdeu.”
� A consciência amplifica o impacto dos sentimentos nas 
mentes dos personagens;
Antonio Damasio – O Mistério da Consciência
� Consciência significa saber que as pessoas possuem 
imagens e sentimentos sobre o mundo exterior e 
suas percepções;
� Inclui: percepções do mundo ao redor, imagens 
visuais, comentários silenciosos que você faz consigo 
mesmo, lembranças de fatos de sua vida, crenças 
sobre o mundo, planos para atividades posteriores, 
atitudes
Matlin, 2003
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� Consciência objetiva – se relaciona com os objetos
� Clareza da consciência é chamada lucidez
� Delirium é uma forma de alteração
� Pacientes que parecem ter perdido o contato com o 
mundo exterior, agem com se estivessem psiquicamente 
ausentes (quadros dissociativos)
� Consciência reflexiva – se volta para si mesma
� Identidade do eu, unidade do eu, ação do eu, 
oposição do eu em relação ao outro
Alterações quantitativas
Hipervigilância
Lucidez
Sonolência
Obnubilação
Estupor
Coma
Normalidade
Dalgalarrondo, 2000
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Síndromes psicopatológicas associadas ao 
rebaixamento da consciência
� Delirium 
� Estado onírico
� Amência
Dalgalarrondo, 2000
Alterações qualitativas
� Estados crepusculares
� Dissociação
� Transe
� Estado hipnótico
Dalgalarrondo, 2000
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O que é ficar inconsciente?
� Epilepsia
� Anestesia
� Coma
� Adormecer
� Crise de ausência
� � interrupção total da energia elétrica
Damasio, 2000
A vida em coma (Superinteressante, 2008)
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Inconsciente Cognitivo
� Diferente do conceito psicodinâmico
� Informações processadas fora da percepção 
consciente;
� Consciente e inconsciente como continuum de um 
mesmo processo e não como duas categorias 
separadas;
Matlin, 2003
� Consciência como fenômeno inteiramente privado, 
de primeira pessoa, que ocorre como parte do 
processo privado, de primeira pessoa, que 
denominamos mente;
Damasio, 2000
� Guns’n Roses - Coma
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Atenção
� Concentração da atividade mental;
� Tipo de concentração em uma tarefa mental na qual 
selecionamos certos tipos de estímulos perceptivos para 
processamento posterior, enquanto tentamos excluir 
outros estímulos interferentes;
� Ato de preparar-se para receber novas informações;
� Relaciona-se tanto com um processamento bottom-up
como top-down;
Matlin, 2003
Decomposição
� Vigilância – estado de alerta, capacidade de 
voltar-se para objetos novos;
� Tenacidade – concentração da atenção ou foco, 
capacidade de manter a atenção;
� Alterações
� Hipoprosexia
� Aprosexia
� Hiperprosexia Dalgalarrondo, 2000
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Processamento bottom-up
� Exemplo: nossa atenção foi atraída por um estímulo 
interessante no ambiente
� Enfatiza a importância da informação a partir do 
estímulo – a informação começa no nível mais 
básico (bottom) e abre caminho para cima (up) até 
alcançar os processos cognitivos mais sofisticados
Processamento top-down
� Exemplo: temos o objetivo de prestar atenção a 
algum estímulo específico (procurar a fisionomia de 
um amigo em um bar cheio)
� Enfatiza a influência de conceitos, de expectativas 
e da memória – nossas expectativas no nível 
superior (top) do processamento vão abrir caminho 
para baixo (down)
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Atenção dividida
� Em 1976, colidiram dois aviões e morreram 176 
passageiros e membros da tripulação
� O controlador de tráfego áereo estava sem 
assistente e estava monitorando onze aeronaves ao 
mesmo tempo
Atenção dividida
� Quando precisamos atender a diferentes estímulos, 
nosso desempenho fica prejudicado;
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Atenção dividida
� Nas tarefas de atenção dividida, as pessoas devem 
atender a duas ou mais mensagens simultâneas ou 
realizar duas tarefas ao mesmo tempo;
Atenção dividida
� Com treino, é possível melhorar o desempenho
� Exemplo: Treino de estudantes em ler uma história 
em silêncio e ao mesmo tempo copiar palavras sem 
importância ditadas pelo experimentador – em seis 
semanas, melhora (velocidade da leitura e ditado)
� O treino altera os limites da capacidade 
atencional;
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� Motoristas experientes fazem outras tarefas ao 
mesmo tempo em que dirigem desviando menos o 
olhar da estrada
� Motoristas inexperientes desviam o olhar da pista 
por mais tempo e ainda desviam o carro da 
estrada
� Jogadores com muito treino são capazes de 
transferir a atenção visual para acontecimentos 
importantes na periferia do campo visual sem de 
fato desviar o olhar para essa direção
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Atenção seletiva
� Tarefas de atenção seletiva: as pessoas são 
instruídas a responderem de maneira seletiva a 
