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Resenha . Contribuições das Teorias do Desenvolvimento Humano para a Concepção Contemporânea da Adolescência.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA – UFRB 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS 
BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM SAÚDE - BIS 
	
	PSICLOGIA E CICLO VITAL
	 
	RESENHA
	DISCENTE: PHALOMA R. ARAÚJO (201610751)
DATA DE ENTREGA: 07 DE JUNHO DE 2018
DOCENTE: CRISTIANE ALFAYA
SENNA, Sylvia Regina Carmo Magalhães; DESSEN, Maria Auxiliadora. Contribuições das Teorias do Desenvolvimento Humano para a Concepção Contemporânea da Adolescência. Psicologia: Teoria e Pesquisa, Asa Sul, Brasília-DF, v. 28, n. 1, pp. 101-108, jan./mar. 2012.
Ambas as autoras possuem graduação em psicologia e mestrado e doutorado voltados para área do Desenvolvimento Humano, trazem neste artigo um recorte sobre as teorias do Desenvolvimento Humano no qual busca apresentar o percurso do estudo científico do processo adolescente, baseando-se nas teorias propostas por Lerner e Steinberg (2004; 2009) e espelhadas por Goosens (2006).
A estrutura do artigo se subdivide em 2 seções. A primeira apresenta as fases históricas na qual descreve o estudo científico da adolescência no século XX, evidenciando uma visão integradora e contextualizada do desenvolvimento, com ênfase na abordagem do curso de vida e no modelo bio-ecológico do desenvolvimento humano. A segunda seção discorre sobre os avanços dos estudos empíricos da adolescência, no século XXI, sinalizando a necessidade de uma nova fase caracterizada pela aplicação das teorias numa perspectiva de adolescência saudável.
	Para tanto, como todo estudo científico precisa partir de uma inquietação por parte do pesquisador, o percurso do estudo científico da adolescência não foi diferente. Segundo SENNA e DESSEN (2012), ao longo do tempo, os teóricos da área do desenvolvimento humano, preocupavam-se com as mudanças sistêmicas do comportamento com enfoque em aspectos particulares à exemplo da cognição e emoção. 
Na trajetória do estudo foi possível observar que existiam duas teorias sobrepostas (Goosens, 2006; Lerner & Steinberg, 2004; Steinberg & Lerner, 2004 apud Senna & Dessen, 2012), a primeira no início do século XX até os anos de 1970, que teve seu reconhecimento pela realização de estudos descritivos sobretudo não teóricos, mas que na segunda fase por volta dos anos 70 a ciência enfocou na avaliação de modelos teóricos e hipóteses, objetivando justificar os processos de desenvolvimento humano nos quais sofreram influências do contexto e da diversidade.
		As teorias do desenvolvimento foram incumbidas por explicar o fenômeno da adolescência, baseando-se apenas na adolescência como fase distinta no desenvolvimento e como um período caracterizado por crescentes e inevitáveis níveis de turbulência. No entanto sabemos que a adolescência é um fenômeno muito mais complexo do que uma fase e um período em que o adolescente entra em momentos de turbulência, é um processo cultural, social, contextual, relativo ao ambiente e a fatores biológicos e fisiológicos. Por isso, essas questões foram organizadas em teorias sob os princípios organísmicos ou contextualistas, e diferenciadas em teorias biológicas, psicanalíticas, socioculturais e cognitivas.
		A primeira fase, já elucidada anteriormente, compete a discorrer sobre os processos de desenvolvimento do adolescente com ênfase na teoria biológica, baseada no desenvolvimento das espécies (filogênese) e na recapitulação do desenvolvimento do sujeito (ontogênese), STANLEY HALL (1904) apud SENNA & DESSEN, (2012). Contudo, Hall ainda define a adolescência como um período de transição, e reconhece que é um fenômeno influenciado pela cultura, na qual também é valorizada a resiliência do adolescente chamada de plasticidade ou maleabilidade.
