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I2ª fase – XXII Exame de Ordem Prof. Ms Gabriel Quintanilha Professor Ms. Gabriel Quintanilha Gabriel Quintanilha IV @gabquintanilha @gquintanilha @gquintanilha www.quintanilhatributario.blogspot.com gquintanilha@gmail.com Teoria Geral das Espécies Tributárias O poder de tributar e a atividade estatal Atividade Jurisdicional Atividade Administrativa Teoria Geral das Espécies Tributárias Artigo 3º do CTN: “Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir*, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.” *Bens imóveis – art. 156, XI da CRFB/88 O Sistema Tributário Nacional ● Conjunto de normas sistematicamente organizadas na Constituição Federal que ditam as diretrizes da tributação no Brasil. ● Art. 145 a 162 da CF-88. (20 artigos) . . Tributo IMPOSTO TAXA CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO CONTRIBUIÇÕE S ESPECIAIS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PROFISSIONAIS CIDE CIP IMPOSTOS Característica Principal: Desvinculação a qualquer atividade estatal específica em benefício do contribuinte. Utilização unicamente do princípio da capacidade contributiva, sem levar em conta o serviço efetivamente prestado (não vinculado) . Artigos Relacionados: -> Art. 145, I – CF/88 -> Art. 16 – CTN -> Art. 167, IV – CF/88 (não vinculação de receita) IMPOSTOS • O FG do imposto é uma situação que não se conecta com nenhuma atividade estatal especificamente dirigida ao contribuinte, ou seja, para exigir a espécie “imposto” do contribuinte, o estado não precisa estar prestando um serviço determinado para aquele contribuinte. • A atuação do estado está ocorrendo para prover o bem comum, e o Estado fornece tais prestações por ser o indivíduo membro da comunidade, mas não por ser ele contribuinte de imposto. JURISPRUDÊNCIA ● “TRIBUTÁRIO - CONTRIBUINTE DO IPTU - CONTRA-PRESTAÇÃO DO ESTADO AO RECOLHIMENTO DO IMPOSTO - INEXISTÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL – CONCEITOS DE CONTRIBUINTE E CONSUMIDOR - EQUIPARAÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR - INAPLICABILIDADE IN CASU. ● 1. Os impostos, diversamente das taxas, têm como nota característica sua desvinculação a qualquer atividade estatal específica em benefício do contribuinte. ● 2. Consectariamente, o Estado não pode ser coagido à realização de serviços públicos, como contraprestação ao pagamento de impostos, quer em virtude da natureza desta espécie tributária, quer em função da autonomia municipal, constitucionalmente outorgada, no que se refere à destinação das verbas públicas. ● 3. A relação de consumo não guarda semelhança com a relação tributária, ao revés, dela se distancia, pela constante supremacia do interesse coletivo, nem sempre encontradiço nas relações de consumo. ● 4. O Estado no exercício do jus imperii que encerra o Poder Tributário subsume-se às normas de Direito Público, constitucionais, complementares e até ordinárias, mas de feição jurídica diversa da ● do Código de Defesa do Consumidor. Sob esse ângulo, o CTN é lex specialis e derroga a lex generalis que é o CDC. ● 5. Recurso Especial desprovido.” (REsp 478958 / PR - Ministro LUIZ FUX - PRIMEIRA TURMA - DJ 04/08/2003 p. 237 - REVJMG vol. 165 p. 446 - RJADCOAS vol. 49 p. 105) NÃO VINCULAÇÃO DA RECEITA ● “Art. 167. São vedados: ● (...) ● IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; (Redação da EC n. 42/03)” JURISPRUDÊNCIA ● "Ação direta de inconstitucionalidade. Lei n. 13.133/2001, do Estado do Paraná, que instituiu o Programa de Incentivo à Cultura, vinculando parte da receita do ICMS ao Fundo Estadual de Cultura. Violação ao art. 167, IV, da Constituição Federal. Precedentes. Ação direta julgada procedente." (ADI 2.529, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 14-6-07, DJ de 6-9-07) IMPOSTOS ● Impostos Ordinários ● -> 7 União Federal (II, IE, IPI, IOF, IR, ITR, IGF) ● -> 3 Estados (ICMS, IPVA e ITD) ● -> 3 Municípios (ISS, IPTU e ITBI) ● IMPORTANTE: COMPETÊNCIA CUMULATIVA DO DF PARA IMPOSTOS MUNICIPAIS – ART. 147 DA CF IMPOSTOS ● Impostos Extraordinários de Guerra Tais impostos só devem ser criados em casos de guerra externa; Não necessitam de lei complementar (podem ser instituídos por MP); Impostos temporários; Classificação dos Impostos Impostos Reais X Impostos Pessoais ●Reais: relaciona-se ao patrimônio e a manutenção do patrimônio (riqueza estática) Ex. IPTU, IPVA, ITBI, II, IE, IOF ●Pessoais: relacionados à riqueza e aos rendimentos. (riqueza em movimento) Ex. IR Classificação dos Impostos Impostos Diretos X Impostos Indiretos ●Diretos: O contribuinte SUPORTA os encargos financeiros sem repassar a terceiros. Ex. IR e IPTU ●Indiretos: São aqueles suportados por outra pessoa, ou seja, pelo contribuinte de fato. Ex. IPI e ICMS Classificação dos Impostos Impostos Fiscais X Impostos Extrafiscais (observar a função predominante) ●Fiscais: Impostos que tem por função a arrecadação pura e simples. Ex. IR, ICMS, IPTU e ISS. ●Extrafiscais: a função arrecadatória é superada por outra natureza econômica, política ou social. É utilizado para regular uma situação econômica. Ex. II, IE, IOF, IE e ITR. Classificação ● Parafiscais A caracterização, neste caso, refere-se à destinação legal do produto da arrecadação. Enquadram-se as contribuições, diretamente recolhidas pelos beneficiários tributários. Ex. Contribuição Patronal Sindical, recolhida diretamente pelo sindicato. TAXAS ● Artigos Relacionados: -> Art. 145, II e §§ – CF/88; -> Art. 77 e ss. – CTN; -> Súm. Vinc. 19 e 29; -> Súm. STF 665, 670 e SV 41. Espécies de taxas admitidas no direito brasileiro Taxas de Polícia; Taxas de Serviço. TAXAS Taxa de Polícia – Exercício de poder de polícia por parte do estado. Fiscalização, regulação de condutas e atividades entendidas como de risco à sociedade. Taxa de Serviço – Prestação de serviço público específico e divisível , independe do uso efetivo por parte do contribuinte. TAXA DE POLÍCIA O fato gerador da taxa de polícia é o exercício regular do poder de polícia. Não há necessidade de fiscalização “in loco”, A FISCALIZAÇÃO PODE SER FEITA À DISTÂNCIA. TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. SISTEMA DE CONTROLE DE PRODUÇÃO DE BEBIDAS - SICOBE. OBRIGAÇÃO DE RESSARCIR OS CUSTOS SUPORTADOS PELA CASA DA MOEDA COM A INSTALAÇÃO E A MANUTENÇÃO DO SISTEMA. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA PRINCIPAL. TRIBUTO. TAXA PELO EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA. FIXAÇÃO DA ALÍQUOTA E BASE DE CÁLCULO POR ATO INFRA-LEGAL. VIOLAÇÃO DO ART. 97, INCISO IV, DO CTN. PROPORCIONALIDADE À CAPACIDADE PRODUTIVA IMPOSTA PELA LEI. NÃO OBSERVÂNCIA. VIOLAÇÃO DO ART. 28, § 4º, DA LEI 11.488/07. 1. Inexiste violação do art. 535 do CPC quando a prestação jurisdicional é dada na medida da pretensão deduzida, com enfrentamento e resolução das questões abordadas no recurso. 2. Insurge-se a ora recorrente contra o ressarcimento de valores devido pelas empresas fabricantes de bebidas frias (água, refrigerantes, cervejas) em decorrência da instalação do Sistema de Controle de Produção de Bebidas - SICOBE que foi desenvolvido de forma conjunta pela ReceitaFederal do Brasil e pela Casa da Moeda do Brasil para fiscalizar o volume de produção das referidas empresas e, assim, facilitar a cobrança de tributos (PIS/COFINS, PIS/COFINS Importação e IPI), sendo de utilização obrigatória por todos os fabricantes. 3. A obrigação de ressarcir os custos de instalação e manutenção desse sistema à Casa da Moeda do Brasil subsume-se perfeitamente ao conceito de tributo disposto no art. 3º do Código Tributário Nacional, segundo o qual: Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Desse modo, apesar de intitulada como ressarcimento, a cobrança instituída pelos artigos 58-T da Lei n. 10.833/2003 e 28 da Lei n. 11.488/07 é tributo na modalidade taxa. 4. Tratando-se de taxa não poderia a sua alíquota e base de cálculo ser fixada por ato infra-legal, no caso o Ato Declaratório do Executivo RFB 61/2008, o que viola o art. 97, inciso IV, do CTN. 5. O Ato Declaratório do Executivo RFB 61/2008 contraria a lei (art. 28, § 4º, da Lei 11.488/2007) também quando estabelece um valor fixo de ressarcimento (R$ 0,03 por embalagem) sem considerar a proporcionalidade entre o valor devido e capacidade produtiva de cada estabelecimento industrial. Recurso especial parcialmente provido. (REsp 1556350 / RS - Ministro HUMBERTO MARTINS - DJe 01/12/2015) TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. TAXA DE FISCALIZAÇÃO DO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS. SOCIEDADE BENEFICIÁRIA DE RECURSOS ORIUNDOS DE INCENTIVOS FISCAIS. LEI N. 7.940/89. EMPRESA EXCLUÍDA DO PROGRAMA. MODIFICAÇÃO. REEXAME DE PROVAS. SÚMULA N. 7/STJ. 1. Inexiste violação do art. 535 do CPC quando a prestação jurisdicional é dada na medida da pretensão deduzida, com enfrentamento e resolução das questões abordadas no recurso. 2. A taxa de fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários tem por fato gerador o exercício do poder de polícia atribuído à própria CVM, nos termos da Lei n. 7.940/89. Assim, a referida taxa terá incidência enquanto perdurar os efeitos do benefício fiscal aventado, pois a fiscalização efetivada pela CVM decorre do poder de polícia em sindicar o cumprimento do acordo legal entabulado, sendo irrelevante o momento da concessão do benefício, mas sim se o benefício se prolonga no tempo, estando vigente no momento da fiscalização, o que afastaria o efeito retroativo da norma. 