determinadas fontes de informação sem tomar 
conhecimento de outras;
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Atenção seletiva
� As pessoas notam poucos detalhes de tarefas sem 
importância;
� Tarefas de atenção seletiva:
� Escuta dicótica (auditiva)
� Efeito Stroop (visual)
Escuta dicótica
•Cada ouvido recebe uma mensagem 
diferente;
•Os participantes são instruídos a 
sombrear a mensagem de um dos 
ouvidos – ouvir e repetir;
•Algumas características da mensagem 
não atendida podem ser detectadas 
(gênero, próprio nome, significado da 
mensagem)
•Efeito coquetel
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Efeito Stroop
Efeito Stroop
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Efeito Stroop
Efeito Stroop
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Stroop emocional
� O participante deve dizer o nome da tinta em 
palavras relativas a ansiedade
� Exemplo:
VIOLÊNCIA ABUSO SEQUESTRO
ASSALTO ARMA AMEAÇA
Processamento de distribuição 
paralela (PDP)
� A tarefa de Stroop ativa dois caminhos ao mesmo 
tempo:
� Identificar a cor da tinta
� Ler a palavra
�O processo mais automático (ler) interfere no processo 
menos automático(identificar a cor)
� Temos mais treino na leitura do que em dizer nomes de 
cores impressas
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Teoria do gargalo da garrafa
� “gargalo” que limita a atenção;
� passagem estreita de informações 
para serem processadas;
� metáfora para o limite de 
informações as quais podemos 
prestar atenção;
� Crítica a esta teoria: subestima a 
capacidade da flexibilidade da 
atenção humana;
Processamento automático versus 
Processamento controlado
� Dois níveis de processamento que são relevantes para a 
atenção:
� Processamento automático: tarefas fáceis, que empregam 
itens familiares; processamento em paralelo (podemos lidar 
com dois ou mais itens ao mesmo tempo);
� Processamento controlado: tarefas difíceis, que empregam 
itens não familiares; processamento serial (um item de cada 
vez);
� Com o tempo, deixamos de usar o processamento controlado e usamos o 
automático
� Tarefas não praticadas por um longo tempo, exigirão processamento 
controlado
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Teoria de Integração de 
Características
� Atenção distribuída – registramos características 
automaticamente, utilizando processamento 
paralelo
� Atenção focalizada – exige processamento serial, 
em que os objetos são identificados um a um 
(objetos mais complexos)
Distribuída Focalizada
Anatomia da atenção
� Superfície do córtex cerebral
� Rede posterior de atenção no lobo parietal (busca visual)
� Rede anterior de atenção no lobo frontal (significado daspalavras)
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Viés atencional (attentional bias)
� Prontidão particular para processar certos estímulos 
mais do que outros, devido ao valor apelativo 
atribuído a ele;
� Tem papel importante na etiologia e manutenção 
de transtornos emocionais;
� Pode eliciar fissura, diminuir a concentração em 
tarefas não relacionadas à droga e aumentar a 
vulnerabilidade para recaídas em pacientes 
dependentes químicos;
� As pistas ambientais associadas adquirem saliência;
Peuker, Lopes & Bizarro, 2009
Viés atencional (attentional bias)
� Estímulos
� Apetitivos
� Neutros
� Aversivo ou punitivo;
� Paradigma Stroop: as pessoas nomeiam mais 
lentamente as cores quando as palavras estão 
relacionadas ao problema;
� Dot-Probe Test: par de figuras é apresentado; um 
deles desaparece; uma seta surge no lugar; ele 
deve indicar a direção da seta; 
Peuker, Lopes & Bizarro, 2009
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� Usuários de drogas apresentam tempos de reação 
menores quando a seta substitui o estímulo 
associado a sua droga de escolha do que quando 
substitui o estímulo neutro;
� O movimento dos olhos também pode ser 
monitorado:
� Usuários de álcool fixaram mais seu olhar para 
estímulos associados
Peuker, Lopes & Bizarro, 2009
E agora? Atenção e consciência são 
a mesma coisa?
� Consciência difere de atenção = não estamos 
conscientes de tarefas do processamento 
automático;
� A consciência está relacionada ao tipo de atenção 
focalizada e controlada, ou seja, não automática
� A atenção é a direção da consciência
Dalgalarrondo, 2000; Matlin, 2003
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Referências
� Dalgalarrondo, P. (2000). Psicopatologia e semiologia dos 
transtornos mentais. Porto Alegre: Artmed.
� Damasio, A. (2000). O mistério da consciência. São Paulo: 
Companhia das Letras.
� Matlin, M. W. (2003). Psicologia Cognitiva. 5ª ed. Rio de Janeiro: 
LTC.
� Peuker, A. C.; Lopes, F. M. & Bizarro, L. (2009). Viés atencional no 
abuso de drogas: teoria e método. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 
25(4), 603-609.
� Sternberg, R. (2000). Psicologia Cognitiva. Porto Alegre: Artmed.
EMAIL: catulapelisoli@yahoo.com.br

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