		Em outro grupo de teorias, as inferências psicanalíticas de Sigmund Freud (1856-1939), não identificaram a adolescência como uma fase distinta do desenvolvimento, e sim um sujeito dotado de impulsos biológicos básicos, como por exemplo, aspectos relevantes a sexualidade humana. Foi posto neste mesmo viés que é nesta fase que acontece o amadurecimento genital e os vários impulsos sexuais até mesmo impulsos agressivos experimentados quando crianças nas fases primárias do desenvolvimento, são elas: oral, anal e edípica. Logo, o mecanismo de defesa que se adota para lidar com as questões emocionais é a intelectualização, por essa razão na puberdade os conflitos são considerados normais, pois aparece como um fator de adaptação daquele sujeito a sua nova personalidade e seu papel social.
	Como numa colcha de retalhos, unindo e ligando todos os pontos, sem excluir ou invalidar as teorias anteriores, mas complementando e reiterando, Erik Erikson (1968-1976) integra a psicanálise ao campo da antropologia e enfatiza a interação entre as dimensões intelectual, sociocultural, histórica e biológica (OLIVEIRA, 2006 apud SENNA & DESSEN, 2012). Erikson brilhantemente destaca a influência do ambiente e o impacto da experiência social durante o ciclo da vida, mostrando que nem tudo é biológico, genético e visceral, e que o contexto em que estamos inseridos tem o poder de nos moldar e nos forçar a re-adaptação.
	Neste sentido, na adolescência o sujeito passa por crises, devido o fato de estar em processo de desenvolvimento da identidade, ele sofre influências de variados aspectos, como família, amigos, escola, etc; mas se eles receberem reforço para sua exploração pessoal este tenderia a passar por estas crises mais facilmente e com um sentimento de independência e controle de si. Em contrapartida, o terceiro grupo de teorias, foi reconhecido por discutir os aspectos socioculturais da adolescência e preconizar que o comportamento do adolescente é moldado pelo ambiente social imediato (pais e pares) e pelo ambiente social amplo (cultura), neste sentido, Margaret Meat (1928-1979), relaciona a rebeldia da puberdade contra a autoridade dos pais ao idealismo do jovem.
	Ainda se tratando da primeira fase, um quarto e último grupo, porém não menos importante, pelo contrário merece destaque. Liderado por Jean Piaget este grupo privilegiou os aspectos cognitivos do desenvolvimento quando afirmou que os comportamentos dos adolescentes têm mudanças na sua forma de pensar, mas de que forma ocorre essa mudança?
Com o desenvolvimento do pensamento formal, por meio da assimilação e da acomodação de novas estruturas, o adolescente revela uma maneira própria de compreender a sua realidade e constrói sistemas filosóficos, éticos e políticos como tentativa de se adaptar e mudar o mundo (Inhelder & Piaget, 1958/1976 apud Senna & Dessen, 2012).
Apesar dessa importante contribuição de Piaget e outros estudiosos para o avanço dos estudos científicos do desenvolvimento do adolescente, para a ciência não foram suficientes para explicar o desenvolvimento do curso da vida, pois as teorias basicamente se limitavam em apresentar dicotomias entre os aspectos genéticos e contextuais. 	
	Finalmente a segunda fase, na qual vai elucidar aspectos contextuais no desenvolvimento do adolescente. O reflexo dos modelos teóricos clássicos e empíricos, revelaram uma visão contextualista, na qual inclui o ambiente nas relações bidirecionais, bem como, o tempo e o espaço no desenvolvimento do sujeito. Essas interações passam neste momento a serem vistas como um fenômeno do desenvolvimento psicológico, no qual considera diversas questões do ser humano.
	No entanto, para compreender o funcionamento destas questões relacionadas ao ser humano, faz-se necessário investigar os contextos, as propriedades estruturais e funcionais da pessoa e do ambiente, e a forma com que eles interagem entre si e com os outros. Constatou-se que cada indivíduo tem diversos fatores interativos e que eles variam o tempo inteiro de acordo com o contexto. Portanto, o desenvolvimento advém de forças tanto internas como também externas (ambiente) atuam como uma via bidirecional no sentido de manter a homeostase e manter a harmonia tanto do próprio corpo, quanto do ambiente/espaço. De acordo com esses enlaces, o desenvolvimento passou a ser visto como fatores biológicose contextuais.