3. Portanto, a exação em apreço será devida enquanto perdurar a necessidade de fiscalizar a continuidade do cumprimento das condições exigidas para a fruição dos benefícios. A toda evidência, eventual possibilidade de cobrança da taxa dependeria de a agravada ainda se submeter ao poder de polícia da CVM, o que não ocorre na espécie, conforme se extrai do acórdão recorrido. 4. Com efeito, a modificação do julgado para reconhecer a incidência da taxa, porquanto ainda presentes os efeitos dos benefícios fiscais concedidos, demandaria reexame de provas, o que encontra óbice na Súmula n. 7/STJ. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1524335 / RS - Ministro HUMBERTO MARTINS - DJe 26/06/2015) ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. PODER DE POLÍCIA DO INMETRO. NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO. FARMÁCIA. FISCALIZAÇÃO DE BALANÇA PARA PESAGEM CORPORAL. CORTESIA DISPONIBILIZADA À CLIENTELA. AFERIÇÃO DESCABIDA. OFENSA À LEI FEDERAL INEXISTENTE. 1. A jurisprudência do STJ firmou-se no sentido de que a Taxa de Serviços Metrológicos, decorrente do poder de polícia do INMETRO em aferir a regularidade de balanças, visa a preservar as relações de consumo, sendo imprescindível verificar se o equipamento objeto de aferição é essencial ou não à atividade desempenhada pela empresa. Precedentes. 2. Por não se tratar de equipamento essencial ao funcionamento e às atividades econômicas das farmácias, as balanças utilizadas gratuitamente pelos clientes não se expõem à fiscalização periódica do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - INMETRO. Inteligência das Leis nº 5.966/73 e 9.933/99, e da Resolução nº 11/88. 3. Recurso especial da autarquia a que se nega provimento. (REsp 1384205 / SC - Ministro SÉRGIO KUKINA - DJe 12/03/2015) Hard Cases do STF Taxa de emissão de alvará de funcionamento de estabelecimento Constitucional - mesmo sem fiscalização in loco. Basta a prestação potencial para incidência da taxa. Hard Cases do STF ● Taxa de iluminação Pública INCONSTITUCIONAL ! -> Não há divisibilidade do serviço. -> Não há possibilidade de identificação do gasto de cada um. ● Súmula 670 do STF ● Súmula Vinculante 41 do STF Hard Cases do STF Criação da CIP – Contribuição de Iluminação Pública. Art. 149 – A da CF/88 Hard Cases do STF ● Serviço de Limpeza Pública X Serviço de Coleta Domiciliar. Utilização de um só carnê de cobrança para ambas as taxas -> INCONSTITUCIONAL. Súmula Vinculante nº 19. Hard Cases do STF ● Utilizar como base de cálculo para cobrança de taxa de coleta de lixo a metragem do imóvel viola o Art. 145 §2º da CF/88, tendo em vista que esse é um dos fatores da base de cálculo do IPTU? Hard Cases do STF NÃO! O QUE ESTÁ VEDADA É A TOTAL IDENTIDADE ENTRE AS BASES DE CÁLCULO. SÚMULA VINCULANTE 29 STF. Sumula 595 do STF “É inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem cuja base de cálculo seja idêntica à do imposto territorial rural.” TAXA DE SEGURANÇA PÚBLICA ● “Em face do artigo 144, caput, inciso V e parágrafo 5º, da Constituição, sendo a segurança pública, dever do Estado e direito de todos, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através, entre outras, da polícia militar, essa atividade do Estado só pode ser sustentada pelos impostos, e não por taxa, se for solicitada por particular para a sua segurança ou para a de terceiros, a título preventivo, ainda quando essa necessidade decorra de evento aberto ao público. Ademais, o fato gerador da taxa em questão não caracteriza sequer taxa em razão do exercício do poder de polícia, mas taxa pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, o que, em exame compatível com pedido de liminar, não é admissível em se tratando de segurança pública.” (ADI 1.942-MC, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 5-5-99, Plenário, DJ de 22-10-99). No mesmo sentido: ADI 2.424, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 1º-4-04, Plenário, DJ de 18-6- 04. PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA. VÍCIO. NATUREZA JURÍDICA DE TARIFA. PREJUÍZO PARA A DEFESA. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 1. A posição do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal é no sentido de haver, relativamente ao fornecimento de água e tratamento de esgoto, o envolvimento de tarifa e não de taxa. 2. A certidão de dívida ativa que cobra taxa de fornecimento de água e/ou tratamento de esgoto é nula, por vício quanto á natureza, por força do § 5°, III, da Lei n. 6.830/80 - Lei de Execuções Fiscais. 3. O vício na natureza jurídica do débito causa prejuízo à defesa da parte executada, devido aos regimes jurídicos distintos da taxa e da tarifa. Nota-se que uma pode ser cobrada em virtude de utilização efetiva ou potencial do serviço, enquanto a outra somente pela utilização efetiva. 4. Não substituída a Certidão de Dívida Ativa até a sentença, deve a execução fiscal ser extinta. Recurso especial provido. (REsp 1492573 / RS - Ministro HUMBERTO MARTINS - DJe 05/12/2014) PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA. TAXA DE SEGURANÇA PÚBLICA. COMBATE A INCÊNDIO. LEI ESTADUAL 17.488/2011. LEGALIDADE. 1. O entendimento desta Corte Superior acerca da exigência da Taxa pela Utilização Potencial do Serviço de Extinção deIncêndio é no sentido de ser legítima a cobrança quando preencher os requisitos da divisibilidade e da especificidade. 2. Uma vez preenchidos os requisitos de divisibilidade e especificidade, é legítima a cobrança da taxa de incêndio instituída pela Lei 17.488/2011. 3. Agravo Regimental não provido. (AgRg no RMS 44778 / GO - Ministro HERMAN BENJAMIN - DJe 30/06/2015) CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA Objetivo: - ressarcir aos cofres públicos o montante gasto na obra pública na proporção da valorização aproveitada pelo particular; CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA FUNDAMENTOS DA COBRANÇA 1- Retribuir ao Estado o valor gasto com a obra pública 2- Justificar o enriquecimento dos cidadãos beneficiados. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA Qualquer obra pode gerar contribuição de melhoria? NÃO! DECRETO-LEI 195/67 CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA Apenas incidem em imóveis privados (não estamos diante de imunidade recíproca e sim não incidência); Os arts. 2º e 3º do decreto elenca as obras que geram a C.M. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA ● Cases do STJ e STF -> Recapeamento de via gera C.M? Não! Melhoria já ocorrida no calçamento. -> UPP gera C.M.? Não! Não há obra e sim serviço de segurança pública. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA ● Limites para cobrança: ● 1 – Limite universal – o teto arrecadatório; é o custo geral da obra; ● 2 – Limite individual – a valorização do imóvel aproveitada pelo particular Jurisprudência “ CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA. VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA. CF/67. ART. 18, II, COM A REDAÇÃO DA EC N. 23/83, CF/88, ART. 145, III. Sem valorização imobiliária, decorrente de obra pública, não há contribuição de melhoria, porque a hipótese de incidência desta é a valorização.” (STF, RE 114.069/SP, 2ª Turma, Rel. Min. Carlos Velloso, j. em 15/04/1994) “ CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA. FATO GERADOR: QUANTUM DA VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA. PRECEDENTES. 1. Esta Corte consolidou o entendimento no sentido de que a contribuição de melhoria incide sobre o quantum da valorização imobiliária. Precedentes. 2. Agravo regimental improvido” (STF, AI 694836 AgR/SP, 2ª Turma, Rel. Min. Ellen Gracie, j. em 24/11/2009) ● Pode-se cobrar contribuição de melhoria sobre obra parcialmente concluída? ● “A contribuição de melhoria só pode ser legitimamente exigível após a conclusão das obras, ou, em casos especiais, quando a conclusão parcial já tenha seguramente provocado valorização do imóvel do contribuinte, uma vez que, a despeito do laconismo da Constituição Federal de 1988, a contribuição de melhoria é tributo vinculado ao benefício, vale dizer, à valorização decorrente da obra. Prematura, pois, a exigência do tributo em causa dos apelantes, se a obra se encontra em estágio inicial" (TJ/SC ACMS n. 3.943, da Capital, Rel. Des. João José Schaefer, DJE de 25.5.93) ● - Possibilidade: desde que já concluída em relação ao contribuinte lançado. Ex.: trecho de pavimentação asfáltica parcialmente concluído. Limites ● “ CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA. BASE DE CÁLCULO. VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA. A base de cálculo da contribuição de melhoria é a valorização imobiliária. Tem como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. (STJ, RESP 200.283/SP, 1ª Turma, Rel. Min. Garcia Vieira, j. 04/05/1999)” ● “A contribuição de melhoria tem como limite geral o custo da obra, e como limite individual a valorização do imóvel beneficiado.” (STJ, RESP 362.788/RS, 2ª Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 28/05/2002) ● “A base de cálculo da contribuição de melhoria é a valorização do imóvel em razão da obra realizada pelo poder público, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.” (TJSC, Reexame Necessário n. 2010.047320-4, de Canoinhas, Rel. Des. Sônia Maria Schmitz, j. em 11/01/2011) EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO ● Art. 148 - A União, mediante lei complementar, poderá instituir Empréstimo Compulsório: ● I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; ● II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no Art. 150, III, (b). ● Parágrafo único - A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. CTN Art. 15. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir empréstimos compulsórios I - guerra externa, ou sua iminência; II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários disponíveis; III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo. Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as condições de seu resgate, observando, no que for aplicável, o disposto nesta Lei. EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO X IMPOSTO EXTRAORDINÁRIO DE GUERRA CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS ● Art. 149 - Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no Art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS Finalidade: -> Destinar dinheiro para determinadas atividades que o estado entendeu que devem ter seu “dinheiro próprio”, não obstante o dinheiro arrecadado pelos impostos também possa ser utilizado nessas atividades. -> Regido pelo princípio da solidariedade social (justiça distributiva). CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS 1.0 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS 1. As contribuições especiais de seguridade social (saúde, previdência e assistência social – SPA) devem ser financiadas por toda a sociedade (art. 195 da CF/88). - São aquelas que financiam o SUS, INSS, PAC, Fome Zero etc. CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS 1.1 Contribuições Sociais Gerais (art. 149 – CTN) -> Não possuem fato gerador próprio (utilizam-se dos de impostos e taxas) e caracterizam-se pela FINALIDADE (destinação social). -> São aquelas destinadas a outras atuações da União na área social (ex.: Salário educação – art. 212§5º – e Contribuições para os serviços sociais autônomos (SESI, SESC, SENAI) – art. 240 da CF/88. CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS 1.1 Contribuições Sociais Gerais (art. 149 – CTN) Exemplos dessa subespécie de contribuição: Salário- Educação e Contribuições ao Sistema S (SENAI, SESI, SESC, SENAC etc.) (art. 240 da CF/88) – destinada a entidades privadas de serviço social, que têm por objeto a formação de recursos humanos. Tais contribuições incidem sobre a folha de salários, o que reforça a caracterização da solidariedade de grupo, uma vez que o valor recolhido é destinado a determinado setor da atividade econômica, sendo, portando, exigido, obrigatoriamente, de pessoas que atuam na área beneficiada. CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS 1.2 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS DE SEGURIDADE SOCIAL incidem sobre: (i) empregador (contribuição patronal – folha de salários), receita e faturamento (COFINS e PIS – art. 239 CF), lucro (CSLL); (ii) trabalhador (salvo aposentados pelo regime geral da previdência); (iii) receita dos concursos e prognósticos; (iv) importação (PIS COFINS – IMPORTAÇÃO). CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS 1.3 OUTRAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS DE SEGURIDADE SOCIAL Ademais, podemos criar contribuições sociais residuais (art. 195§4º), ou seja, aquelas que não estão previstas na CF/88 que deve ocorrer via LEI COMPLEMENTAR. Cabe à lei instituir outras contribuições sociais da seguridade social, observados os requisitos do art. 154, I daCF/88 (contribuições residuais devem ser instituídas por LC e não podem ter fato gerador e base de cálculo de tributos de competência dos Estados e Municípios). Posição do STF: Somente deve ser observada a LC, uma vez que as demais exigências referem-se aos impostos, devendo as contribuições residuais apenas evitarem os fatos geradores elencados no art. 195 – CF/88 (RE nº 228.321). CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS As contribuições da seguridade social são submetidas ao princípio da anterioridade nonagesimal (noventena) – Art. 195§6º CF/88. Não se aplica, nesse caso, o princípio da anterioridade clássica (art. 150, III, b). IMPORTANTE: As contribuições sociais gerais estão submetidas tanto à anterioridade quanto à noventena. CONTRIBUIÇÃO PROFISSIONAL O Supremo Tribunal Federal (STF) reafirmou entendimento no sentido da inconstitucionalidade da contribuição assistencial imposta por acordo, convenção coletiva de trabalho ou sentença normativa a empregados não sindicalizados. ARE 1018459 PROCESSO CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL COMPULSÓRIA. ART. 8º, IV DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. SERVIDORES PÚBLICOS DO DISTRITO FEDERAL. OBRIGATORIEDADE QUANTO AO RECOLHIMENTO DA EXAÇÃO. RECOLHIMENTO DE VALORES DO ANO DE 2006. 'MANDAMUS'. VIA INADEQUADA. APLICAÇÃO DA SÚMULA N. 269/STF. MULTA E JUROS DE MORA. FORMA DE CÁLCULO. REVOGAÇÃO TÁCITA DO ARTIGO 600 DA CLT. 1. A contribuição sindical compulsória, independente de filiação a sindicato, é expressamente prevista pelo art. 8º, IV, da Carta Magna, conforme a jurisprudência perfilhada pela Suprema Corte (RMS 21.758/DF, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Primeira Turma, DJU 04.11.94). 2. O art. 578 e seguintes da CLT conferem à contribuição sindical compulsória caráter tributário, evidenciando a incidência da obrigação fiscal sobre os participantes de categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas por sindicatos (Precedentes:REsp 881969 / DF, 1ª Turma, Rel. Min. LUIZ FUX, DJe 01/12/2008; REsp. 728.973/PR, 1ª Turma, DJU 10.04.06; Resp. 612.842/RS, 2ª Turma, DJU 11.04.05; RMS 24.796/MG, 1ª Turma, DJU 04.06.08). 3. O fato de os servidores públicos serem regidos por regime estatutário não tem o condão de elidir a obrigação quanto ao recolhimento da exação in foco, porquanto, ainda que assegurado aos mesmos o direito à livre associação sindical (art. 37, VI da CF), seu tratamento não pode discrepar daquele conferido ao trabalhador que atua na iniciativa privada em razão do princípio constitucional da liberdade de associação. 4 O mandado de segurança, por não substituir a ação de cobrança (Súmula n. 269/STF), não é o meio processual adequado, na parte concernente ao desconto da contribuição sindical relativa ao ano de 2006, devido no mês de março, contando-se que o mandamus foi manejado em 03/08/2006. Precedente: RMS 24796/MG, Ministro JOSÉ DELGADO, DJe 04/06/2008. 5. A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça já decidiu que, em virtude da revogação tácita do art. 600 da CLT, para o cálculo dos juros de mora e multa na cobrança da contribuição sindical, aplica- se o regime previsto nos arts. 2.º, da Lei n.8.022/1990, e 59, da Lei n. 8.383/1991. ( Precedente: AgRg no Ag 715404 / PR, Segunda Turma, DJe 24/09/2008). 6. Recurso ordinário parcialmente provido para determinar que a autoridade coatora realize o desconto referente à contribuição sindical pleiteada a partir do exercício seguinte à impetração. (RMS 24917 / MS - Ministro LUIZ FUX - DJe 26/03/2009) SÚMULA 666 DO STF Contribuição Confederativa - Exigibilidade - Filiação a Sindicato Respectivo ● A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Constituição, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo. Ementa: OAB CONTRIBUIÇÃO. NATUREZA JURÍDICA NÃO TRIBUTÁRIA. EXERCÍCIO DA PROFISSÃO. DEVER DE QUITAÇÃO. As anuidades cobradas pela Ordem dos Advogados do Brasil. OAB não têm natureza jurídica tributária, visto que a entidade é considerada uma autarquia sui generis, não se incluindo no conceito jurídico de Fazenda Pública. A jurisprudência dos Tribunais Superiores é pacífica quanto à ausência de mácula na imposição da penalidade de suspensão ao advogado inadimplente de suas anuidades. Matéria enfrentada pela Corte Especial deste Regional, que rejeitou a arguição de inconstitucionalidade dos artigos 34, XXIII e 37 da Lei nº 8.609/94 (sessão do dia 23/09/2010). A CAA é um órgão indissociável da OAB, que não é de adesão facultativa. Ação improcedente. CIDEs CIDE COMBUSTÍVEIS ● Art. 177 (...) § 4º - A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos: ● I - a alíquota da contribuição poderá ser: ● a) diferenciada por produto ou uso; ● b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art. 150, III, b; ● II - os recursos arrecadados serão destinados: ● a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; ● b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; ● c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes. SÚMULA 553 STF ● Adicional ao Frete Para Renovação da Marinha Mercante - Contribuição Parafiscal ● O Adicional ao Frete Para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) é contribuição parafiscal, não sendo abrangido pela imunidade prevista na letra d, inciso III, do Art. 19, da Constituição Federal. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS ● 1- CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS GERAIS: ● a) contribuição ao salário educação (art. 212, § 5ª CF) ● b) contribuições para o sistema “S”(art. 240 CF) ● 2 – CONTRIBUIÇÕES PARA A SEGURIDADE SOCIAL ● a) Empregador e empresa (art. 195, I CF) ● a.1 – contribuição social patronal sobre a folha de pagamento; ● a.2 – Contribuição ao PIS/PASEP ● a.3 – Contribuição sobre o lucro líquido (CSLL) ● a.4 – Contribuição para financiamento da seguridade social (COFINS) ● b) Trabalhador (art. 195 II CF) ● c) Receita de Loterias (art. 195 III CF) ● d) Importador (art. 195 IV CF) ● 3 – OUTRAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS CONTRIBUIÇÃO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA Art. 149-A - Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica. Competência - Poder de instituir o tributo - Indelegável - Art. 7º do CTN Capacidade ● Delegável ● Fiscalização e arrecadação ● Art. 7º do CTN Titularidade da Receita ● Repartição de Receitas Direta ● Arts. 157 e 158 da CRFB SV 30 do STF "É inconstitucional lei estadual que, a título de incentivo fiscal, retém parcela do ICMS pertencente aos municípios". Competência Municipal Art. 156 da CRFB 1. IPTU 2. ITBI 3. ISSQN IPTU Art. 32 do CTN Art. 156, I da CRFB FG – propriedade, domínio útil e posse de bens imóveis por natureza ou por acessão física situados em área urbana Propriedade Código Civil - Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. Domínio útil Código Civil - Art. 1.390. O usufruto pode recair em um ou mais bens, móveis ou imóveis, em um patrimônio inteiro, ou parte deste, abrangendo- lhe, no todo ou em parte, os frutos e utilidades. Código Civil - Art. 1.394. O usufrutuário tem direito à posse, uso, administração e percepção dos frutos. Enfiteuse Art. 678. Dá-se a enfiteuse,aforamento, ou emprazamento, quando por ato entre vivos, ou de última vontade, o proprietário atribui à outro o domínio útil do imóvel, pagando a pessoa, que o adquire, e assim se constitui enfiteuta, ao senhorio direto uma pensão, ou foro, anual, certo e invariável. (Código Civil de 1916) Posse Código Civil - Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. Bens imóveis Código Civil - Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente. ● DIREITO TRIBUTÁRIO. DESNECESSIDADE DE PRÉVIA INSCRIÇÃO DE UNIDADES AUTÔNOMAS NO REGISTRO DE IMÓVEIS PARA A COBRANÇA DE IPTU INDIVIDUALIZADO. O fisco, verificando a divisão de imóvel preexistente em unidades autônomas, pode proceder às novas inscrições de IPTU, ainda que não haja prévio registro das novas unidades em cartório de imóveis. Conforme o art. 32 do CTN, o fato gerador do IPTU é a propriedade, o domínio útil ou a posse. O art. 34 do referido diploma, por sua vez, preconiza que o "contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título". Observa-se, portanto, que é absolutamente dispensável o prévio registro imobiliário das novas unidades para proceder ao lançamento do IPTU individualizado. Basta a configuração da posse do bem imóvel para dar ensejo à exação. Assim, verificando-se a superveniência de unidades autônomas, é devida a cobrança do IPTU de forma individualizada, uma vez que é pacífico o entendimento de que os impostos reais — IPTU e ITBI, em especial — referem-se aos bens autonomamente considerados. Desse modo, seria incabível tratar diversos imóveis como universalidade para fins de tributação. Precedente citado: REsp 722.752-RJ, Segunda Turma, DJe 11/11/2009. REsp 1.347.693-RS, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 11/4/2013 (Informativo no 0520). Área urbana ● Art. 32 do CTN § 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal; observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público: I – meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; II – abastecimento de água; III – sistema de esgotos sanitários; IV – rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar; V – escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado. Destinação do bem imóvel Art. 15 do Dec. 57/66 Progressividade - Função social da propriedade - Valor - Localização - Utilização do imóvel Sumula 668 do STF “É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da Emenda Constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana.” Sumula 539 do STF “É constitucional a lei do município que reduz o imposto predial urbano sobre imóvel ocupado pela residência do proprietário, que não possua outro.” Sumula 160 do STJ “É defeso ao município atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção monetária.” CTN Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: (…) § 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo. Sumula 397 do STJ “O contribuinte do IPTU é notificado do lançamento pelo envio do carnê ao seu endereço.” Sumula 399 do STJ “Cabe à legislação municipal estabelecer o sujeito passivo do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano)” ITR ● Art. 29 do CTN ● Art. 153, VI da CRFB ● Lei nº 9393/96 ● Decreto 6.433/08 FG – propriedade, domínio útil e posse de bens imóveis por natureza situados em área rural. I – será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas; (EC 42/2003) II – não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel; (EC 42/2003) III – será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal. (EC 42/2003) Sumula 595 do STF “É inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem cuja base de cálculo seja idêntica à do imposto territorial rural.” ITR X IPTU ITBI ● Art. 156, II da CRFB ● Art. 35 do CTN FG - O ITBI tem como fato gerador a transmissão onerosa de bens imóveis. Somente bens imóveis. Não incide, portanto, na aquisição por usucapião, por ser modalidade de aquisição gratuita e originária da propriedade, tampouco incide na alienação de veículos, lanchas, barcos, uma vez que se tratam de bens móveis. CRFB Art. 156. § 2º - O imposto previsto no inciso II: I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil; II - compete ao Município da situação do bem. Sumula 108 do STF “É legítima a incidência do imposto de transmissão "inter vivos" sobre o valor do imóvel ao tempo da alienação, e não da promessa, na conformidade da legislação local.” Sumula 326 do STF “É legítima a incidência do imposto de transmissão "inter vivos" sobre a transferência do domínio útil.” Sumula 328 do STF “É legítima a incidência do imposto de transmissão "inter vivos" sobre a doação de imóvel”. Sumula 656 do STF “É INCONSTITUCIONAL A LEI QUE ESTABELECE ALÍQUOTAS PROGRESSIVAS PARA O IMPOSTO DE TRANSMISSÃO INTER VIVOS DE BENS IMÓVEIS - ITBI COM BASE NO VALOR VENAL DO IMÓVEL.” Base de Cálculo – Art. 38 CTN PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. VIOLAÇÃO DOS ARTS. 458, II, E 535, II, DO CPC. INEXISTÊNCIA. ITBI. BASE DE CÁLCULO. VALOR VENAL DO IMÓVEL. APURADO CONCRETAMENTE EM HASTA PÚBLICA. 1. Não ocorreu violação aos. 458 e 535 do CPC, pois a matéria for a decidida nos exatos termos postos pela lide, de forma suficientemente fundamentada, ainda que o entendimento final tenhasido firmado de forma contrária à pretensão do recorrente. 2. É firme o entendimento do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que a arrematação corresponde à aquisição do bem alienado judicialmente, razão pela qual a base de cálculo do ITBI é o valor alcançado na hasta pública. Precedentes: AgRg no REsp 1.317.793/MG, Rel. Ministro Sérgio Kukina, Primeira Turma, julgado em 22.10.2013, DJe 29.10.2013; RMS 36.293/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 4/10/2012, DJe 11/10/2012; AgRg nos Edcl no Ag 1391821/MG, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 28.6.2011, DJe 1.7.2011. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1386560 / MG) PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO RECURSO ESPECIAL. ARGUMENTOS INSUFICIENTES PARA DESCONSTITUIR A DECISÃO ATACADA. IMÓVEL OBJETO DE ALIENAÇÃO JUDICIAL. BASE DE CÁLCULO DO ITBI. VALOR DA ARREMATAÇÃO. I - o valor venal do imóvel para efeito de definição da base de cálculo do Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis - ITBI, no caso de alienação judicial, é o montante alcançado em hasta pública. II - O Agravante não apresenta, no regimental, argumentos suficientes para desconstituir a decisão agravada. III - Agravo Regimental improvido. (AgRg no AREsp 462692 / MG - DJe 23/09/2015) o COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA - Imposto de competênciamunicipal (art. 156, III, CRFB c/c LC 116/03 c/c art. 9º,§§1º e 3º, DL 406/68) o FATO GERADOR - É a prestação de serviços de qualquer natureza, exceto os serviços reservados ao ICMS (transporte interestadual, intermunicipal e comunicação). • O ISS pressupõe uma obrigação de fazer; • Nos tocantes aos serviços (verticalmente), o rol é taxativo (numerus clausus), enquanto aos subserviços ou congêneres (horizontalmente), o rol é exemplificativo (numerus apertus); • Se o anexo da LC 116/03 for revogado, não será possível cobrar o ISS, pois o anexo integra a lei, sendo todos os serviços nele identificados. ISSQN o CLASSIFICAÇÃO DO ISS • Real: o ISS é um imposto real, ou seja, é um imposto que leva em consideração a matéria tributária, isto é, o próprio bem ou coisa, sem cogitar das condições pessoais do contribuinte. (Eduardo Sabbag) • Lançamento fiscal: o ISS é um imposto sujeito a lançamento por homologação (art. 150, CTN). • Proporcional: o ISS é um imposto proporcional, ou seja, sua alíquota é fixa independente da variação de sua base de cálculo. o ISENÇÃO – CRFB, art. 156, §3º. Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar: – II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior; – Trata-se de norma de eficácia limitada, dependendo de LC para excluir tal situação do campo tributável. Logo, não é a CRFB que afasta a tributação, mas a LC, tratando-se, portanto, de uma isenção e não de uma imunidade. o ALÍQUOTAS – CRFB, art. 156, §3º. Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar: – I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; – LC 116/03, art. 8º. As alíquotas máximas do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza são as seguintes: – I – (VETADO) – II – demais serviços, 5% (cinco por cento). – E as alíquotas mínimas? – ADCT, art. 88. Enquanto lei complementar não disciplinar o disposto nos incisos I e III do§ 3º do art. 156 da Constituição Federal, o imposto a que se refere o inciso III do caput do mesmo artigo: – I - terá alíquota mínima de dois por cento, exceto para os serviços a que se referem os itens 32, 33 e 34 da Lista de Serviços anexa ao Decreto-Lei nº 406, de 31 de dezembro de 1968; o ISS E VEDAÇÃO À ISENÇÃO HETERÔNOMA ● CRFB, art. 150,§6º. Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155,§ 2.º, XII, g. ● CRFB, art. 151. É vedado à União: ● III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. ● CRFB, art. 156,§3º. Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar: ● III - regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. o ISS E SOCIEDADES UNIPROFISSIONAIS – A LC 116/03 não exauriu toda matéria acerca do ISS, sobretudo no que tange aos serviços prestados pelas sociedades uniprofissionais. Nesse sentido, o STF entendeu que o art. 9º, §§1º e 3º, DL 406/68, foi recepcionado pela CRFB. – DL 406/68, art. 9º. A base de cálculo do imposto é o preço do serviço. – §1º. Quando se tratar de prestação de serviços sob a forma de trabalho pessoal do próprio contribuinte, o imposto será calculado, por meio de alíquotas fixas ou variáveis, em função da natureza do serviço ou de outros fatores pertinentes, nestes não compreendida a importância paga a título de remuneração do próprio trabalho. – §3º. Quando os serviços a que se referem os itens 1, 4, 8, 25, 52, 88, 89, 90, 91 e 92 da lista anexa forem prestados por sociedades, estas ficarão sujeitas ao imposto na forma do§ 1°, calculado em relação a cada profissional habilitado, sócio, empregado ou não, que preste serviços em nome da sociedade, embora assumindo responsabilidade pessoal, nos termos da lei aplicável. (ver arts. 15 e 16, Lei 8.906/94) – Súmula 663, STF: Os§§ 1º e 3º do art. 9º do DL 406/68 foram recebidos pela Constituição. o CONTRIBUINTE – LC 116/03, art. 5º. Contribuinte é o prestador do serviço. o RESPONSÁVEL TRIBUTÁRIO – LC 116/03, art. 6º. Os Municípios e o Distrito Federal, mediante lei, poderão atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação, inclusive no que se refere à multa e aos acréscimos legais. – §2º. Sem prejuízo do disposto no caput e no§ 1o deste artigo, são responsáveis: – I – o tomador ou intermediário de serviço proveniente do exterior do País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País; – Onde é devido o ISS? – LC 116/03, art. 3º. O serviço considera-se prestado e o imposto devido no local do estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do domicílio do prestador, exceto nas hipóteses previstas nos incisos I a XXII, quando o imposto será devido no local: (...) – Regra: domicílio do contribuinte (prestador de serviços) – Exceção: domicílio do tomador (ler os incisos que tratam de hipóteses referentes à construção civil) PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. ISS. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA. LOCAL DO ESTABELECIMENTO PRESTADOR. MATÉRIA JULGADA NESTA CORTE SUPERIOR SOB O RITO DO ART. 543- C DO CPC. 1. O posicionamento desta Corte Superior é no sentido de que ”A municipalidade competente para realizar a cobrança do ISS é a do local do estabelecimento prestador dos serviços. Considera-se como tal a localidade em que há uma unidade econômica ou profissional, isto é, onde a atividade é desenvolvida, independentemente de ser formalmente considerada como sede ou filial da pessoa jurídica” (REsp 1160253/MG, Rel. Min. Castro Meira, Segunda Turma, DJe de 19/8/10). 2. "Após a vigência da LC 116/2003 é que se pode afirmar que, existindo unidade econômica ou profissional do estabelecimento prestador no Município onde o serviço é perfectibilizado, ou seja, onde ocorrido o fato gerador tributário, ali deverá ser recolhido o tributo." (REsp 1060210/SC, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira Seção, DJe de 5/3/2013 - representativo de controvérsia). 3. Agravo regimental não provido. (AgRg no REsp 1539707 / DF - DJe 14/10/2015) PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. ISSQN. COMPETÊNCIA. FATO GERADOR OCORRIDO NA VIGÊNCIA DA LC N. 116/2003. CONSULTORIA EMPRESARIAL. LOCAL DA SEDE DO PRESTADOR DO SERVIÇO PRECEDENTES. 1. Ressalvados os serviços listados nos incisos I a XXII do art. 3º da LC 116/2003, a competência para cobrança do ISS é do Município da sede do prestador do serviço. 2. Agravo regimental não provido. (AgRg no REsp 1413777 / SP - DJe 16/10/2015) • Incide ISS sobre os serviços notariais e tais serviços não estão abrangidos por qualquer isenção ou imunidade (STF). • Há um entendimento doutrinário de que a alíquota mínima para os serviços somente locais não precisa respeitar os 2%, pois inexiste guerra fiscal. • Não incide ISS no contrato de franquia, pois se trata de um contrato complexo, no qual não é possível mensurar o quantum do serviço prestado. • No caso do dentista, incide ISS sobre tudo, mesmo que haja fornecimento de material. • Incide ISS no buffet. Todavia, havendo divisão entre o serviço do buffet e o que é servido, incide ISS e ICMS. • Na criação de um software incide ISS, salvo o de prateleira, no qual incide o ICMS. •Factoring é fato gerador de IOF e não de ISS. • Provedor de internet não está previsto na LC 116/03. Logo, não pode incidir ISS. ● Súmula Vinculante 31, STF: É inconstitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS sobre operações de locação de bens móveis. ● → locações de bens móveis corresponde a uma obrigação de dar e não de fazer. ● Súmula 138, STJ: O ISS incide na operação de arrendamento mercantil de coisas móveis. ● Súmula 156, STJ: A prestação de serviço de composição gráfica, personalizada e sob encomenda, ainda que envolva fornecimento de mercadorias, está sujeita, apenas, ao ISS. ● → Se não houver serviço personalizado e sob encomenda, incide IPI por se tratar de uma industrialização. ● Súmula 167, STJ: O fornecimento de concreto, por empreitada, para construção civil, preparado no trajeto até a obra em betoneiras acopladas a caminhões, é prestação de serviço, sujeitando-se à incidência do ISS. ● Súmula 274, STJ: O ISS incide sobre o valor dos serviços de assistência médica, incluindo-se neles as refeições, os medicamentos e as diárias hospitalares. ● Súmula 424, STJ: É legítima a incidência de ISS sobre os serviços bancários congêneres da lista anexa ao DL n. 406/1968 e à LC n. 56/1987. ● Súmula 524, STJ: No tocante à base de cálculo, o ISSQN incide apenas sobre a taxa de agenciamento quando o serviço prestado por sociedade empresária de trabalho temporário for de intermediação, devendo, entretanto, englobar também os valores dos salários e encargos sociais dos trabalhadores por ela contratados nas hipóteses de fornecimento de mão de obra. AFRETAMENTO DE EMBARCAÇÕES PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. ISS. AFRETAMENTO DE EMBARCAÇÃO. ILEGITIMIDADE DA COBRANÇA. 1. Nos termos do art. 2º da Lei 9.432/97, afretamento a casco nu é o "contrato em virtude do qual o afretador tem a posse, o uso e o controle da embarcação, por tempo determinado, incluindo o direito de designar o comandante e a tripulação". Afretamento por tempo é o "contrato em virtude do qual o afretador recebe a embarcação armada e tripulada, ou parte dela, para operá-la por tempo determinado" e afretamento por viagem é o "contrato em virtude do qual o fretador se obriga a colocar o todo ou parte de uma embarcação, com tripulação, à disposição do afretador para efetuar transporte em uma ou mais viagens". 