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Aula 1 – Fundamentos do Direito Professora Eveline Lima O QUE É DIREITO? A palavra Direito vem do latim directum, originado do verbo dirigere que, por sua vez, tem origem em regere, que significa reger, governar. � Direito é regra de conduta, com força coativa. � Leis físicas: indicam aquilo que, na natureza, é (v.g., se jogarmos um objeto para cima ele cairá). � Leis jurídicas: indicam aquilo que, na sociedade, deve ser (v.g., devemos cumprir a lei, mas não necessariamente o faremos). DIREITO = CIÊNCIA DO “DEVER SER” DIREITO E MORAL � A ordem jurídica e a ordem moral são instrumentos de controle social, sendo que um não exclui o outro, mas se completam e influenciam. � A moral traz a ideia de “bem”, que é o valor da moral, tudo aquilo que promove o homem de forma completa e integrada. � Direito e Moral: o Direito está para regular o aspecto externo das pessoas (condutas) e a moral o aspecto interno (valores individuais). Exterioridade/Coercibilidade do Direito x Interioridade/Incoercibilidade da Moral. � Autonomia e heteronomia: a moral se relaciona com a autonomia (querer espontâneo), exceto a social (que é imposta pela sociedade). O Direito se relaciona à heteronomia (sujeição ao querer alheio). Direito Positivo X Direito Natural Conjunto de regras jurídicas em vigor num determinado país e numa determinada época. Idéia abstrata do Direito; aquilo que corresponde ao sentimento de justiça da comunidade. Direito Objetivo X Direito Subjetivo Posto ou imposto pelo Estado e dirigido a todos, como norma geral de agir (norma agendi); regra jurídica obrigatória. Faculdade ou possibilidade individual de agir de acordo com o Direito (facultas agendi). � Direito Objetivo ⇨ complexo de leis � Direito Subjetivo ⇨ faculdade, concedida ou permitida pelas leis, de fazer alguma coisa “Assim como o homem tem o poder de fazer tudo o que promane de suas faculdades naturais, contanto que não seja proibido expressamente por uma lei, costuma-se dizer que a lei atribui o direito de fazer tudo o que não é proibido por nenhum tipo de lei”, ou seja, a lei limita a liberdade natural do homem. (ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia, 2012, p. 339) A EXISTÊNCIA DE NORMAS JURÍDICAS IMPEDE A VIOLAÇÃO AO DIREITO DOS INDIVÍDUOS? CLASSIFICAÇÃO DO DIREITO POSITIVO Direito Público X Direito Privado Conjunto normas jurídicas de ordem pública, “que regem as relações em que o sujeito é o Estado, tutelando interesses gerais e visando o fim social”, seja perante seus membros ou outros Estados. (DINIZ, Maria Helena, Compêndio de Introdução à Ciência do Direito, 2012, p. 274) Estuda as relações jurídicas entre particulares. (DINIZ, Maria Helena, Compêndio de Introdução à Ciência do Direito, 2012, p. 275) RAMOS DO DIREITO PÚBLICO 1) Direito Público Interno � Direito Constitucional: estrutura básica do Estado, divisão de poderes, funções e limites de seus órgãos e relações entre governantes e governados � Direito Administrativo: atividade estatal � Direito Tributário: tributos � Direito Financeiro: receitas e despesas do Estado � Direito Processual: atividade do Poder Judiciário � Direito Penal: define crimes e contravenções e estabelece penalidades � Direito Previdenciário: amparo ao trabalhador através dos benefícios da previdência e assistência social 2) Direito Público Externo � Direito Internacional Público: disciplina as relações entre os Estados � Direito Internacional Privado: disciplina as relações do Estado com cidadãos pertencentes a Estados diversos � Direito Civil: direitos e deveres dos indivíduos (estado e capacidade das pessoas, relações de família, coisas, obrigações e sucessões) � Direito Comercial ou Empresarial: atividade do empresário e e qualquer pessoa física ou jurídica destinada a fins de natureza econômica � Direito do Trabalho: relações entre empregador e empregado � Direito do Consumidor: relações de consumo entre consumidor e fornecedor RAMOS DO DIREITO PRIVADO Ramos do Direito Direito Público Interno Constitucional, Administrativo, Tributário, Financeiro, Processual, Penal, Previdenciário Externo Internacional Público Privado Direito Privado Civil, Empresarial, Trabalhista, Consumerista FONTES DO DIREITO Fonte é a origem primária do Direito ou o fundamento de validade da ordem jurídica. � FONTES MATERIAIS: fatores sociais (históricos, religiosos, naturais, demográficos, políticos, econômicos e morais) + valores de cada época (ordem, segurança, paz social, justiça) donde emergem as normas jurídico-positivas, através de atos dos legisladores, magistrados etc. Fontes formais Estatais Legislativas (leis, decretos, regulamentos etc.) Jurisprudenciais (sentença, precedentes judiciais, súmulas) Convencionais (convenções internacionais pelas quais os Estados estabelecem um tratado) Não estatais Direito consuetudinário (costume jurídico) Direito Científico (doutrina) Convenções em geral ou negócios jurídicos PIRÂMIDE DE HANS KELSEN Idealizou o ordenamento jurídico como um conjunto hierarquizado de normas jurídicas estruturadas na forma de uma pirâmide abstrata, cuja norma mais importante, que subordina as demais normas jurídicas de hierarquia inferior, é a norma hipotética fundamental, da qual as demais retiram seu fundamento de validade. INTEGRAÇÃO DA NORMA JURÍDICA � A problemática das lacunas jurídicas � Hans Kelsen: todo comportamento é regulado, positiva ou negativamente, pois o que a lei não proíbe, é lícito ao indivíduo realizar. (Apud DINIZ, Maria Helena, Compêndio de Introdução à Ciência do Direito, 2012, p. 471/472) � Outros autores: não há lacunas, porque existem juízes, que são obrigados a decidir todo e qualquer litígio (Art. 126, CPC. O juiz não se exime de sentenciar ou despachar alegando lacuna ou obscuridade da lei. No julgamento da lide caber-lhe- á aplicar as normas legais; não as havendo, recorrerá à analogia, aos costumes e aos princípios gerais de direito. � Dinamicidade do Direito: impossibilidade de prever todas as situações. � Meios supletivos das lacunas Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro – Art. 4°. Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. � Analogia: aplicar a um caso não contemplado especificamente por norma jurídica, uma norma prevista para hipótese distinta, porém semelhante ao caso não contemplado. (Apud DINIZ, Maria Helena, Compêndio de Introdução à Ciência do Direito, 2012, p. 480) � Equidade: dado o caráter geral da lei, o que torna sua aplicação difícil ou imperfeita em certos casos, pode o Juiz julgar com base na justiça que a própria lei deve realizar (ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia, 2012, p. 396) � Princípios gerais do Direito
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