	Deste modo a teoria do curso da vida, como próprio nome sugere, vem trazer uma orientação que nos permite identificar as fases da vida (infância, adolescência, fase adulta e velhice), com o objetivo de facilitar a compreensão das mudanças que ocorrem durante o desenvolvimento humano e cada trajetória não está restrita a histórias individuais, mas inter-relacionadas de tal forma que permite às gerações opinarem na vida podendo até gerar um sentimento de interdependência do outro.
	Nesta perspectiva, foi implantado o modelo bio-ecológico proposto por Urie Bronfenbren em seu livro “A ecologia do desenvolvimento humano” no qual ele defende a ideia que,
Para compreender o desenvolvimento humano, é preciso incorporar, nas análises, não somente o indivíduo e as suas capacidades perceptuais, motoras ou cognitivas, mas também, as interações e os padrões relacionais que se estabelecem em diferentes contextos, ao longo do tempo (Bronfenbren, 1979).
E para compreender este processo, Bronfenbren julga necessário conhecer o PPCT, (Processo); (Pessoa); (Contexto) e (Tempo). Diferentemente das outras variáveis o contexto (c) é definido por uma hierarquia de sistemas micro, meso, exo e macrossistemas. É ele o responsável por correlacionar as inter-relações entre família, amigos, vizinhança e etc. A medida que o adolescente começa a passear por outros microssistemas, ele amplia sua rede de relações entre os demais contextos de interações proximais (mesossistema).
	O século XXI trouxe consigo mudanças muito rápidas quando comparado aos séculos passados. Entre essas mudanças está o progresso social e as tendências da Visão do Desenvolvimento Positivo. A colaboração de todos para o conhecimento científico, fortalece a ideia do desenvolvimento positivo no sentido de o jovem ter buscado ultrapassar uma visão negativa do séc XX e se lançar nos modelos dinâmicos do comportamento, da compreensão e plasticidade e principalmente da importância das relações entre indivíduos, através de programas gerenciados para os jovens com comportamentos de risco. Considero que seja necessário um entrelaçamento em formato de uma teia de aranha em que se envolve todos os sentidos sem lançar mão de nenhum dos lados, Benson, (2003) e Lerner et al. (2009), corroboram que a visão positiva preconiza que tanto os jovens são fontes de recursos e forças internas a serem desenvolvidos, como todas as famílias, escolas e comunidades têm ‘nutrientes’ que, alinhados, podem promover o ‘florescimento saudável desses jovens.
	Devido as importâncias multifatoriais que envolvem uma estrutura macro, não se deve negligenciar os recursos advindos de outros ambientes, já que estes exercem forte influência na vida do adolescente, não só adolescente como também na vida de crianças, jovens, adultos e idosos. Vale ressaltar, que a promoção do desenvolvimento positivo não significa apenas a prevenção de comportamentos de risco é preciso muito mais, é preciso que o adolescente seja sempre estimulado, além de ser reconhecido pelos seus afazeres, estabilidade e mudanças sistemáticas, ao passo que a ciência do desenvolvimento busca compartilhar conhecimentos com a comunidade propondo um aperfeiçoamento da qualidade de vida de crianças, adolescentes e famílias, no sentido de prevenir riscos e otimizar sucessos.
	Desta forma, espera-se por meio desde importante veículo de comunicação que a o conhecimento seja passado principalmente aos que menos tem acesso à informação de cunho científico. Este é um artigo que traz discussões importantíssimas com relação ao desenvolvimento do adolescente e que merece ser exposto. Porém, o grande impasse é que nem todos tem acesso a leitura acadêmica/científica, e queremos o conhecimento a nível de todos, para que todos possam acessá-los e aplica-los no dia-dia. Portanto, faz-se necessário a implantação deste conteúdo em veículos midiáticos, para que ocorra a comunicação em massa tanto de especialistas quando da comunidade, e assim estabelecer um entretenimento maior entre a ciência e a sociedade.

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