2. No que se refere à primeira espécie —afretamento a caso nu —, na qual se cede apenas o uso da embarcação, a Segunda Turma/STJ, ao apreciar o REsp 792.444/RJ , entendeu que "para efeitos tributários, os navios devem ser considerad (Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 26.9.2007) os como bens móveis, sob pena de desvirtuarem-se institutos de Direito Privado, o que é expressamente vedado pelo art. 110 do CTN". E levando em consideração a orientação do STF no sentido de que é inconstitucional a incidência do ISS sobre a locação de bens móveis (RE 116.121/SP, Tribunal Pleno, Rel. Min. Octavio Gallotti, Rel. p/ acórdão Min. Março Aurélio, DJ de 25.5.2001), concluiu no sentido de que é ilegítima a incidência do ISS em relação ao afretamento a casco nu. (…) AFRETAMENTO DE EMBARCAÇÕES (…) De fato, no contrato em comento há mera locação da embarcação sem prestação de serviço, o que não constitui fato gerador do ISS. 3. No que tange às demais espécies, consignou-se no precedente citado que: "Os contratos de afretamento por tempo ou por viagem são complexos porque, além da locação da embarcação, com a transferência do bem, há a prestação de uma diversidade de serviços, dentre os quais se inclui a cessão de mão-de-obra", de modo que "não podem ser desmembrados para efeitos fiscais (Precedentes desta Corte) e não são passíveis de tributação pelo ISS porquanto a específica atividade de afretamento não consta da lista anexa ao DL 406/68". Assim, pode-se afirmar que em tais espécies contratuais (afretamento por tempo e afretamento por viagem) há um misto de locação de bem móvel e prestação de serviço. Contudo, como bem observado no precedente citado, a jurisprudência desta Corte —em hipóteses em que se discutia a incidência do ISS sobre os contratos de franquia, no período anterior à vigência da LC 116/2003 —firmou-se no sentido de que não é possível o desmembramento de contratos complexos para efeitos fiscais (REsp 222.246/MG, 1ª Turma, Rel. Min. José Delgado, DJ de 4.9.2000; REsp 189.225/RJ, 2ª Turma, Rel. Min. Francisco Peçanha Martins, DJ de 4.9.2001). 4. Por tais razões, mostra-se ilegítima a incidência do ISS sobre o contrato de afretamento de embarcação, em relação às três espécies examinadas. 5. Recurso especial provido. (STJ - REsp: 1054144 RJ 2008/0097797-8, Relator: Ministra DENISE ARRUDA, Data de Julgamento: 17/11/2009, T1 - PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 09/12/2009) FRANQUIA TRIBUTÁRIO. ISS. CONTRATO DE FRANQUIA. ANÁLISE DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. SÚMULA 05/STJ. INCIDÊNCIA DE ISS. IMPOSSIBILIDADE. RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTE CONHECIDO E IMPROVIDO. PRECEDENTES. 1. A verificação da natureza dos contratos celebrados pela franqueadora, para efeitos de incidência do ISS, enseja a análise apurada de suas cláusulas, providência inviável no âmbito do recurso especial, conforme dispõe a Súmula 05/STJ. 2. "Esta Corte Superior já assentou o entendimento de que não incide o ISS em contrato de franquia, visto não se tratar de simples prestação de serviço, ao revés, cuida-se de contrato de natureza complexa, que não consta do rol das atividades especificadas pela Lei n.º 8.955/94. Precedentes: REsp nº 403.799/MG, Rel. Min. FRANCIULLI NETTO, DJ de 26/04/2004; REsp nº 189.225/RJ, Rel. Min. FRANCISCO PEÇANHA MARTINS, DJ de 03/06/2002 e REsp nº 222.246/MG, Rel. Min. JOSÉ DELGADO, DJ de 04/09/2000" . 3. Recurso especial parcialmente conhecido e, nesta parte, desprovido. (STJ - REsp: 739500 DF 2005/0055274-9, Relator: Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, Data de Julgamento: 05/06/2007, T1 - PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 18.09.2008) SERVIÇO NOTARIAL TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ISS. SERVIÇOS NOTARIAIS. ART. 9º,§ 1º, DO DECRETO-LEI 406/68. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. "É firme o entendimento no sentido de que não se aplica aos serviços de registros públicos, cartorários e notariais a sistemática de recolhimento de ISS prevista no art. 9º, § 1º, do Decreto-Lei n. 406/68, uma vez que a interpretação da referida legislação federal deve ser feita nos limites da decisão com efeitos erga omnes proferida na ADIN 3.089/DF pelo Supremo Tribunal Federal" (EDcl no AgRg no AREsp 268.238/SP, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, Segunda Turma, DJe 14/8/13). 2. Agravo regimental não provido. (STJ - AgRg no AREsp: 414790 RS 2013/0352664-0, Relator: Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, Data de Julgamento: 25/02/2014, T1 - PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 07/03/2014). AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. ISS. SERVIÇOS NOTARIAIS E DE REGISTRO. INCIDÊNCIA DO IMPOSTO MEDIANTE ALÍQUOTA VARIÁVEL. AGRAVO REGIMENTAL DE IVAN CARLOS BORDIN A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O ISS incide sobre a remuneração de serviços notariais e de registro sob alíquota variável, não sob alíquota fixa. 2. Agravo Regimental de IVAN CARLOS BORDIN a que se nega provimento. (AgRg no AREsp 462468 / RS - DJe 23/09/2015) CONSTRUÇÃO CIVIL TRIBUTÁRIO. ISS. CONSTRUÇÃO CIVIL. CONCRETAGEM. MATERIAL EMPREGADO. DEDUÇÃO DA BASE DE CÁLCULO. POSSIBILIDADE. RE 603.497/MG, REL. MIN. ELLEN GRACIE (DJE 16.09.2010). 1 O STF, em Recurso Extraordinário em que reconhecida a repercussão geral (RE 603.497/MG, Rel. Min. Ellen Gracie), firmou entendimento no sentido da possibilidade da dedução da base de cálculo do ISS do material empregado na construção civil. 2. "Alinhada à orientação firmada pelo Supremo Tribunal Federal, a jurisprudência desta Corte reconhece a legalidade da dedução do custo dos materiais empregados na construção civil da base de cálculodo imposto sobre serviços (ISS)" (AgRg no EAREsp 113.482/SC, Primeira Seção, Rel. Min. Diva Malerbi, Desembargadora convocada do TRF da 3ª Região, DJe 12.3.13). 3. Agravo Regimental não provido. (STJ - AgRg no REsp: 1360375 ES 2012/0272026-5, Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN, Data de Julgamento: 06/08/2013, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 13/09/2013) SOCIEDADE UNIPROFISSIONAL PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. ISS. SOCIEDADE UNIPROFISSIONAL. RESPONSABILIDADE LIMITADA. CARÁTER EMPRESARIAL. ART. 9º, §§ 1º e 3º, DO DL 406/1968. INAPLICABILIDADE. SÚMULA 7/STJ. 1. Hipótese em que o Tribunal de origem afastou o benefício da tributação fixa do ISS instituído nos §§ 1º e 3º do art. 9º do Decreto-Lei 406/1968, pois concluiu, com base na prova dos autos, que a contribuinte tem estrutura empresarial. 2. A tributação fixa do ISS, prevista no art. 9º,§ 3º, do DL 406/1968, somente se aplica quando houver responsabilidade pessoal dos sócios e inexistir caráter empresarial na atividade realizada. 3. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas (art. 1.052 do CC), o que afasta o benefício da tributação fixa. Precedentes do STJ. 4. A revisão desse entendimento demanda, como regra, reexame de fatos e provas e análise de cláusula contratual, o que atrai o óbice da Súmula 7/STJ. 5. Agravo Regimental não provido. (STJ - AgRg no AREsp: 352877 ES 2013/0176784-1, Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN, Data de Julgamento: 10/09/2013, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 25/09/2013) LEASING "Ementa: Recurso extraordinário. Direito Tributário. ISS. Arrendamento mercantil. Operação de leasing financeiro. Artigo 156, III, da Constituição do Brasil. O arrendamento mercantil compreende três modalidades, [i] o leasing operacional, [ii] o leasing financeiro e [iii] o chamado lease-back. No primeiro caso há locação, nos outros dois, serviço. A lei complementar não define o que é serviço, apenas o declara, para os fins do inciso III do artigo 156 da Constituição. Não o inventa, simplesmente descobre o que é serviço para os efeitos do inciso III do artigo 156 da Constituição. No arrendamento mercantil (leasing financeiro), contrato autônomo que não é misto, o núcleo é o financiamento, não uma prestação de dar. E financiamento é serviço, sobre o qual o ISS pode incidir, resultando irrelevante a existência de uma compra nas hipóteses do leasing financeiro e do lease-back. Recurso extraordinário a que se dá provimento." RE 592.905, Relator Ministro Eros Grau, Tribunal Pleno, julgamento em 2.12.2009, DJe de 5.3.2010. ISS e locação de bens móveis concomitante com prestação de serviço "Ementa: Tributário. Imposto sobre serviços de qualquer natureza. Locação de bens móveis associada a prestação de serviços. Locação de guindaste e apresentação do respectivo operador. Incidência do ISS sobre a prestação de serviço. Não incidência sobre a locação de bens móveis. Súmula Vinculante 31. Agravo regimental. 1. A Súmula Vinculante 31 não exonera a prestação de serviços concomitante à locação de bens móveis do pagamento do ISS. 2. Se houver ao mesmo tempo locação de bem móvel e prestação de serviços, o ISS incide sobre o segundo fato, sem atingir o primeiro. 3. O que a agravante poderia ter discutido, mas não o fez, é a necessidade de adequação da base de cálculo do tributo para refletir o vulto econômico da prestação de serviço, sem a inclusão dos valores relacionados à locação. Agravo regimental ao qual se nega provimento." ARE 656.709 AgR, Relator Ministro Joaquim Barbosa, Segunda Turma, julgamento em 14.2.2012, DJe de 8.3.2012. ISS e sublocação ou cessão secundária de espaços publicitários "Em verdade, o Tribunal de origem entendeu que a sublocação de espaços para a veiculação de propaganda não poderia ser considerada agenciamento publicitário. A propósito, transcrevo o seguinte trecho do acórdão recorrido: '[A atividade da agravada] não representa agenciamento, que consiste em servir de intermediário, uma vez que não é intermediária de ninguém, pois é a única titular do direito de exploração de espaço publicitário em ônibus no Município de Belo Horizonte. A atividade da autora também não se insere na previsão do item 17.06 da Lista de Serviços anexa à LC 116/2003 (propaganda e publicidade, inclusive promoção de vendas, planejamento de campanhas ou sistemas de publicidade, elaboração de desenhos, textos e demais materiais publicitários), eis que, conforme asseverou o sentenciante, a autora não promove vendas, não planeja nem elabora peças publicitárias, limitando-se a ceder o espaço nos ônibus para a veiculação de publicidade pelos interessados (Fls. 1.458).' Conforme orientação consolidada da SV 31, é inconstitucional a incidência do ISS sobre operação de locação de bens móveis. Ainda que o fato em exame fosse interpretado como cessão de direito, a mesma orientação apontada na SV 31 seria aplicável." AI 854.553 ED, Relator Ministro Joaquim Barbosa, Segunda Turma, julgamento em 28.8.2012, DJe de 8.10.2012. ISS e cessão do direito de uso de marca "Por fim, ressalte-se que há alterações significativas no contexto legal e prático acerca da exigência de ISS, sobretudo após a edição da Lei Complementar 116/2003, que adota nova disciplina sobre o mencionado tributo, prevendo a cessão de direito de uso de marcas e sinais na lista de serviços tributados, no item 3.02 do Anexo. Essas circunstâncias afastam a incidência da súmula vinculante 31 sobre o caso, uma vez que a cessão do direito de uso de marca não pode se considerada locação de bem móvel, mas serviço autônomo especificamente previsto na Lei Complementar 116/2003." Rcl 8.623 AgR, Relator Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, julgamento em 22.2.2011, DJe de 10.3.2011. IPVA Previsão legislativa – competência tributária. - CF: Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (...) III - propriedade de veículos automotores Fundo histórico. - A Emenda Constitucional n˚ 27/85 foi responsável pela introdução do IPVA no ordenamento jurídico pátrio, acrescentando-o no item III do art. 23 da Carta Política de 1967. - O IPVA foi criado em substituição à Taxa Rodoviária Única (T.R.U), a qual era cobrada anualmente pela União no licenciamento dos veículos. b) veículo automotor. STF: Ementa: Recurso Extraordinário. Tributário. 2. Não incide Imposto de Propriedade de Veículo Automotores (IPVA) sobre embarcações (Art. 155, III, CF/88 e art 23, III e § 13, CF/67 conforme EC 01/69 e EC 27/85). Precedentes. 3. Recurso Extraordinário conhecido e provido. - Síntese de alguns votos: Ministro JOAQUIM BARBOSA: “a expressão constitucional ‘veículos automotores’ é ampla o suficiente para abranger embarcações, ou seja, veículos de transporte aquático”. Ministro CARLOS BRITTO: “Entendo que veículos automotores, à luz da Constituição, têm sentido estrito e não lato; implica, a meu ver, deslocamento por via terrestre, exclusivamente.” Ministro CEZAR PELUSO: “a definição do alcance da expressão ‘veículos automotores’, que deve ser tomada em sua acepção técnica, abrange exclusivamente os veículos de transporte viário ou terrestre; escapam de seu alcance, pois, as aeronaves... e embarcações...” STF - Recurso Extraordinário 379.572 Código Nacional de Trânsito: "veículo automotor é todo veículo a motor de propulsão que circule por seus próprios meios, e que serve normalmente para o transporte viário de pessoas e coisas, ou para a tração viária de veículos utilizados para o transporte de pessoas e coisas". Critério Espacial (condicionante de lugar) Dar-se-á no local em que o veículo estiver (ou deve ser) registrado e licenciado, inscrito ou matriculado. Critério Temporal (condicionante de tempo) O momento exato da ocorrência do “fato gerador” (fato tributário, fato imponível, hipótese de incidência), dar-se-áem conformidade com a previsão legislativa estadual. No Estado do Paraná, por exemplo, a Lei 14.260/2003, em seu art. 2˚, apresenta 06(seis) distintos instantes em que ocorrerá, conforme a data da aquisição, a concretização da definição legal da hipótese. ICMS (i) Operaço ̃es sobre a circulação de mercadorias; (ii) Prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, ainda que as prestac ̧o ̃es se iniciem no exterior; (iii) Prestação de serviços de comunicac ̧ão; (iv) Importação de bens, mercadorias e servic ̧os do exterior; (v) Produção, importação, circulac ̧ão, distribuic ̧ão ou consumo de lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos e de energia elétrica; (vi) Extração, circulac ̧ão, distribuic ̧ão ou consumo de minerais. MATERIALIDADES NA LC No 87/96 Art. 2°O imposto incide sobre: I - operac ̧ões relativas a ̀ circulaça ̃o de mercadorias, inclusive o fornecimento de alimentac ̧a ̃o e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares; II - prestac ̧ões de servic ̧os de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores; III - prestações onerosas de servic ̧os de comunicac ̧a ̃o, por qualquer meio, inclusive a geraça ̃o, a emissão, a recepc ̧a ̃o, a transmissão, a retransmissa ̃o, a repetiça ̃o e a ampliaça ̃o de comunicac ̧a ̃o de qualquer natureza; IV - fornecimento de mercadorias com prestaça ̃o de serviços na ̃o compreendidos na compete ̂ncia tributa ́ria dos Munici ́pios; V - fornecimento de mercadorias com prestac ̧a ̃o de servic ̧os sujeitos ao imposto sobre servic ̧os, de compete ̂ncia dos Munici ́pios, quando a lei complementar aplica ́vel expressamente o sujeitar a ̀ incide ̂ncia do imposto estadual. “§ 1o O imposto incide também: I – sobre a entrada de mercadoria ou bem importados do exterior, por pessoa física ou jurídica, ainda que na ̃o seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade; (Redac ̧a ̃o dada pela Lcp 114, de 16.12.2002) II - sobre o serviço prestado no exterior ou cuja prestaça ̃o se tenha iniciado no exterior; III - sobre a entrada, no território do Estado destinata ́rio, de petro ́leo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia elétrica, quando na ̃o destinados à comercializac ̧a ̃o ou a ̀ industrializac ̧a ̃o, decorrentes de operações interestaduais, cabendo o imposto ao Estado onde estiver localizado o adquirente. REGRA MATRIZ DE INCIDÊNCIA TRIBUTA ́RIA DO ICMS – MERCADORIAS (i) CRITE ́RIO MATERIAL: REALIZAR OPERAÇÕES RELATIVAS À CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS Operaço ̃es: Pressupo ̃e negócio jurídico mercantil envolvendo a circulac ̧ão de mercadorias LC 87/96. Art. 2o. § 2o A caracterizac ̧ão do fato gerador independe da natureza jurídica da operac ̧ão que o constitua. EX: compra e venda, dação em pagamento, permuta, consignac ̧ão, etc “Operac ̧ões, no contexto, exprime o sentido de atos ou negócios hábeis para provocar a circulac ̧a ̃o de mercadorias. Adquire, neste momento, a acepção de toda e qualquer atividade, regulada pelo Direito, e que tenha a virtude de realizar aquele evento”. (PBC) Circulac ̧a ̃o: Pressupõe a mudança de titularidade de uma mercadoria, de uma pessoa para outra, com ou sem movimentac ̧ão física “JURISPRUDÊNCIA- STJ “1. O deslocamento de bens ou mercadorias entre estabelecimentos de uma mesma empresa, por si, na ̃o se subsume a ̀ hipótese de incidência do ICMS, porquanto, para a ocorre ̂ncia do fato imponível e ́ imprescindi ́vel a circulação juri ́dica da mercadoria com a transfere ̂ncia da propriedade. (...) 2. "Não constitui fato gerador de ICMS o simples deslocamento de mercadoria de um para outro estabelecimento do mesmo contribuinte." (Su ́mula 166 do STJ). (...) 4. A circulaça ̃o de mercadorias versada no dispositivo constitucional refere-se à circulação juri ́dica, que pressupo ̃e efetivo ato de mercancia, para o qual concorrem a finalidade de obtenc ̧ão de lucro e a transfere ̂ncia de titularidade. (...) 5. "Este tributo, como vemos, incide sobre a realizaça ̃o de operações relativas à circulaça ̃o de mercadorias. A lei que veicular sua hipótese de incidência só será válida se descrever uma operaça ̃o relativa à circulaça ̃o de mercadorias. É bom esclarecermos, desde logo, que tal circulação só pode ser jurídica (e não meramente física). A circulação jurídica pressupõe a transferência (de uma pessoa para outra) da posse ou da propriedade da mercadoria. Sem mudança de titularidade da mercadoria, não há falar em tributação por meio de ICMS. (...) O ICMS só pode incidir sobre operac ̧ões que conduzem mercadorias, mediante sucessivos contratos mercantis, dos produtores origina ́rios aos consumidores finais." (Roque Antonio Carrazza, in ICMS, 10a ed., Ed. Malheiros, p.36/37) 6. In casu, consoante assentado no voto condutor do acórdão recorrido, houve remessa de bens de ativo imobilizado da fa ́brica da recorrente, em Sumare ́ para outro estabelecimento seu situado em estado diverso, devendo-se-lhe aplicar o mesmo regime jurídico da transfere ̂ncia de mercadorias entre estabelecimentos do mesmo titular (...) 8. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/2008”. (REsp 1125133/SP, 1a S, DJ 10/09/2010) Mesmo raciocínio se aplica para a transfere ̂ncia de material de uso e consumo. JURISPRUDE ̂NCIA – STF “ICMS. MERA SAI ́DA FI ́SICA DO BEM. AUSE ̂NCIA DE TRANSFERÊNCIA EFETIVA DA TITULARIDADE DO BEM. NÃO INCIDÊNCIA DE ICMS. PRECEDENTES.(...) AGRAVO IMPROVIDO. I - A jurisprude ̂ncia da Corte e ́ no sentido de que o mero deslocamento físico de bens entre estabelecimentos, sem que haja transferência efetiva de titularidade, não caracteriza operação de circulação de mercadorias sujeita à incidência do ICMS. (...)”. (STF - AI 784280 AgR/RJ, DJ 16/11/2010) S. 573, STF: “Não constitui fato gerador do imposto de circulação de mercadorias a sai ́da fi ́sica de máquinas, utensi ́lios e implementos a ti ́tulo de comodato. Mercadoria: É bem móvel adquirido para revenda com o fim de lucro “(...) Em si ́ntese: consubstancia mercadoria coisa móvel destinada a comercialização, que geralmente e ́ adquirida por pessoa do come ́rcio para revenda (...)”. (trecho do voto do Min. Marco Aurélio no AgReg 131.941/SC Mercadoria fornecida com servic ̧os: (i)fornecimento de alimentac ̧a ̃o e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares; Súmula 163, STJ: “O fornecimento de mercadorias com a simultânea prestação de serviços em bares, restaurantes e estabelecimentos similares constitui fato gerador do ICMS a incidir sobre o valor total da operac ̧ão”. (ii) fornecimento de mercadorias com prestaça ̃o de serviços na ̃o compreendidos na compete ̂ncia tributa ́ria dos Munici ́pios; “1. A Primeira Seção do STJ, no julgamento do REsp 1.092.206/SP, de relatoria do Min. Teori Albino Zavascki, submetido ao rito dos recursos repetitivos nos termos do art. 543-C do CPC e da Resolução 8/2008 do STJ, consolidou entendimento segundo o qual sobre operac ̧ões mistas, assim entendidas as que agregam mercadorias e serviços, incide o ISS sempre que o serviço agregado estiver compreendido na lista de que trata a LC 116/03, e incide ICMS sempre que o serviço agregado na ̃o estiver previsto na referida lista. (...)”. (REsp 1239018/PR, DJe 12/05/2011) (iii) fornecimento de mercadorias com prestac ̧ão de serviços sujeitos ao imposto sobre servic ̧os, de competência dos Munici ́pios, quando a lei complementar aplica ́vel expressamente o sujeitar a ̀ incide ̂ncia do imposto estadual. Exemplo 1: 14.01 – Lubrificac ̧ão, limpeza,lustrac ̧ão, revisão, carga e recarga, conserto, restaurac ̧ão, blindagem, manutenc ̧ão e conservac ̧ão de máquinas, veículos, aparelhos, equipamentos, motores, elevadores ou de qualquer objeto (exceto peças e partes empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS) “ (...) 2. Trata-se de empresa de prestac ̧ão de serviço de conserto e manutenção de refrigeradores com fornecimento das peças empregadas. 3. Hipótese prevista nos itens 69 do Decreto-Lei n. 406/68 e no item 14.1 da Lei Complementar n. 116/2003, com expressa excec ̧ão quanto ao fornecimento de peças, no qual incidirá ICMS. 4. Incidência de ISS sobre os servic ̧os de conserto e manutenc ̧ão de refrigeradores e de ICMS sobre o fornecimento de peças, (...)”. (REsp 1239018/PR, DJe 12/05/2011) Exemplo 2: Construção Civil 7.02 – Execuc ̧a ̃o, por administraça ̃o, empreitada ou subempreitada, de obras de construça ̃o civil, hidra ́ulica ou elétrica e de outras obras semelhantes, inclusive sondagem, perfuraça ̃o de poços, escavaça ̃o, drenagem e irrigaça ̃o, terraplanagem, pavimentac ̧a ̃o, concretagem e a instalaça ̃o e montagem de produtos, peças e equipamentos (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador de serviços fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS). 7.05 – Reparaça ̃o, conservaça ̃o e reforma de edifícios, estradas, pontes, portos e congêneres (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador dos serviços, fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS) Jurisprudência STJ – Construção Civil “É inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem cuja base de cálculo seja idêntica à do imposto territorial rural.” (Súmula 595.) “PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. CONSTRUC ̧ÃO CIVIL. ISS. BASE DECÁLCULO. PREC ̧O TOTAL DO SERVIC ̧O. ABATIMENTOS. INVIABILIDADE. (...) 5. É firme no STJ o entendimento de que o ISS incide sobre o preço total do servic ̧o de construção civil. Os insumos adquiridos de terceiros pelo construtor e utilizados na obra compõem a base de cálculo do tributo municipal. 6. Sujeitam-se ao ICMS e são exclui ́das da base de cálculo do ISS somente as mercadorias produzidas fora do local da prestação do servic ̧o e comercializadas pelo contribuinte. Precedentes do STJ. (...)”. (AgRg no REsp 1128343/RS, DJe 28/02/2011) PONTOS RELEVANTES 1)VENDA DE BENS DO ATIVO FIXO “A venda de bens do ativo fixo da empresa não se enquadra na hipo ́tese de incidência determinada pelo art. 155, II, da Carta Federal, tendo em vista que, em tal situaça ̃o, inexiste circulação no inexiste circulação no sentido jurídico- tributário: os bens na ̃o se ajustam ao conceito de mercadorias e as operações na ̃o são efetuadas com habitualidade. Recurso extraordina ́rio não conhecido”. (RE 194300/SP, DJ 24/04/1997) 2) SERVIÇO DE COMPOSIÇA ̃O GRA ́FICA Su ́mula 156, STJ: "A prestaça ̃o do servic ̧o de composic ̧a ̃o gráfica, personalizada e sob encomenda, ainda que envolva fornecimento de mercadorias, está sujeita, apenas, ao ISS". 3) FITAS DE VIDEOCASSETE: S. 662, STF: “É legítima a incide ̂ncia do ICMS na comercializaça ̃o de exemplares de obras cinematogra ́ficas, gravados em fitas de videocassete”. 4) PROGRAMAS DE COMPUTADOR “Programa de computador ("software"): tratamento tributário: distinça ̃o necessária. Não tendo por objeto uma mercadoria, mas um bem incorpo ́reo, sobre as operaço ̃es de "licenciamento ou cessão do direito de uso de programas de computador" "matéria exclusiva da lide", efetivamente na ̃o podem os Estados instituir ICMS: dessa impossibilidade, entretanto, na ̃o resulta que, de logo, se esteja tambe ́m a subtrair do campo constitucional de incidência do ICMS a circulaça ̃o de cópias ou exemplares dos programas de computador produzidos em série e comercializados no varejo - como a do chamado "software de prateleira" (off the shelf) - os quais, materializando o corpus mechanicum da criaça ̃o intelectual do programa, constituem mercadorias postas no comércio”. (RREE 176626/SP; 285870/SP) 5) DESCONTOS INCONDICIONAIS E BONIFICAÇÕES: Súmula 457, STJ: “Os descontos incondicionais nas operaço ̃es mercantis na ̃o se incluem na base de cálculo do ICMS”. 6) OPERAÇÕES COM LIVROS, JORNAIS, PERIÓDICOS E PAPEL DESTINADO A SUA IMPRESSA ̃O: Remissão: Art. 150, VI, d, CF (imunidade) c/c art. 3o, I, LC 87/96 (na ̃o incide) 7) VENDA À PRAZO # VENDA FINANCIADA Su ́mula 395, STJ: O ICMS incide sobre o valor da venda a prazo constante da nota fiscal. “A "venda a prazo" revela modalidade de negócio jurídico único, cognominado compra e venda, no qual o vendedor oferece ao comprador o pagamento parcelado do produto, acrescendo-lhe um plus ao preço final, raza ̃o pela qual o valor desta operação integra a base de cálculo do ICMS, na qual se incorpora, assim, o preço "normal" da mercadoria (preço à vista) e o acréscimo decorrente do parcelamento. (...) A venda financiada, ao revés, depende de duas operaço ̃es distintas para a efetiva "saída da mercadoria" do estabelecimento (...), uma compra e venda e outra de financiamento, em que há a intermediaça ̃o de instituição financeira, aplicando-se-lhe (...) a Súmula 237 do STJ: "Nas operações com cartão de crédito, os encargos relativos ao financiamento não são considerados no cálculo do ICMS.“ (Resp 1106462/SP, DJ. 13/10/09) 8) SALVADOS DE SINISTRO (art. 3o, IX, LC 87/96) “RECURSO EXTRAORDINA ́RIO. MATÉRIA CONSTITUCIONAL COM REPERCUSSA ̃O GERAL RECONHECIDA. TRIBUTÁRIO. ICMS. INCIDE ̂NCIA. SEGURADORAS. VENDA DE VEÍCULOS SALVADOS. INCONSTITUCIONALIDADE. OFENSA AOS ARTIGOS 22, VII E 153, V, DA CF. PRECEDENTES. RECURSO EXTRAORDINA ́RIO CONHECIDO E PROVIDO. 1. O art. 7o, § 1o, item 4, da Lei paulista 6.374, de 1.3.89, previu a incidência de ICMS sobre as operac ̧o ̃es de vendas, por seguradoras, de veículos envolvidos em sinistros. 2. Vendas que se integram à própria operaça ̃o de seguro, constituindo recuperaça ̃o de receitas e não atividade mercantil. 3. Recurso extraordina ́rio conhecido e provido”. (RE 588149 / SP, DJ 16/02/2011) 9) FORNECIMENTO DOMICILIAR DE ÁGUA POTÁVEL: - Serviço público essencial – remunerado por tarifa (preço público) – NÃO INCIDÊNCIA DO ICMS. “1. É intributável, por meio do ICMS, o fornecimento de água potável por empresas concessionárias desse serviço público. 2. As águas em estado natural são bens públicos e só podem ser explorados por particulares, mediante concessão, permissão ou autorização. 3. A água, portanto, fornecida à população, após ser tratada pelas empresas concessionárias, permissionárias ou autorizadas, não caracteriza mercadoria. 4. Esse entendimento não se aplica à água mineral engarrafada e vendida por comerciante. No caso, tributa-se a operação mercantil. (...)”. (REsp 794984/RJ, DJ 02/10/2006) 10) TRANSFORMAÇÃO DAS SOCIEDADE – INCORPORAÇÃO, CISÃO, FUSÃO “I - Transformação, incorporação, fusão e cisão constituem várias facetas de um só instituto: a transformação das sociedades. Todos eles são fenômenos de natureza civil, envolvendo apenas as sociedades objeto da metamorfose e os respectivos donos de cotas ou ações. Em todo o encadeamento da transformação não ocorre qualquer operação comercial. II - A sociedade comercial - pessoa jurídica corporativa pode ser considerada um condomínio de patrimônios ao qual a ordem jurídica confere direitos e obrigações diferentes daqueles relativos aos condôminos (Kelsen). III - Os cotistas de sociedade comercial não são, necessariamente, comerciantes. Por igual, o relacionamento entre a sociedade e seus cotistas é de natureza civil. IV - A transformação em qualquer de suas facetas das sociedades não é fato gerador de ICMS”. (REsp 242721/SC)
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